Tikvá n.º 56, 6º ano
Clique aqui para ver a edição
completa em formato electrónico!
Notas:
Se quiser guardar no seu computador carregue com o botão direito do rato e
escolha "Guardar como..." ou "Save as...".
Se quiser apenas consultar carregue com o botão esquerdo do rato em cima do "link".
TIKVÁ BOLETIM INFORMATIVO DA COMUNIDADE ISRAELITA DE LISBOA N º 5 6 | 6 º A n o
Dezembro 2005
J a n e i r o d e 2 0 0 6
K i s l e v / T e v e t 5 7 6 6
2006
2006 na CIL!
Após um ano de 2005 novamente e felizmente
repleto de actividades e
grandes realizações na CIL, esta edição
de nº 56 do nosso Boletim Tikvá e a primeira
de 2006, já anuncia um novo que
esperemos sempre que seja ainda melhor
do que o anterior em todos os aspectos
e segmentos, seja na nossa querida
Comunidade, em Portugal, no mundo
e logicamente em Israel. A nossa
sempre querida Medinat Israel, que infelizmente
iniciou o ano de 2006 de forma
triste e preocupante com o estado
de saúde do seu líder e Primeiro Ministro
- Ariel Sharon, que no momento em que
fechamos esta edição encontrava-se
estável, porém ainda em coma e com o
seu quadro clínico geral considerado
muito grave e preocupante, o que torna
uma grande incógnita o já conturbado
cenário político israelita. Vamos todos
antes de tudo rezarmos e torcermos pela
sobrevivência e pela breve e franca
recuperação de Ariel Sharon e para que
independente daquele que venha a seguir
a liderar Israel, que o faça sempre
com todo apoio, tranquilidade e "lucidez"
de modo a manter o país no caminho
do desenvolvimento e de uma
paz segura e duradoura.
Apesar de ser este de facto um motivo
de tristeza e preocupação para os judeus
em todo o mundo, o ano de 2006 começou
de forma tranquila em todo o mundo
sem TSUNAMIS ou grandes tragédias
e trazendo a todos grandes expectativas.
Ano também de eleições presidenciais
em Portugal, Copa do Mundo de futebol,
enfim, ano que requer de todos
um grande optimismo e um pensamento
sempre positivo!
E é esta mensagem de muita fé e optimismo
que trazemos a todos nesta edição
e que seja realmente um excelente
2006 para as nossas famílias, para a
nossa CIL, para Israel, Portugal e para
todo o mundo. Amén !
Marcos Prist
Director Executivo CIL
E D I T O R I A L
O último herói de 48
Na hora em que fechamos esta edição ainda não sabemos
a dimensão real do estado de saúde de Ariel
Sharon e das consequências das hemorragias cerebrais
de que foi vítima. É, no entanto previsível, segundo
os seus médicos, que não venha a retomar a
liderança activa do governo israelita.
A primeira reacção do mundo judaico, particularmente
em Israel, foi de grande consternação e apreensão
pelo futuro. Nestes últimos anos habituámo-nos a ver
em Sharon um homem determinado, corajoso e sobretudo
com uma visão para terminar com o conflito
israelo-palestiniano, através da definição final das
fronteiras de Israel e do reconhecimento paralelo de
um Estado palestiniano, iniciado com a retirada de
Gaza. Num mundo em que tantos políticos se preocupam
mais com o seu próprio poder pessoal e partidário
do que com o seu país, Sharon compreendeu que
não é possível conciliar indefinidamente o carácter
judaico e democrático do Estado de Israel com a ocupação;
compreendeu que o seu partido, o Likud, tinha
deixado de corresponder ao sentimento da maioria
da população e corria o risco de se tornar refém
do extremismo e um obstáculo no avanço da resolução
do conflito. Assim, aos 77 anos, depois de enfrentar
todos os obstáculos, pressões e ameaças,
Sharon não hesitou em criar um novo partido para levar
a cabo a sua política, numa manobra tão audaz
quanto arriscada. Por tudo isto o jornal Haaretz o denomina
"o último herói de 1948."
Se Ariel Sharon tiver de desaparecer da cena política
ele deixa como herança o Kadima, que apesar de recém-
nascido conta com um capital muito importante:
uma política iniciada com a retirada de Gaza; um núcleo
de dirigentes que o acompanham há vários anos
e que têm sido os grandes implementadores da sua
política, a começar por Ehud Olmert; e um grande
apoio da população. Mas acima de tudo conta com
um país onde vigora uma democracia exemplar, onde
apesar do choque emocional, não houve nem vazio
político, nem crise institucional, onde as instituições
funcionam e vida continua.
Assim neste início de 2006, os nossos primeiros votos
vão para o restabelecimento de Ariel Sharon, com a
esperança de que, mesmo que este não volte à liderança,
o novo ano seja um ano de avanço e de pacificação
das relações de Israel com o mundo árabe.
Mostrando que os heróis de 1948 deixam herdeiros...
Esther Mucznik
Vice-Presidente
2 Tikvá 55 • Outubro/Novembro/Dezembro
FICHA TÉCNICA Director Esther Mucznik Chefe
de Redacção Marcos Prist Colaboradores Camila
Welikson, Diana Ettner, Gabriel Steinhardt,
Henrique Ettner, Nuno Martins e Samuel Levy
Concepção e produção gráfica Raimundo Santos
À Comunidade Israelita de Lisboa
Saudações e Paz,
No seguimento do Fórum realizado no passado dia 7 de Novembro nas nossas instalações, em Santo
Antão do Tojal, não podemos deixar de endereçar à Comunidade Israelita de Lisboa os nossos mais profundos
agradecimentos, não só pela forma como a Srª D. Estrela sempre pacientemente nos atendeu; como
pela amável e graciosa disponibilidade que demonstraram em participar e que se materializou na presença
do Dr. Nuno Wahnon Martins entre nós.
Realmente foi de grande interesse para os presentes a apresentação que o Dr. Nuno Wahnon Martins
fez sobre o Judaísmo e o desafio que constitui a liberdade religiosa no nosso meio. Contudo, não podemos
deixar de sentir que terá sido igualmente relevante para a CIL, nomeadamente para o orador, poder inteirar-
se sobre a fé evangélica que, apesar de minoritária, não deixa de se envolver com a sociedade portuguesa
e com os desafios que representam a pluralidade religiosa em que vivemos.
Finalmente queremos colocar-nos ao dispor para qualquer evento que organizem e em que possamos
ser úteis.
Com os melhores cumprimentos,
Maria José Ferreira
Responsável pela Organização e Coordenação dos Fóruns
C A R T A S R E C E B I D A S
INSTITUTO BÍBLICO PORTUGUÊS
ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO TEOLÓGICA EVANGÉLICA
Soldados americanos acendendo a Chanukiá, num ex-palácio de Sadam Hussein
Tikvá 56 • Janeiro/Fevereiro/Março 3
menina daquela idade passa por
ir à escola, voltar para casa, visitar
os avós e pouco mais e,
nessa medida, vivia a vida normal
de uma menina de 13 anos.
Mas nas ruas o clima era angustiante.
Havia cartazes anti-semitas
por todo o lado, que mostravam
caricaturas de Judeus,
que diziam "Fora os Judeus",
que incitavam a uma cidade
livre de Judeus. Havia bancos
onde se proibia os Judeus de se
sentarem. Tudo isto ficou-me.
Nas férias de Natal de 1935, fui
com os meus pais, a minha irmã
e a minha avó para a Suíça.. Foi
aí que os nossos pais nos disseram
que não voltaríamos à Alemanha.
Lembro-me que eu e a
minha irmã ficámos muito felizes!
Cantámos e dançámos!
Foi a libertação do pesadelo.
Os meus pais, entretanto, voltaram
à Alemanha para desfazer
a casa e eu e a minha irmã
ficámos na Suíça com a minha
avó. Eles voltaram para nos
buscar, de carro, e de carro viajámos
até Lisboa.
A minha avó não veio connosco,
tendo ficado na Alemanha. Depois
da "Noite de Cristal", pedimos-
lhe para sair de lá. Ela
conseguiu sair mas já não pôde
trazer nada com ela.
E como foram os primeiros
tempos em Lisboa?
Nós chegámos a Lisboa em
1936. Não conhecíamos praticamente
ninguém. Na verdade, a
escolha do destino foi feita um
pouco por exclusão de partes.
A única pessoa que conhecíamos
era uma senhora que a
minha avó tinha conhecido dois
anos antes, na Argentina e que
era de Lisboa. A minha avó
correspondia-se com ela e
quando chegámos ela ajudou
muito os nossos pais.
Não sabíamos falar português e
fomos para o Colégio Francês,
língua que conhecíamos.
Fomos viver para Santo Amaro
de Oeiras e, um pouco por causa
disso, acabámos por não ter
um grande contacto com a Comunidade
Judaica. Estávamos
fora de Lisboa e por isso
acabámos por relacionar-nos
mais com as pessoas que viviam
perto de nós. O meu pai é
que se relacionava bastante
com o Dr. Baruel.
Entretanto foi para a Universidade
e teve uma vida política
bastante intensa. Como
foram esses tempo?
Eu fiz a escola até ao final do
então 6.º ano. No entanto, para
ir para a universidade, tinha
que estudar mais e fazer ainda
o 7.º ano. Nessa altura, a guerra
tinha rebentado, eu estava
farta de estudar e decidi que
queria fazer algo de útil. Estudei
estenografia durante um
ano e arranjei emprego a escrever
à máquina.
Passado um ano de trabalhar,
percebi que aquilo não era vida
para mim e, por isso, voltei a
estudar. Fiz o 7.º ano e fui para
a Faculdade de Letras, estudar
Histórico-Filosóficas.
Foi durante a Faculdade que
conheci o meu marido, Joaquim
Barradas de Carvalho,
com quem casei no final da II
Guerra. Tivemos dois filhos, o
primeiro nascido em Março de
1947 e o segundo em Setembro
de 1949. Pouco tempo depois,
no entanto, o casamento
desfez-se.
Recordo aqueles anos como
grandes anos. Eu e o meu marido
tínhamos a mesma visão da
política e dos tempos que se viviam
e estávamos ligados ao
Partido Comunista, tendo tido
que viver na clandestinidade
durante algum tempo.
Depois do 25 de Abril, sinto
que começou uma vida nova.
Eu inscrevi-me logo no Partido
Socialista e fui a primeira presidente
eleita da minha Junta
de Freguesia.
Com o passar dos anos, começou
a aproximar-se mais
da CIL?
Pode-se dizer que sim. Torneime
sócia da CIL somente depois
do falecimento da minha
mãe. Inscrevi-me, entretanto,
na Associação de Estudos Judaicos
e hoje faço parte do coro
Guil Hazzav.
Chegada a Portugal com a
família quando tinha 14
anos, Ruth Arons deixou para
trás, naquela viagem de carro
que a trouxe até Lisboa, uma
Alemanha carregada de manifestações
antisemitas. As
memórias, no entanto, permanecem
e são essas lembranças
que agora partilha connosco.
Nasceu na Alemanha no início
dos anos 20. Como foi viver
a infância na Alemanha
daquele tempo?
