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Número de Judeus no mundo desce para 12.9 milhões
O número de judeus no mundo está a diminuir, segundo um novo estudo realizado
pelo Instituto para a Política de Planeamento Populacional da Agência Judaica,
na sequência de um exame preliminar feito ao mais recente recenseamento da
população judaica na América.
De acordo com o referido Instituto, que organizou uma sessão de emergência para
tratar desta “crise demográfica”, existem neste momento cerca de 12.9 milhões de
Judeus no mundo. Uma estimativa do início deste ano apontava para o número de
13.2 milhões. A maior razão para esta diminuição surge nos dados revelados pelo
recenseamento das Comunidades Judaicas dos Estados Unidos, que demonstram que
houve uma redução de 300 mil pessoas na população judaica americana (de 5,5
milhões em 1990 para 5,2 milhões em 2002). Os especialistas afirmam que cerca de
300 mil judeus emigraram para os Estados Unidos durante a década de 90 mas que,
ainda assim, a Comunidade foi perdendo cerca de 500 mil judeus por ano, a maior
parte devido a um desgaste natural.
O Instituto, dirigido conjuntamente pelo antigo enviado americano para a Paz no
Médio Oriente, Dennis Ross, e pelo Professor Yehezel Dror, um especialista em
planeamento governamental, tem como missão estabelecer políticas para a
população judaica a longo prazo.
Estudos publicados na conferência afirmam que a redução é manifesta noutras
comunidades judaicas espalhadas pelo mundo. A Comunidade francesa viu o seu
número reduzido de 535 mil pessoas em 1980 para cerca de 500 mil membros hoje,
enquanto o número de judeus na Antiga União Soviética caiu de 1.45 milhões em
1989 para 437 mil nos dias que correm. A maior parte desses judeus emigrou para
Israel durante os anos 90.
De acordo com o Professor Sergio della Pergola, um especialista em questões
demográficas, “no ano passado, só na Rússia, registaram-se mais de 8000 mortes
entre os maios idosos e somente 600 nascimentos. É o final de um longo processo
de assimilação e envelhecimento”.
A única Comunidade Judaica no mundo que está a crescer é Israel, onde reside a
maior parte dos jovens judeus abaixo dos 15 anos. Sallai Meridor, o Presidente
nomeado pelo Likud para a Agência Judaica, afirmou na conferência que “um os
maiores problemas é o elevado custo da educação no Ocidente, e têm que ser
encontradas formas de ajudar as famílias a pagar a educação judaica dos seus
filhos”.
Deixando no ar uma mudança na sua opinião sobre o Grande Israel, Meridor diz que
a ameaça demográfica que cai sobre Israel, devido ao aumento da população não
Judaica e ao controlo israelita sobre os territórios, “deve certamente
influenciar a nossa política de fronteiras”.
Mas acrescenta que “também significa que não podemos ceder perante os Palestinos
na questão do direito ao retorno. E, particularmente, devemos aumentar a
imigração. É essa a necessidade vital para Israel”
Meridor apelou ainda para uma atitude mais branda dos Rabinos em relação à
conversão dos imigrantes não Judeus “Eu espero que a conversão continue a ser
uma porta de entrada para o povo Judaico, porque acredito que o povo de Israel e
a religião de Israel andam juntas. Mas isso só até ao ponto em que os valores
religiosos não coloquem em risco as necessidades nacionais... Não existirá uma
significativa imigração no futuro que não inclua os membros não judeus das
famílias, e aqueles que estiverem desde já dispostos a esquecer essas pessoas,
devem desistir do esforço demográfico”.
Ross, por seu lado, afirmou que “temos de examinar quais os métodos que
funcionaram no passado e quais os que não resultaram”, realçando que as escolas
judaicas, os campos de Verão e as viagens organizadas para Israel foram sempre
os melhores métodos utilizados para manter os jovens Judeus interessados no
destino do Povo de Israel. Para mais, “se Israel se quer manter como o centro do
Povo Judeu, deve permanecer um Estado Judaico e Democrático”.
Fonte : Jornal Haaretz
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