Israel em foco
Quem tramou os movimentos pacifistas?
No dia 4 de Novembro de 1995, Itzhak Rabin foi cobardemente assassinado por
um seu compatriota, Ygal Amir (hoje cumprindo pena de prisão perpétua) quando
participava numa enorme manifestação pacifista em Telavive. O seu assassinato
foi a trágica consequência de uma violenta campanha dos colonos e dos
nacionalistas religiosos e de extrema direita contra a política de paz do
governo trabalhista que então liderava.
Após a assinatura dos Acordos de Oslo em 1993, o Médio-Oriente parecia caminhar
a passos largos e seguros para a paz. As manifestações de rua dos movimentos
pacifistas israelianos tinham enchido as praças públicas, e levado à derrocada
do governo do Likud de Itzhak Shamir e à eleição da dupla trabalhista
Rabin-Peres, com uma mensagem bem clara: o apoio político e popular para o
reconhecimento mútuo de Israel e do futuro Estado Palestiniano. Sensibilizados,
os palestinianos, pelo menos publicamente, abandonaram o seu discurso de
“aniquilação do Estado de Israel” e admitiram a co-existência dos dois estados.
Hoje, dez anos depois, esses movimentos pacifistas quase que não se fazem sentir
em Israel e são completamente ignorados pelo primeiro-ministro Sharon. Quem é
que os “tramou”, deitando a baixo o conteúdo útil da sua mensagem?
Lamentavelmente, Arafat recusou-se a aceitar a melhor proposta que alguma vez
virá a ter e que reunia o apoio de uma estreita (mas válida) maioria dos
israelianos: a criação de um Estado Palestiniano em 95% dos territórios de Gaza
e da Cisjordânia com capital em Jerusalém oriental. A liderança palestiniana
revelou falta de visão e de coragem política ao ceder às pressões da facção que
advoga a “destruição de Israel” em detrimento da opinião dos que defendem a
justa causa da sua “libertação nacional”. Desde então, a situação tem vindo a
deteriorar-se e os líderes palestinianos revelam-se incapazes de fazer frente
aos fanáticos no seu seio e de desarmar o Hamas e a Jihad. A fronteira entre os
palestinianos que lutam pela sua liberdade e os que lutam por negar a Israel
esse mesmo direito é cada vez mais ténue e, à medida que a opinião pública em
Israel perde confiança na sinceridade dos palestinianos sobre a co-existência
pacífica, os movimentos pacifistas tornam-se cada vez mais débeis.
É uma situação que não interessa a nenhum dos lados. Quando um prisioneiro e o
seu captor estão algemados um ao outro durante décadas, acabam por perder ambos
a liberdade. Se não for de todo possível chegar a um acordo negociado, penso que
faria sentido Israel por fim unilateralmente ao seu domínio sobre os territórios
habitados pelos palestinianos. E se o futuro estado palestiniano não lhe der a
paz desejada, então lutar “com unhas e dentes” e sem contemplações pela
liberdade do seu país. Esclareço: do seu país, não dos territórios por si
ocupados.
Gabriel Steinhardt
Embaixada realiza Bazar Diplomático
Decorreu como todos os anos, na Cordoaria Nacional (gentilmente cedida pelo
Museu da Marinha) o Bazar Internacional do Corpo Diplomático, organizado pela
Associação dos Cônjuges dos Diplomatas Portugueses em colaboração com as
Embaixadas e com o Alto Patrocínio da Ex.ma Sra. D. Maria José Ritta. Este ano,
o popular evento teve lugar dias 29 e 30 de Novembro (das 11h às 20h) e toda a
sua receita reverteu a favor de crianças que necessitam de cuidados especiais. A
Embaixada de Israel teve a enorme honra de estar presente com 2 stands repletos
com os mais variados produtos israelitas da mais alta qualidade. Queremos
agradecer a todas as empresas sem excepção, que colaboraram com a Embaixada
nesta iniciativa tão altruísta, principalmente à Ex.ma. Sra. D. Monique Schwartz
e família, da firma Schwartz & Bento pelo seu generoso contributo e pela sua
gentileza, absolutamente impagáveis.