Eu nasci em Berlim, em 1922,
no seio de uma família que,
posso dizer, estava bem situada
na vida. Um dos meus avós
era banqueiro, o outro síndico e
o meu pai era advogado. Embora
não fôssemos uma família
religiosa, íamos algumas vezes
à Sinagoga, o meu avô acendia
sempre as velas em Shabbat e
o meu pai jejuava no Yom Kippur.
Tínhamos também um professor
que ia lá a casa ensinarme,
a mim e à minha irmã coisas
do Judaísmo.
Fiz o liceu numa escola oficial,
laica, onde até havia bastantes
Judeus. Chegados a 1933, no
entanto, a situação começou a
piorar na Alemanha e o meu pai
tirou-nos do liceu e pôs-nos numa
escola católica, onde as
pessoas eram menos anti-semitas.
Havia poucos Judeus naquela
escola, mas todos nos receberam
bem.
A certa altura, porém, as coisas
começaram a mudar. Havia um
professora que dava aulas a um
grupo de alunos em casa dela,
uma tarde por semana e foi-nos
dito, a mim e à minha irmã, que
não poderíamos continuar naquelas
aulas porque ninguém
podia ver que iam para casa
dela duas meninas judias. A
professora disse que daria aulas
só para nós, mas não esqueço
essa situação.
Aliás, quanto a esta história,
existe um episódio que não
quero deixar de contar. Há cerca
de seis ou sete anos, por
acaso, houve uma exposição de
fotografia da Christa Heinrich,
que esteve em Lisboa e em diversas
cidades da Alemanha. A
certa altura, falaram sobre a
exposição na rádio alemã e
uma pessoa que vivia perto de
Munique ouviu o meu nome.
Essa pessoa tinha sido minha
colega naquela escola católica.
Ela pediu então ao filho para ir
à exposição e tentar descobrir o
meu contacto. O filho conseguiu
e ela ligou-me. Estivemos
uma hora ao telefone. Quando
eu fui à exposição em Munique,
ela também foi e levou mais
duas pessoas que tinham sido
nossas colegas.
Uns tempos depois, reatado o
contacto com os meus antigos
colegas, foi organizado um encontro
na Alemanha. Uma das
pessoas que estava nesse encontro
era a filha daquela professora.
Quando falámos, ela
mostrou-se muito aflita e preocupada
e fartou-se de me pedir
desculpa pelo passado.
Senti, nessa altura, que um círculo
se tinha fechado.
Como se deu a saída da Alemanha?
Eu saí da Alemanha, com a minha
família, ainda não tinha 14
anos. A verdade é que o meu dia
a dia não era completamente
afectado pelo clima de anti-semitismo
que se vivia. A vida de uma
R O S T O S D A C I L
4 Tikvá 56 • Janeiro/Fevereiro/Março
Entrevista com
RUTH ARONS
Conduzida por DIANA ETTNER
Tikvá 56 • Janeiro/Fevereiro/Março 5
"Cantámos
e dançámos!
Foi a libertação
do pesadelo!"
Ruth Arons em cima à direita no Grupo Guil Hazaav
6 Tikvá 56 • Janeiro/Fevereiro/Março Tikvá 56 • Janeiro/Fevereiro/Março 7
Grupo Guil Hazaav e do Coral Etz
Chaim da CIL e pelos cerca de 40
jovens do Movimento Juvenil Dor
Chadash presentes e que encenaram
um divertido "musical" criado
pelos próprios jovens. Todos juntos
através do teatro, da música e
da dança lindamente apresentada
pela Lehakat Hammacabi (grupo
de danças do Clube Maccabi dirigido
pela Lilian Prist) conseguiram
mais uma vez transmitir a beleza
do significado e da história desta
tão importante festa de nosso calendário
judaico. Outro ponto alto
desta comemoração foi o simbólico,
mas de especial significado
acendimento das velas em homenagem
a temas diversos, entre os
quais o judaísmo e a cultura judaica,
o Estado de Israel, a CIL e a
paz entre os povos. O programa
também contou com a mensagem
do Presidente da Cil - Sr. José Oulman
Carp . A seguir foram todos
convidados a saborear as comidas
típicas desta festa, dando-se por
terminado mais este êxitoso e
marcante evento. Já no domingo
seguinte, dia 25 foi realizado na
Sinagoga um serviço religioso especial
com o acendimento "oficial"
da 1ª vela de Chanuká.
(mais fotos em http://www.cilisboa.
org/activities.htm).
OClube Farense foi estabelecido
em 1863 na Rua Santo
António no centro da cidade de
Faro. Judeus proeminentes de
Faro, incluindo Samuel Amram,
industrialista e líder da comunidade
Judaica do Faro, foram
membros deste prestigioso clube.
Foi na sala de conferências
do Clube, que se exibiu em estreia
em Portugal, o filme
"Sem o Passado". O
evento fez parte do
programa de "Faro - Cidade
Nacional de Cultura
2005" e foi organizado
pela Drª Anabela Moutinho.
Quarenta pessoas de comunidade
Judaica, assim como vários
professores escolares de Faro,
assistiram ao filme. Presentes
também estiveram o presidente
do Clube Farense, Dr. António
Santos, o Padre Firmino, representante
do Bispo do Algarve e a
advogada de Faro Cemetery
Restoration Fund Inc. (FCRF), a
Drª Paula Coutinho. O Dr. António
Rosa Mendes, presidente do
"Faro 2005", mencionou a intolerância
do édito da expulsão
dos Judeus em 1496. Salientou
também o facto que era o judeu
Samuel Gacon que em 1487 fez
a primeira impressão do Pentateuco
em Hebraico em Portugal
na sua oficina em Faro. No British
Library em Londres encontrase
arquivado um original deste
valioso livro! Em frente
ao Cemitério Judaico
de Faro foi recentemente
instalado um
monumento evocativo
a Gacon. Após a exibição
do filme, com a duração de
30 minutos, o sr Ralf Pinto, Presidente
da Comunidade Judaica
do Algarve e vice-presidente de
FCRFInc, explicou que foi o Sr
Isaac Bitton que concebeu, produziu
e narrou, por conta própria,
em 1996, o filme que ganhou
um prémio Bronze no prestigioso
concurso USA Tellyawards
1999 (os "Oscars" dos documentários).
Fonte: wtpcfpt.doc
Como é do conhecimento dos
membros da CIL, esteve em Portugal,
a convite da direcção, e
vindo de Israel, um primeiro candidato
ao lugar de professor de
religião judaica da CIL, com uma
vastíssima experiência como
educador. A direcção da CIL
continuará a entrevistar novos
candidatos no intuito de preencher
este grande vazio nesta
questão central para a sobrevivência
da nossa comunidade, que
é a educação judaica e religiosa.
Avançam as negociações para
o arrendamento de uma fracção
do prédio Ventura Terra,
contíguo à nossa sinagoga. Visitadas
as instalações, aguardamos
um estudo de arquitectura
de molde a averiguar se é
possível adequar as instalações
disponíveis às necessidades
da CIL
Cerca de 130 pessoas estiveram
presentes no Espaço Tao
Studio em Lisboa, no passado dia
18 de Dezembro para celebrar e
participar em mais uma tradicional
Festa de Chanuká da CIL. A tarde
fria de inverno não conseguiu se
impor ao calor de mais esta alegre
comemoração e momento de
congregação entre membros das
diversas gerações da nossa CIL. A
festa foi mais uma vez marcada
pela bela manifestação artística do
A C O N T E C E U N A C I L
Festa de Chanuká
5766 na CIL Estreia do filme “Sem
o passado” no Clube Farense
A CIL entrevista
rabinos e educadores
Prédio Ventura Terra
3ª Edição da Campanha do Agasalho na CIL
Cumprindo mais uma vez com os milenares preceitos de Tzedaká (justiça
com solidariedade) e Tikum Olam (aperfeiçoamento do mundo), a CIL realizou
novamente em 2005 mais uma colecta de roupas e agasalhos que teve início
ainda durante o verão passado e seguiu até ao final do passado mês de
Dezembro quando as muitas doações recebidas foram finalmente destinadas à
Cruz Vermelha Portuguesa (Depósito Base do Prior Velho) entidade internacionalmente
reconhecida e que atende à milhares de desabrigados e necessitados
de diversas faixas etárias. O nosso muito obrigado a todos os que contribuíram
com mais esta campanha. Contamos consigo na próxima!
ACIL recebeu na nossa Sinagoga
as visitas dos candidatos à presidência
Manuel Alegre e Mário
Soares e suas comitivas. As visitas
ocorreram respectivamente no
passado dia 29 de Dezembro e 2
de Janeiro e em ambas os candidatos
foram recebidos pelo Presidente
da CIL José Oulman Carp, pela
Vice-Presidente Esther Mucznik e
pelo Director Executivo da CIL Marcos
Prist, bem como também respectivamente
pelo Conselheiro da
CIL para assuntos religiosos e o actual
coordenador da Sinagoga - Sr.
Samuel Levy e Alain Hayat. Alguns
membros da CIL também estiveram
presentes nestes encontros.
Após a recepção e visita ao interior
da nossa Sinagoga, onde foram
homenageados e receberam algumas
explicações e informações de
cunho histórico e religioso, os candidatos
assinaram o nosso tradicional
"Livro de Ouro", encerrando assim
estas importantes visitas à
nossa Sinagoga.
OPresidente da Cil - José Oulman
Carp esteve presente recentemente
em dois importantes
encontros internacionais. No primeiro
deles que ocorreu em 23/11
em Bruxelas, fez parte de uma restrita
delegação de líderes comunitários
do Congresso Judaico Europeu
liderado pelo seu actuado
Presidente Pierre Besnainou, que
reuniu-se com o Presidente da Comissão
Europeia - José Manuel
Barroso, num encontro cujo objectivo
era incentivar os países árabes
a normalizar as relações com Israel.
Na ocasião o Presidente da
CIL ofereceu ao Presidente Barroso
um exemplar do livro " Os Judeus
em Portugal" e outro do nosso Boletim
Tikvá, tendo inclusive a oportunidade
de lhe falar sobre a nossa
Comunidade. O segundo encontro
ocorreu no dia 21/12 em Istambul e
Ankara na Turquia, onde encontrou-
se com o Aaron Nomaz
(Consul Honorário de Portugal na
Turquia e Presidente do Turkish
Buisness Council) e vários membros
da Comunidade Judaica, incluindo o
Presidente da Comunidade de Istanbul,
Avi Alkas, que vem à Portugal
em Janeiro de 2006.
Grupo francês visita a nossa sinagoga
No passado dia 11 de Novembro recebemos a visita de um grupo de 50
pessoas, membros do Cercle Buffault de Paris. Trata-se de um grupo
inicialmente formado por membros da Sinagoga Portuguesa Buffault de
Paris que organiza várias actividades lúdicas (excursões, festas, etc.) e culturais.
Os benefícios dessas actividades são totalmente destinados à organização
que o Rabino Paul Roitman fundou em Israel - Torah Betsion Tsedek.
