Tikvá n.º 65, 8º ano
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5768
TIKVÁ תקוה
REVISTA DA COMUNIDADE ISRAELITA DE LISBOA
N º 6 5 – 8 º A n o
S e t e m b r o / O u t u b r o d e 2 0 0 7
T i s h r e i / C h e s h v a n 5 7 6 8
Dossier: Cemitério Judaico profanado em Lisboa
Um novo ano Judaico 5768
cheio de boas esperanças
Caros leitores, correligionários e simpatizantes
Esta 65º edição do nosso Boletim Tikvá
marca o período das grandes festividades
judaicas – os Chaguei Tishrei e a chegada
do novo ano judaico de 5768.
Ano que para a CIL chega com o prenúncio
de grandes realizações com a alegria da chegada
do nosso novo Rabino Eliezer Shai Di
Martino e sua família, com o repetido sucesso
nas inscrições para os cursos do nosso
Departamento de Ensino Judaico para o ano
lectivo 2007/2008 que já arrancou com muitos
novos alunos e novas turmas e com a comemoração
dos 5 anos de actividades contínuas
do nosso querido Grupo Guil Hazaav.
Um novo ano judaico que nasce sempre
com um importante sentimento de mobilização
e manifestação de apoio e confiança
por parte dos nossos correligionários que
acreditam cada vez no grande projecto de
desenvolvimento da CIL, sempre voltado
cada vez mais para a integração e participação
comunitária e para o fortalecimento
da consciência e identidade judaica de cada
um dos nossos membros, desde os mais
novos até a mais vivida geração.
Entretanto, este novo ano judaico fica
também marcado pela lamentável invasão e
profanação ocorrida recentemente no nosso
cemitério judaico, cujo repúdio e busca pela
justiça tem sido diariamente manifestada
pela Direcção da nossa comunidade, bem
como por todos os nossos correligionários,
amigos, simpatizantes e amantes da paz, liberdade,
respeito, justiça e tolerância. (ver
dossier especial neta edição).
Elevaremos os nossos pensamentos para o
que há de melhor, no desejo de um espírito
irmanado e único, seguirmos juntos neste
novo ano na busca de novas e maiores
realizações na nossa Comunidade em todas
suas áreas. Mas acima de tudo, no desejo
de que esta mobilização e integração
comunitária seja cada vez maior, em prol
da continuidade e do fortalecimento do judaísmo
em Portugal.
Que seja este também um ano marcado pela
paz, pela tolerância e respeito entre as
pessoas e entre os povos em todo o mundo.
Desejamos a todos os nossos sinceros votos
de um
SHANA TOVÁ USHNAT SHALOM !
Marcos Prist
Director Executivo CIL
E D I T O R I A L
O Rabino Eliezer,
uma aposta no futuro
Este número do Tikvá sai com bastante atraso em relação
ao seu tema de capa centrado no Ano Novo de
5768, atraso pelo qual pedimos as nossas desculpas.
Começámos o ano com a vinda auspiciosa do novo rabino,
Eliezer Shai Di Martino e sua família que logo dirigiu
os serviços religiosos das festas e cuja presença, embora
ainda muito recente, já começa a ter algum impacto
na nossa comunidade. O seu dinamismo, a sua firme determinação
em incrementar a espiritualidade judaica
entre nós e simultaneamente a sua vontade de trabalhar
para a união e coesão da CIL, como é testemunho a
entrevista que publicamos neste número, leva-nos a
pensar que escolhemos o “homem certo no momento
certo”.
O judaísmo não se resume à sinagoga e a fé de cada um
não se mede pela assiduidade na sua frequentação. Ir ou
não à sinagoga releva da escolha individual de cada um,
escolha que não diz respeito a mais ninguém. Mas a nossa
sinagoga centenária sempre foi um ponto de encontro
e de união da comunidade, ponto de chegada e de partida
de refugiados, imigrantes e turistas. Hoje, ela tem
uma vida diária, em grande parte graças aos cursos ministrados
pelo professor Laércio: crianças, jovens e menos
jovens frequentam aulas, grupos de estudo e reflexão,
atraindo pessoas que até há pouco não tinham
uma relação próxima com a Comunidade. Também um
número significativo de não judeus, interessados em saber
mais sobre judaísmo, frequentam as aulas. Mas seria
importante que essa vitalidade tivesse expressão nos
próprios serviços religiosos: hoje em cada Shabat, o Rabino
dirige-se à comunidade, em português, comentando
a porção semanal de leitura da Torá, facilitando assim
a comunicação com o público, e o livro de orações
para o Shabat, graciosamente oferecido pela família Arié
por ocasião da Bar-Mitzvá de Alexandre Arié, permite a
cada um participar activamente no serviço, em hebraico
transliterado e em português. Mas por muitos esforços
que faça o Rabino, ele não poderá nunca substituir-se à
vontade dos membros da CIL. É pois, mais um apelo à
participação de todos que aqui deixamos.
Vivemos um momento de reforço, a nível europeu, da
extrema direita neo-nazi e antisemita. Em Portugal,
pensávamos estar relativamente ao abrigo dessas manifestações.
Mas o recente atentado ao cemitério judaico
de Lisboa, do qual damos conta nas páginas deste número,
veio desmentir essa doce ilusão. E nem a solidariedade
efectiva e preciosa por parte das autoridades
oficiais e de todas as confissões religiosas, nos pode fazer
esquecer que a nossa força como comunidade vem
sobretudo da nossa união e da vitalidade da nossa vida
comunitária e espiritual.
Esther Mucznik
Vice-Presidente
2 Tikvá 65 • Setembro/Outubro
FICHA TÉCNICA
Directora Esther Mucznik
Chefe de Redacção Marcos Prist
Colaboradores Diana Ettner, Gabriel Steinhardt,
Henrique Ettner, Nuno Martins e Samuel Levy
Concepção e produção gráfica Raimundo Santos
Tikvá 65 • Setembro/Outubro 3
m e n s a g e m d a d i r e c ç ã o C A R T A S R E C E B I D A S
Fórum Abraâmico de Portugal
O Forum Abraâmico de Portugal, expressa o
seu mais veemente repúdio pelo inqualificável
acto de selvajaria gratuita, perpetrado
contra o cemitério israelita de Lisboa. O
completo desrespeito pelo descanso dos nossos
antepassados é, sem dúvida, um acto
por si só condenável e desprezível, mas, menos
indiferentes ainda devemos ficar, quando
a memória dos nossos mortos é perturbada
através de símbolos que injuriaram toda a
humanidade e representam um período da
história mundial que todos queremos evitar
venha a repetir-se.
O Fórum expressa publicamente o seu mais
profundo pesar e repúdio pelos actos de vandalismo
cometidos no Cemitério Judeu, bem
como todos os actos de semelhante natureza
que atentam contra a dignidade e respeitabilidade
do ser humano.
A Direcção
Lisboa, 27 de Setembro de 2007
Dear José
I am writing you to express my solidarity with
the Lisbon Jewish community.
Unfortunately your mail notifying us of this
sad event was received on Wednesday night,
after the beginning of Sukkot and I had a
chance to see it only today as I was in Germany
for political encounters.
As President of the European Jewish
Congress I express my full solidarity with the
Jewish community of Lisbon and strongly
condemn the desecration of cemetery in Lisbon
by far-right young people. I am glad that
the police caught the perpetrators quickly
and I hope justice will be served.
In a country that has not seen much of the
anti-Semitic violence experienced by our
other colleagues in Europe, I am sure that
this event comes as a shock for you and your
community. I strongly hope that the Portuguese
government will persecute these vandals,
showing an example, by the current EU
Presidency, for other European countries
Please let me know if there are any actions
you would like the EJC to take as far as official
condemnations or actions with the EU
Presidency.
Yours,
Moshe Kantor - President of the European Jewish
Congress
A comunidade judaica do Rio de Janeiro, no
Brasil se solidariza com nossos irmãos portugueses
que mantém a chama milenar do judaísmo
nesta região da Península Ibérica,
onde os judeus chegaram expulsos pelo imperador
Adriano no século 6 de nossa era.
Judeus portugueses sobreviveram a todos os
tipos de perseguições, sobreviveram à Inquisição,
ao Édito de Expulsão e ao governo militar
de direita. Mas na Europa unificada, o
preço que se paga pela liberdade é o aumento
do anti-semitismo. Temos a certeza absoluta
de que as autoridades policiais e judiciárias
portuguesas agirão de forma exemplar
neste caso para inibir outras tentativas de
manchar o passado e o presente dos judeus
em Portugal. Tenham a certeza de contar
com a solidariedade dos judeus brasileiros.
Sergio Niskier
- Presidente da Federação
Israelita do Estado do Rio de Janeiro
- Brasil
Exmo. Senhor Presidente
José Oulman Carp,
Agradeço o convite de V. Exa. para assistir à
cerimónia religiosa que terá lugar no cemitério
israelita, no próximo Domingo, 7 de Outubro.
Infelizmente, por motivos pessoais, não me
é possível comparecer na cerimónia destinada
a repudiar o acto de vandalização do cemitério
judaico ocorrido no passado dia 25
de Setembro.
Agradecia que desse a publicidade que entender
a esta minha atitude de solidariedade
para com a Comunidade Israelita de Lisboa
que foi tão bem representada na Comissão
da Liberdade Religiosa, da qual fui Presidente
até ao passado dia 4 de Setembro, através
da Dra. Esther Mucznik.
Com os melhores cumprimentos e pedido de
desculpas por não estar presente, subscreve
O Juiz Conselheiro do Supremo
Tribunal de Justiça
Jubilado, José Menéres Pimentel.”
Ex- Presidente da Comissão
da Liberdade Religiosa
4 Tikvá 65 • Setembro/Outubro Tikvá 65 • Setembro/Outubro 5
goga em grego, significa, em
hebraico, a casa do encontro. Se
fosse utilizada somente para
serviços religiosos, então a sua
designação seria Beth Tefilá, ou
seja, a denominação é mais inclusiva,
chamando para si os
mais religiosos, juntamente,
com os menos religiosos.
Pensam que existe o capital
humano necessário para ultrapassar
essa barreira?
Claro que sim. O alvo principal
de qualquer Rabino é o de conciliar
os membros da comunidade,
levando-os a participar no maior
número de actividades, religiosas
ou não religiosas.
Que diferenças existem entre
as Comunidades Judaicas em
Itália e em Portugal?
