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COMUNICADO DA COMUNIDADE ISRAELITA
DE LISBOA À IMPRENSA
Assunto:
“Cemitério
Judaico profanado em Lisboa"
LISBOA, 26 de
Setembro – Na noite de Terça para Quarta-feira foram
vandalizados cerca de duas dezenas de túmulos no
Cemitério Judaico de Lisboa.
Nas pedras das
lápides foram cravadas suásticas nazis.
Este crime foi
qualificado pela Comunidade Israelita Lisboa não só
como um crime contra a Comunidade Judaica bem como
uma ofensa à Sociedade Civil Portuguesa, à
Democracia e ao Estado de Direito.
A Direcção da
Comunidade Israelita de Lisboa |
COMUNICADO À COMUNIDADE ISRAELITA
DE LISBOA
Caros Amigos,
Como a Direcção divulgou publicamente, através
de um comunicado enviado à comunicação social, o nosso cemitério foi
vandalizado na passada noite de quarta-feira, 25 de Setembro.
Dezassete campas foram profanadas, a maior parte com inscrições
suásticas.
Segundo dados já divulgados pelas autoridades,
os autores deste acto odioso pertencem a um dos movimentos neonazis
mais radicais a nível mundial.
Como também já é do conhecimento público,
estes elementos foram detidos ainda dentro do cemitério, tendo sido
presentes, na passada quinta-feira, ao juiz de instrução criminal,
que determinou que ficassem a aguardar julgamento em liberdade, com
obrigação de apresentação periódica.
A CIL tem colaborado com as autoridades na
medida do solicitado e manifestou já a sua vontade de,
oportunamente, vir a constituir-se assistente no processo penal.
Lisboa, 30 de Setembro de 2007
A Direcção da Comunidade |
Veja abaixo dossier
completo
Cerimónia religiosa
de repúdio por
vandalismo no nosso cemitério judaico
Realizada no dia 7 de Outubro,
no Cemitério Israelita
Repercussão na mídia -
alguns links na imprensa
Assembleia
da República
“ VOTO DE CONDENAÇÃO Nº 113/X DE 4 DE OUTUBRO
DE 2007
Pelos actos de vandalismo ocorridos no Cemitério
Judaico de Lisboa
O Cemitério Judaico de Lisboa foi objecto de
reprováveis actos de vandalismo no passado dia 25 de
Setembro.
A Comunidade Israelita de Lisboa, em posição
pública, entendeu que tais actos configuravam “um
crime contra a Comunidade Judaica bem como uma
ofensa à Sociedade Civil portuguesa, à Democracia e
ao Estado de Direito”.
O anti-semitismo, expressão condenável do ódio e da
violência racial, é em absoluto incompatível com os
valores de convivência da sociedade democrática
portuguesa e representou, ao longo da História, um
vasto conjunto de tragédias com as quais não pode
nem deve contemporizar o espírito de pluralismo,
liberdade e tolerância democrática em que se funda o
Estado de Direito.
A liberdade religiosa, a compreensão recíproca e o
diálogo entre diversas culturas e valores
civilizacionais constituem património intangível da
sociedade contemporânea democrática em Portugal.
Assim sendo, a Assembleia da República:
-
Condena com veemência os actos ocorrido no
Cemitério Judaico de Lisboa
-
Exprime a mais profunda solidariedade às
famílias atingidas.
-
Reitera à comunidade
judaica
a firme vontade da República Portuguesa em
garantir, sem qualquer tibieza, a integralidade
dos direitos, liberdades e garantias protegidos
pela Constituição».
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Leia alguns dos principais
discursos proferidos nesta cerimónia
Intervenção do Sr. Ministro
da Justiça - Dr. Alberto Costa
A
República Portuguesa funda-se na dignidade, na liberdade, no
pluralismo e na tolerância.
Sendo
o nosso Estado um estado assumidamente laico, a garantia da
liberdade religiosa e de culto é uma das traves-mestras da nossa
pátria constitucional.
Isso
reclama igualdade e respeito – o contrário de discriminação e de
desprezo.