O grupo, dirigido pelo Sr. Michel Toubiano, assistiu ao ofício de Cabalat
Shabat na Sinagoga e depois jantou na Biblioteca "Elias Baruel". Ali foram
recebidos pelos Presidente e Vice-presidente da CIL, respectivamente
José Oulman Carp e Esther Mucznik, que lhes deram as boas vindas e explicaram
a história recente da comunidade judaica em Portugal. Em seguida
Samuel Levy descreveu-lhes a cerimónia a que assistiu no Kotel, em Jerusalém
em 21/ de Outubro, da Bar Mitsvá e Bat Mitsvá de 20 rapazes e 20
raparigas educadas pela.Torah Betsion a que se seguiu um almoço no Centro
Fanny Kaplan, tudo patrocinado pela Comunidade Israelita de Massy
(arredores de Paris). Torah Betsion Tsedek ocupa-se actualmente de cerca
de 3.500 jovens órfãos ou cujos pais estão impedidos de os contactar por
ordem judicial (por razões de abusos, droga, criminais, etc).
HOMENAGEM A
ISABEL LEVY Z'L
No dia 27/10 no salão principal
do Centro Fanny Kaplan,
de Jerusalém, foi descerrada
uma placa em memória de Isabel
Levy Z'L', que ali tinha estado
há 2 anos a participar numa homenagem
ao Rabino Roitman.
Realizou-se uma pequena cerimónia
de discursos do Grão-
Rabino Amar (ex Rabino da Sinagoga
Buffault de Paris), de outros
membros de Torah Betsion
e do Rabino Boaz Pash. Samuel
Levy agradeceu este gesto e a
presença de todos. Seguiu-se
um arbit. Assistiram entre outros,
o Rabino Paul Roitman, sua
mulher e filha, o ex- Embaixador
Samuel Tevet, Nava Tevet, Eli e
Matilda Sneh, Rivka e Arié Sneh,
Inácio e Gabriel Steinhardt, Mark
e Ana Robertson, Sinai Yarus e
Rute Levy. A este salão foi dado
o nome de Isabel Levy.
A C O N T E C E U N A C I L
A CIL recebe a visita
de candidatos presidenciais
Presidente da CIL presente
em importantes encontros
Teve lugar, no passado dia 4 de Dezembro,
no Hotel Diplomático a realização
de mais uma Assembleia-geral da Comunidade
Israelita de Lisboa. O ponto único da
ordem dos trabalhos era a aprovação das
contas relativas ao exercício de 2004. Após
a devida e completa apresentação das
contas por parte do tesoureiro da CIL - José
Salomão Ruah e com os também devidos
e importantes esclarecimentos feitos
pelo Samuel Tuati, Presidente do Conselho
Fiscal, foram estas aprovadas por unanimidade
e com um voto de louvor à Direcção
da CIL sugerido pelo próprio Conselho Fiscal,
pela dedicação, empenho e profissionalismo
com que tem estado a actuar.
CIL realiza Assembleia-geral
Candidato Mário Soares - dia 2.1.06 Candidato Manuel Alegre - dia 29.11.05
8 Tikvá 56 • Janeiro/Fevereiro/Março Tikvá 56 • Janeiro/Fevereiro/Março 9
Na sequência de vários contactos
foi realizado entre os dias
25 e 27 de Novembro passado em
Lisboa um grande intercâmbio entra
o Maccabi de Lisboa e Madrid
num programa dirigido à crianças
dos 9 aos 12 anos e os seus respectivos
pais. Foi um rico e inesquecível
fim de semana que teve
início com um Cabalat Shabat no
nosso Maccabi Country Club e que
contou com a presença inédita de
mais de 100 pessoas entre os
quais as 24 crianças participantes
de Madrid e os cerca de 10 adultos
(pais destas crianças) que os
acompanharam neste projecto, as
nossas 15 crianças desta faixa
etária e as suas respectivas famílias
e finalmente as nossas queridas
integrantes do Grupo Guil
Hazzav que abrilhantaram esta
noite com canções de Shabat. No
sábado foi realizado um interessante
passeio por Lisboa para as
crianças que culminou numa visita
à nossa Sinagoga ao fim da tarde
para a realização da Havdalá, seguida
de uma grande actividade
de integração na biblioteca dirigida
por madrichim do nosso Movimento
Dor Chadash e um jantar
preparado como sempre com carinho
pela nossa querida Sra. Rebeca
Assor. O domingo iniciou
com um delicioso pequeno-almoço
para todos os participantes
(crianças e adultos) e seguiu-se
então o momento tão esperado
do encontro : a competição de futebol
entre Portugal X Espanha
que terminou com dois emocionantes
empates - 5X5 (adultos) e
2X2 (crianças) deixando tudo do
jeito que estava, ou seja; num
ambiente de muita confraternização
e amizade que de certo coloca
o nosso Maccabi Portugal definitivamente
no mapa do movimento
mundial Maccabi e marca o início
de uma era mais viva do desporto,
que juntamente com a fortalecimento
e a continuidade do Judaísmo
e o Sionismo, são a razão da
existência e a essência do Movimento
Maccabi em todo o mundo.
Chazak Ve´ Ematz!
Após o sucesso das 2 primeiras
edições realizadas no ano de
2004 respectivamente em Madrid -
Toledo (Maio) e Lisboa - Tomar
(Dezembro), realizou-se no princípio
do passado mês de Dezembro
mais um grande encontro entre os
jovens de 13 a 17 anos das comunidades
de Madrid (CJM) e Lisboa
(CIL), desta feita em Madrid-Segóvia.
O encontro teve início na madrugada
do dia 7 para o dia 8 de
Dezembro, quando o grupo de 16
jovens de Portugal devidamente
acompanhados e coordenados pelo
Director Executivo da CIL - Marcos
Prist e sua esposa Lilian Prist, seguiram
viagem até Madrid durante
cerca de 8 horas. O cansaço da viagem
não foi motivo para o desânimo
dos nossos jovens, que mais
uma vez estavam muito ansiosos
(alguns participaram pela primeira
vez desta experiência), eufóricos,
felizes e orgulhosos por ali estarem
juntos e poderem rever os seus
"hermanos espanholes". Chegaram
pela manhã à Madrid e foram directo
para a sede da CJM onde foram
recebidos, tomaram um pequenoalmoço
e descansaram um pouco.
Logo a seguir e um pouco mais "refeito",
o nosso grupo de Portugal já
estava a dançar e a participar de jogos
ainda sem a presença dos jovens
de Espanha. A seguir seguiram
para um interessante "city
tour" por Madrid que incluiu os sítos
mais conhecidos e marcantes desta
bela cidade, bem como uma interessante
visita guiada ao Santiago
Barnabéu - estádio do clube Real
Madrid, onde puderam conhecer
toda a infra-estrutura e "bastidores"
deste grande clube. Pelas 18
horas, de volta à sede da CJM, finalmente
ocorreu o tão esperado
encontro entre os nossos jovens e
os espanhóis. E sem tempo para
mais nada, seguiram todos juntos
(cerca de 60 jovens ao tos) para
Massada, sede de campo da CJM,
localizada a cerca de 40 KM da capital
espanhola
Ali permaneceram durante 2 intensos
dias, nos quais puderam viver
de tudo um pouco. Actividades
sociais, culturais, religiosas, debates,
jogos, brincadeiras, desporto,
competições... enfim, tudo ali
aconteceu até ao domingo pela
manhã, quando todo o grupo seguiu
para o chamado "Rally à Segóvia".
Lá puderam conhecer as Judiarias
e os vestígios da vida judaica
local. Após o almoço chegou o
momento da difícil e inevitável despedida,
quando se pôde notar o impacto
e a força positiva que este
encontro mais uma vez causou
entre todos os participantes, quando
o idioma, as inseguranças e o inesperado
já não constituíam qualquer
obstáculo. Foi este sem dúvida
mais um momento inesquecível
para estes jovens, em especial para
os nossos jovens lisboetas que
a cada novo intercâmbio sentemse
cada vez mais fortalecidos como
grupo, com os seus símbolos e
identidade mais cristalizada e já
com uma bela história pra contar e
que ainda de certeza seguirá a ser
lindamente escrita! Portanto, Kadima
Dor Chadash!
(mais fotos em www.cilisboa.org/act_youth.htm)
10 Tikvá 56 • Janeiro/Fevereiro/Março Tikvá 56 • Janeiro/Fevereiro/Março 11
J U V E N T U D E
Grande Encontro entre
Maccabi Lisboa-Madrid
3º Intercâmbio
entre Jovens
das Comunidades
de Lisboa e Madrid
I S R A E L E M F O C O
No início de Janeiro as sondagens
à opinião pública
em Israel continuavam a lisonjear
o recém-criado partido Kadima
e o seu líder Ariel Sharon,
atribuindo-lhe um pouco mais
de um terço dos 120 lugares
disponíveis no parlamento.
Após a desocupação da Faixa de
Gaza, e não obstante o apoio da
maioria da população, a posição
interna de Sharon no seu partido
ficou deveras fragilizada. Consequentemente,
ignorando a sua
provecta idade e fazendo jus à
sua alcunha de "bulldozer",
abandonou o Likud (de que foi
um dos fundadores) e criou um
novo partido a que deu o sugestivo
nome de "Kadima" (Em
frente!). Nele se congregaram
de imediato vários membros do
parlamento a que se foram juntando,
paulatinamente, alguns
notáveis de todas as frentes nomeadamente
do próprio Likud e
do partido Trabalhista (incluindo
o mítico Shimon Peres). A derrota
de Peres na sua disputa pela
presidência do partido Trabalhista
com Amir Peretz, um sindicalista
sem experiência governativa
e sem passado militar, foi recebida
com alguma surpresa. No
entanto, embora os trabalhistas
tenham abandonado o governo
de imediato e a criação de um
novo partido centrista e moderado,
bem como a saída de Peres,
lhes augure alguma perda de votos,
é de crer que os 16 a 19
membros dos Parlamento que as
sondagens lhes atribuem actualmente
se venham a coligar com
o Kadima de Sharon. Os grandes
perdedores de momento são,
sem dúvida o Shinui (actualmente
com 15 lugares e uma
previsão de não alcançar mais
do que 5 nas próximas eleições)
e o Likud, a que as sondagens
atribuem uns parcos 16 lugares
(muito embora, após a eleição
de Nethanyahu e a estabilização
"pós-traumática", este número
possa vir a aumentar).
O Kadima apresentar-se-à aos
eleitores no próximo dia 28 de
Março com três promessas essenciais:
1) prosseguir as negociações
segundo o modelo do
"Roteiro da Paz"; 2) não efectuar
mais desocupações unilaterais
de território (isto é, sem
contrapartidas para Israel); 3)
inverter estado de pobreza que
afecta 1,5 milhões de israelianos,
com especial incidência
junto da população ultra-ortodoxa
e árabe. Mas acima de tudo,
o grande trunfo do Kadima
é, sem dúvida, o reinventado e
metamorfoseado Ariel Sharon.
A sua popularidade e a confiança
nele depositada não foram
abaladas mesmo quando numa
só semana caíram, no norte de
Israel, "Katiushas" disparadas
pela Al-Qaeda, mísseis "Qassam"
oriundos de Gaza atingiram
o sul do país e um jovem
oficial do exército foi vítima de
um atentado suicida detectado
atempadamente num posto
fronteiriço. Nem pelo facto de
tudo levar a crer que o Hamas
possa vir a ter uma representação
muito considerável no parlamento
palestiniano, após as
eleições deste Janeiro.
