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As Festas Judaicas, o “Samito” e o Centro
Se há uma constante nas nossas actividades
comunitárias ao longos dos anos é a comemoração pelos jovens e menos jovens das
festas judaicas, sobretudo Hanucá e Purim.
Festas alegres que comemoram respectivamente a sobrevivência espiritual e física
do povo judeu, elas têm sido para gerações sucessivas uma forma de conhecimento
de parte do nosso património cultural e religioso, mas acima de tudo uma forma
de estreitar os laços comunitários através da preparação das mesmas: a
imaginação colectiva a trabalhar, a excitação dos ensaios, as partidas aos “ensaiadores”,
os risos nervosos que irrompem nos momentos mais impróprios, os sorrisos babados
de pais e avós, tudo isso deixa na nossa memória um sabor inesquecível.
Durante longos anos realizadas pela organização de juventude “Hehaber”, muitas
dessas festas estão ligadas a um nome: Sam Levy, o Samito. Organizador
entusiasta e incansável, detentor de um tesouro em forma de guarda-roupa que nos
transformava em maravilhosas rainhas ou em intrépidos guerreiros, extraído de
misteriosos baús escondidos nas caves do Centro, o Samito dava corpo á nossa
imaginação e aos nossos sonhos.
Mas falar de festas é também falar de um espaço, o Centro Israelita, ou
simplesmente o Centro. Inaugurado em 1948, simbolicamente no mesmo ano da
criação do Estado de Israel, foi no Centro que cresceram as actuais gerações da
comunidade, foi dentro dos seus muros que sempre se realizaram festas, jantares,
conferências e assembleias gerais; homenagens e recepções, cerimónias religiosas
de Brit Milot e festas de Bar e Bat Mizvot . Foi sob o olhar dessas paredes que
tantos de nós deram os primeiros passos de dança, os primeiros namoros e
sobretudo se estabeleceram amizades para a vida inteira. Lições de hebraico e de
judaísmo, jogos de futebol e ping-pong, brincadeiras e segredinhos, festas e
bailes, tudo isso tem na nossa memória um quadro: o Centro Israelita. Por isso,
de certa maneira, ele faz parte daquilo que somos hoje.
Hoje, as instalações do centro encontram-se num estado de degradação muito
grande, mas estamos a fazer todos os esforços para o recuperar de forma a que
possa de novo ser o ponto de encontro da Comunidade.
Esther Mucznik
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