As
leis da nossa República incriminam e punem actividades que encorajem
o ódio e a violência, religiosa ou racial.
E são
também incriminados e punidos os actos contra sentimentos religiosos
ou contra o respeito devido aos mortos.
Quando uma crença religiosa é objecto de agressão, o Estado de
Direito não pode resguardar-se por detrás do princípio da laicidade
– mobiliza o direito e a justiça penal. É esse o seu dever.
Ultrajar, profanar, escarnecer ou vilipendiar uma crença ou um culto
constitui uma negação da liberdade, da tolerância e da igual
dignidade de cada um de nós.
Nesta
perspectiva laica, liberal e tolerante, os actos ultrajantes
praticados neste cemitério judaico são também ultrajes a todos nós,
tanto aos que acreditam como aos que não acreditam.
Perante esta agressão, todos nós somos judeus.
Em
nome desta cultura democrática e constitucional quero, como ministro
da Justiça, que é também, segundo a nossa tradição, o ministro dos
cultos, associar-me a esta cerimónia.
E
fazê-lo para repudiar os actos de ódio, vandalismo, ultraje e
agressão que atingiram a comunidade judaica.
Quero
também, em relação a uma comunidade que traz do passado a memória de
horríveis perseguições e continua a ser o alvo do anti-semitismo,
exprimir profunda solidariedade.
Quero
exprimir solidariedade – e também confiança.
Confiança na acção do Estado de Direito, a perseguir criminalmente
os responsáveis, como já está a fazê-lo, e a entregá-los aos
tribunais para serem censurados e responsabilizados pelos seus
actos.
E
também confiança na sociedade aberta, democrática e tolerante –
aquela sociedade onde homens de fé e homens sem fé se reúnem para
celebrar o valor da liberdade religiosa e repudiar os actos dos que
praticam crimes contra os sentimentos religiosos e contra a
humanidade.
Nunca
poderemos dar os sinais da barbárie como definitivamente extintos.
Lutar
contra ela é um trabalho infindável que o céu cometeu à condição
humana.
Nessa
luta prosseguirão unidos todos os homens de boa vontade.
Não
ao ultraje.
Sim à
dignidade e à solidariedade! |
Intervenção do Padre Peter
Stilwell
Ex.mo
Sr. Presidente da Comunidade Israelita de Lisboa, Dr. José Oulman Carp,
Paz para si e para toda a sua comunidade.
1.
Quando, há dias, informei o Patriarca de Lisboa da realização desta
cerimónia e lhe comuniquei a intenção de estar presente, D. José Policarpo
pediu-me que o representasse, pessoalmente, neste gesto. A minha presença,
portanto, assinala o mais profundo repúdio da Igreja Católica em Lisboa
pela profanação do Cemitério Israelita levada a efeito no passado 25 de
Setembro.
2.
O respeito pelos antepassados, nossos e dos outros; o cuidado com
que rodeamos as suas sepulturas, é um traço que distingue a emergência da
humanidade de entre os demais seres vivos sobre a terra. A profanação de
uma cemitério atesta, portanto, da degradação humana de quem a pratica e
da ideologia que lhe dá cobertura.
3.
Mas, no caso, a questão não é tão simples. O gesto evocou um
demónio que dorme no coração da Europa, e que nem o horror da Shoa saciou.
A profanação deste lugar de repouso foi um acto de culto que lhe foi
prestado.
4.
Não se tratou de um cemitério qualquer. Visava-se a comunidade
judaica. A coberto da discussão política sobre o Médio Oriente,
pretende-se rasgar uma fresta na cultura ocidental a fim de lhe destruir
as raízes éticas e religiosas mais profundas. O povo Judeu, como lembrou
Bento XVI em Auschwitz, constitui um testemunho vivo de uma Lei recebida
do Alto, que se ergue acima de toda as leis humanas. Uma Lei tão nobre que
é digno, inclusivamente, por ela morrer. Uma Lei que estabelece a
igualdade radical de todo o ser humano, que fundamenta a dignidade de cada
indivíduo na imagem e semelhança nele e nela impressa do próprio Criador.