O estado de saúde do "bulldozer",
aos seus 77 anos de idade
e pesando cerca de 120 kg, assume
pois uma particular relevância
para o futuro do novo
partido, da política interna do
país e até mesmo do processo
de paz israelo-palestiniano. Por
muito que os seus assessores
nos queiram convencer do
contrário, parece haver motivos
para preocupação. Há três semanas
atrás, Sharon teve uma
"pequena" trombose e foi assistido
no hospital. Entretanto foilhe
marcada uma nova intervenção
a uma má formação cardíaca
"de nascença". E, no preciso momento
em que estamos a escrever
este artigo, o primeiro-ministro
foi internado de urgência,
vítima de um AVC grave, sendo
o seu prognóstico reservado.
Esperemos que "a máquina"
aguente todos estes meses de
extrema pressão a que tem sido
e virá ainda a ser sujeita. Será
que o Kadima poderá seguir
"em frente" sem o "bulldozer" a
abrir caminho?
Gabriel Steinhardt
12 Tikvá 56 • Janeiro/Fevereiro/Março Tikvá 56 • Janeiro/Fevereiro/Março 13
KADIMA?
Mais de 1,7milhões de turistas em Israel
Mais de 1,7 milhões de turistas estiveram em Israel entre Janeiro
e Novembro de 2005. Os Estados Unidos mandaram mais 21% de
turistas do que em 2004, chegando a 415.000 pessoas. Em segundo
lugar vem a França, com 285.600 turistas e a Alemanha,
com 97.600. Um grande salto veio da Espanha com um aumento
de 140%: 46.800 espanhóis visitaram Israel. Do Brasil foram
17.876 visitantes, mais 50% do que em 2004. A Polónia, com
25.099 turistas, registou um aumento impressionante de 199%.
Fonte: Site Mídia Judaica Independente
Importante Sondagem
Uma sondagem feita pela revista The Scientist a 2.600 académicos
de todo o mundo escolheu o Instituto Weizmann de Ciência
como o melhor do mundo para se fazer investigação. Os cientistas
deste Instituto são responsáveis por mais de 1.000 patentes
registadas pelo que não é de estranhar que o seu braço comercial
- Yeda - esteja constantemente a desenvolver produtos extraordinários
que beneficiam toda a humanidade.
Presidente de Israel visita o Papa
No passado dia 17 de Novembro,
o Presidente de Israel,
Moshe Katsav realizou a
primeira visita oficial de um
presidente israelita ao Vaticano,
sendo recebido pelo Papa
Benedito XVI. O Presidente
Katsav, convidou o Papa
Benedito XVI a visitar o Estado
de Israel, como fez com o
seu antecessor João Paulo II,
em 2000. O Papa expressou
grande interesse em visitar o
país e a recém descoberta Igreja antiga, perto de Meguido, ao
norte de Israel. O Presidente presenteou o Papa, com uma fotografia
da inscrição encontrada no local onde foram encontrados
os vestígios da antiga igreja.
Exército libanês intercepta
barco dirigido contra Israel
O exército libanês bloqueou um barco que se dirigia para Israel
recentemente, carregado de armas, entre as quais explosivos,
mísseis de longo alcance e foguetões, revela o Jerusalem Post.
O carregamento destinava-se à Faixa de Gaza e seria recuperado
pelos palestinianos. Segundo os representantes libaneses, o
barco foi financiado pelo Irão ou pela Síria e as armas eram
destinadas ao Hamas ou à Jihad islâmica, em Gaza.
Lebanese nab terrorists headed for Gaza (Jerusalem Post)
Bento XVI promoveu uma
cooperação "mais eficaz"
entre católicos e judeus ao receber
a uma delegação do Centro
"Simon Wiesenthal" dos Estados
Unidos. Na audiência, de
carácter privado, o Papa recordou
que este ano se celebra o
quadragésimo aniversário da
declaração do Concílio Vaticano
II "Nostra Aetate", "que formulou
os princípios que guiaram
os esforços da Igreja por promover
um melhor entendimento
entre judeus
e católicos".
"Depois de uma história
difícil e dolorosa,
as relações entre nossas
duas comunidades
estão a tomar
uma direcção nova,
mais positiva",
constatou. O Papa
propôs "seguir avançando
pelo caminho
do respeito e do diálogo
mútuos, inspirados
pelo nosso património
espiritual comum, comprometidos
numa cooperação cada vez
mais eficaz ao serviço da família
humana". Segundo o bispo
de Roma, "cristãos e judeus podem
fazer muito para que as
futuras gerações vivam em
harmonia e no respeito da dignidade
que o Criador outorgou
a todos os seres humanos".
"Expresso a esperança, compartilhada
pelos homens e mulheres
de boa vontade em todo
o mundo, de que este século
veja o nosso mundo sair da rede
de conflitos e violência, e
semeie as sementes para um
futuro de reconciliação, justiça
e paz", disse ao concluir sua
saudação em inglês. O rabino
Marvin Hier, fundador e decano
do Centro "Simon Wiesenthal",
agradeceu o convite "para dialogar
e trocar pontos de vista,
particularmente nestes momentos
críticos num mundo
que necessita desesperadamente
de clareza moral e de civilização".
O rabino recordou a
contribuição ao diálogo judaico-
cristão proposta por João
Paulo II, e aplaudiu as palavras
que Bento XVI pronunciou em
agosto, na sinagoga de Colónia,
com as quais ratificava sua intenção
de continuar por este
caminho.
"O futuro da civilização depende
da nossa capacidade
em conseguir uma coligação
pelo bem, daqueles que ainda
crêem que nada duradouro foi
criado pelo ódio, que não há
um futuro luminoso com a tirania,
que não há fortalecimento
da fé com o fanatismo", sublinhou.
O rabino Hier concluiu
informando o Papa sobre o novo
Centro para a Dignidade
Humana, que será construído
em Jerusalém pelo Centro Wiesenthal.
O Centro "Simon Wiesenthal"
é "uma organização
internacional judaica de direitos
humanos dedicada a preservar
a memória do Holocausto
e a promover a tolerância e
o entendimento através da
participação comunitária, da
acção educativa e social".
Apoiam o centro cerca de
400.000 famílias e tem sua sede
central em Los Angeles, e
escritórios em Jerusalém, Buenos
Aires, Paris, Toronto, Nova
Iorque e Miami. Trata-se da
terceira visita do Centro Wiesenthal
ao Vaticano.
Foto - Barroso: O presidente do
RCE Grão Rabino de Milão Gershon
Garelik oferecendo a
Hanukiá ao Presidente da
Comissão Europeia José
Manuel Barroso. À sua direita,
Juíz Yirmiyahu Cohen de Paris,
membro da Direcção do RCE.
José Manuel Barroso, Presidente
da Comunidade Europeia,
encontrou-se no passado dia 21
de Dezembro de 2005) com representantes
do Centro Rabínico
Europeu (RCE) para uma audiência
antes de Hanukah - a festa
das luzes judaica.
"Conheço bem o grande contributo
que os Judeus Europeus sempre
deram à União Europeia, às causas
do pluralismo, à paz e aos nossos
valores de tolerância, o nosso objectivo
comum de uma Europa
unida e agradeço-vos por isso"
disse o Presidente da CE ao receber
uma Hanukiá em prata das
mãos do presidente do RCE, o Rabino
Gershon Garelik de Milão.
Também agradeceu aos delegados
a sua calorosa iniciativa. O Rabino
Yitzhak Schochet, membro do gabinete
do Grão Rabino do Reino
Unido, e membro do RCE, disse,
agradecendo ao Presidente: "A
Menorah simboliza a união e a luz
e desejamos-lhe continuado sucesso
no seu excelente trabalho de
perpetuar união e iluminação (esclarecimento)
na Europa e fora dela".
Na reunião que durou uma hora,
o Presidente Barroso falou calorosamente
acerca do seu apreço
pelos valores Judaicos e disse à
delegação que "lutar contra o antisemitismo
e intensificar o diálogo
inter-religioso e inter-cultural são
prioridades da minha comissão".
Em seguida, houve uma outra
reunião com o Presidente do Parlamento
Europeu, Josep Borell
Fontelles, onde membros da direcção
do RCE Rabino Yirmiyahu
Cohen, juiz chefe do tribunal rabínico
de Paris, ofereceu uma Menorah
e o Grão Rabino de Antuérpia
David Lieberman, expressou a
sua gratidão ao Presidente pela
sua forte posição contra o antisemitismo
e em defesa de Israel
perante os recentes ataques verbais
e negação Iraniana do Holocausto.
O presidente Borell expressou
a sua gratidão à organização
por ter possibilitado que esta
festa se venha a tornar numa
tradição no Parlamento Europeu.
"Hoje líderes das Instituições Europeias
mais uma vez mostraram
a sua simpatia e calor a respeito
das tradições, valores e cultura
Judaicas. Temos de avançar nesta
direcção" declarou o Rabino
Moshe Garelik, director executivo
do RCE a seguir às reuniões. O
Centro Rabínico Europeu é uma
organização sediada em Bruxelas
que apoia e coordena o trabalho
de 800 líderes religiosos em 44
países, incluindo membros da
Comunidade Europeia.
A C O N T E C E U N O M U N D O
Ao receber a uma delegação do Centro "Simon Wiesenthal"
Bento XVI promove uma cooperação
"mais eficaz" entre judeus e católicos
BARROSO AOS RABINOS:
anti-semitismo é uma prioridade
da minha Comissão!
14 Tikvá 56 • Janeiro/Fevereiro/Março Tikvá 56 • Janeiro/Fevereiro/Março 15
16 Tikvá 56 • Janeiro/Fevereiro/Março Tikvá 56 • Janeiro/Fevereiro/Março 17
Ahistória do Povo Judeu na
América é a própria história da
América. Os pioneiros consideraram
esta Nação como um novo Israel,
um refúgio para as perseguições
na Europa. Os primeiros Americanos
apelidaram muitas das suas
cidades com nomes das escrituras
hebraicas: Bethel e New Canaan,
Shiloh e Salem. E os primeiros Judeus
que aqui chegaram, os filhos
de Israel viram a América como a
terra da promessa, uma terra dourada
onde se podia praticar a fé em
liberdade e viver em liberdade.
Os Judeus Americanos contribuíram
de diversas formas para a
nossa Terra. O profeta Jeremias disse
à sua nação: "procurem o bem
estar da cidade para onde vos enviei
exilados, e orem ao Senhor por ela".
Por 350 anos os Judeus Americanos
escutaram estas palavras e rezaram
e trabalharam pela paz e liberdade
na América. Liberdade religiosa é o
porquê da vinda dos Judeus para a
América há três séculos e meio, é o
porquê que os Judeus se instalaram
em Israel há cinquenta anos atrás.
As nossas duas nações têm
muitas coisas em comum. Fomos
ambas fundadas por emigrantes
que escapavam às perseguições
religiosas em outras terras.
Construímos pujantes democracias.
Ambos os países foram fundados
em princípios básicos, que existe
um Deus que observa as nossas vidas
e valores do dia a dia. Estes laços
tornaram-nos aliados naturais e
eles nunca se quebrarão.
Aliberdade religiosa é mais do
que liberdade para praticar a fé
de cada um. É igualmente a obrigação
para respeitar a fé dos outros.
