Israel em foco
As Lições de Sharon
Na eminência de uma ofensiva americana contra o Iraque, Israel prepara-se uma
vez mais para o "cenário" de um bombardeamento iraquiano aos seus centros
populacionais. A sensação é um pouco a de "já se ter estado nesse filme" e
ninguém estranhará quando as sirenes soarem e for emitido o código "Muralha de
Ferro", já escolhido para avisar a população civil. Os "figurantes" estão a
postos e o cenário local pouco mudou em relação a 1991: as FDI em estado de
"alerta B", as baterias de mísseis Patriot e Arrow posicionadas, substituídas
600.000 máscaras anti-gás que perderam a validade, novos abrigos públicos ,
todos os preparativos habituais para um bombardeamento com armas convencionais
ou químico-biológicas. Para que não restem dúvidas a Saddam, Ariel Sharon já fez
constar que, se for atacada, "Israel empreenderá todas as acções necessárias". O
"filme" poderia deixar de ser uma reprise e tornar-se num "Tempestade no Deserto
II", inesperadamente "interactivo", numa versão que, segundo uma recente
pesquisa realizada pelo Instituto Dahaf , agradaria a cerca de 70% dos
israelianos.
Esperemos que a "produção" caseira do voluntarioso Bush filho tenham tomado
em consideração todas as possíveis mudanças do "cenário". Curiosamente, o
premier israeliano, ele próprio um "realizador" experiente, tem um palmarés de
que se podem extrair alguns ensinamentos absolutamente relevantes.
A primeira lição, diz precisamente respeito à eventualidade de Israel
se envolver na guerra contra o Iraque. O secretário da defesa Rumsfeld já fez
saber que os E.U.A. gostariam que Israel "fosse um mero figurante", tal como em
1991. Caso contrário, as reacções dos seus aliados árabes seriam imprevisíveis e
as pressões e manifestações violentas das populações poderiam ter consequências
nefastas para a ténue coligação, alterando todo o "enredo". No pior dos casos,
assistiríamos à deposição de alguns dos poucos líderes moderados e à sua
substituição por extremistas muçulmanos.
No entanto, se Israel não reagir a um ataque, também haverá um preço a pagar.
Isto porque já não seria a primeira vez, e a crença na sua capacidade de reacção
militar, por si própria um factor de estabilidade na região, seria posta em
causa.
A segunda lição tem a ver com a actual incapacidade norte-americana de
resolver o conflito do médio-oriente. Ironicamente, há quem diga que se o
problema se resolvesse com o envio de um batalhão de forças especiais, seria
mais fácil para Bush. Enquanto este tentava a todo o custo que a ONU se
concentrasse em Saddam, o Conselho de Segurança impôs-lhe uma pausa para exigir
a retirada das tropas israelianas que tinham cercado e destruído o
quartel-general de Arafat. Debilitados, os E.U.A deixaram fugir o seu direito de
veto para não perderem apoios para a sua própria campanha bélica. No próprio
palco dos acontecimentos, os resultados não foram mais encorajadores: revoltado
com mais um sangrento ataque bombista, Sharon mandou os seus tanques e
bulldozers destruir a Muqata, numa tentativa de desacreditar Arafat, a quem os
seus próprios seguidores vinham há meses apelidando de "o velho doente de
Ramallah"; porém, findo o cerco, Arafat foi aclamado nas ruas por milhares de
manifestantes, como se de um herói se tratasse. Fica assim provado que é muito
difícil prever o desfecho de "um filme" rodado nesta região. Esperam-se as
habituais manifestações pró-iraquianas nos territórios ocupados mas se, em pleno
bombardeamento iraquiano sobre Telavive, o Hamas decidir fazer explodir uns
homens bomba à porta de um supermercado, é provável que "guião" sofra alterações
dramáticas...
A terceira lição, tem a ver com a "mudança de regime no Iraque". Há
vinte anos atrás, o próprio Sharon tentou fazer o mesmo com outro país do
médio-oriente, o Líbano, sem tomar em linha conta o poder do nacionalismo árabe.