A Comunidade Judaica Italiana
é uma comunidade modelo. É
uma comunidade tradicional,
mas que conseguiu ser suficientemente
liberal para que
não ocorram cisões internas e
que todos possam estar no seu
seio. É uma comunidade ortodoxa
mas, em simultâneo, não
criou guetos. Não tem os haredim,
os laicos, os reformistas
ou os sionistas em comunidades
paralelas. Todos fazem
parte da Comunidade, da organização
que rege os assuntos
judaicos. Por outro lado, se for
à Sinagoga de Roma, vai encontrar
pessoas de diferentes
estratos sociais a frequentarem
os serviços religiosos. Não há
distinções sociais ou culturais
entre os Judeus italianos. É um
bom exemplo para as comunidades
judaicas na Diáspora.
Encontramos em Itália um
conjunto de pessoas ligadas às
artes, à política e que, por
vezes, não se identificam muito
com a Comunidade Judaica.
Exemplos como Alberto Morávia
(escritor e Prémio Nobel da Literatura)
ou Carlo Ginzburg (historiador
italiano) são paradigmáticos.
Esta realidade já não é tão
forte em Portugal.
A diferença entre os Judeus Italianos
e os Judeus Portugueses é
que aqueles se encontram em
Roma, ou em Itália, há mais de
dois mil anos. Oficialmente, os
Judeus italianos não tiveram Inquisição,
com excepção do sul, o
que faz com que a maior dos Judeus
italianos se encontrem integrados
e se considerem mais
italianos que os italianos não Judeus.
Por exemplo, o fenómeno
do cripto-judaísmo é quase inexistente
em Itália. Em Portugal
já é bem diferente.
Quer o Rabino, quer a sua
Mulher, criaram o seu próprio
blog, onde discutem e apresentam
diversos aspectos
culturais, religiosos, filosóficos,
etc. Os utensílios da modernidade
são um obstáculo
ou um apoio à religião?
A natureza do Judaísmo é antiobscurantista.
Por exemplo, Maimonides
utilizou conscientemente
a linguagem da moderna filosofia
para expressar conceitos
judaicos. Diz a Torah que o Povo
Judeu é um Povo sábio e inteligente.
Se o computador tem
uma utilidade para o Judaísmo,
então vamos utilizá-lo. Uma ferramenta
existe com um propósito,
mas pode utilizada para outro.
Uma faca pode ser utilizada
para cortar verduras ou para
matar, o que interessa é a forma
como utilizamos essas ferramentas.
Por isto, os utensílios da
modernidade são um apoio aos
propósitos do Judaísmo.
Qual é o grande desafio no
futuro para o Povo Judeu?
O grande desafio é o de arranjar
uma harmonia no mundo Judaico
e cumprir a seu papel na
Humanidade que é o de ser uma
luz entre as Nações. Infelizmente,
nos dias que correm, os jovens
afastam-se da Comunidade
porque não encontram harmonia
e por causa do sectarismo
e das guerras internas que
nos impedem de ser a luz para
as Nações do Mundo.
Eliezer Shai Di Martino é o novo
Rabino da CIL. Nascido
em Itália, viveu em Israel e
antes de chegar a Lisboa, foi Rabino
da Comunidade Judaica do
Porto. Um Rabino jovem e com
ideias concretas sobre a “renovação”
do judaísmo português.
Juntamente com a sua mulher,
Malka Di Martino, concedeu-nos
esta entrevista onde falou sobre
a CIL, os desafios do Judaísmo e
a modernidade.
Após uma breve experiência
no Porto, que diferenças encontraram
em Lisboa?
O Porto é uma cidade muito fechada,
muito provincial, as
pessoas não aceitam com facilidade
as diferenças culturais e
são muito selectivos com o círculo
de amizades. Lisboa é a
capital. Aqui existem muitas
semelhanças com Roma, a vida
é muito parecida nas duas cidades.
Em Lisboa existe um
confronto cultural, não se come
só bacalhau ou tripas. Sentimonos
em casa, foi uma adaptação
mais fácil e mais rápida.
Quais são os grandes desafios
que a CIL vos proporciona
e como pensam ultrapassá-
los?
O grande desafio que temos pela
frente é o de dar uma visão
mais tradicional da religião judaica.
No Judaísmo não existe
somente a identidade religiosa.
Existe também uma identidade
nacional. O Povo de Israel
sempre foi um Povo eclético que
no seu interior tem pessoas
mais cumpridoras das leis religiosas
e outras menos cumpridoras.
É uma realidade histórica.
A diáspora, sobretudo nos
países cristãos, levou a uma
“vaticanização” do Judaísmo, ou
seja, passámos a diferenciar
entre o clero e os laicos. O nosso
desafio é o de contrariar esta
visão, incluindo dentro do Judaísmo
os religiosos e os menos
religiosos. No fundo, acabar
com a distinção entre “sinagogueiros”
e laicos e incluir todos
na mesma identidade, levando a
que ambos participem nas actividades
religiosas e não religiosas.
Esta é uma situação que
existe actualmente e o nosso
desafio é o de ultrapassar esta
barreira que tem mais raízes
cristãs do que judaicas. Por
exemplo, Beth Knesset, a Sina-
R O S T O S D O J U D A Í S M O
“O Povo de
Israel sempre foi
um Povo eclético
que no seu
interior tem
pessoas mais
cumpridoras das
leis religiosas
e outras menos
cumpridoras”.
Entrevista com
RABINO
ELIEZER DI MARTINO
Conduzida por NUNO W. MARTINS
6 Tikvá 65 • Setembro/Outubro
Intervenção do Sr. Ministro da Justiça
- Dr. Alberto Costa
A República Portuguesa funda-se na dignidade, na liberdade,
no pluralismo e na tolerância.
Sendo o nosso Estado um estado assumidamente laico, a
garantia da liberdade religiosa e de culto é uma das travesmestras
da nossa pátria constitucional.
Isso reclama igualdade e respeito – o contrário de discriminação
e de desprezo.
As leis da nossa República incriminam e punem actividades
que encorajem o ódio e a violência, religiosa ou racial.E são
também incriminados e punidos os actos contra sentimentos
religiosos ou contra o respeito devido aos mortos.
Quando uma crença religiosa é objecto de agressão, o Estado
de Direito não pode resguardar-se por detrás do
princípio da laicidade – mobiliza o direito e a justiça penal.
É esse o seu dever.
Ultrajar, profanar, escarnecer ou vilipendiar uma crença ou
um culto constitui uma negação da liberdade, da tolerância
e da igual dignidade de cada um de nós.
Nesta perspectiva laica, liberal e tolerante, os actos ultrajantes
praticados neste cemitério judaico são também ultrajes
a todos nós, tanto aos que acreditam como aos que
não acreditam.
Perante esta agressão, todos nós somos judeus.
Em nome desta cultura democrática e constitucional quero,
como ministro da Justiça, que é também, segundo a nossa
tradição, o ministro dos cultos, associar-me a esta cerimónia.
E fazê-lo para repudiar os actos de ódio, vandalismo, ultraje
e agressão que atingiram a comunidade judaica.
Quero também, em relação a uma comunidade que traz do
passado a memória de horríveis perseguições e continua a ser
o alvo do anti-semitismo, exprimir profunda solidariedade.
Quero exprimir solidariedade – e também confiança.
Confiança na acção do Estado de Direito, a perseguir criminalmente
os responsáveis, como já está a fazê-lo, e a entregá-
los aos tribunais para serem censurados e responsabilizados
pelos seus actos.
E também confiança na sociedade aberta, democrática e tolerante
– aquela sociedade onde homens de fé e homens
sem fé se reúnem para celebrar o valor da liberdade religiosa
e repudiar os actos dos que praticam crimes contra os
sentimentos religiosos e contra a humanidade.
Nunca poderemos dar os sinais da barbárie como definitivamente
extintos.
Lutar contra ela é um trabalho infindável que o céu cometeu
à condição humana.
Nessa luta prosseguirão unidos todos os homens de boa
vontade.
Não ao ultraje.
Sim à dignidade e à solidariedade!
Texto do voto aprovado por unanimidade
na Assembleia da República a 4 de Outubro 2007
Condenação pelos actos de vandalismo ocorridos no Cemitério Judaico de Lisboa
O Cemitério Judaico de Lisboa foi objecto de reprováveis actos de vandalismo no passado dia
25 de Setembro. A Comunidade Israelita de Lisboa, em posição pública, entendeu que tais
actos configuravam “um crime contra a Comunidade Judaica, bem como uma ofensa à sociedade
civil portuguesa, à democracia e ao Estado de Direito”.
O anti-semitismo, expressão condenável do ódio e da violência raciais, é em absoluto incompatível
com os valores de convivência da sociedade democrática portuguesa e representou
ao longo da História, um vasto conjunto de tragédias com as quais não pode nem
deve contemporizar o espírito de pluralismo, liberdade e tolerância democrática em que se
funda o Estado de Direito.
A liberdade religiosa, a compreensão recíproca e o diálogo entre diversas culturas e valores
civilizacionais constituem património intangível da sociedade contemporânea e da convivência
democrática em Portugal.
Assim sendo, a Assembleia da República condena com veemência os actos ocorridos no Cemitério
Judaico de Lisboa; exprime a mais profunda solidariedade às famílias atingidas e reitera
à Comunidade Judaica a firme vontade da República Portuguesa em garantir, sem qualquer
tibieza, a integralidade dos direitos, liberdades e garantias protegidos pela Constituição.
Tikvá 65 • Setembro/Outubro 7
A C O N T E C E U N A C I L
No passado dia 7 de Outubro, a Comunidade
Israelita de Lisboa realizou uma cerimónia
especial denominada “Taharat Kevurot” numa
veemente manifestação de repúdio pela invasão
e vandalização do cemitério israelita,
ocorridas no dia 25 de Setembro. Mais de 200
pessoas estiveram presentes nesta cerimónia
realizada no próprio cemitério israelita e que
contou com a presença de representantes do
governo, partidos políticos e de todas as
confissões religiosas, membros e amigos da
nossa comunidade. Entre as autoridades presentes
destacamos as presenças do Sr. Ministro
da Justiça, Alberto Costa, o Ministro da Administração
Interna, Rui Pereira e do Alto Comissariado
para a Imigração e Minorias Étnicas,
Rui Marques.
"Hoje somos todos judeus." Foi com estas palavras
de solidariedade que os dois representantes
do Governo na cerimónia expressaram o
apoio à comunidade israelita e o repúdio pelos
actos de profanação de 17 campas levados a
cabo por 2 membros de um grupo de skinheads.
