Cartas dos Leitores

Na edição do Tikvá do passado mês de Abril, na rubrica “Aconteceu na CIL” vem uma nota dando conta da eleição da nova Direcção da Associação Israelita de Beneficência “Somej Nophlim”.

Parece-nos oportuno partilhar com todos os membros da nossa Comunidade alguns dos objectivos que esta Direcção deseja ver realizados durante o primeiro ano de trabalho.

bulletEstamos em vias de terminar a lista de todas as pessoas que têm estado a receber auxílio da “S.N”, auxílio esse não apenas material, mas também de acompanhamento e atenção;
bulletVamos também começar a receber roupas em 2ª mão, isto é, roupas nossas que já não usamos mas que ainda estão em condições aceitáveis para as vendermos e com isso aumentarmos a nossa capacidade de ajuda aos necessitados;
bulletOs Estatutos da “Somej Nophlim”datam de 1922 e, como todas estamos de acordo que estão obsoletos, iniciamos o processo, que será certamente complicado e longo, de os actualizar. Aceitamos e estudaremos com atenção as sugestões de qualquer membro da Comunidade, e ponho à disposição para tal o meu e-mail, goldfer@usa.net.

Para todos os que são, ou em breve virão a ser sócios da “Somej Nophlim” gostaria de lembrar que a quota anual mínima é de 120 Euros e de 60 Euros para os sócios até aos 25 anos de idade. Referi-me ao montante da quota mínima, mas quem quiser pode dar mais!
Queremos agradecer à CIL o apoio logístico que nos tem dado e estamos convictos que, juntando os nossos esforços, seremos capazes de levar a bom porto as tarefas que temos pela frente.

Pela Direcção da Somej Nophlim
Gaby G.Ferreira

 

Resposta a Miguel Bekerman
(A propósito do restauro do Cemitério Judaico da Estrela)

Caro Miguel,
Em primeiro lugar, obrigada pela sua reacção ao meu artigo. Quero dizer-lhe que compreendo e respeito a sua posição e os motivos que apresenta, nomeadamente quando invoca a memória do Holocausto e a passividade das outras religiões.
Mas penso que a dor e o ressentimento passado, embora permaneçam dentro de nós para sempre, não devem ser uma orientação para acção. Levando o seu raciocínio ao extremo, nunca Israel e o mundo judaico deveriam ter aceite as indemnizações alemãs. O que este grupo de voluntários cristãos pretende é precisamente o mesmo: redimir-se em relação ao passado, ajudar a minimizar, mesmo que neste grau ínfimo, as dolorosas consequências da cumplicidade passada da Igreja cristã.
E eu continuo a pensar que devemos aceitar a proposta deles: não apenas porque é útil para nós, mas também porque acredito que o diálogo e a concórdia entre as religiões pode ser um importante contributo à paz no mundo.
Também lhe quero dizer que tive o cuidado de consultar pessoalmente o Grão-Rabino Gilles Bernheim, de Paris. Na opinião dele, nada impede do ponto de vista religioso, o voluntariado deste grupo cristão, embora aconselhe que ele seja feito sob a supervisão de um Rabino ou, na sua falta, por pessoas qualificadas do ponto de vista religioso.
Assim, reitero a proposta que já apresentei, em nome da Direcção: continuar o trabalho que apenas foi iniciado, sob a supervisão da Hevrá e com a colaboração dos nossos jovens, como o Miguel sugere, aliás, na sua carta.

Um abraço amigo
Esther Mucznik

Esta rubrica é um espaço para opiniões, questões, críticas ou manifestações sobre assuntos relacionados ao judaísmo e a nossa Comunidade.
Envie seu texto até o dia 15 de cada mês. Participe !

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