Aconteceu no Mundo
A Comunidade Israelita de Genève celebra os seus 150 anos
A Comunidade Israelita de Genève comemorou, em 2002, os 150 anos do seu
reconhecimento oficial pelo Conselho de Estado da República e Cantão de Genève,
com a aprovação dos seus estatutos em 26 de Maio de 1852. As notícias mais
antigas registam a presença de judeus em Genève já em 1281, embora a primeira
verdadeira comunidade judaica medieval tenha surgido apenas em 1396. A paritr de
1428 ficou confinada a um ghetto tendo sido expulsa em 1490. Tal como em
Portugal, não voltará a haver judeus na cidade até ao fim do século XVIII.
Ligada, em 1754,ao reino da Sardenha, Carouge (hoje um subúrbio de Genève)
acolheuy uma pequena colónia judaica em 1779. Em 1782 aparece o embrião de uma
comunidade que, em 1787 se compunha de 30 famílias. Em 1800 os judeus de Carouge
já tinham um cemitério próprio utilizado até 1920, data da criação do cemitério
de Veyres (que está repartido entre a Suiça e o território francês, por a Suiça
não admitir cemitérios confessionais, desde 1876). Em 1816, pelo Tratado de
Turim, Carouge passa a fazer parte de Genève.
Porém, uma lei de 14 de Novembro de 1816, estipulava que sómente pessoas que
professassem a religião cristã podiam ser considerados como cidadãos de Genève.
Uma longa batalha se travou até à supressão dessa restrição. Apesar da aprovação
dos estatutos em 1852 a emancipação só chegou em 1857. A igualdade cívica surgiu,
na realidade, com uma votação federal em 1866 apenas. Em 1859 inaugurava-se a lª
sinagoga que ainda hoje existe na Place de la Synagogue em pleno centro. A
Comunidade era inicialmente composta de judeus alsacianos, mas no final do
século 19 recebeu judeus do Leste europeu e os primeiros sefaradim. Esta última
imigração teve especial predominância depois da 2ª Guerra Mundial, com judeus
vindos da África do Norte e do Próximo Oriente. Assim foi construida uma nova
Sinagoga sefardita em 1972. Em virtude da emergência, desde 1970 de um judaismo
dito liberal surgiu uma outra sinagoga em 1984, existindo, ainda uma outra de
rito ashkenaze(Lubavitch). Em 1990 a população judaica de Genève ascendia a 3990
pessoas, mas actualmente, essa população é estimada em 6000 pessoas. A
Comunidade tem uma bela sede onde funciona entre outras coisas, um restaurante
casher e os cursos de Talmud Torah e uma ampla sala de festas com palco. O
Rabino Dr. Alexandre Safran é o Grão-Rabino de Genève. Desde Setembro de 2002 o
Dr. Itzhak Dayan é o Grão-Rabino da Comunidade Israelita de Genève. À Presidente
da Comunidade Israelita de Genève, a jurista Drª Sabine Simkhovitch-Dreyfus, e
aos seus colegas da Direcção. endereçamos os nossos melhores desejos de
prosperidade.
Por Samuel Levy
Boicote universitário a Israel
A 16 de Dezembro passado, o Conselho da Universidade de Paris VI (Pierre e
Marie Curie) apelou, no seguimento de outras universidade francesas e
britânicas, ao boicote de Israel em matéria de investigação. O comunicado
referia que “A ocupação israelita da Cisjordânia e de Gaza torna impossível a
actividade de ensino superior e de investigação dos nossos colegas palestinianos:
a renovação do acordo de associação União Europeia – Israel (...) constituiria
um apoio à política actual do Estado de Israel e estaria em contradição com o
artigo 2 deste acordo que afirma que as relações entre as partes (...) se
baseiam no respeito dos direitos humanos e nos princípios democráticos que
inspiram as suas políticas internas e internacionais (...). Em consequência, o
Conselho da Universidade pronunciou-se contra a renovação do acordo de
cooperação universitário entre a união Europeia e Israel.
Este verdadeiro anátema a cientistas e investigadores israelitas por causa da
sua nacionalidade israelita levantou inúmeros protestos por parte de académicos,
nomeadamente do prémio Nobel de Física Claude Cohen-Tannoudji, de outras
universidade e de organismos internacionais como o Conselho da Europa e a Unesco,
o que levou o Conselho de Administração da referida Universidade a pronunciar-se
contra o boicote e a mandatar o seu presidente para desenvolver a cooperação com
as universidade israelitas e palestinianas. Apesar deste final “feliz”, estas
tomadas de posição apelando ao boicote de Israel, que se sucedem cada vez mais,
não deixam de ser significativas do clima antisionista reinante na Europa.
Um rabino apunhalado numa sinagoga em Paris
O Rabino Gabriel Farhi, do Movimento Judaico Liberal de França foi apunhalado
ainda dentro da sua sinagoga, no 11º bairro de Paris, na Sexta-feira, 3 de
Janeiro, por um desconhecido. Este atentado, felizmente de consequências sem
gravidade, deu-se depois do Rabino ter recebido ameaças de morte. No seguimento
do atentado a sua viatura foi incendiada. É de referir que o Rabino Gabriel
Farhi é um defensor do diálogo inter-religioso.