O Ministro da Administração Interna reconheceu
o papel das forças de segurança no
combate a ilícitos criminais como este e na garantia
de liberdade de expressão das minorias.
Destaque também para as importantes mensagens
proferidas, pelo Padre Peter Stilwell – representante
do Patriarcado de Lisboa, do Embaixador
de Israel – Sr. Aaron Ram, do Presidente
da CIL – Sr. José Oulman Carp e para as
bênçãos e salmos recitados na ocasião pelo Rav
Eliezer Shai di Martino – Rabino da CIL. Todas
as campas profanadas foram cobertas por panos
brancos em sinal de respeito aos mortos e
as suas respectivas famílias.
D o s s i e r c o m p l e t o e m h t t p : / / w w w . c i l i s b o a . o r g / a b t _ p o l . h t m
COMUNICADOS DA COMUNIDADE
ISRAELITA DE LISBOA
LISBOA, 26 de Setembro – Na noite de Terça para Quarta-
feira foram vandalizados cerca de duas dezenas de túmulos
no Cemitério Judaico de Lisboa.
Nas pedras das lápides foram cravadas suásticas nazis.
Este crime foi qualificado pela Comunidade Israelita Lisboa
não só como um crime contra a Comunidade Judaica
bem como uma ofensa à Sociedade Civil Portuguesa, à Democracia
e ao Estado de Direito.
A Direcção da Comunidade Israelita
Caros Amigos,
Como a Direcção divulgou publicamente, através de um
comunicado enviado à comunicação social, o nosso cemitério
foi vandalizado na passada noite de quarta-feira, 25 de
Setembro. Dezassete campas foram profanadas, a maior
parte com inscrições suásticas.
Segundo dados já divulgados pelas autoridades, os autores
deste acto odioso pertencem a um dos movimentos neonazis
mais radicais a nível mundial.
Como também já é do conhecimento público, estes elementos
foram detidos ainda dentro do cemitério, tendo sido
presentes, na passada quinta-feira, ao juiz de instrução criminal,
que determinou que ficassem a aguardar julgamento
em liberdade, com obrigação de apresentação periódica.
A CIL tem colaborado com as autoridades na medida do
solicitado e manifestou já a sua vontade de, oportunamente,
vir a constituir-se assistente no processo penal.
Lisboa, 30 de Setembro de 2007
A Direcção da Comunidade Israelita
COMUNICADO À IMPRENSA
COMUNICADO À CIL
Cemitério Judaico profanado em Lisboa
Comunidade Israelita manifesta o seu repúdio
8 Tikvá 65 • Setembro/Outubro Tikvá 65 • Setembro/Outubro 9
OMovimento Juvenil de Lisboa realizou de 11
a 15 de Julho na Quinta Bom Sucesso no
Bombarral, a 6ª edição da sua já tradicional Machané
de Verão. Desta feita lá estavam 32 jovens
com idade a partir dos 7 anos que participaram
de mais esta rica vivência, sempre marcada
por mágicos momentos de integração,
conteúdo judaico, lazer e muita diversão. O tema
central desta edição foi “ o Túnel do Tempo”, um
programa séria e criteriosamente definido, desenvolvido
e aplicado, tendo sido os nossos madrichim
preparados com o devido apoio e suporte
pedagógico profissional. O programa “ Túnel
do Tempo” trouxe aos nossos chanichim de forma
criativa e interactiva a possibilidade de “viajarem,
conhecerem e vivenciarem importantes
momentos da nossa história judaica, nomeadamente
os períodos que marcaram as grandes
conquistas (Tkufat Hakibushim), os Juízes (Shoftim),
os Judeus em Portugal na época dos descobrimentos
e a partilha da Palestina (Guerra da
Libertação em 1947). Tudo isto realizado como
sempre com muito empenho e carinho pelos nossos
jovens madrichim através de contínuas e variadas
actividades (cerca de 15 diárias). Novamente
a vivência do Shabat foi também um ponto
alto desta machané desde a sua preparação e
recebimento (Cabalat Shabat) até ao seu final
(havdalá), tudo com o devido acompanhamento
e orientação do nosso querido more Laercio que
esteve presente durante todo o evento. Os parabéns
aos chanichim pela bela participação.
Também os nossos parabéns e sincero agradecimento
aos madrichim pelo tradicional empenho
e dedicação e aos pais por mais uma vez mais
uma vez manifestarem todo a apoio e confiança
no nosso trabalho.
E para o ano há mais ! Kadima Dor Chadash !
Marcos Prist
Director Executivo CIL
VI Machané Kaitz
(Acampamento de Verão)
do Dor Chadash
A C O N T E C E U N A C I L
Trabalhos manuais e criatividade
Preparação para Cabalat Shabat
Preparação do Programa
Conteúdo e debates
Lazer e diversão
Onosso More Laercio Pintchovski, a convite do
Colégio St. Julians em Carcavelos, proferiu
uma palestra e desenvolveu uma actividade especial
sobre o Rosh Hashaná – Ano Novo Judaico
para cerca de 70 alunos do 2º ano da primária. A
iniciativa visa proporcionar aos
alunos a vivência e conhecimento
sobre esta sagrada data
do nosso calendário e ao mesmo
tempo divulgar e esclarecer um pouco
da nossa cultura e tradição aos professores
e dirigentes desta instituição. Trata-
se também de um importante projecto
e iniciativa que esta instituição desenvolve
também com outras confissões religiosas
durante o ano lectivo.
Onosso Rabino Eliezer Shai di Martino e o coordenador
da nossa Sinagoga Shaaré Sinagoga
– Sr. Alain Hayat – representaram a CIL no encontro
entre responsáveis de diferentes
confissões religiosas e Sua Santidade o Dalai Lama,
que teve lugar na Mesquita de Lisboa, no passado
dia 16 de Setembro. Foi este sem dúvida um
momento de verdadeiro testemunho de tolerância,
concórdia e fraternidade entre gentes de culturas
tão diversas inserido no fundamental
contexto do esforço pela Paz Universal e a Harmonia
através do diálogo inter-religioso.
Já a contar com a presença e liderança do nosso novo
Rabino Eliezer Shai di Martino, foram comemorados
na nossa Sinagoga os Chaguei Tishri que tiveram
início com a celebração dos Iamim Noraim
(Rosh Hashaná e Yom Kipur) que ocorreu
mais uma vez com toda dignidade e
com grande mobilização e afluência na nossa
Comunidade. Também com muita alegria
comemorada as outras festividades do mês
de Tishri, nomeadamente de Sucot, Shemini
Atseret e Simchat Thorá 5768, esta última marcada
pelas sempre alegres “akafot” e pela fundamental
participação das nossas crianças. O nosso kol hakavod
ao Rabino Eliezer Shai e o nosso agradecimento
sempre especial ao Alain Hayat (Coordenador
para assuntos da Sinagoga), Isaac
Assor (Chazan) e Samuel Levy (Conselheiro
da CIL para assuntos religiosos) pela colaboração
e empenho na condução destes serviços.
Tizku la Mitzvot !
10 Tikvá 65 • Setembro/Outubro Tikvá 65 • Setembro/Outubro 11
A C O N T E C E U N A C I L
Onosso querido grupo Guil Hazaav da CIL comemorou
no início de Outubro o seu 5º aniversário.
Um projecto que para muitos inicialmente pareceu ser
apenas uma utopia ou algo passageiro por ser dirigido
ao público da terceira idade é hoje um exemplo de
participação e mobilização na vida comunitária da CIL,
já que as senhoras que participam deste grupo estão
sempre presentes com toda boa disposição e jovialidade
não só a abrilhantar e sempre alegrar os nossos
vários eventos festivos, mas também a debater e
contribuir nos encontros, assembleias e reuniões comunitárias
de modo a ajudar a construirmos uma comunidade
cada vez melhor. Parabéns meninas do Guil
Hazaav pelo exemplo de vivacidade que são e pelo valioso
contributo que prestam a nossa CIL ! Longa vida
ao Guil Hazaav e às suas simpáticas integrantes!
Grupo Guil Hazaav comemora
5 anos de actividades
O Ano Novo Judaico no St. Julian’s
A CIL representada na visita
do Dalai Lama a Lisboa
Chaguei Tishri 5768 na nossa Sinagoga
12 Tikvá 65 • Setembro/Outubro
OMinistro de Estado e dos Negócios Estrangeiros
de Portugal Luis Amado esteve no início do mês
de Setembro em Israel para uma visita oficial de três
dias. Encontrou-se com a Vice-Primeira Ministra e
Ministra dos Negócios Estrangeiros de Israel Tzipi
Livni, o Primeiro Ministro Ehud Olmert, Presidente
Shimon Peres, Ministro da Defesa Ehud Barak e Yossi
Beilin – membro da Knesset (parlamento israelita).
Encontrou-se também com Tony Blair – representante
do Quarteto (UE, ONU, EUA e Rússia) que
se encontrava também em Israel, na ocasião.
O actual Presidência do Conselho da União Europeia, o
Ministro Luis Amado
participou em encontros
e debates associados ao tema das relações entre
Israel e a União Europeia. Luis Amado foi também informado
dos últimos desenvolvimentos na região onde
chegou após ter assistido a uma reunião de "Gymnich"
- a reunião informal de ministros estrangeiros dos estados
membros da União Europeia (o Gymnich - vem
do nome de um castelo alemão ao norte de Bonn, sede
da primeira reunião deste tipo, durante a presidência
alemã da União Europeia em 1974).
Fonte: Embaixada de Israel em Portugal
Oartista israelita Zadoc Ben-David venceu o
grande prémio da XIV Bienal Internacional de
Arte de Vila Nova da Cerveira sob o tema “ As novas
cruzadas, com a instalação “Black Fields”, entre 157
obras de 109 artistas (32 países participantes).
No passado dia 12 de Outubro teve lugar a
tomada de posse da Comissão de Liberdade
religiosa, cujo mandato tem a duração
de três anos. Os seus membros foram todos
reconduzidos, à excepção e por sua vontade,
do seu presidente o Conselheiro Meneres Pimentel,
agora substituído pelo Dr. Mário
Soares. A Comissão é composta por dois representantes
da Conferência Episcopal, representantes
da Aliança Evangélica, das Comunidade
Islâmica, Ismaelita, Israelita e
Hindu e por juristas “de reconhecido mérito”.