De um modo geral, os libaneses gostaram que Israel tivesse expulso os
palestinianos do seu país, mas a tentativa de colocar os aliados falangistas
cristãos no poder não foi bem aceite. E quanto mais tempo as tropas ficaram no
terreno, para assegurar a transição, pior foi. Da mesma forma, no Iraque, o
poderio norte-americano poderá vencer a guerra e, numa primeira fase, vir a ser
aclamado como um "exército de libertação". Mas esta experiência de Israel
demonstra que também se converter numa "força imperialista ocidental que não
pretende senão humilhar uma nação árabe", sendo então rapidamente envolvida numa
insustentável guerrilha, semelhante à que foi levada a cabo com a Hizballah.
Dirigentes como Hussein representam um perigo para o mundo civilizado e,
aparentemente, nada fará demover George Bush. Mas seria bom que reflectisse (e
muito) sobre a vivência de Sharon...
Por Gabriel Steinhardt
Acto solene na embaixada de Israel lembra o legado de paz de Itzhak Rabin
Teve lugar na Quinta-feira, 17 de Outubro, uma pequena cerimónia solene em
homenagem à memória de, Itzhak Rabin Z´L , data em que assinala-seoficialmente,
de acordo com o calendário hebraico, o 7º Aniversário de seu do desaparecimento.
Como o referiu a 1ª Secretária, Irit Savion, não se tratou de lembrar a sua
morte mas sim o seu legado de paz. O Senhor Embaixador, Shmuel Tevet pronunciou
um discurso lembrando o grande contributo para a Paz de Rabin e a necessidade de
continuar pelo caminho por ele aberto. A terminar foram solenemente acesas 7
velas à sua memória.
"...Já há mais de cem anos que desejamos uma boa vizinhança com aqueles que nos
rodeiam e viver uma vida sem medo e sem receios. Já há mais de cem anos que
sonhamos e lutamos..."
Excerto de uma carta escrita por Rabin acerca dos Acordos de Oslo,
21/09/1993
Atualização sobre a aliá
Desde 1º de setembro, 3.159 novos olim chegaram a Israel; destes, 1.855
provenientes da antiga União Soviética e da Europa Oriental, 585 da Argentina,
252 da França, 212 da Etiópia e os demais do Uruguai, Brasil, México, Colômbia,
Paraguai, Venezuela, Chile, Peru, Suécia, Índia, Inglaterra, África do Sul,
Austrália, Alemanha, Suíça, Itália, Turquia, Estados Unidos e Canadá. Desde o
início do ano, 23.515 novos imigrantes aportaram em Israel.
Queda na média dos salários em Israel
No segundo trimestre de 2002, a média dos salários mensais apresentou queda
de 5,8%, em comparação com o mesmo período do ano passado. Isto segue-se à queda
de 3,2% verificada no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o primeiro
trimestre de 2001. A queda se verificou em todos os sectores da economia. A
média dos salários brutos em junho foi de NIS 7.606 (US$ 1.618), quando havia
2.423 milhões de postos assalariados. As estatísticas recentemente divulgadas
pelo Central Bureau of Statistics mostraram que os salários caíram
significativamente no primeiro semestre do ano - 4,5% - em contraposição a um
aumento de 0,1% em 2001, em virtude do aprofundamento da recessão, do aumento no
desemprego e das demissões em massa no sector de alta tecnologia.
FUNDO EZRA VE JESED
O fundo EZRA VE JESED tem por vocação sustentar famílias que se consagram a
cuidar crianças doentes que estão a ser abandonadas em diferentes hospitis do
país. Estas famílias são apoiadas por EZRA VE JESED que suplementa a ajuda
económica que é paga pelo governo. Si queres participar desta nobre causa e
colocar um sorriso no rosto destas crianças carentes, envie sua generosa doação.
FUNDO EZRA VE JESED
POB 9332 - Jerusalém, Israel 91092
Tel.: 02 - 6433502
Director : Itzjak Abergil
Todas as doações são dedutíveis de impostos