Israel em foco

Mensagem do Embaixador de Israel por ocasião de Rosh Hashana

Na minha mensagem do ano passado, utilizei a expressão:

TIKHLE SHANA VEKILELOTEHA
TAHEL SHANA UBIRKOTEHA

“Que termine o ano com as suas maldições e que comece um ano de bênçãos”

Efectivamente, o ano começou bem. Após a pressão dos EUA e da UE sobre a Autoridade Palestiniana, começámos a assistir a reformas e, pela primeira vez, foi nomeado um primeiro ministro palestiniano. O roteiro para a paz (“Road Map”) foi apresentado e assinado por ambos os governos.
Chegámos a ver, na televisão, Ariel Sharon, sentado à mesma mesa com Abu Mazen e vimos o Ministro da Defesa israelita Shaul Mofaz falando de forma amistosa com Mohamed Dahlan, quase YEMOT HAMASHIAH mas, qualquer avanço na direcção de um acordo de paz, causa sempre desagrado a um grupo de palestinianos que recorre ao terrorismo para nos relembrar que desejam a destruição de Israel.
Há apenas alguns dias, sofremos um atentado no restaurante MAXIM, em Haifa, no qual foram assassinados 19 cidadãos, entre eles, foram dizimadas duas familias completas, avós, filhos e netos.
A experiência dos últimos meses demonstrou que não é possível negociar com organizações terroristas. A única possibilidade de se alcançar a paz é desmantelar essas organizações.
O Governo de Israel tem o dever de defender o seu povo e, por isso, reagiu atacando um campo de treino de terroristas na Síria, a 15 quilometros de Damasco. O ataque propriamente dito e o ruído provocado pelos aviões supersónicos sobrevoando o palácio do Presidente sírio continha a mensagem clara de que Israel não aceitará que a Síria apoie e dê abrigo ao terrorismo.
Infelizmente, parece que no próximo ano, teremos de continuar a nossa luta contra o terrorismo mas, ao mesmo tempo, não perdemos a esperança que um novo Governo palestinano desmantelará as organizações terroristas e, nesse caso, Israel terá um parceiro para as negociações.
Gostaria ainda de referir duas palavras sobre as relações entre Portugal e Israel. Durante este ano, a Embaixada teve várias ocasiões de contactar com o Ministério dos Negócios Estrangeiros: Quando solicitámos o apoio do governo português para incluir o braço político do Hamas na lista de organizações terroristas da UE, o Ministro dos Negócios Estrangeiros disse-me claramente, que Portugal não distingue entre braço político e braço armado; e, quando solicitámos o apoio de Portugal para fazer diminuir o número de decisões anti-israelitas, que anualmente se tomam na Assembleia-Geral da ONU, a resposta foi também favorável. Ultimamente, foi nomeado um novo Embaixador de Portugal em Israel – Pedro Nuno Bártolo, braço direito do ministro. Está ainda programada uma visita do Ministro dos Negócios Estrangeiros a Israel.
Quanto à Comunidade Judaica de Lisboa, gostaria de apresentar os melhores cumprimentos à direcção pelo seu dinamismo e iniciativas no campo social, educativo e religioso.
Sei que após a época das festividades, serão levadas a cabo obras de restauro na sinagoga. Quero desejar, que num futuro próximo, tenhamos uma sinagoga ainda mais bonita, centro da vida espiritual e religiosa da comunidade, contando com os oficios de um novo Rabino.
Para terminar, desejo a todos vós, também em nome da minha mulher, Nava, um ano repleto de prosperidade, saúde e felicidade.