A representar a Comunidade Israelita
mantém-se Esther Mucznik.
Apoetisa israelita Raquel Chalfi esteve em Lisboa
no início de Outubro para apresentar os
seus poemas traduzidos por Lúcia Liba Mucznik,
na Faculdade de Letras de Lisboa e na Casa Fernando
Pessoas. Ambos os eventos foram organizados
em parceria com a Embaixada de Israel. Raquel
Chalfi é uma das mais conhecidas poetisas israelitas
do momento. Os seus poemas estão traduzidos
em várias línguas. Recebeu vários prémios
literários em Israel e
no estrangeiro pela sua
poesia e teatro. Tem
também trabalhado em cinema
experimental e documental
(como autora e realizadora) em jornalismo
e na rádio. Também nestes campos a sua obra foi
várias vezes premiada.
Fonte: Embaixada de Israel em Portugal
Ministro Luis Amado
visita Israel
Artista israelita é premiado
na bienal da Vila Nova de Cerdeira Tomada de posse da Comissão
de Liberdade Religiosa
Raquel Chalfi em Lisboa
Tikvá 65 • Setembro/Outubro 13
Os médicos Luís e Teresa Carvalho
frequentam as aulas de
hebraico do Professor Laércio. No
passado Verão estiveram em Israel
a frequentar o programa da organização
Sar-El. Este programa
consiste na ajuda voluntária ao
Tsahal. O casal Carvalho contou ao
Tikvá a experiência que tiveram.
Como é que tiveram contacto
com o Programa Sar-el?
Decidimos, no início do Verão, passar
um período de férias em Israel. Mas
ao mesmo tempo não queríamos ir
fazer turismo. Estar num hotel e sair
para ver monumentos não é a nossa
forma de passar férias. Então, após
uma longa procura nos sites da Internet,
descobrimos este programa e
resolvemos inscrever-nos.
O que os levou a escolher este
programa específico?
Inicialmente pensámos ir apenas
por uma semana. Mas depois falámos
com o More Laércio que, imediatamente,
nos aconselhou a
permanecer por um período mais
prolongado. E tinha razão, pois,
embora seja um país pequeno,
uma semana em Israel é insuficiente
para tomarmos contacto com a
realidade do país. Quando vimos que
podíamos conciliar umas férias com
actividades relativas ao quotidiano
dos Israelitas, por um período de três
semanas, imediatamente percebemos
que era isto que queríamos.
Podem descrever as actividades
deste programa?
O programa Sar-El, que significa em
hebraico “Ministro de D-us”, é um
projecto nacional de voluntários por
Israel ligado ao Tsahal e que está
aberto a Judeus e não Judeus. Existem
diversos grupos participantes
que geralmente são organizados por
partilharem determinadas características,
como a língua ou o continente
de onde vêm. Nós ficámos no
grupo dos Ingleses, devido ao facto
de sermos europeus e por falarmos
inglês. Fomos colocados numa base
militar, ficámos numa localizada
perto do aeroporto Ben Gurion e depois
o nosso trabalho diário consistia
em ajudar os elementos do exército
destacados nessa base militar.
Como é que estava organizado o
vosso programa? Tinham dias
livres?
Nós tínhamos dias livres, de quinta-
feira à tarde até domingo de
manhã. As actividades eram guiadas
por duas madrichot. Pelas sete
da manhã eram entregues as fardas
e, quarenta e cinco minutos depois,
era hasteada a bandeira. A
seguir íamos tomar o pequeno-almoço.
O resto da manhã e as
tardes eram passadas nas actividades
que consistiam em organizar
o stock militar e depois foi-nos
também entregue a responsabilidade
pela padaria.
E também faziam chalá?
Claro. Todas as quintas-feiras preparávamos
a massa para as chalot.
Fizemos muitas.
Tinham algum programa especial
à noite ou estavam muito
cansados para terem mais actividades?
À noite tínhamos sempre actividades lúdicas.
Nós preparávamos teatros, jogos,
entre outras. Actividades que fazíamos
em conjunto com as madrichot.
E o que faziam nos dias livres?
Normalmente saíamos em grupo.
Fomos a Tel Aviv e ao deserto do Negev.
Divertimo-nos muito. Mas estávamos
sempre muito ocupados.
Havia alguma regra específica
dentro da base?
Nós não podíamos falar nem de religião,
nem de política.
Mas sendo um programa aberto
a todos, pensam que poderia haver
problemas de comunicação
ou de crítica ao Estado de Israel,
por exemplo?
Houve no passado alguns problemas
com os denominados judeus
messiânicos. Soubemos que essas
pessoas acabaram por ser expulsas
do programa. Mas repare
que o objectivo é dar a conhecer
uma realidade e não o de ir
para uma base com propósitos
religiosos ou políticos. Por isso
faz sentido não ser possível falar
de certos assuntos.
Qual é que foi a vossa percepção
pelo quotidiano de Israel?
Tiveram surpresas?
A segurança foi um dos pontos
que nos causou maior surpresa.
Não que fosse necessariamente
num sentido negativo, mas como
não estamos habituados a ver jovens
com armas nos autocarros,
foi, de certa maneira, uma surpresa,
mas ao mesmo tempo percebemos
o motivo pela segurança. Tem
de ser. Também nos causou uma
impressão positiva a simpatia das
pessoas. Foram cinco estrelas.
Voltam a Israel para frequentar
o programa Sar-El?
Claro. Tencionamos regressar no
próximo ano. E assim faremos.
Mais informações sobre o Programa Sar-El
podem ser obtidas em
http://www.sar-el.org/
A C O N T E C E U E M P O R T U G A L
experiência
Entrevista conduzida por Nuno Wahnon Martins
E S P A Ç O A B E R T O
No limiar do Novo Ano, tenho muito prazer em
dirigir-vos as mais calorosas saudações a partir
de Jerusalém, a eterna e indivisível capital do Estado
de Israel e do povo Judaico.
O período compreendido entre Rosh Hashana e Yom
Kippur deverá ser ao mesmo tempo de introspecção
e de expiação. Deveremos olhar para o ano que
agora termina e retirar dele as respectivas lições,
aplicando esses ensinamentos na vida futura.
Durante anos, muitos têm sido aqueles que se referem
aos perigos a enfrentar pelo povo judaico – quer em relação
a diversas formas de ódio e de anti-semitismo, quer a
questões relacionadas com casamentos mistos, assimilação e
erosão da identidade Judaica e afinidade com o Estado de Israel.
O Estado de Israel, bem como as comunidades na Diáspora, devem
trabalhar em conjunto para garantir que o Povo judaico
continue a crescer de forma coesa e unificada.
Devemos encorajar e apoiar a próxima geração de líderes
judaicos nessa importante missão. Desde o estabelecimento
do Estado Judaico temos sido parceiros na causa
Sionista e deveremos continuar a sê-lo, de modo a assegurar
o nosso futuro como povo vibrante e inclusivo.
Acima de tudo, somos Judeus. Devemos lembrarnos
disso sempre e nunca esquecer o papel central
que o Estado de Israel desempenha na nossa identidade.
Um não pode existir sem o outro, e há que trabalhar
em conjunto, no sentido de fortalecer as duas
metades do todo.
Desejo a todos Shana Tova, um Ano Novo pleno de alegria,
amor e saúde.
Cordialmente,
Ehud Olmert,
Primeiro-ministro do Estado de Israel
Tikvá 64 • Junho/Julho 15
I S R A E L E M F O C O
O Ano que Passou
No limiar do Ano Novo judaico e no momento em
que assumo a Presidência do Estado de Israel,
desejo em primeiro lugar compartilhar convosco os
meus mais profundos e sinceros votos de prosperidade,
segurança, riqueza intelectual e bem-estar
para o Povo Judeu, em todo o mundo, assim como
para todos aqueles que buscam a paz e a tolerância.
É tempo de união – tanto em casa como no exterior.
No espectro mais alargado dos dilemas e desafios
que enfrenta na Nova Era, o povo judeu está
a ser convocado para enfrentar problemas e
questões que dizem respeito à sua existência, ao seu papel em
iniciativas globais e ao delinear da sua própria identidade.
Durante muitos anos, Israel foi visto enquanto “problema”
mundial. Hoje, os desafios globais fazem parte, tanto da agenda
israelita, como das demais agendas que preocupam o mundo,
no seu todo. Torna-se necessário, portanto, que trabalhemos
em conjunto para lidar com os actuais e os futuros desafios
– não bastando simplesmente reagir perante eles, mas
também sonhar, criar e conceber prioridades estratégicas, tão
profundas como as que o nosso povo soube conceber ao longo
da História, acreditando nelas e pondo-as em prática. Somente
através da consolidação dos nossos esforços – os de Israel e os
do povo judeu – conseguiremos realmente fazer algo de
concreto para moldar o futuro e o bem-estar do nosso povo.
Por vivermos num mundo globalizado, a “realidade” transformase
inevitavelmente num fenómeno dinâmico e em permanente
mudança, no qual as diferentes comunidades se defrontam com
circunstâncias e desafios diversos. O povo judeu não pode negligenciar
a importância de reunir as vozes solitárias, em todo o
mundo judeu, e tentar harmonizá-las de modo a formar um todo,
íntegro e significativo. A nossa responsabilidade, enquanto
povo, é permitir que todas essas vozes sejam ouvidas. É urgente
aprendermos, tanto em Israel como na Diáspora, as artes da
sensibilidade e da sabedoria, que nos permitirão extrair o potencial
embutido em todas essas vozes. O nosso objectivo, em
tal processo, precisa de continuar a ser a promoção de uma parceria
intelectual e qualitativa, pelo bem do nosso povo.
A procura de responsabilidades globais, dentro da estrutura do
Tikun Olam, é parte inerente à herança judaica. A despeito das
reduzidas dimensões do seu território, Israel tem comprovado
ser capaz de criar uma economia singular. De modo semelhante,
tornou-se um pioneiro mundial na esfera do desenvolvimento
científico. É crucial para Israel prosseguir a
busca constante, no sentido de encontrar e determinar
o seu próprio papel no âmbito mundial da
ciência e da tecnologia, bem como o pioneirismo na
procura incessante de soluções para os desafios
globais no campo da educação, das telecomunicações,
da agricultura, do aquecimento global e de
muito, muito mais. O povo judeu, em todo o mundo,
tem sido e continua a ser a espinha dorsal de
tais realizações. Juntos, o Estado de Israel e os judeus
da diáspora, detêm o potencial necessário ao
avanço no caminho da paz e da prosperidade no âmbito global,
em geral, e à consolidação da existência judaica, em particular.
