CERIMÓNIA DO 10º ANIVERSÁRIO DA REDEDICAÇÃO DO CEMITÉRIO JUDAICO DE FARO

     

Esta cerimónia, realizada no passado dia 18 de Maio, teve início com o descerramento de uma placa na Escola da Penha, por Esther Mucznik, Vice-presidente da Comunidade Israelita de Lisboa. Esta placa atesta o reconhecimento da Câmara Municipal de Faro à Comunidade Israelita de Lisboa, pela doação do terreno, adjacente ao Cemitério, onde se encontra esta escola e homenageia Semtob Dreiblatt Sequerra, por mão de quem essa doação se tornou realidade. Seguidamente, na instalação provisória do que será o futuro museu do Cemitério Israelita de Faro, o Senhor Embaixador de Israel, Samuel Tevet, descerrou outra lápide em homenagem a Isaac Bitton, presidente e fundador da Faro Cemetery Restoration Fund inc., que financiou a restauração e a posterior manutenção do Cemitério.
A cerimónia continuou perante uma numerosa assistência vinda não só de Faro mas também de Lisboa, com diversas intervenções com destaque para o Presidente da Região de Turismo do Algarve, Paulo Neves e o Presidente da Câmara Municipal de Faro, José Vitorino. Usaram igualmente da palavra o Presidente da CIL, José Oulman Carp, o Presidente da Associação de Estudos Judaicos, Roberto Bachman, e o Presidente da Comunidade Judaica do Algarve, Ralf Pinto, mentor e obreiro não só desta cerimónia mas de todo o trabalho que deste há 15 anos se tem vindo a fazer em prol do restauro do cemitério e da defesa da memória da antiga Comunidade Judaica de Faro. A parte religiosa esteve a cargo de Isaac Assor, oficiante da Sinagoga de Lisboa, que entoou diversos salmos e benções. Finalmente e depois do Hino Nacional, foi servido um beberete oferecido pela Câmara Municipal de Faro.

A Comunidade Israelita de Faro

A Comunidade Israelita de Faro formou-se no início do século XIX. Entre as famílias contavam-se nomes como Amram, Ruah, Ezaguy, Levi, Sequerra, Abecassis, Buzaglo e Pariente conforme se pode verificar nas campas do cemitério.
A Comunidade de Faro prosperou ao longo de um século ligada aos negócios dos frutos secos e da exportação de cortiça e estava integrada na alta sociedade local. É disso exemplo o facto de um dos sócios fundadores do selectivo Clube Farense (f. em 1863) ser Joshua Sequerra, e de algumas das melhores casas da cidade terem pertencido a famílias judias, nomeadamente, o antigo convento situado junto ao Paço Episcopal, onde actualmente funciona o Museu de Faro, que chegou a ser escritório e armazém de cortiça da empresa Amram.
Segundo um testemunho local, era tal a influência das famílias judias que durante um tempo o Teatro Lethes não abria ao sábado para respeitar o shabat e, pela mesma razão, a alta sociedade evitava dar festas na noite de sexta- feira.
Até aos anos trinta do século passado, ainda funcionavam duas sinagogas em Faro. Houve ainda uma terceira sinagoga que foi transformada num lar para judeus pobres. Nenhuma delas era construída de raiz e os edifícios onde se encontravam foram derrubados para dar lugar a outros prédios. Actualmente a pequena comunidade, recentemente criada por Ralf Pinto, lança um apelo a todos os judeus que eventualmente residam no Algarve, para se juntarem e erguerem de novo uma vivência judaica, na tradição da antiga comunidade.

Cemitério Israelita de Faro

O terreno do cemitério foi comprado por particulares, Joseph Sicsú, Moses Sequerra e Samuel Amram por escritura notarial de 30 de Dezembro de 1851 (à data as Comunidades israelitas ainda não tinham existência legal). No cemitério Israelita de Faro existem 106 campas das quais 71 possuem lápidas com inscrições em hebraico. A mais antiga pertence ao rabino Joseph Toledano, falecido em 1838, a mais recente refere-se a Abrahão Ruah que morreu em 1932. Em 1980, Sam Levy, José Maria Abecassis e Lourenço Abecassis efectuaram o levantamento epigráfico e a leitura das lápidas. A tradução para Português foi feita pelo então Rabino da Sinagoga de Lisboa, Abraham Assor (Z-L) O cemitério foi utilizado durante cerca de cem anos.