Assim para defendermos a liberdade
religiosa, deveremos expor e
confrontar o antigo ódio do anti-semitismo,
onde quer que se encontre.
Quando deparamos com o anti-semitismo
nas nossas casas, deveremos
confrontá-lo. Quando o encontramos
fora, deveremos condená-lo.
No sistema de liberdade religiosa
norte americano, o Estado
e a Igreja estão separados.
Mesmo assim aprendemos que a Fé
não é somente uma questão do foro
pessoal. Os homens e as mulheres
através da nossa história actuaram
de acordo com as escrituras
e fizeram da América um país melhor
e mais pacífico. Quando o Rabbi
Abraham Heschel caminhou ao
lado de Martin Luther King, vimos
os profetas dos nossos dias a chamar
a América no cumprimento das
suas promessas. Deveremos permitir
que as pessoas de fé possam
agir de acordo com as suas convicções
sem serem discriminadas.
Neste momento, voluntários de
todos os lados da nossa terra
estão a ajudar os nossos conterrâneos
do Alabama, Mississipi e Louisiana
a recuperar de um dos
maiores desastres naturais na nossa
história. O movimento de compaixão
é fenomenal. As organizações
Judaicas americanas já conseguiram
obter mais de 10 milhões de
dólares, mais os 50.000 desta noite,
para as vítimas do furacão Katrina.
Cerca de 10.000 Judeus Americanos
que apelidavam Nova
Orleães de casa, encontraram refúgio
em Houston. O Rabbi Barry Gelman
da União Ortodoxa das Sinagogas
de Houston, imediatamente
ajudou na organização de apoio aos
refugiados. Cinco universidades israelitas
com programas de estudo
internacional abriram as suas portas
para os estudantes universitários
cujas universidades foram encerradas
devido à tempestade.
Estes são os bons trabalhos de
boas pessoas que se apoiam na sabedoria
do Bom Livro, um livro que
nos conta como Deus ajudou a salvar
vidas das cheias. E como Noé e
a sua família, temos fé que, assim
que as águas saiam, veremos a vida
a recomeçar.
Quero agradecer-vos pelo vosso
patriotismo. Quero agradecervos
pela compaixão. Pelo vosso
amor no Estados Unidos da América.
Toda a América está agradecida
ao Povo Judeu pelos tesouros que
nos deu nos últimos 350 anos. Que
Deus vos abençoe e que Deus continue
a abençoar esta Terra.
Ojogador Ronaldinho Gaúcho
eleito pela FIFA como o melhor
jogador de futebol do mundo
actuou recentemente num jogo
pela paz realizado no Estádio Nou
Camp em Barcelona e no qual
participaram e jogaram juntos na
mesma equipa atletas israelitas e
palestinianos que "enfrentaram"
numa partida amigável a equipe
principal do Barcelona da Espanha.
O evento foi organizado pelo
Peres Center for Peace, do qual
faz parte pierre Besnainou. O resultado
da partida terminou com
a vitória dos actuais campeões
espanhóis sobrea equipe Israelo-
Palestiniana por 2X1.
Opresidente do Congresso Judaico
Europeu (EJC), Pierre
Besnainou, encontrou-se com o
Rei Abdullah II da Jordânia no passado
dia 18 de Dezembro na Corte
Real Hashemita em Amman.
Durante o encontro, o Rei Abudllah
II partilhou com os seus convidados
a sua visão do Médio Oriente,
em particular a necessidade de se
estabelecer um diálogo aberto
entre Judeus, Muçulmanos e
Cristãos, um passo vital para a paz
na região. Pierre Besnainou saudou
o Rei pelas suas ideias e informouo
da campanha que o EJC tem vindo
a desenvolver durante os últimos
meses junto dos líderes europeus
no sentido de construir
confiança entre os estados Árabes
e Israel. Entre os líderes europeus
com quem se encontrou para atingir
este objectivo, estão o Presidente
do Conselho Europeu Primeiroministro
Tony Blair, o Alto-comissário
da UE para a CFSP Javier Solana,
e o presidente da Comissão Europeia
José Manuel Barroso. O EJC
expressou a sua vontade em ajudar
no desenvolvimento de uma "zona
de paz" económica incluindo a Jordânia,
Israel e a Autoridade Palestiniana.
Integraram a delegação do
EJC os Vice-presidentes Roger Cukierman
e Ariel Muzicant e o Secretário-
geral Serge Cwajgenbaum.
O Congresso Judaico Europeu
é a organização que representa
as comunidades Judaicas Europeias,
federando os 40 líderes nacionais
eleitos de comunidades Judaicas,
que englobam aproximadamente
2,5 milhões de Judeus.
Fonte: Press- Rabbinical Center of Europe (RCE)
A C O N T E C E U N O M U N D O
O Rei Abdulla II
da Jordânia
reúne-se com o Congresso Judaico Europeu
DISCURSO DO PRESIDENTE
GEORGE W. BUSH
no Jantar de Celebração dos 350 anos de presença
Judaica nos EUA a 14 de Setembro de 2005 (extractos)
Pierre Besnainou
-Presidente do
Congresso Judaico
Europeu com Shimon
Peres e Ronaldinho
Jogo pela Paz
Sinagoga atacada
no Canadá
no Natal
A polícia de Edmonton está a investigar
um acto de vandalismo
anti-semita ocorrido na noite de
Natal quando as paredes da sinagoga
Beth Shalom (Casa da Paz)
foram "pichadas" com suásticas
pretas de um metro de altura e o
dístico "ZOG" dentro de um círculo.
"ZOG" é um termo clássico de
diversos grupos anti-semitas
norte-americanos para Zionist
Occupation Government - Governo
Sionista de Ocupação, como
se o governo americano fosse
apenas uma marioneta nas mãos
dos judeus. É um termo usado há
mais de 50 anos e não tem relação
com o governo actual. No
Outono de 2000, esta mesma sinagoga
foi atacada com coquetéis
molotov por duas vezes.
Fonte : Site Mídia Judaica Independente
Spielberg quer
usar depoimentos
do Holocausto
para evitar
genocídios
Steven Spielberg espera divulgar
o Holocausto nas salas de aula
para impedir que um novo genocídio
aconteça no mundo. A
partir de 1 de Janeiro de 2006, a
Universidade do Sul da Califórnia,
que será a sede da Fundação
Shoah, terá
nos seus arquivos
os depoimentos
de
52.000 vítimas
do Holocausto.
De acordo com
Spielberg, o objectivo
é chegar
a todas as salas
de aulas do mundo para transmitir
uma mensagem de tolerância.
"Queria ver uma mensagem
de tolerância em cada país, em
cada sala de aula do mundo", frisou
o premiado director. A fundação
recolheu depoimentos de
testemunhas de 57 países e 32
idiomas e está comprometida
com o uso educacional destes arquivos
a nível mundial. Spielberg
é presidente honorário da entidade,
subsidiando US$ 65
milhões do seu próprio bolso.
Fonte : Jornal Alef
mãos de Muhammad Amin al-Husseini
(o mufti de Jerusalém, uma
espécie de governador local), os
"Protocolos" foram recebidos com
entusiasmo assassino. O mufti de
Jerusalém tinha ligações privilegiadas
com o Terceiro Reich, sobretudo
com Himmler, e fez da eliminação
judaica no Oriente Médio um
programa político. O ódio, que o
Ocidente produziu, criava finalmente
o moderno anti-semitismo árabe.
Que continua vivo e bem vivo.
Hoje, quando vocês entram numa
das livrarias locais, em Teerão ou
no Cairo, é possível comprar os
"Protocolos", levados a sério como
historiografia séria. No Egipto, uma
novela baseada nos "Protocolos" foi
adaptada à Tv., com um elenco de
400 actores e orçamento digno de
Hollywood: as donas de casa choraram
com emoção perante a história
pérfida de como os judeus pérfidos
sempre desejaram subjugar o
mundo. E livros como "Mein
Kampf", o libelo ignaro de Hitler
que é uma emanação dos "Protocolos"
e que justificou as limpezas rácicas
posteriores a 1933, são um
sucesso de vendas mesmo em
países mais ocidentalizados, como
a Turquia. Escuso de dizer que vocês
não encontram "A Lista de
Schindler" nas locadoras árabes. O
filme de Spielberg é perigosíssimo
para a cultura indígena e, precisamente
por isso, banido pelas autoridades
oficiais. O Holocausto, o primeiro
Holocausto, nunca existiu.
Mas o segundo talvez exista. A expressão
não é minha. A ideia de um
"segundo Holocausto" foi sugerida
por Ron Rosenbaum no "The New
York Observer", em Abril de 2002.
Para Rosenbaum, o anti-semitismo
árabe actual ganha contornos muito
próximos com a Alemanha nazista
na década de 1930 e, cedo ou tarde,
acabará por proporcionar novos espectáculos
de horror. Só que, escreve
Ronsebaum, desta vez haverá
uma "vantagem" para os criminosos:
ao contrário do que sucedeu na
Segunda Guerra Mundial, em que
uma poderosa máquina administrativa
e bélica teve de "concentrar" os
judeus da Europa em campos para
o efeito, desta vez os judeus do
mundo, ou uma parte significativa
deles, já se encontram "concentrados":
no Estado de Israel, obviamente
--e o termo "concentrar"
ganha aqui contornos sinistros.
Sinistros e reais: o Irão não descansará
enquanto não tiver uma arma
nuclear nas mãos. E, ao contrário
do que se pensa, cometer o impensável
não é uma questão cinematográfica:
o desejo de exterminar
Israel tem sido recorrente desde
1948, ano da fundação. Aliás,
tem sido recorrente muito antes da
formação do Estado judaico.
Karl Marx, plagiando Hegel, escreveu
um dia que a história se repete:
primeiro, como tragédia; depois,
como farsa. Marx estava certo
sobre o acessório, errado sobre o
essencial. A história repete-se, sim:
primeiro, como tragédia; mas depois,
como tragédia ainda maior.
Fonte: Folha Online - 29/12/2005
Tikvá 56 • Janeiro/Fevereiro/Março 19
Opresidente iraniano, Mahmoud
Ahmadinejad, voltou a
aparecer em cena. Eu já tinha saudades
de Mahmoud: seriais killers
são paixão desde a infância. Há uns
meses, o nosso Mahmoud declarou
que Israel deveria ser riscado do
mapa. A comunidade internacional
ficou "espantada" e "chocada".
Agora, Mahmoud voltou ao ataque:
primeiro, para levantar dúvidas
sobre a existência do Holocausto;
e, depois, para propor a recolocação
dos judeus do Oriente Médio na
Alemanha e na Áustria.
E a comunidade internacional? Precisamente:
continua "espantada" e
"chocada". Cuidado: não é saudável
tanto "espanto" e tanto
"choque". E, além disso, não é necessário.
As palavras de Mahmoud
Ahmadinejad estão em perfeita sintonia
com a retórica anti-semita
que, diariamente, o mundo árabe
vai produzindo para consumo interno
e externo.