A fim de transformar em realidade as aspirações acima descritas,
as parcerias regionais precisam de ser alimentadas, utilizando com
sabedoria todos os recursos humanos e naturais disponíveis, como
forma de promover o desenvolvimento económico regional e a
educação para a paz. Não pode perder-se nenhuma oportunidade
e todas as pistas devem ser seguidas, no sentido de promover a
paz entre nós mesmos e com os nossos vizinhos. Ao mesmo tempo,
precisamos levar a cabo as medidas necessárias para garantir
a segurança da vida judaica, onde quer que ela se encontre.
O Estado de Israel valoriza profundamente a participação das
comunidades judaicas de todo o mundo, no processo de assegurar
o bem-estar nacional. Atribuímos um valor muito especial
à permanente participação da juventude judaica de hoje, líderes
do nosso futuro. Precisamos de continuar a prezar, com
orgulho, a herança e a ética dos nossos antepassados e, ao
mesmo tempo, lançar o olhar também sobre os nossos filhos –
pois há que pavimentar o caminho para que eles se integrem e
cresçam dentro da Nova Era.
Estamos de facto colocados à Beira do Presente. Continuamos
a enfrentar todo o tipo de desafios, dos quais o maior é não
deixar que outras perspectivas galopantes nos deixem ficar para
trás. Esta é a nossa determinação. Esta é a nossa prece.
Com a proximidade, dentro de poucos dias, de Rosh Hashaná,
apresento-vos, uma vez mais, os meus mais calorosos votos
pessoais de um ano de paz e de bem-estar, extensivos às vossas
famílias e respectivas comunidades.
Cordialmente,
Shimon Peres
Presidente do Estado de Israel
Quiçá devido à predominância do calendário gregoriano na
minha vida, não costumo fazer planos para o Ano Novo
nesta altura. Ou será que é por não querer associar Rosh Ha-
Shana que acabarei por incumprir? Não sei. No entanto, a meu
ver, esta época presta-se à introspecção e à análise do que
ocorreu no ano transacto, deixando assim uns mesitos para o
planeamento do próximo.
Em Israel, centenas de milhares de “mães judias”, amantes do
remorso e da auto-culpabilização, adoram esta altura do ano.
Também os jornalistas tendem a optar por títulos chamativos
para as suas retrospectivas anuais. No entanto, a verdade é
que me parece que o ano de 5767 não foi nem bom nem mau
para os judeus da terra do Sião e não encontrei nos meios de
comunicação os habituais títulos “bombásticos”.
Não obstante, há alguns aspectos que merecem ser destacados:
Começando pelo tema da segurança, este ano não se destacou
pois nem foi de “guerra” nem de “paz”. As conclusões do
Comité Winograd sobre a segunda guerra no Líbano serão divulgadas
em breve. Tal como em Portugal existem milhares de
“treinadores de bancada”, em Israel há milhares de “generais
de bancada” e uma classe política (de que também fazem parte
vários ex-generais) aparentemente imersa num profundo
amadorismo. Quaisquer que sejam as conclusões, haverá que
aprender com os erros cometidos e melhorar a capacidade de
dissuasão de Israel vis-a-vis das ameaças que a rodeiam.
Ainda sobre o mesmo tema, entristece-nos pensar que os soldados
raptados pelo Hisbollah ainda não foram libertados e que
a vida dos cidadãos residentes perto da fronteira com Gaza,
devolvida por Israel aos palestinianos sem condições prévias,
tem sido um verdadeiro inferno. Será que os lideres do Hamas
pensam que haverá menos miséria em Gaza pelo facto de
bombardearem os aldeamentos e as cidades fronteiriças?
Finalmente, como se não bastasse o Irão, este foi o ano em que
se voltou a falar da ameaça Síria. É certo que a Síria foi sempre
um país pouco recomendado pelo seu envolvimento no apoio ao
terrorismo. Mas recentes notícias de alianças com o Irão, movimentos
militares fronteiriços com convocação de reservas e negociações
com a Coreia do Norte para a aquisição de potência
nuclear bélica, foram e continuarão a ser mais um motivo de
preocupação para os serviços secretos militares de Israel.
Outro aspecto do ano que passou foi o envolvimento da classe
política em vários escândalos, ilegalidades e corrupção. Estas notícias
fizeram correr muita tinta nos meios de comunicação locais
que, no entanto, foram considerados menos “picantes” pelos
meios internacionais. Ouso dizer que talvez tenha sido porque não
há país que não tenha os seus próprios escândalos deste tipo.
O mesmo não se pode dizer do envolvimento do presidente Katzav
numa triste história de assédio sexual, culminando na sua demissão,
e que foi amplamente divulgado em todo o mundo. Obviamente
o prejuízo, no que respeita à imagem de Israel, foi imenso.
Socialmente, podemos destacar este ano as tentativas de marginalização
dos opositores de consciência ao serviço militar. Uma
minoria, é certo, mas a sociedade não estava habituada a lidar
com este fenómeno e talvez as iniciativas repressivas de os impedir
de representar Israel no estrangeiro ou de participar nas
cerimónias do Dia da Independência não tenham sido as medidas
mais adequadas. Afinal, será que por ser apedrejado ao
atravessar um bairro religioso no Shabbat, o condutor se tornará
mais religioso? Será que por ser olhado com desprezo no único
dia por ano que vai à sinagoga, passará a visitá-la diariamente?
Mas o acontecimento social do ano talvez tenha sido a insólita
aparição em Israel de um grupo neonazi, composto por não
judeus originários da ex-URSS e recém chegados, na última
emigração desta região. Este grupo, já detido e condenado,
dedicava-se a molestar minorias étnicas, idosos, ultra-religiosos,
etc e mais do que a sua importância, o mero facto da sua
existência teve a particularidade de chocar as autoridades e
ferir a sensibilidade da opinião pública. Porém, convenhamos
que, se para professar esta odiosa ideologia se já é necessário
ser psicopata, para pensar que é possível faze-lo em Israel,
haverá que se ser, no mínimo, mentecapto.
Lamentavelmente, a diferença entre as classes sociais aumentou
um pouco. O índice da pobreza diminuiu por fim, mas relatos
de fome entre alguns grupos de idosos e crianças continuaram
a justificar muitos “amarelos” e até “vermelhos” mostrados
ao governo. Nada pode justificar que uma criança vá dormir
com fome ou que um idoso, por vezes sobrevivente do holocausto,
tenha de optar entre comprar remédios e alimentar-se.
Terminamos, como compete, com os aspectos para regozijo: a
economia, em geral, esteve bem e recomenda-se. Os sucessos
científicos e culturais, um ex-libris de Israel, continuam imparáveis.
O ano de 5767 foi... o ano que passou. Viva 5768!
Gabriel Steinhardt
Mensagem do Presidente do Estado de Israel,
S. Exa. Shimon Peres,às Comunidades Judaicas,
por ocasião de Rosh Hashaná 5768 – 2007
Mensagem do Primeiro-ministro do Estado de Israel,
S. Exa. Ehud Olmert , às Comunidades Judaicas,
por ocasião de Rosh Hashaná 5768 – 2007
População de Israel cresce lentamente
Todos os anos, perto de Rosh Hashaná é divulgada a
estimativa oficial da população de Israel, com dados
compilados no ano anterior. Portanto, um ano atrás a
população era de 7,2 milhões de pessoas divididas
entre 5,4 milhões de judeus e pelo menos 1,4 milhões
de árabes. O crescimento é baixo, com apenas 1,8% ao
ano, sendo 1,5% na parcela judaica e 2,6% na parcela
árabe. 28% da população tem menos de 14 anos e
10% acima de 65, comparado com 17% e 15%, respectivamente,
na maioria dos países ocidentais. O número
de pessoas com mais de 75 anos cresceu de 3,8%
no início dos anos 1990 para 5,6% em 2006. Praticamente
21% da população vive na região de Tel Aviv.
Esther vulgo Madonna
A cantora Madonna (49 anos) cumpriu a promessa e
foi passar o Rosh Hashaná em Israel. No sábado à noite,
após o término da festividade e do shabat, a cantora
foi vista em Jerusalém entrando na residência oficial
de Shimon Peres, presidente de Israel. O encontro foi
fechado à imprensa, mas sabe-se que Madonna recebeu
uma Bíblia do presidente.
Um grupo de celebridades
acompanhou a pop star na sua
viagem, todos hospedados no
Hotel David Intercontinental
em Tel-Aviv. Na sexta-feira
houve um evento cabalista que
reuniu centenas de ouvintes que cantaram musicas judaicas
religiosas acompanhados da animada cantora.
Também estavam presentes no evento a actriz Demi
Moore e seu marido Ashton Kutcher, a estilista Donna
Karan e a estrela da TV americana Rosie O’Donnell.
Madonna nasceu católica e há alguns anos tornou-se
adepta do misticismo judaico, adoptando o nome de
Esther. Actualmente usa uma pulseira de fios vermelhos
“para afastar o demónio”. Sua primeira visita ao
país foi em 2004 quando, como na actual viagem, visitou
importantes centros e lugares sagrados da Cabala.
Fonte: Notícias da Rua Judaica
Pelos soldados sequestrados
Foi lançado mundialmente o movimento “Veshavu Banim
Ligvulam” que luta pela libertação dos três soldados
israelitas sequestrados,
há
mais de um
ano, pelos movimentos
terroristas
Hamas e
Hezbollah. Uma petição colectiva está a ser assinada para
ser enviada à ONU no site: www.habanim.org. No dia
30 de Outubro, a Organização Sionista Mundial, através
do Depto. de Hagshamá, realizará uma manifestação
mundial pela libertação de Gilad Shalit (20 anos), Ehud
Goldwasser (31 anos) e Eldad Reghev (26 anos).
Ciclo de Cinema de Israel
no Cinemacity do Campo Pequeno
18 a 24 de Outubro
Teve lugar de 18 a 24 de Outubro de 2007, um
Ciclo de Cinema de Israel. Tratou-se de uma
iniciativa conjunta da Embaixada de Israel e
da NLC – New Líneo Cinema, que desta vez
trouxeram a Portugal o realizador Avi Nesher e a actriz
principal - Ania Bukstein - do filme da abertura “Secrets”.