Abolir, apagar ou pelo menos enfraquecer estas raízes não é um mero crime
de delito comum. É uma opção civilizacional.
5.
Seria bom, neste contexto, retomar a proposta da Comunidade
Israelita, secundada pela Igreja Católica, de fixar no centro de Lisboa,
de preferência na Praça de S. Domingos, um monumento que evocasse
simultaneamente a violência passada contra os judeus residentes nesta
cidade e o memorável gesto aí realizado no ano dois mil de conversão e
reconciliação da comunidade católica com a comunidade judaica, sua irmã
mais velha.
6.
Meus caros irmãos e amigos, que o nosso abraço neste dia contribua
para exorcizar desta grande e bela cidade toda a semente de descriminação,
desumanidade e violência; sobretudo a que faça apelo a motivações
religiosas.
7.
E que em tudo e acima de tudo seja bendito o Nome do Senhor.
P.
Peter Stilwell |
Intervenção do
Presidente da Comunidade Israelita de Lisboa -
Sr. José Oulman
Carp
Perante o ato perpetrado na
noite de 25 de Setembro no nosso cemitério pelo
grupo mais radical neonazi, os Hammerskin, os
nossos pensamentos vão em primeiro lugar, para as
17 famílias que tiveram as suas campas vandalizadas.
O sucedido não pode deixar de
nos lembrar a parte mais dramática da nossa
história em toda a Europa, Países de Leste e Rússia
nestes últimos 2000 anos. Expulsões, perseguições,
pogroms, Inquisição, fuga para outros países, o
Holocausto. Sempre pelas mesmas razões. Por sermos
Judeus e por sermos uma minoria.
Com este acto ignóbil, o
extremismo intolerante e perseguidor tenta novamente
imergir. Hoje, este acto não é somente contra os
judeus e as minorias, é também e sobretudo contra os
valores democráticos, contra a liberdade, contra o
mundo livre, contra a democracia.
A vossa presença
solidária aqui é a nossa força e a de todos.
Muitas vezes no passado e
ainda hoje em países não democráticos, os grupos
extremistas dominaram e dominam, controlaram e
controlam as maiorias moderadas a chamada a maioria
silenciosa.
Com a democracia, estes
extremistas gradualmente auto excluíram-se. Foram
rejeitados pela sociedade. Não compreenderam que
solidariedade significa união. A união dos aliados
contra o Nacional Socialismo, a união da resistência
contra a ocupação nazi na Europa, a união de todos
os movimentos de resistência contra a opressão. A
opressão de Staline, de Mao Tze Tung, de todas as
ditaduras em geral e de todos os povos oprimidos.
Estes extremistas ainda
acreditam que é pelo terror que vão chegar aos seus
objectivos de impor o ódio, a intolerância e a
opressão.
Portugal é uma democracia
tolerante, provavelmente a mais tolerante da
Europa, e culturalmente sem anti-semitismo.
Esperemos que o ocorrido não passe de um caso
isolado e apelamos para que se faça justiça. Os
Exmos. dignitários políticos e representantes das
confissões religiosas aqui presentes são a melhor
prova da nossa liberdade, tolerância, espírito
democrático e de solidariedade.
É essa mesma solidariedade que
irá vencer os movimentos extremistas que estão
condenados á derrota.
Obrigado pela vossa presença.
RUACH ADONAI TENI CHENU BEGAN
EDEN, VECHEN YEHI RATSON VENOMAR - AMEN.
Que o espírito do Eterno o
faça repousar no jardim do Eden, e que assim seja
a vontade de D-us e digamos - Amen.
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Intervenção do Rabino da
Comunidade Israelita de Lisboa - Rev. Eliezer Shai di
Martino
Excelentíssimos Senhores,
Estamos reunidos aqui para afirmar a vida e o
nosso sacrossanto direito de vivê-la como judeus num país
democrático, Portugal.