Não é preciso visitar um país árabe,
como eu já visitei, para perceber o
facto. Basta consultar um sítio na internet
(MEMRI - The Middle East Media
Research Institute) para ler, em
inglês, o que os jornais e as televisões
árabes dizem em árabe. De
acordo com a sensibilidade literária
local, os judeus são, normalmente,
seres "vingativos", "sujos", "parasitas"
e agentes de "corrupção",
"contaminação" e "morte". Um
exemplo? A 17 de Março de 1997,
na Comissão para os Direitos Humanos
das Nações Unidas, Nabil Ramlawi
acusou as autoridades israelitas
de infectarem 300 crianças palestinas
com o vírus do HIV durante os
anos da primeira intifada. A comunidade
internacional, presumo, estava
a dormir e a ressonar: o "espanto" e
o "choque" ainda não tinham começado.
Ou, então, achou normais
acusações de genocídio.
E, de facto, normal são: com espantosa
regularidade, jornais egípcios
ou jordanos acusam as autoridades
israelitas de produzirem
doces com o objectivo de matar
crianças e corromper sexualmente
as mulheres. Fertilizantes usados
na fruta também acabam por esterilizar
os homens árabes, que comem
uma laranja ou uma banana
na maior das inocências másculas.
E, em matéria conspirativa, o 11 de
Setembro forneceu amplo material.
De acordo com a imprensa árabe,
no dia em que as Torres foram atacadas,
4000 judeus não foram trabalhar.
Gripe súbita? Preguiça matinal?
Nada disso. Eles foram antecipadamente
avisados pela Mossad,
os serviços secretos israelitas,
para que não comparecessem nas
Torres. O próprio Ariel Sharon,
aliás, também foi avisado para não
viajar para Nova York no dia 11 de
Setembro. No dia 11 de Setembro,
os serviços secretos israelitas iriam
telecomandar dois aviões (vazios)
para que eles iniciassem o definitivo
confronto entre o Ocidente e o
mundo árabe. E etc., e etc., e etc.
Pergunta: de onde veio esta loucura?
A pergunta está mal formulada.
O anti-semitismo árabe não é produto
de uma doença mental. É, coisa
pior, uma herança, uma pesada
herança, uma grotesca herança do
nosso próprio anti-semitismo ocidental.
Não é possível estabelecer
no tempo as origens intelectuais do
anti-semitismo moderno. Mas existe
um documento --obviamente,
forjado-- que teve um papel arrasador
neste processo. Falo, como é
evidente, dos "Protocolos dos Sábios
do Sião", que as autoridades
czaristas fabricaram na Rússia em
finais do século 19 para "provar"
que os judeus estavam dispostos a
conquistar o mundo.
Foi um "best-seller" na época, permitiu
incontáveis brutalidades no
império russo e rapidamente viajou
para o Ocidente --sobretudo para a
Alemanha-- onde floresceu com vigor.
E não apenas na Alemanha: se
as boas ideias viajam com o vento,
as más ideias viajam com a luz.
Ainda na década de 1930, pelas
M O M E N T O D E R E F L E X Ã O
18 Tikvá 56 • Janeiro/Fevereiro/Março
O segundo
HOLOCAUSTO
João Pereira Coutinho,
é colunista do jornal português "Expresso".
Escreve quinzenalmente, às segundas-feiras, para o
site Folha Online - São Paulo - Brasil.
Prezados Leitores e Assinantes lembramos que desde a edição de nº 52,
o nosso Boletim Tikvá passou a ser publicado com peridiocidade bimestral
Anuncie no Tikvá
JÁ SÃO MAIS DE 50 EDIÇÕES PUBLICADAS ! MAIS DE 400 FAMILIAS E ENTIDADES
RECEBEM A NOSSA PRINCIPAL PUBLICAÇÃO, QUE ATINGE UM UNIVERSO DE MAIS DE
2 000 LEITORES EM TODO O MUNDO !
TIPO DE ANÚNCIO Nº DE EDIÇÕES TAMANHO COR PREÇO
Contra Capa 6 17 x 25 cm 4X0 (colorido) 1.800,00 €
Verso da Capa 6 17 x 25 cm 4X0 (colorido) 1.600,00 €
Verso da Contra Capa 6 17 x 25 cm 4X0 (colorido) 1.400,00 €
Página Inteira 6 17 x 25 cm 4X0 (colorido) 1.200,00 €
1/2 Página 6 17 x 10 cm 4X0 (colorido) 600,00 €
Anúncio Padrão 6 16 x 4 cm 4X0 (colorido) 400,00 €
VISITE O SITE OFICIAL DA CIL !
JÁ RECEBEMOS QUASE
26.000 VISITAS !
Faça o seu registo e dê a sua opinião !
www.cilisboa.org
Opalestino Bassem Eid vigia e denuncia violações de direitos
humanos cometidas pelos próprios palestinos e
que têm como vítimas os habitantes da Faixa de Gaza e da
Cisjordânia. Eid já foi preso pela polícia palestina, acusado
de traição e ameaçado por grupos terroristas.
“ Estamos a viver um período de terror que nada fica a dever
aos piores momentos da ocupação militar israelita. Nos últimos
cinco anos, mais de 350 palestinos foram assassinados por
razões políticas pelos próprios palestinos. Esse número equivale
a 10% dos civis mortos pelas tropas israelitas nesse período. Esta
guerra interna nos territórios ocupados até já tem nome - é a
"intrafada". A matança promovida por grupos armados contra integrantes
de facções rivais, debaixo do nariz das forças de segurança
palestinas, é responsável pela maioria das mortes. A violência
sob a chancela oficial também é alarmante. Há casos de
pessoas que ficaram três anos detidas sem acusação formal. Tivemos
palestinos mortos na prisão e outros ameaçados, torturados
e perseguidos como se fossem bandidos. São pessoas acusadas
de colaborar com os israelitas, mas o único crime da maioria
dessas vítimas foi divergir da Autoridade Palestina.”
“ O medo da repressão ajuda a explicar esse silêncio. Mas há
outros motivos. Os palestinos fazem parte do mundo árabe. A
nossa única referência são os regimes autoritários da região.
Ou seja, na nossa natureza, somos um povo violento.”
“ Por incrível que pareça, antes da retirada das tropas israelitas
os palestinos tinham mais segurança. As tropas israelitas impediam
que os grupos armados agissem livremente. Depois da retirada,
os terroristas do Hamas impuseram a lei do terror aos moradores
de Gaza. Além disso, passaram a lançar mísseis contra as
tropas israelitas do outro lado da fronteira. Estas respondem com
tiros e acabam atingindo civis. É a estratégia do Hamas: mostrar
aos palestinos que os israelitas não saíram de Gaza.”
“ Yasser Arafat foi um ditador. Usou a ocupação israelita todo esse
tempo como desculpa pelos seus erros. Aliás, a mania de responsabilizar
os outros pelos próprios fracassos é uma característica
da sociedade palestina. O que é que os israelitas têm a ver
com as violações de direitos humanos cometidas por palestinos
contra palestinos nas nossas prisões? Nada, mas insistimos em
culpá-los. Não temos autocrítica e estamos a pagar por isso.”
“ A intifada foi um desastre, a pior coisa que poderia ter nos
acontecido. Não conseguimos nada e ainda perdemos o pouco
que havíamos conquistado no passado. Tudo por culpa de Arafat,
que governava de acordo com seus interesses pessoais e
não com os do povo palestino. Ele comandava pessoalmente os
grupos armados que alimentavam a intifada. É interessante
notar que, até sua morte, mais de 80% dos palestinos apoiavam
a intifada. Hoje, esse índice não passa de 40%. As pessoas
perceberam que não avançámos no que era mais importante,
a criação do Estado palestino.”
“ O pior de tudo em Arafat foi a roubalheira que ele patrocinou.
Arafat tomou posse como presidente da Autoridade Palestina
em 1996, mas já era corrupto desde que assumiu a liderança
da Organização para a Libertação da Palestina, 30 anos
antes. O mundo fechou os olhos porque Arafat sempre foi peça-
chave para um acordo de paz com Israel. Desde 1996, estima-
se que mais de 60% da ajuda financeira internacional aos
palestinos tenha sido desviada. Quem percorre hoje os territórios
administrados pela Autoridade Palestina percebe que em
10 anos a miséria continua igual.”
“ Os israelitas acreditam que Abu Mazen é mais democrático
do que Arafat, o que facilitaria um diálogo directo. O problema
é que ele tem o DNA ideológico de Arafat. Ambos fazem parte
da mesma geração de líderes palestinos que surgiu e cresceu
sob regimes autoritários do Egipto, Síria, Argélia, Iraque e Jordânia.
Esses políticos nunca praticaram nenhum tipo de democracia,
e agora não seria diferente com Mazen.”
“ Abu Mazen não tem força política para nada. O sucesso ou o
fracasso de seu governo está nas mãos do primeiro-ministro de
Israel, Ariel Sharon. Restam-lhe duas opções: ou aceita as exigências
israelitas para assinar a paz ou os palestinos continuarão
a lutar entre si. Para fechar um acordo com Sharon, ele
terá de desarmar o Hamas e a Jihad Islâmica, entre outros grupos
terroristas. Se tomar essa iniciativa, correrá o risco de cair.
Como nenhum palestino quer perder o emprego, muito menos
Abu Mazen, as coisas devem continuar como estão.”
“ Caso Abu Mazen decida desarmar os grupos terroristas à força,
é provável que tenhamos um conflito. Milhares de palestinos
seriam mortos por outros palestinos. Historicamente, em
determinadas situações, a guerra civil é até benéfica. No caso
palestino, obrigaria o governo a combater e desarmar grupos
extremistas como o Hamas e a Jihad Islâmica. Isso ajudaria a
abrir caminho para uma solução do conflito com os israelitas.”
“ Tivemos várias oportunidades de fechar um acordo definitivo,
inclusive os que contemplavam a criação de um Estado independente.
Mas o rancor pelo sofrimento vivido e o orgulho,
sempre falaram mais alto e acabámos por desperdiçar todas essas
oportunidades". "Os palestinos têm de ser realistas à mesa
das negociações. Já é tempo de aprender que a vida vale mais
que um pedaço de terra. Milhares de palestinos morreram nos
últimos anos, e o que conseguimos em troca ? Precisamos, primeiro,
de aceitar que os EUA são a única super potência mundial.
Não haverá acordo sem a bênção da Casa Branca. Além
disso, os palestinos precisam de convencer os países árabes a
manter relações com Israel. Os outros entraves que costumam
impedir um acordo serão mais simples de resolver.”
“ O direito de retorno dos refugiados ao território que hoje
constitui Israel é uma bandeira usada mais pela Autoridade Palestina
do que pelos próprios refugiados. A insistência de incluir
essa exigência como questão inegociável foi um artifício utilizado
por Arafat em 2000 para irritar os israelitas e mantê-los sob
pressão. O que realmente interessa a esses refugiados e descendentes
é obter emprego, moradia digna, hospitais e escolas
para os filhos. Não se fala mais em direito de retorno. A maioria
dos palestinos esqueceu o assunto.”
“ Pergunte a qualquer palestino que passa três horas por dia
nos postos de controlo israelitas qual é seu maior sonho e ele
vai responder: liberdade de movimento para poder trabalhar
em Israel. Isso mostra que o que nós, palestinos, precisamos,
é de uma economia robusta para termos acesso a uma vida
mais digna. O mundo acredita que o Oriente Médio será um paraíso
se houver paz entre israelitas e palestinos. Não é bem assim.