14 Tikvá 65 • Setembro/Outubro
A C O N T E C E U N O M U N D O
16 Tikvá 65 • Setembro/Outubro Tikvá 65 • Setembro/Outubro 17
Ohistoriador americano Raul
Hilberg, que revolucionou o
estudo do Holocausto, morreu no
passado dia 8 de Agosto, aos 81
anos, num hospital de Vermont,
na sequência de um cancro de
pulmão. Judeu, abandonou a Áustria
em 1938 e no ano seguinte refugiou-
se nos Estados Unidos.
Combateu na II Guerra Mundial.
Foi então, em Munique, aos 19
anos, que consultou os primeiros
documentos alemães e descobriu
o tema a que dedicou toda a vida:
compreender a máquina de extermínio
nazi. A sua obra-prima,
The Destruction of the Europeen
Jews (A Destruição dos Judeus
Europeus), concluída em 1955, só
foi publicada em 1961, depois de
vários editores a terem recusado.
Devorador de arquivos, reescreveu-
a duas vezes, a última já com
os documentos do antigo bloco
soviético. Só foi verdadeiramente
reconhecido nos anos 80. Daí em
diante, os seus livros são a grande
referência na historiografia do genocídio
judaico. A sua revolução
decorre de um olhar diferente: o
genocídio foi uma obra alemã e é
a partir da documentação alemã
que ele narra a inexorável marcha
para o extermínio e, sobretudo, a
implacável máquina burocrática
que assassinou quase seis milhões
de judeus.
Omomento simbólico do primeiro
dia da viagem do Papa Bento
XVI à Áustria, a sétima desde
que foi eleito em Abril de 2005, foi
quando se recolheu em silêncio
perante o monumento às vítimas
da Shoah, homenageando os judeus
austríacos que morreram durante
a II Guerra Mundial.
"É o momento de exprimir a nossa
tristeza, o nosso arrependimento e
a nossa amizade
para com os judeus",
explicou o
Papa, citado pelas
agências, a
bordo do avião
que o levou de
Roma para Viena,
ontem de manhã. Junto do monumento,
Bento XVI foi acompanhado
pelos líderes da agora pequena
comunidade judaica austríaca -
antes da II Guerra Mundial, havia
cerca de 200 mil judeus no país,
hoje são cerca de 10 mil; 65 mil foram
mortos, e outros 125 mil forçados
ao exílio. O grande rabino da
Áustria, Paul Chaim Eisenberg, e
mais sete representantes da comunidade,
pronunciaram o "kaddish",
a oração de luto do judaísmo.
Público, 8.9.2007
Em entrevista ao Miami New Times o cantor de música reggae
Matisyahu, confirmou o seu desligamento definitivo do movimento
chassidico Lubavitch. Inquirido sobre o motivo desta ruptura,
Matisyahu declarou que os seus pais não são judeus religiosos,
e que o seu vinculo com os lubavitchers foi apenas ter estudado
dois anos numa escola chassidica de Brooklin, quando era
criança. Na verdade, o motivo deste rompimento foi a vontade do
cantor de se “libertar” dos princípios do judaísmo ortodoxo. O
agravamento no relacionamento
foi motivado por um concerto em
que Matisyahu participou numa
sexta-feira à noite em Fairbanks,
no Alaska. No limiar do shabat, o
“ortodoxo” cantou até a madrugada,
alegando que o dia de descanso
não tinha começado pois
no Alaska o sol se põe às 2 horas
da manhã.
Morreu em Paris, aos 84 anos,
Marcel Marceau, o artista
mundialmente conhecido que reviveu
a mímica. Judeu francês, Marceau sobreviveu ao Holocausto
trabalhando para a Resistência Francesa e protegendo crianças
judias que deveriam ser deportadas para Auschwitz. A sua maior
representação foi Charlie Chaplin, tendo inspirado jovens como
Michael Jackson nos seus passos "caminhando na lua". Marceau
apresentou-se em dezenas de países, quase até o final dos seus
dias, sem nunca ter perdido a forma, nem o estilo. Uma das mais
marcantes peças do seu repertório foi "Juventude, Maturidade,
Velhice, Morte ", em que sem pronunciar uma só palavra, resumia
o ciclo da vida humana em apenas alguns minutos. Marceau nasceu
Marcel Mangel, em 1923, na cidade de Strasburg-França. Em
1944, o seu pai foi deportado pelos nazis para Auschwitz, onde foi
assassinado.
Fonte: NOTÍCIAS DA RUA JUDAICA
Morreu Raul Hilberg,
historiador do Holocausto
Papa exprime "arrependimento"
perante monumento às vítimas do nazismo
Banalização da morte
Nazis em Israel são indiciados
Tensão no judaísmo europeu
Morreu o mímico
Marcel Marceau
Matisyahu rompe com
Movimento Lubatvicth
O rabino Zalman Gurevitch da
comunidade Chabad-Lubavitch de
Frankfurt, Alemanha, foi esfaqueado
no estômago quando voltava da
sinagoga para casa junto com dois
amigos. O ferimento foi grave. O
rabino foi operado está em
condição estável. O agressor estava
acompanhado por duas mulheres e gritou algo
em árabe antes do ataque. Os três fugiram em direcções
diferentes e a polícia ainda não tem pistas.
Cerca de 8 mil judeus vivem em Frankfurt.
A N T I - S E M I T I S M O N O M U N D O
Agora está mais do que comprovada a tese da escritora
e filósofa Hanna Arendt sobre a banalização da
morte que permeou a mente dos nazis. Uma impressionante
colecção de 116 fotografias inéditas foi doada ao
Museu Memorial do Holocausto de Washington por um
ex-agente secreto do exército americano. A foto inicial
de um álbum que abriga o material data de 21 de Junho
de 1944. Da colecção fazem parte oito fotos raras do
médico-carrasco Josef Mengele. Em todas as fotos pode-
se observar a descontracção de homens e mulheres
do exercito alemão, absolutamente à vontade nas horas
de lazer, e que se transformavam em bestas humanas
dentro do campo de extermínio de Auschwitz,. Cantavam,
comiam, passeavam, admiravam a criação divina
da natureza, para, logo em seguida, destruírem impiedosamente,
aos milhares, a mais importante das
criações: o ser humano…
Fonte: NOTÍCIAS DA RUA JUDAICA
No ano passado houve o escândalo de um soldado, um
imigrante russo não-judeu que possuía uma enorme
suástica vermelha tatuada no braço, ignorada por mais
de dois anos em que fez o serviço militar. Foi preso, o seu
computador possuía ligações com outros nazis em Israel
mas não foi processado por racismo, ou apologia do nazismo,
simplesmente porque os legisladores israelitas
acharam que nunca precisariam destas leis no Estado Judaico.
Será que a prisão e indiciamento deste grupo de
sete nazis, todos também imigrantes russos não-judeus
vai fazer os parlamentares israelitas acordarem? De acordo
com as notícias dos jornais israelitas, citando fontes
oficiais do ministério de absorção, dos cerca de 1,2
milhões de imigrantes russos, cerca de 300.000 não se
consideram judeus. O grupo dos sete é morador em Petah
Tikvah, hoje quase um subúrbio de Tel-Aviv. Três dos
nazis são menores de idade,
segundo o Jerusalém
Post. Mas isto não impediu
que eles cometessem actos
de vandalismo e espancamentos
cruéis, filmando
as suas acções.
Um oitavo membro está
foragido fora do país. Nas casas dos presos foram encontrados
uniformes nazis, retratos do Hitler, facas, armas e
até mesmo TNT. Mesmo com as imagens a irmã de Eli "O
Nazi" Boanitov, acusado de ser o líder do grupo insiste
que seu irmão é inocente, que estudava numa escola religiosa
e chegou a trabalhar como electricista do gabinete
do Primeiro-ministro.
Fonte: DIERJ DIGITAL (extractos)
Apesar do clima de satisfação após a eleição do presidente
francês, de origem parcialmente judaica e visivelmente
pró-Israel, os judeus europeus estão apreensivos.
Na Inglaterra, o boicote académico a Israel serve de
mau exemplo para diversos países europeus que já manifestam
posições semelhantes, para um futuro não tão
longínquo. O crescimento alarmante de actos anti-semitas,
com destaque para a Europa Oriental, também representa
motivo de preocupação para os milhares de judeus
que resolveram voltar para seus países de origem.
O incêndio suspeito da sinagoga de Genebra, o recente
apunhalamento de um rabi em Frankfurt, na Alemanha, e
o incitamento religioso anti-judaico na Polónia, completam
o quadro negro do
perigo. Na cidade de Vilna,
outrora chamada de
“ Jerusalém da Lituânia”,
um dos maiores
centros mundiais da cultura
e da teologia judaica até ao Holocausto, a municipalidade
deseja liberar construções num terreno que foi parte
do maior cemitério judaico da cidade. Este clima de insegurança
fez aumentar, ainda que modestamente, a
Aliah de judeus europeus para Israel.
Fonte: NOTÍCIAS DA RUA JUDAICA
18 Tikvá 65 • Setembro/Outubro Tikvá 65 • Setembro/Outubro 19
No dia 24 de agosto de 1913, nasciam na cidade litorânea
do Faro, no Algarve, sul de Portugal, os
irmãos gémeos Samuel e Joel Sequerra, filhos de um
próspero empresário do ramo pesqueiro. Seu pai comandava
com pulso firme uma frota de barcos especializados
na captura de sardinhas, que eram enlatadas na
unidade fabril da própria família. Os Sequerra tinham
chegado ao Algarve no século XIX, provenientes da Inglaterra,
e se orgulhavam do seu passado judaico-português.
Duzentos anos antes do retorno, um Sequeira
havia sido queimado pela inquisição em Portugal e seus
três filhos tiveram de se refugiar na Inglaterra, passando
a utilizar o sobrenome Sequerra. Em 1928, uma
tragédia se abateu sobre a família. O pai de Samuel e
Joel sofreu um grave acidente ferroviário em Portugal,
vindo a falecer pouco tempo depois. Com a morte do
patriarca, e tendo de enfrentar a crise mundial de 1929,
a empresa dos Sequerra foi à falência.