Acabamos de festejar Sucot, a Festa das
Cabanas, festival, este, que representa para a religião judaica, o
ponto máximo de alegria do ano. Como já disse no dia de abertura da
Festa das Cabanas, a alegria tem valor quando é acompanhada pela
consciência das dificuldades e perigos da vida. Nós hoje
infelizmente devemos outra vez tomar consciência do perigo "
judeofobia", mas ainda assim valorizar mais e mais a nossa alegria
nesta época do ano.
É assim, os judeus desde a aurora da história
celebraram sua alegria apesar das perseguições nunca terem cessado e
hoje, não será este episódio que parará a vida judaica Lisboeta e
Portuguesa.
Quero abrir a cerimónia com um versículo que
ficou gravado na história e que nos acompanhou durante todos os
momentos de perseguição, o versículo vem do livro do Êxodo capitulo
1 versículo 12:
וְכַאֲשֶׁר יְעַנּוּ אֹתוֹ, כֵּן יִרְבֶּה וְכֵן יִפְרֹץ
“Mas
quanto mais os egípcios afligiam o povo de Israel, tanto mais este
se multiplicava e se espalhava…”
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Solidariedade -
Algumas das mensagens recebidas
Sábado, 29 de Setembro de 2007
Asco e raiva…
…é
o que sinto em relação ao episódio de vandalismo anti-semita
que teve lugar no cemitério judaico em Lisboa na Terça-feira
passada.
Asco porque nunca me deixará de surpreender a resistência
deste tipo de ódio ao passar do tempo e às lições da
história. Asco em relação à ralé skinhead que declara a
“guerra racial e acções violentas, pela supremacia da raça
branca” – aparentemente é este o mote da Frente Nacional,
grupúsculo ao qual pertenciam os dois tratantes responsáveis
pelos danos no cemitério.
Raiva porque fico estupefacta ao saber que um dos autores
dos crimes, que tem um cadastro de violência racista e posse
de armas e que já figura entre 36 skinheads acusados num
processo por discriminação racial, ofensas à integridade
física qualificadas e crimes de posse ilegal de armas
proibidas, que este individuo, que soube à 15 dias destas
acusações e que mesmo assim reincidiu, não tenha ficado em
prisão preventiva (como o Ministério Público, aliás, pediu).
O (A) juiz (a) achou que não havia perigo de reincidência:
nem o facto de o indivíduo em causa ter no telemóvel
fotografias de várias pessoas ligadas à comunidade judaica
portuguesa o (a) demoveu.
Raiva também pela ausência de condenação pública destes
crimes. O Alto Comissário para a Imigração e Minorias
Étnicas foi ate agora a única voz oficial a “condenar de
forma clara este tipo de actos”. Não conseguiu no entanto
coibir-se da habitual água-na-fervura nacional-porreirística:
“são casos pontuais e não reflectem o sentimento geral da
sociedade.“
Estes actos não têm que reflectir o sentimento geral da
sociedade para serem considerados graves e justificarem uma
mobilização da opinião pública. No dia em que estes actos de
facto reflectirem “o sentimento geral da sociedade”, já é
tarde. Para impedir que assim seja importa, entre outras
coisas, que líderes partidários, responsáveis políticos, e
demais figuras públicas exprimam o seu repúdio em relação a
este tipo de crimes. Quando sinagogas são atacadas em
França, ou cemitérios judaicos vandalizados na Alemanha, o
Presidente francês ou o (a) Chanceler alemã(o) exprimem
sistemática e publicamente a sua rejeição – e não é porque
os alemães e os franceses são todos anti-semitas: é porque
sabem que em democracia o exemplo dado pelos líderes eleitos
é determinante.
Em suma. O anti-semitismo não tem espaço na democracia
portuguesa e eu só espero que os dois indivíduos
responsáveis por aqueles actos venham a sentir todo o peso
da Lei, sendo exemplarmente punidos.