GMAR HATIMA TOVA

Shmuel Tevet
 

YAMIM NORA’IM

Vinte e seis de Setembro, Erev Rosh HaShana 5764. Cerca das nove e meia da noite em Israel, Mahmoud Hamedan, um jovem palestiniano de 22 anos, recém libertado de uma pena de 14 meses numa prisão israeliana, entrava furtivamente no colonato israeliano de Negohot, aproveitando uma área não cercada. Na sua mão direita, uma M-16 americana. Quando bateu à porta de uma das casas, ainda se jantava. Foi Eyal Yiberbaum, de 27 anos, natural de Rehovot, um dos convidados, que abriu a porta. Hamedan disparou à queima-roupa, ferindo mortalmente Yeberbaum Z”l. Enquanto era perseguido pelo dono da casa e por um soldado, Hamedan disparou contra outras casas do colonato, ferindo mais três pessoas uma das quais morreu pouco tempo depois. Chamava-se Shaked Avraham e era um bebé de apenas sete meses. O “mártir palestiniano” foi perseguido e morto por uma unidade de reservistas do Tzah’al. A Jihad Islâmica reivindicou o atentado.
A Focus de 17 de Setembro, citando fontes do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel relata-nos que 410 israelianos já foram mortos em consequência de ataques suicidas palestinianos desde Setembro de 2000. Cerca de uma vez e meia o número de pessoas filiada na C.I.L. Só em 2003, morreram 106 pessoas...
Neste ambiente de “dias terríveis” (Yamim Nora’im) por que a região está a atravessar, que outras notícias nos chegam de Israel?
Mais de vinte pilotos israelianos chocaram a opinião pública por se oporem a realizar ataques aéreos com o objectivo de liquidar líderes terroristas palestinianos, por os mesmos porem também em risco vidas de inocentes. Segundo o jornal diário Yediot Aharonot, cerca de 70% dos israelianos opõem-se à política do seu governo preconizando esta liquidação. Outra coisa não seria de esperar. O meu pai, que vive em Israel, lembrou-me esta semana uma frase da celebre Golda Meir: "Nós poderemos perdoar aos palestinianos por eles matarem os nossos filhos. Nunca lhes poderemos perdoar o obrigarem-nos a matar os filhos deles." Os poucos que conseguem ler para além dos títulos dos jornais, só podem regozijar-se pelo facto de Israel ser uma democracia (pelos nossos padrões, a única digna desse nome em todo o Médio Oriente) e se ouvirem pontos de vista discordantes.
Sobre Yasser Arafat não nos chegam notícias de opiniões internas discordantes ou qualquer tipo de contestação. Afinal, os mortos não falam, não é? Hoje em dia, Arafat é general, é presidente, é camarada, é “prémio Nobel da Paz”, e sobretudo, candidato a mártir – mas nunca Israel deveria cometer a indelicadeza de lhe chamar terrorista, fora dos bastidores, por muitas provas que tenha do seu apoio a grupos terroristas. Ou de julgar a sua autoridade pelos cânones de uma democracia ocidental, por muito corrupto e teocrático que seja o seu regime. O certo é que conseguiu, com sucesso, levar à demissão do “incoveniente” Abu Mazzen, o que muito contribuiu para que Roteiro da Paz passasse à história. Diz quem o vê, que está a trabalhar arduamente para a constituição de um novo governo que incluirá personalidades indirectamente ligadas ao Hamas e à Jihad Islâmica. Diz quem percebe árabe, que continua a proferir inflamados discursos neste idioma (bem diferentes dos que faz em inglês e que são publicados na imprensa estrangeira) sobre um Estado Palestiniano com o rio Jordão a oriente e o Mediterrâneo a ocidente, em que Israel não existe. Diz quem sabe, que a sua conta bancária na Suiça vai engrossando a olhos vistos e a contabilidade da O.L.P. deve ser positiva pelo menos nuns 11 mil milhões de dólares. É muito dinheiro num país cujo PIB per capita já foi de U$D 3.500 (em 1994) e ronda agora uns magros U$D 1.500.
Aos palestinianos não faltam motivos para criticar a política seguida pelo “velhote de Ramallah”; mas nada se ouve. Esta é também uma mensagem para Israel: o presidente Arafat, mais do que um eleito, é um mártir em potência; mártires não se criticam, não se abatem, não se expulsam e infelizmente nem sequer se demitem. Provavelmente, vai ter de se encontrar outra solução.

GABRIEL STEINHARDT

Yad Sara, Rede de Voluntários de Israel, auxilia vítimas de minas de superfície, em Angola

Jerusalém, Agosto de 2003

Abriu este mês em Huambo, Angola, uma nova oficina para a reparação de equipamento ortopédico de reabilitação, coroando assim mais de um ano de esforços de cooperação entre esta nação Africana e a Yad Sarah, uma organização voluntária Israelita. A equipa da Yad Sarah enviada para Angola, instalou a oficina e ensinou os membros do centro ortopédico local a montar os equipamentos para cada pessoa desabilitada, a desmontar e montar cadeiras de rodas e andadores e diversas formas de os reparar. A Yad Sarah é uma organização comunitária sem fins lucrativos cujos 6.000 voluntários e algum pessoal pago simbolicamente, em mais de 100 delegações em Israel, empresta equipamento médico e oferece um vasto leque de serviços de apoio domiciliar a qualquer um que necessite de auxílio temporário ou permanente.

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