Em 1933, a viúva mudou-se para Lisboa com seus cinco
filhos: Semtob, o mais velho, os gémeos Samuel e Joel,
então com 20 anos, Mazal, a única mulher e Jacob, o
“caçula” Quem me relatou esses fatos foi o Salomão Sequerra,
um experiente consultor de Informática, sentado
em uma confortável poltrona na sala de seu apartamento
no Leme, Rio de Janeiro, em março deste ano. Salomão
é um homem tranquilo de fala pausada que ainda
conserva um forte sotaque português. Nasceu em Lisboa
em 1943 e mudou-se com os pais e os irmãos para o
Brasil em 1958, aos 15 anos de idade. Ele é filho de Joel
e sobrinho de Samuel, dois heróis anónimos do século
XX que ajudaram a salvar um número significativo de refugiados
do nazismo, judeus e não judeus. É uma história
comovente que somente agora, em pleno século XXI,
exactos 60 anos depois, começa a ser revelada.
“A Espanha representou, durante os anos
sombrios da II Grande Guerra, uma tábua de
salvação para os fugitivos do ódio nazista”
Tudo começou em Barcelona, capital da Catalunha, Espanha,
em 1942. Era uma época conturbada em todo o
território europeu, com a expansão militar da Alemanha
nazista, que àquela altura já tinha invadido e ocupado a
Áustria, Polônia, Tcheco-Eslováquia, Dinamarca, Noruega,
Holanda, Bélgica, Romênia, Bulgária, Iugoslávia,
Grécia e, especialmente, a França, país limítrofe à Espanha.
Legiões de refugiados vagavam de um país ocupado
para o outro, em busca desesperada da única rota
possível de fuga: a fronteira franco-espanhola. A travessia
dos Pirineus, a pé, levava alguns dias e era realizada
sob as piores condições climáticas possíveis, debaixo de
frio, vento e neve. Os refugiados, além disso, precisavam
driblar a vigilância da polícia francesa de fronteiras,
que colaborava abertamente com a gestapo na caça aos
fugitivos judeus, sem falar nos ladrões e contrabandistas
que perambulavam pela região em busca de dinheiro fácil.
A Espanha não havia sido invadida pelas tropas de
Hitler porque era considerada uma aliada fiel do regime
nazista. O país saíra, há poucos anos, de uma sangrenta
insurreição armada que representara, na verdade, uma
avant-première da II Guerra Mundial. O generalíssimo
Franco tinha sido o vitorioso, com o apoio financeiro, militar
e ideológico da Alemanha. Barcelona, importante
reduto republicano e anti-fascista, foi uma das cidades
mais castigadas pelas falanges franquistas. O dialeto catalão
estava proibido e até mesmo a sardana, dança folclórica
tradicional, era considerada subversiva e punida
com prisão. Apesar de toda a simpatia e gratidão que
Franco nutria por Adolf Hitler, a Espanha representou,
durante os anos sombrios da II Grande Guerra, uma tábua
de salvação para os fugitivos do ódio nazista. O governo
espanhol fazia vista grossa para os refugiados judeus
que entravam no país, recusando-se a devolvê-los
à polícia francesa ou à gestapo.
Os irmãos Sequerra desempenharam um importante
papel na criação desse ambiente favorável junto às autoridades
espanholas, o que permitiu a salvação de um
expressivo número de homens, mulheres e crianças.
Samuel e Joel portavam credenciais de voluntários da
Cruz Vermelha Portuguesa e eram também funcionários
da JOINT, a American Jewish Joint Distribution Committee,
uma entidade de assistência aos refugiados mantida
por particulares e que havia sido fundada em 1914
pelo filantropo norte-americano Jacob Schiff. Assim que
desembarcaram em Barcelona, vindos de Lisboa, os
dois irmãos se hospedaram no Hotel Bristol, em plena
Plaza de la Cataluña, que se transformou, em muito
pouco tempo, no ponto de encontro dos refugiados que
conseguiam chegar à cidade. Samuel tinha se graduado
em Economia e era um diplomata nato, com enorme capacidade
de relacionamento. Sua missão era contatar e
fazer amizade com ministros, embaixadores, cônsules,
chefes de polícia, superintendentes penitenciários e até
mesmo diretores de hospitais.
Joel, um assistente social na completa acepção da palavra,
executava o trabalho de bastidores, percorrendo com
seu carro os postos de fronteira, as prisões, as delegacias
de polícia e os diversos campos de prisioneiros onde pudesse
encontrar e socorrer fugitivos da barbárie nazista.
“De 1942 a 1945 Samuel e Joel conseguiram
salvar aproximadamente 1.000 pessoas,
entre as quais o Barão de Rothschild”
Os dois trabalhavam em total sintonia e contavam com
o apoio de um eficiente grupo de voluntários que tinham
ajudado a organizar. Uma vez localizado um refugiado,
era preciso retirá-lo da prisão e encontrar uma
residência digna, roupas, alimentos, um emprego e,
mais importante do que tudo, documentos e vistos para
que pudesse sair do país em segurança. De 1942 a
1945 Samuel e Joel conseguiram salvar aproximadamente
1.000 pessoas, entre as quais o Barão de Rothschild,
que, no impressionante relato da escritora Trudy
Alexi no livro “A Mezuzá nos Pés da Madona” editado
no Brasil pela Imago, “chegou com as roupas esfarrapadas,
depois de cruzar os Pirineus andando junto
com a família”. Trudy, na época uma adolescente,
conseguiu fugir do inferno hitlerista pela escarpada
fronteira franco-espanhola na companhia de seus pais
e um irmão, tendo se radicado, posteriormente, nos
EUA. A escritora dedicou parte de sua vida a entrevistar
sobreviventes do Holocausto que, como sua própria
família, haviam utilizado a rota Pirineus-Barcelona para
alcançar a liberdade. É ela quem menciona, pela primeira
vez, o nome Seguerra, assim mesmo, com g, citado
14 vezes em sua obra. Um outro livro, de autoria
do escritor Haim Avni, publicado em hebraico e inglês,
Spain, the Jews, and Franco, também se refere ao trabalho
heróico dos dois irmãos. Cada refugiado necessitava
de uma atenção específica, pois não havia dois casos
iguais. Para os homens solteiros, a salvação estava,
muitas vezes, nas “noivas” portuguesas e espanholas
que os irmãos Sequerra, com ajuda da coletividade,
tratavam de arranjar. Como “maridos”, tinham o direito
de conseguir os documentos necessários para a sonhada
viagem do casal à América, destino preferido da
maioria dos perseguidos. Muitos desses casamentos
fictícios, por estranho que possa parecer, redundaram
em uniões reais e duradouras. Para outros, a solução
era menos complicada.
Bastava ir à respectiva legação diplomática e conseguir
passaportes e vistos para um país que os aceitasse.
Com a progressão da guerra, contudo, e a política
dúbia de muitas nações, estava ficando cada dia
mais difícil obter esses documentos, especialmente
para os judeus poloneses, que não eram reconhecidos
como cidadãos pelo consulado do seu país. Em
alguns casos, quando havia risco iminente de deportação,
o refugiado era internado às pressas em um
hospital, onde um cirurgião amigo constatava a necessidade
urgente de uma cirurgia para retirada do
apêndice. Extirpava-se, na maioria das vezes, um
órgão saudável, mas em contrapartida salvava-se
uma vida. Quando se esgotavam as possibilidades de
conseguir passaportes e salvo-condutos em território
espanhol, os Sequerra encaminhavam os refugiados
para Portugal, país que também ajudou muitos judeus
a escapar do inferno nazista. Em Lisboa, a comunidade
judaica havia montado uma estrutura para
prestar-lhes auxílio médico e financeiro, além de assistência
para a obtenção de passaporte português e
um providencial visto para uma terra que os acolhesse.
Além dos Estados Unidos, Marrocos, no norte da
África, Cuba, México e Bolívia foram alguns dos poucos
países que aceitaram receber refugiados, em um
período em que as portas se fechavam para os judeus.
Essa intensa atividade dos irmãos Sequerra em
Barcelona não passou despercebida da Gestapo, que
mantinha numerosos agentes na cidade. O escritório
da Joint já havia sido transferido do Hotel Bristol para
uma sede maior, no Paseo de Grácia. Uma noite,
Samuel e Joel foram salvos pela própria dedicação ao
trabalho. Com excesso de tarefas, tiveram de fazer
serão, tendo sido surpreendidos pelo ruído de uma
violenta explosão, que destruiu completamente seu
carro, estacionado nas proximidades.
Tivessem saído na hora habitual, provavelmente teriam
sido mortos pela bomba-relógio que os nazis colocaram
sob o veículo. A esse atentado seguiram-se
outros dois, mas Samuel e Joel não esmoreceram e
levaram a cabo sua meritória atividade até que tivessem
retirado do território espanhol todos os refugiados
que assim o desejassem. Alguns decidiram, com o
fim da guerra, permanecer na Espanha, dando origem
a uma florescente comunidade judaica. Samuel e Joel
continuaram suas atividades comunitárias em Portugal,
mudando-se para o Brasil nos final dos anos 50.
Samuel, solteiro, foi para a iniciativa privada, sendo
eleito e reeleito Presidente do Cemitério Comunal Israelita,
no Rio, cargo que exerceu com enorme competência
e dedicação até sua morte, em 1992. Bem à
entrada dessa necrópole, no bairro do Caju, uma placa
em bronze presta uma merecida homenagem ao
herói anônimo que nunca aceitou, em vida, qualquer
tipo de honraria e que se encontra sepultado na própria
entidade que dirigiu com extremo zelo. Seu irmão
Joel, que veio com a esposa e os quatro filhos para o
Rio de Janeiro em 1958, continuou desenvolvendo seu
trabalho em entidades de auxílio aos refugiados, participando
de projetos em prol dos judeus da Hungria,
Egito, Romênia e Bulgária. Depois dessas campanhas,
Joel atuou de forma decidida na colocação de bônus
de Israel junto à coletividade judaica no Brasil, papéis
destinados a financiar o desenvolvimento econômico
daquele país.