  Seminário da EUJS: “Como combater a manipulação de imagens”

     

Participei em Estrasburgo num seminário organizado pela EUJS (European Union of Jewish Students) com o apoio do Directorado da Juventude e do Desporto, do Conselho da Europa, sobre como combater a utilização indevida de imagens, estereótipos e preconceitos nos media. A sessão decorreu de 11 a 18 de Maio e contou com a participação de 24 estudantes de 20 países diferentes.
A sessão explicou como as imagens são criadas e manipuladas, o que está por trás delas, como podem levar à intolerância e discriminação e como os mass-media as podem ajudar a perpetuar. Aprendemos também como combater as várias formas de manipulação das imagens de uma forma eficaz. Vimos vários exemplos de manipulação em jornais, revistas e televisão, não só contra os judeus e Israel mas também contra as minorias de cada país. Discutimos também formas de combater situações de discriminação concretas, que aconteceram em vários países europeus quer com judeus quer com outras minorias.
O ambiente entre os participantes, organizadores e oradores foi fantástico resultando num grupo coeso e que certamente manterá o contacto no futuro. Não sobrou muito tempo para o contacto com a comunidade local mas ainda assim foi um complemento importante para o evento. Assistimos ao serviço de Shabbat numa das Sinagogas de Estrasburgo, completamente cheia com pessoas de todas as idades, e depois continuámos com a associação de estudantes local no centro comunitário, numa noite cheia de canções e alegria.

Bernardo Abecasis

Cocktail de Yom Haatzmaut da Embaixada – 55 anos do Estado de Israel

 

No passado dia 7 de Maio, comemorámos aqui em Lisboa, tal como em Israel, o Dia Nacional (Yom-Hatzmaut). Foi uma recepção calorosa oferecida pela Embaixada de Israel no Hotel Sheraton, contando com a presença de cerca de seis centenas de pessoas, entre as quais parlamentares, membros do corpo diplomático e as mais diversas personalidades da sociedade portuguesa, sem contar com os inúmeros amigos da comunidade judaica. O Embaixador de Israel teve a oportunidade de proferir um breve discurso, no qual referiu as dificuldades que Israel tem enfrentado neste último ano e expressou a sua confiança num futuro de paz para o Médio Oriente. Ao som da música tradicional israelita, muitos dos participantes dançaram a “Hora”, tocada e cantada por Aharon Perera, artista vindo de Israel especialmente para o efeito.

Yom Hazikaron na CIL

     

     

A Comunidade Israelita de Lisboa em conjunto com a Embaixada de Israel em Potugal, realizaram no passado dia 6 de Maio a tradicional Cerimónia de Yom Hazikaron em homenagem a todos os soldados caídos em defesa do Estado de Israel e às vítimas de atentados terroristas, que infelizmente até recentemente seguiram a ocorrer. Após o serviço de Minhá todos foram convidados a seguir até ao jardim da Sinagoga Shaaré Tikvá, onde as dezenas de pessoas presentes puderam participar de um emocionante acto solene que se iniciou com um minuto de silêncio e que se seguiu com os jovens membros da Tnuá Dor Chadash de Lisboa e a 1ª Secretária da Embaixada – Sra. Irit Savion, a sucederem-se na leitura de belos textos e interpretação de músicas e mensagens comoventes. Também foi exibido um curto, mas muito tocante vídeo com imagens de soldados do Tsahal ao som da canção em hebraico - “Ha Nassich Hakatan” ( O Pequeno Príncipe). O Presidente da Cil - José Oulman Carp dirigiu sua mensagem ao público presente e, antes do Sr. Shmuel Tevet – Embaixador de Israel dar também a sua mensagem à assistência, houve ainda tempo de Marcos Prist interpretar ao som de sua guitarra, a canção hebraica “Ha Milchamá Hachroná” (A Última Guerra). Para encerrar o acto todos os presentes entoaram emocionados o Hino de Israel – Hativká. Após o acto, decorreu na Sinagoga a Cerimónia Especial de Arbit de Yom Haatzmaut oficiada por Isaac Assor que na oportunidade também tocou o Shofar.