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Fórum Abraâmico de Portugal
O Forum Abraâmico de Portugal,
expressa o seu mais veemente repúdio pelo inqualificável acto de
selvajaria gratuita, perpetrado contra o cemitério israelita de
Lisboa. O completo desrespeito pelo descanso dos nossos
antepassados é, sem dúvida, um acto por si só condenável e
desprezível, mas, menos indiferentes ainda devemos ficar, quando
a memória dos nossos mortos é perturbada através de símbolos que
injuriaram toda a humanidade e representam um período da
história mundial que todos queremos evitar venha a repetir-se.
O Fórum expressa publicamente o seu mais profundo pesar e
repúdio pelos actos de vandalismo cometidos no Cemitério Judeu,
bem como todos os actos de semelhante natureza que atentam
contra a dignidade e respeitabilidade do ser humano.
A Direcção
Lisboa, 27 de Setembro de 2007
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Um abraço de
tristeza e solidariedade para a Comunidade Israelita de
Lisboa.
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Caros Amigos,
O meu mais sincero abraço de solidariedade e de apoio à
Comunidade Israelita de Lisboa, num momento assim triste
como este .
Contem com o meu total apoio e a minha disponibilidade .
um abraço fraterno,
Isabel Bento
Comunidade de Santo Egídio
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Trata-se de um gesto que, além de ofender a memória das pessoas
falecidas ali sepultadas, fere profundamente os mais elementares
princípios de tolerância, respeito e sã convivência entre
credos, pessoas e convicções que constituem os alicerces do
Estado de direito democrático. Com esse gesto, totalmente
estranho ao sentir da sociedade portuguesa, que há muito
interiorizou o respeito por todas as identidades
religiosas, todos nós, e não só a Comunidade Judaica, fomos
ofendidos.
Jurista - CLR
Comissão de
Liberdade Religiosa
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Profundamente
indignado e chocado por tamanha barbaridade .
É um acto de
vandalismo grosseiro que ofende não só a todos como nós que
defendem o respeito mutuo e a tolerância, como contra toda a
sociedade e aos valores dos princípios éticos e morais.
Á Comunidade Judaica
e Familiares das vitimas
A nossa Absoluta
Solidariedade e Condenação a tais actos Criminosos.
Sentimentos da
Comunidade Hindu de Portugal
Ashok Hansraj
Comissão de Liberdade Religiosa
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A indignidade do
acto traz consigo a assinatura de cobardes que se escondem no
anonimato pérfido da suástica. Mal sabem se, eles próprios,
escapariam ao crivo ariano...
Comissão de
Liberdade Religiosa
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Partilho do sentimento
de ofensa à memória daqueles que estão sepultados e sou
solidário com as suas famílias e amigos. É uma agressão
inqualificável que merece vivo repúdio.
Advogado -
Comissão de
Liberdade Religiosa
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Lamento
profundamente o sucedido e solidarizo-me com a
comunidade judaica contra acto de tão
grosseiro vandalismo.
um abraço
Jorge Bacelar Gouveia
Professor da Faculdade de Direito da
Universidade Nova de Lisboa
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“Exmo. Senhor Presidente José
Oulman Carp,
Agradeço o
convite de V. Exa. para assistir à cerimónia religiosa que terá
lugar no cemitério israelita, no próximo Domingo, 7 de Outubro.
Infelizmente,
por motivos pessoais, não me é possível comparecer na cerimónia
destinada a repudiar o acto de vandalização do cemitério judaico
ocorrido no passado dia 25 de Setembro.
Agradeço que
desse a publicidade que entender a esta minha atitude de
solidariedade para com a Comunidade Israelita de Lisboa que foi tão
bem representada na Comissão da Liberdade Religiosa, da qual fui
Presidente até ao passado dia 4 de Setembro, através da Dra. Esther
Mucznik.
Com os melhores
cumprimentos e pedido de desculpas por não estar presente, subscreve
O Juiz Conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça Jubilado, José
Menéres Pimentel.”