O ex-premier israelita Shimon Peres acertou quando disse
que o desenvolvimento económico da região, e não um acordo
de paz, ajudaria a criar um novo Oriente Médio. Estamos diante
de uma oportunidade de ouro para captar recursos no exterior,
investir em infra-estruturas e criar instituições fortes. O
momento exige estratégia de acção - coisa que a Autoridade
Palestina não tem, pois há muito deixou de lado a causa pública
para privilegiar os interesses de poucos. Por isso, considero
mais importante priorizar o desenvolvimento económico dos
palestinos do que a criação do Estado independente.”
“ Não estamos prontos para assumir o nosso próprio Estado,
e por uma razão simples: nunca fomos governados por palestinos.
A nossa dura realidade é que não aprendemos nada em 38
anos de ocupação israelita. Receio que vamos precisar de mais
20 anos para aprender a cuidar do nosso próprio destino. Antes
disso, não acredito na criação do Estado palestino.”
TAMBÉM TEMOS CULPA
Extractos da entrevista com o palestino Bassem Eid publicada na revista "Veja"
20 Tikvá 56 • Janeiro/Fevereiro/Março Tikvá 56 • Janeiro/Fevereiro/Março 21
Bem vindos! Na cidade do leste do Uganda Mbale reside
uma pequena comunidade Judaica, conhecida
por Abayudaya, palavra esta que na língua do Uganda
significa Judeus.
Shalom - paz (ou simplesmente "olá") em hebraico - encontra-
se pintado na parede da escola infantil e primária
Hadassah nos arredores de Mbale. É a única escola Judaica
no país e serve a sua pequena comunidade.
Mãos no ar! Crianças
acenam as suas mãos
no ar em resposta à
pergunta: "Quem aqui
é Judeu?". Os estudantes
são ensinados a
entoar o alfabeto Hebraico
e sabem cantar o
hino nacional de Israel.
"Ensinamo-lhes o hino
porque todos os Judeus estão ligados à terra de Israel"
explica o director da escola Aerron Kintu Moses. A música
é importante para a Abayudaya, que produziu dois
CDs com cantos religiosos.
Guerreiro. A sinagoga,
que se
encontra no terreno
da escola secundária
Semei
Kakungulu, foi rec
e n t e m e n t e
construída. Kankungulu,
um
guerreiro, ajudou
os ingleses a conquistar o Uganda. Zangou-se com os
colonialistas, estabeleceu-se em Mbale e, em 1919,
converteu-se ao Judaísmo, sem jamais ter conhecido
um Judeu. Quando morreu, uma década mais tarde,
tinha 2.000 seguidores.
Preparativos. O
director da escola
prepara-se para
rezar. A Abayudaya
é uma pequena
minoria e
poucos ugandeses
sabem que eles
existem. O grupo
também passou
por tempos difíceis,
especialmente na década de 1970 quando o então
presidente Idi Amin, um Muçulmano, proibiu o Judaísmo.
Muitos Abayudaya converteram-se ao Cristianismo ou ao
Islão, e o seu número ficou reduzido a cerca de 200.
Passeio pela escola. A Abayudaya está actualmente
a reaparecer, tendo mais de 750 membros. Após anos
de afastamento do mapa turístico, o Uganda tem
maior contacto com o Judaísmo internacional, especialmente
com os Estados Unidos. Aqueles que lhes
desejam bem doaram dinheiro, e as suas instalações
expandiram-se. Actualmente, estudantes Muçulmanos
e Cristãos atravessam os montes verdejantes para
frequentar a escola Judaica.
Conversão. O
mikvé comunitário
- banho para
a purificação ritual
- foi usado
duas vezes nos
últimos três anos
para a conversão
de 345 Abayudaya
ao Judaísmo,
por rabinos
estrangeiros, incluindo
Jeje aqui
fotografado. Até
esta cerimónia, os Abayudaya nem sequer eram considerados
Judeus aos olhos do Judaísmo internacional.
Porta decorada.
A porta de uma
residência Abayudaya,
decorada
com símbolos religiosos
e uma
mezuzah - um
pergaminho com
uma oração colocada
nas entradas
de casas judaicas.
Os contactos com Judeus estrangeiros significam
que os Abayudaya têm agora mais conhecimentos
acerca das crenças Judaicas. E mais aprenderão ainda
quando o seu rabino chegar de Israel onde, graças a
um patrocínio estrangeiro, se encontra a estudar num
colégio religioso.
Confiança. Há vinte anos, crianças Judias como estas
teriam sido marginalizadas. Mas à medida que a comunidade
cresce, também a sua confiança cresce. Como
um jovem disse: "Ser chamado Judeu era, até agora,
uma ofensa. Até tínhamos medo de dizer qual era a
nossa religião. Mas agora, se dissermos que somos Judeus,
as pessoas consideram isso normal. E alguns até
nos admiram".
Fotografias e texto de Anna Borzello.
E S P A Ç O A B E R T O
Comunidade Judaica em
Abayudaya
Parlamento
português assinala
Dia Internacional
de Memória
do Holocausto
No seguimento da decisão das
Nações Unidas de fazer do dia 27
de Janeiro, data em que foi libertado
o campo de Auschwitz, Dia
Internacional da Memória do Holocausto,
o Parlamento português
irá também assinalar a data com
uma sessão específica sobre o
tema no próximo dia 26 pelas 15.
Será também inaugurada no mesmo
dia uma exposição dedicada à
acção dos cônsules que durante a
guerra tiveram uma acção humanitária
de salvamento dos
perseguidos por Hitler.
Todos os interessados estão convidados
a estarem presentes na
Assembleia da República.
O American
Jewish Comittee
em Portugal
De 9 a 12 de Março estará presente
em Lisboa, uma importante
delegação de alto nível do
Americain Jewish Comittee
(AJC). O objectivo da deslocação
é a assinatura de um protocolo
com a nossa comunidade, à imagem
do que já existe com outras
comunidades judaicas, para
oferecerem o seu apoio nos mais
diversos domínios.
O AJC aproveitará também a sua
estadia em Portugal, para se
avistar com entidades oficiais
portuguesas, assim como com
outras confissões religiosas.
O programa detalhado da sua estadia
será divulgado brevemente.
L i v r o s
Fragmentos de uma Vida | Aharon Appelfeld
Editora Civilização
Já está nas livrarias o primeiro livro do
escritor Aharon Appelfeld publicado em
Portugal. Nascido em 1932, na Bucovina,
Aharon Appelfeld perdeu os pais aos
oito anos, vítimas do Holocausto, e errou
sozinho pelas florestas da Ucrânia
até emigrar para Israel, onde vive actualmente
em Jerusalém. É autor de
mais de uma trintena de obras que lhe
valeram uma reputação
internacional.Com o título português de
"Fragmentos de uma vida", o livro
"conta o percurso de formação de um
menino judeu de uma família assimilada a quem os horrores da
guerra, do gueto, dos campos e da floresta, moldaram a personalidade.
É um livro sobre acontecimentos trágicos e de
contemplação interior." Ainda segundo o original hebraico, é a
primeira vez que o escritor Aharon Appelfeld revela, abertamente,
fragmentos da sua vida: a região da sua infância na
Europa oriental, a Segunda Guerra Mundial, as errâncias no
fim da guerra e a vida em Israel. "Fragmentos de uma Vida"
recebeu o Prémio Médicis para o melhor romance estrangeiro,
em 2004, e foi publicado pela editora Civilização, com tradução
do hebraico de Lúcia Liba Mucznik. Nascido em 1932, Aharon
Appelfeld é autor de uma trintena de obras que lhe valeram
uma reputação internacional. Vive em Jerusalém.
R E L I G I Ã O
22 Tikvá 56 • Janeiro/Fevereiro/Março
A S N O S S A S S U G E S T Õ E S
A CIL NA TV
RTP 2
30 de Janeiro - 2ª Feira - 18h.
Fé dos Homens
"Colóquio A Religião
no Estado Democrático"
Festa de Chanuka 5766 na CIL
5 de Fevereiro - Dom. - 9h30
Programa Caminhos
"A Assembleia da República
comemora Dia da Memória
do Holocausto"
Eventual mudança no horário da emissão
é de total responsabilidade da emissora.
Participe nos Serviços Religiosos da nossa Comunidade
Venha e traga toda a sua família !
6ªs feiras às 20h00 / Sábados às 9h00
Grupo de Estudos sobre a Parashá da semana
Todas as 6ªs feiras às 18 horas na Sinagoga. Aberto a todos.
Coordenação: Alain Hayat
A g e n d a
DOMINGO
2ª FEIRA
3ª FEIRA
4ª FEIRA
5ª FEIRA
6ª FEIRA
8h30
às 9h30
DAF YOMI
Michah Classen
DAF YOMI
(às 08:00)
Michah Classen
DAF YOMI
Michah Classen
DAF YOMI
Michah Classen
DAF YOMI
Michah Classen
18h00
às 19h00
PARASHAT
HASHAVUA
Alain Hayat
20h00
às 21h00
HEBRAICO
BÁSICO
João Paula
CICLO ALTERNO
1ª S - FILOSOFIA |2ª S - HALACHÁ
3ª S - JUDAÍSMO E MODERNIDADE
Mark Robertson
4ª S - JUDAÍSMO NO FEMININO
Ialta C - Hana R.
21h00
às 22h00
FORUM
TEMÁTICO
Grupo discussão
GRUPOS DE ESTUDO NA SINAGOGA SHAARÉ TIKVÁ
Maccabi Shuk Bazar
No dia 6 de Novembro foi realizado mais um Maccabi Shuk Bazar. Artesanato com motivos judaicos,
produtos de beleza, bijutarias, perfumaria, relógios, artigos em prata, roupas e objectos para
a casa, foram vendidos a preços super baixos. Mais de 50 pessoas passaram pelo Maccabi a aproveitaram
o bazar que já se está a tornar uma tradição.
Intercâmbio Maccabi Lisboa- Madrid
O Kabalat Shabat de confraternização entre as crianças de 9 aos 12 anos
de Lisboa e Madrid que aconteceu no dia 25 de Novembro foi um verdadeiro
sucesso. Não foram apenas as crianças que aproveitaram a noite. Os
familiares também participaram e animaram a festa. Houve ainda apresentações
do coral Guil Hazaav e do Grupo de Dança Israelita do Maccabi
Palestra e tarde de autógrafos
O Codex 632 é um livro baseado em documentos
históricos genuínos e transporta-nos numa surpreendente
viagem pelo tempo, numa aventura
repleta de enigmas e mitos, segredos encobertos,
aparências enganadoras e factos silenciados.
Foi um pouco deste clima de mistério que o
autor da obra, José Rodrigues dos Santos, levou
para o Maccabi no dia 13 de Novembro, quando
falou do seu trabalho e da sua pesquisa. O
tema atraiu mais de 70 pessoas, todas fascinadas
com as explicações do jornalista.
Após a palestra, foi realizada uma tarde
de autógrafos.
Actividades Sociais e Culturais
Movimento Juvenil Dor Chadash de Lisboa - Ano V
A cada semana um novo participante! Mais de 80 jovens já participam. Agora só falta você !