Registo das Confissões Religiosas Aprovado pelo Governo

O Conselho de Ministros aprovou, no passado dia 14 de Maio, o decreto-lei que regula o Registo de Pessoas Colectivas Religiosas (RPCR), um dos textos que concretiza a aplicação da Lei de Liberdade Religiosa. O decreto-lei que entrará em vigor a 1 de Dezembro 2003, passou a estabelecer no seu artº 20 que “as confissões religiosas não católicas, inscritas nos Governos Civis ou na Secretaria-Geral do Ministério da Justiça, em momento anterior ao do início da vigência da Lei nº 16/2001 (Lei da Liberdade Religiosa), de 22 de Junho, conservam a sua personalidade jurídica”. Só as que não estavam inscritas até aquele momento terão que requerer a sua conversão em pessoa colectiva religiosa. Falta ainda aprovar o decreto-lei que regulará a Comissão da Liberdade Religiosa.

Encontro de Jovens das Comunidades de Lisboa e Madrid

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

Após pouco de mais de um ano de actividades já realizadas desde a sua criação, já com sua base mais solidificada, com uma identidade, estrutura e objectivos mais bem definidos e com uma massa crítica de participantes mais significativa com mais de 50 integrantes, os jovens do Dor Chadash estavam prontos para novos vôos e grandes projectos, entre os quais o intercâmbio fundamental com novos grupos de jovens judeus de outros países. E assim ocorreu. Após um longo e estreito contacto entre a Direcção das duas Comunidades, quando todos os detalhes e necessidades tinham sido devidamente trabalhados, foi finalmente definida a realização de um Encontro de Jovens Judeus das Comunidades de Lisboa (CIL) e Madrid (CJM) com faixa etária entre dos 13 e 20 anos. Encontro este que teve início ainda na madrugada do dia 1 de Maio, quando 18 jovens do Lisboa Movimento Juvenil Dor Chadash devidamente acompanhados e coordenados pelo Director Executivo da CIL - Marcos Prist e sua esposa Lilian Prist, seguiram viagem até Madrid durante 8 longas horas. Mas mesmo a cansativa viagem não foi motivo para o desânimo destes jovens, que estavam todos muito ansiosos (muitos viajavam sem os pais pela primeira vez), eufóricos, felizes e orgulhosos por ali estarem juntos. Chegaram pela manhã a Madrid e foram directo para a sede da CJM onde foram recebidos, tomaram um pequeno almoço e descansaram um pouco. Mas logo de seguida estavam em actividades de integração com os jovens locais que chegavam paulatinamente. Os nossos jovens buscaram então forças para participarem numa grande Gincana por Madrid na qual, divididos em grupos, tinham de cumprir tarefas, mas acima de tudo puderam conhecer locais importantes de Madrid, conhecerem-se e integrarem-se ainda mais. E sem tempo para mais nada, seguiram lá pelas 16 horas para Massada, bela sede de campo da CJM, localizada a cerca de 60 KM da capital espanhola. Ali permaneceram durante 3 intensos dias, nos quais puderam viver de tudo um pouco. Actividades sociais, culturais, religiosas, palestras, debates, jogos, brincadeiras, desporto, competições... enfim, tudo ali aconteceu até o Domingo pela manhã, sempre com um enfoque maior dado a Israel, já que o evento ocorreu durante a semana que antecedia os 55 Anos da Independência do Estado de Israel. No Domingo para o chamado “Rally a Toledo”, onde puderam conhecer as Judiarias e os vestígios da vida judaica local. Ao final da tarde chegou o momento da difícil e inevitável despedida, quando se pôde notar o impacto e a força positiva que este encontro causou entre todos os participantes, quando o idioma, as inseguranças e o inesperado já não constituíam qualquer obstáculo. Foi este sem dúvida um momento inesquecível para estes jovens, que decerto foi apenas o primeiro de muitos outros encontros internacionais que ainda terão pela frente ! Kadima Dor Chadash !

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