Ex- Presidente
da Comissão da Liberdade Religiosa
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A comunidade judaica do Rio de Janeiro, no
Brasil se solidariza com nossos irmãos portugueses que mantém a
chama milenar do judaísmo nesta região da Península Ibérica, onde os
judeus chegaram expulsos pelo imperador Adriano no século 6 de nossa
era. Judeus portugueses sobreviveram a todos os tipos de
perseguições, sobreviveram à Inquisição, ao Édito de Expulsão e ao
governo militar de direita. Mas na Europa unificada, o preço que se
paga pela liberdade é o aumento do anti-semitismo. Temos a certeza
absoluta de que as autoridades policiais e judiciárias portuguesas
agirão de forma exemplar neste caso para inibir outras tentativas de
manchar o passado e o presente dos judeus em Portugal. Tenham a
certeza de contar com a solidariedade dos judeus brasileiros.
Sergio Niskier - Presidente da Federação Israelita do Estado do
Rio de Janeiro - Brasil.
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Dear
José
I
am writing you to express my solidarity with the
Lisbon Jewish community.
Unfortunately your mail notifying us of this sad
event was received on
Wednesday night, after the beginning of Sukkot and I
had a chance to see it only today as I was in
Germany
for political encounters.
As
President of the European Jewish Congress I express
my full solidarity with the Jewish community of
Lisbon and strongly condemn the desecration of
cemetery in
Lisbon by far-right young people. I am glad
that the police caught the perpetrators quickly and
I hope justice will be served.
In
a country that has not seen much of the anti-Semitic
violence experienced by our other colleagues in
Europe, I am sure that this event comes as a
shock for you and your community. I strongly hope
that the Portuguese government will persecute these
vandals, showing an example, by the current EU
Presidency, for other European countries
Please let me know if there are any actions you
would like the EJC to take as far as official
condemnations or actions with the EU Presidency.
Yours,
Moshe Kantor
-
President of the European Jewish Congress
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Apesar de não poder comparecer quero deixar aqui o testemunho da
minha solidariedade para com a comunidade israelita e o repúdio dos
vandalismos perpetrados. Os túmulos de alguns membros da minha
família podiam ter tido a mesma sorte daqueles que foram mal
tratados.
Com os meus melhores cumprimentos
José Luís Seruya
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Por impossibilidade do Dr. Paulo
Mendes Pinto estar presente na cerimónia de domingo
próximo, cabe-me a mim representar a licenciatura em
Ciência das Religiões da Universidade Lusófona junto da
vossa comunidade.
Poderão assim contar com a nossa
representação e o nosso apoio.
Com a mais elevada estima,
José Carlos Calazans
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Caros amigos,
Gostaríamos de expressar o nosso profundo
repúdio pelos actos inqualificáveis ocorridos no cemitério
judaico no passado dia 25 de Setembro. A forma desprezível como
este crime foi perpetrado não deixa qualquer margem que não seja
a condenação categórica pelo desrespeito que os seus autores
tiveram para com os mortos e a sua memória. Quem transgride os
princípios de respeitabilidade e convivência da nossa sociedade
não merece viver em impunidade na mesma.
Aproveitamos para disponibilizar qualquer
ajuda que possam necessitar neste momento difícil para toda a
Comunidade Judaica.
Despedimos-nos com um cordial SHALOM
Atentamente,
O PRESIDENTE DA COMUNIDADE JUDAICA
MASORTI - BEIT ISRAEL
(Marco Moreyra)
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Shalom
Não podendo estar presente na cerimónia, não quero deixar de
associar-me ao repúdio do acto de violação do cemitério por tudo o
que representa na memória colectiva dos judeus, esperando que se
faça justiça por esta acção tão repugnante.
Saudações Cordiais
Rui Anahory |
Esperava que Portugal estivesse livre dessa chaga de "neo-nazistas".
Acredito que para nós judeus, actualmente, os países mais seguros
são Israel, Estados Unidos e até a própria Alemanha. Recebam a minha
solidariedade
Paulo Raphael Milnitsky |
Os meus melhores cumprimentos
Não sei se me será possível estar presente, mas em qualquer dos
casos, não queria deixar de manifestar a minha absoluta
solidariedade para com o repúdio que a cerimónia pretende
assinalar. Atentamente,
Samuel R. Pinheiro
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Repercussão na mídia -
alguns links na imprensa
sobre a invasão ao cemitério
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