Actividades todos os domingos, das 15h30 às 19h00 no Maccabi Country Club
Jovens e crianças a partir dos 3 anos | Participação: 5 € por semana
Descontos especiais na compra de senhas antecipadas
Coral Etz Chaim - Ano IV Coral Musical representativo da CIL
Para adultos entre os 20 e os 60 anos
Encontros semanais - às 3 ª e 5ª feiras, das 19h30 às 20h30 - Monte Olivete
UPEJ - União Portuguesa de Estudantes Judeus
Super actividades mensais para jovens entre os 18 e 30 anos
LEHAKAT HAMACCABI GRUPO DE DANÇA ISRAELI
NÃO PERCAM! TODOS OS DOMINGOS DAS 12h00 ÀS 13h30 - NO MACCABI
JOVENS DOS 12 AOS 25 ANOS
Mais informações e inscrições através da nossa secretaria.
Participe nas actividades e eventos da nossa Comunidade, pois a nossa Comunidade é você.
A S N O S S A S A C T I V I D A D E S
24 Tikvá 56 • Janeiro/Fevereiro/Março
Grupo Guil Hazaav - Ano IV (Idade de Ouro)
Não perca mais tempo ! Venha participar connosco !
Actividades Especiais Permanente (música, ginástica, palestras, passeios ...)
Para adultos a partir dos 60 anos | Encontros semanais às 4ªs feiras, das 15h30 às 17h00
Sede no Monte Olivete | Participação: 5,00 €
Tikvá 56 • Janeiro/Fevereiro/Março 25
O Maccabi
Informa
os sócios
Almoço aos Domingos
Todos os Domingos há almoço
no clube, sempre a partir
das 12h30.
Aula de Dança Israeli
LEHAKAT HAMACCABI
Já iniciaram os ensaios
de Dança Israeli dirigidos
pela Lilian Prist para
os jovens dos 12 aos 25
anos- Todos os Domingos -
das 12h00 às 13h30.
Não é preciso inscrever-se.
As aulas são gratuitas.
Informações: 21 911 11 88
O Maccabé a sua cais a!
MACCABI COUNTRY CLUB
3ª a 6ª Feira - Das 9h00 às 17h00
Tel: 21 9111188 - Tratar com Rosina | maccabi@netcabo.pt
COMUNICADO IMPORTANTE
Tendo a Comunidade Israelita de Lisboa sido notificada pelos serviços
do Ministério Público do Tribunal de Instrução Criminal e DIAP de Lisboa,
(oficio nº 1740/IC de 27/12/2005), para prestar informações no âmbito
de um processo de inquérito criminal, vem a Direcção informar todos
os seus sócios que em momento algum mandatou alguma pessoa para em
seu nome pedir dinheiro para nenhuma finalidade.
Desde já se solicita aos sócios que forem abordados em nome da CIL
solicitando verbas, que confirmem a autenticidade do pedido junto da Direcção
da CIL, antes de fazerem qualquer entrega.
A Direcção
H O M E N A G E N S
Participe nestas homenagens. Actualize os seus registos junto da nossa secretaria através do tel. 21 393 1130
de 2ª a 5ª feira - das 14h00 às 17h00 | administrativo@cilisboa.org
26 Tikvá 56 • Janeiro/Fevereiro/Março
ANIVERSÁRIOS
JANEIRO
Carine Lederer 02
Débora Ettner 04
Alessandra Pihas 04
Daniela Mitrani 05
Gabrielle Luis 06
Sylvia Loretta Lakeland 06
Rafael N. Benoliel Carvalho 07
Richard Markovitch 07
Ana Weinberg 07
Daniela Fernandes Teruszkin 13
Mordechai Atzmon 15
Vera Spiegel 17
Helena Finkelstein 19
Sófia Vian Falcão Tuati 19
Clara S. T. Freitas Lomelino 20
Clara Kopejka Cassuto 21
Ana Cristina Anahory Garin 21
Leonor Obadia B. Martins Benodiz 23
Samuel Obadia 23
Joaquim Vaz Morão 25
Edmundo da Silva Pereira 26
David Carp 27
Ricardo Banon de Jesus 28
Ralf Pinto 28
Rivca Alt-Livni 29
Mara Lucia Kuminsky 30
Patricia Bensaude Fernandes 31
Kylie Koshét 31
FEVEREIRO
Dov Goldrajch 04
Rivka Grozovinski 06
David Bernfeld 07
Marcia Horn Albuquerque 08
Ester Benezra Alcântara 09
Igor Cohen Catran 09
Lian Lederer 09
Isak J. Azriel 14
Iva Davidofe 16
Daniele Rosenberg 17
David Joffe F. Pereira Botelho 18
Avinoam Rosenberg 18
Mery Ruah 19
Zina Liebermann 20
Dany Prist 21
Jona Joanes 24
Marcos Prist 24
Maria Antonieta Santos 25
Ana Bekerman 28
Miriam Glasberg 28
Jaime Samuel Joanes 28
MARÇO
Ester Ruah 01
Zeev Grozovinski 02
Sheley Anne Porton 02
Clara Ruah 02
Sonia Huli Bernfeld 04
Isaac Chazan 04
Manuel Joaquim de Jesus 04
Micael Schartzman Steinhardt 04
Rosy Rosenthal 12
Vivian Bernfeld 13
Elie Alain Hayat 14
Pedro Banon de Jesus 14
Tommy Lederer 16
Daniela Schliesser 17
Sara Mucznik 18
Lívia Cohen Catran 19
Rafael Arié 19
Erich Brodheim 21
Lucia Cohen Catran 22
Lici Botbol 23
Daniel Bento 25
Issac Bitton 31
Miriam Brodheim 31
FADAS
Á Sofia e Samuel pela passagem das Fadas
da querida Ana Tuati, realizada na nossa Sinagoga
no passado dia 26 de Novembro / 24 de Heshvan de 5766.
NOTA DE FALECIMENTO
É com profundo pesar que comunicamos o falecimento de:
Dr. Carlos Capelas (Q.D.T)
20 de Dezembro de 2005
Presidente Honorário da Associação da Amizade Portugal - Israel
e grande colaborador da CIL
Apresentamos as nossas sentidas condolências à Família enlutada
N A H A L O T
Sábado 21/01 Lily Glaser Aberlé 21
Itzhak Katzan 21
Josef Kofler 21
Moisés Bentes Ruah 23
Adolf Nojmark 24
Miriam Sebag Seruya 25
Melita Friedberg 26
Chuna Jablonski 26
João Freudenthal 26
Esther Benoliel Ruah 27
Rosalia Friman 27
Ketty Azun Uzan 27
Sábado 28/01 Arthur Singer 28
Josef Assor 29
Mazaltob Levy 29
SHEVAT
Rafael Israel 1
Rosel Feist 1
Moisés Benodis 2
Rebecca Abuaf Huber 3
Miguel Smith Carvalho 3
Gizela Kaczor de Egyed 3
Lopo (Wolf) Steinhardt 3
Moisés David Kummer 4
Lea Monderer 5
Miriam Sequerra 5
Elias Sabat 5
Miriam Jaffé Azriel 5
Sábado 04/02 Nathan Stopnitzki 7
Saul H.Katzan 7
Clara Amar da Silva 7
Regina Rosenthal 8
Jaime Bensimon 8
Meir Abraam Bensusan 8
Dário Taranto 10
Esther Sequerra Levy 11
Isaac Sequerra 11
Colombo T.Stern 11
Jacob Obadia 12
Moisés Assayag 12
Simy Esaguy 12
Lídia Buzaglo Vieira de Castro 12
Sábado 11/02 Judith Levy 13
Ester Henriques de Sousa 13
Fortunato G. Seruya 14
Judith Benarus 14
Donna Benoliel Levy 15
Martin Sain 16
Estrella Israel 16
Salomão Holly 17
Toni Cassuto 17
Augusto Toledano Esaguy 17
Samuel Piatok 17
Moloczkowicski 17
Sara Teller 18
Herbert August 18
Ha-Rav Yitzchac Mayer Unterman 19
(Ben Ha-Rav Israel Unterman)
Hans Anatol krakawer 19
Solica Sónia Luis 19
Sábado 18/02 Beatriz Asaria Levy 20
Fortunato Levy 21
René Leon Aberlé 22
Oscar Haas 22
Shoshana Broder 23
Esther S.Marques 25
Rubin Burstin 25
Jaime Buzaglo 26
Sábado 25/02 Joshua Benoliel 27
Rachel Rosa Abdelá 27
ADAR
Jacob Levy Azancot 1
Salomão M.Seruya 3
Sábado 04/03 Fortunata Roffe 4
Desidério Davidofe 4
Caroline e Salomão Benoliel 4
Thea Sequerra 4
Herman Levin 5 VEADAR
Esther Vera Seruya 7
Alegria Baruel 7
Chana Malka Rosenfeld 7 VEADAR
Jacques Romano 7 VEADAR
Leopold Abolnik 8 VEADAR
Abraham M. Esaguy 8
Aron Assor 8
Alexandre Albagli 9
Salomão Azavey Azancot 10
David Tuati 10
Sara Benodis 10
Rosy Cassuto 10
Mazal Tov !!
Os nossos parabéns e os votos
de muitas felicidades a todos !
TIKVÁ
Envie os seus textos e sugestões para TIKVÁ até ao dia 30 de cada mês.
Rua do Monte Olivete, 16 r/c. esq. 1200-280 Lisboa | e-mail:tikvá@cilisboa.org
A quem se dirigir
Horário de funcionamento da Secretaria
Segunda a Quinta-feira, das 9h00 às 17h30
Sexta-feira e vésperas de festas judaicas, das 9h00 às 13h00
Horário de almoço
das 13h00 às 14h00
Atendimento ao público
Segunda a Quinta-feira, das 13h00 às 17h30
Os espaços para reuniões devem ser agendados
com aviso prévio, mínimo de 48 horas
Tesouraria
Maria João Geraldes
tesouraria@cilisboa.org
Telf. 213 931 134
Atendimento de Segunda a Quinta-feira, das 10h00 às 13h00
Telf. 213 931 130 | Fax 213 931 139
Director Executivo
Marcos Prist
director@cilisboa.org
Movimento Juvenil Dor Chadash
dorchadash@cilisboa.org
Secretária
Estrella Assayag
administrativo@cilisboa.org
Visite o nosso site: www.cilisboa.org
Direcção
Presidente Jose Oulman Carp
Vice-Presidente Esther Mucznik
Vice-Presidente Ronald Brodheim
Tesoureiro José Salomão Ruah
Secretário Eva Ettner
Vogal efectivo Clara K. Cassuto
Vogal efectivo Charles Arie
Vogal efectivo Sonia Hulli Bernfeld
Vogal efectivo Arnaldo Grossman
Vogal Suplente Salomão Kolinski
Vogal Suplente Vera G. Ferreira
Assembleia Geral
Presidente Moisés Bendrao Ayash
Vice-Presidente Mordechai Atsmon
1º Secretário Nuno Wahnon Martins
2º Secretário Diana Ettner
Conselho Fiscal
Presidente Samuel Tuati
Vogal Efectivo David Bentes Ruah
Vogal Suplente Guilherme Grossman
Presidente Honorário
Dr. Samuel Ruah