Em 1979, aos 66 anos, Joel Sequerra se aposentou,
transferindo-se para Haifa com a esposa Simy. Naquela
aprazível cidade israelense já vivia, há vários anos,
seu filho Arão, um brilhante arquiteto com Mestrado e
Doutorado no Technion. Arão precisava de alguém
com coragem suficiente para enfrentar o caótico trânsito
israelense e transportar em segurança até a escola
seus filhos pequenos e ninguém melhor do que o
vovô Joel para tão arriscada tarefa. Depois de ter ajudado
a salvar a vida de milhares de refugiados judeus
nas perigosas estradas da fronteira espanhola, Joel
Sequerra curtiu seus últimos anos como motorista
particular dos seus dois netos, vindo a falecer em Haifa,
onde está enterrado, aos 74 anos, em 1988. Além
do internauta Salomão, que me relatou, emocionado,
a maior parte dessa comovente história e do arquiteto
Arão, Joel e Simy Sequerra tiveram mais dois filhos:
Moisés, um virtuose do violino radicado em Lyon,
França e Thea, uma jornalista que residia em Lisboa e
faleceu em um acidente automobilístico em 1976. Simy
Sequerra, a viúva de Joel, mora com o filho Arão e
os netos em Haifa, Israel. Os gêmeos Samuel e Joel
Sequerra nunca gostaram de conversar com a família
e os amigos sobre o que presenciaram durante os anos
de chumbo da II Guerra e sempre recusaram receber
qualquer tipo de homenagem, alegando, modestamente,
que não haviam feito mais do que sua obrigação.
Uma frase de Joel, todavia, merece ficar registrada
para a posteridade, pois resume em poucas palavras
o misto de esperança e amargura que o acompanhou
por toda a vida: “eu gostaria de acreditar que
esse tenha sido o último Holocausto”.
Fonte: Jornal Alef (versão original)
Os irmãos Sequerra
A fantástica história dos gêmeos Samuel e Joel
Nelson Menda, presidente do Conselho Sefaradi
C O N T A N D O A N O S S A H I S T Ó R I A
20 Tikvá 65 • Setembro/Outubro Tikvá 65 • Setembro/Outubro 21
O descanso da terra a cada sete anos
No Livro do Levítico, a parashá (porção ou capítulo)
de Behar descreve os mandamentos relativos
a terra de Israel. Inicia com o mandamento
de Shemitá, mandamento que ordena deixar o
campo sem cultivo ou colheita por sete anos.
Também descreve o Yovel (Ano Jubileu) o 50o
ano, no qual as propriedades retornam aos seus
donos ancestrais. Prossegue com a ênfase na necessidade
de auxiliar os necessitados a saírem de
seu estado de necessidade, com os mandamentos
referentes à escravidão e remissão de escravos
assim como mandamentos acerca do Shabat.
D'us ordenou ao povo judeu: "O sétimo dia da
semana é Shabat. Neste dia, vocês devem abster-
se de trabalhar. "Cumprimos o Shabat para
recordar que "D'us criou o mundo em seis dias e
no sétimo dia Ele descansou."
D'us também nos ordenou que guardássemos
outro tipo de Shabat: "A cada sete anos, a terra
de Israel terá um 'Shabat'". O Shabat da terra
chama-se Shemitá, que significa "deixar livre"
ou "retirar-se". Durante o ano de Shemitá os
agricultores de Israel não trabalham a terra. Por
que D'us ordenou ao povo judeu a mitsvá de
guardar os anos de Shemitá?
Quando um agricultor que tira seu sustento da
terra, pára sua produção a cada sete anos, demonstra
que confia verdadeiramente em D’us,
que providenciará o seu sustento e de toda a
sua família fornecendo tudo de que necessitam.
D'us deseja que o Seu povo, em qualquer lugar
onde esteja, se lembre sempre de onde provêm
a sua vida e o seu sustento: não nascem da terra,
nem de fortuna acumulada do homem, mas
das mãos do Criador e somente Dele. Por isso,
D'us ordenou ao povo judeu a mitsvá de Shemitá,
até hoje observada na Terra de Israel.
D’us também desejava que o ano de Shemitá,
de inactividade do trabalho, permitisse que os
agricultores pudessem dedicar-se mais ao estudo
da Torá.
A Torá conta-nos as consequências acarretadas
por um judeu que falha em observar Shemitá:
D'us disse: "Eu ordeno-te trabalhar seis anos e
permitir à Terra descansar no sétimo, porém tu
priva-la de seu devido descanso. Portanto, serás
exilado, e ela então será recompensada de todos
os anos de descanso dos quais a privaste."
(Levítico;Vayicrá 26:43).
As três promessas de D'us ao povo judeu
D'us fez três promessas ao povo judeu, se observassem
a mitsvá de Shemitá:
1. D'us prometeu que a colheita do ano anterior
ao ano de Shemitá duraria três anos: "Não se
preocupem. Abençoarei a terra, de modo a que
a colheita do sexto ano seja suficiente para o
sexto, sétimo e oitavo anos."
2. D'us prometeu que "Durante o ano de Shemitá
ficarião satisfeitos, apesar de comerem pequenas
quantidades de alimento. Assim, a sua
produção agrícola durará."
3. E a terceira promessa: "Se guardarem tanto
os anos de Shemitá como os de Yovel (Jubileu),
estarão seguros em Israel. Porém se não observarem
nem Shemitá, nem Yovel, os seus inimigos
forçá-los-ão ao exílio."
Lições da Shemitá
O judeu não deve tornar-se auto-confiante e
pensar que sua prosperidade é resultado do trabalho
de suas próprias mãos. Ele deve estar
consciente de dois pontos: a fertilidade da terra
e a prosperidade da colheita são determinadas
por factores além de seu controle como as chuvas,
calor ou geada, e assim por diante. D'us
pode enviar animais selvagens, insectos ou outros
agentes prejudiciais para destruir a produção
inteira, se Ele assim o desejar.
O próprio crescimento da planta não é resultado
automático de ter sido semeada. Nada
consegue crescer, brotar, desenvolver-se ou sequer
existir sem a Vontade do Todo-Poderoso.
Se Ele retirar a Sua Vontade de conceder vida a
algo no universo, nem que seja por um instante,
este cessará de existir.
Apalavra Atsêret é explicada de diversas maneiras,
mas o seu significado original no Hebraico é retenção,
apego, empenho. Após o término dos sete dias
da feliz comemoração de Sucot, o oitavo dia de Atseret
é um apego à alegre experiência pela qual passámos.
É natural procurar manter as felizes lembranças de ontem,
mas como é difícil evocar alegrias passadas. Podemos
fazer determinado esforço para mantê-las, embora a
maior parte, até as mais marcantes, vão desaparecendo.
Talvez seja por este motivo que a festa de Shemini Atsêret
ocorre, como um eco da precedente festa de Sucot.
Na Terra de Israel, a sua observância foi virtualmente absorvida
por Simchat Torá. Este dia, tende cada vez mais a
tornar-se uma ténue lembrança da alegria vibrante de
Sucot. Neste dia de festa, entramos na Sucá, mas não recitamos
a bênção no seu interior, talvez para sugerir que
a bênção não é necessariamente inerente a um presente,
que nada mais é que uma evocação do passado.
A glória e a beleza da Sucá acabam por esmaecer. As
folhas da cobertura inevitável e progressivamente secarão
e deixarão penetrar cada vez mais luz até que, afinal,
não será uma Sucá válida, pois a cobertura deixará
penetrar mais luz que sombra. A vida não nos permite
permanecer estáticos na sombra parcial da Sucá; com o
tempo devemos deixar a luz penetrar.
Por mais alegre que seja a Festa das Cabanas, chega o
tempo em que temos que nos despedir. O descanso e a
paz do Shabat são verdadeiramente uma dádiva Divina
para o homem. Mas, com o término do Shabat, devemos
nos despedir e continuar a rotina do trabalho e da semana
que se inicia.
Realmente preciosa é a purificação espiritual do Dia do
Perdão. Mas devemos sair desta solenidade para a alegre
festa de Sucot. Em seguida, no mesmo espírito, para a festa
de Shemini Atsêret e continuar até Simchat Torá, a alegria
da Torá, festa esta em que completamos e imediatamente
reiniciamos o ciclo de leitura anual da nossa Torá.
Cada data e o seu tempo…. Cada festa e a sua duração….
A vida determina que a sequência continue; impulsionanos
para a frente. Ela é cíclica e exige que caminhemos
para frente a partir do passado, em direcção a novas experiências
e conquistas.
Assim o Departamento de Ensino Judaico da Cil, após o
sucesso do Ano Lectivo de 5767 (2006-2007) e a linda
cerimónia de encerramento dos cursos que contou com
42 alunos, caminha para frente, usando o seu brilhante
passado como ponto de partida para novas conquistas e
novos horizontes.
Novas turmas foram abertas este ano, e o Departamento
absorveu mais alunos que buscam seguir a busca de
novos conhecimentos e aprendizagem tanto da Língua
Hebraica como de conhecimentos de nossa História,
costumes e tradições.
Seguimos em frente. Acompanhamos o ciclo natural que
a vida nos proporciona!
Que 5768 seja um ano de êxito e conquistas para todos
os alunos que se engajaram nos diversos cursos e para
todos aqueles que acreditam que a educação é nossa
maior aliada na preservação de nossas tradições.
Shana Tová! Feliz 5768!
Fontes: Sites
www.chabad.org
www.aish.co.il
www.morashá.com.br
D E P A R T A M E N T O D E E N S I N O J U D A I C O
Shemini Atzeret
e Simchat Tora…
o ciclo continua…
5768 – Ano de Shemitá
a
CURSOS 2007/2008
Bar e Bat Mitzvá
Curso preparatório para Bar- Mitzvá
Pedagógico e cerimónia
2ª Feira das 17h30 às 18h30
Local: Sede Administrativa da Cil – Monte Olivete
Hebraico
Língua Hebraica - Ivrit 1
Crianças Iniciantes – ano II
6 a 9 anos - 3ª Feira das 17h30 às 18h30
Local: Sede Administrativa da Cil – Monte Olivete
Língua Hebraica - Ivrit 2
Crianças Iniciantes – ano I
10 a 14 anos - 4ª Feira das 16h00 às 17h00
Local: Sede Administrativa da Cil – Monte Olivete
Língua Hebraica - Ivrit 2
Crianças Iniciantes – ano II
10 a 14 anos - 4ª Feira das 17h30 às 18h30
Local: Sede Administrativa da Cil – Monte Olivete
Língua Hebraica - Ivrit 5
Adultos Iniciantes – ano I
3ª Feira das 19h30 às 20h20
Local: Biblioteca Dr. Elias Baruel – Sinagoga
Língua Hebraica - Ivrit 5
Iniciantes – Ano II
2ª Feira das 19h30 às 20h20
Local: Biblioteca Dr. Elias Baruel – Sinagoga
Judaísmo e Religião
Conceitos Básicos do Judaísmo 2
Curso Livre – Ano II
2ª Feira das 20h30 às 21h30
(para não membros da CIL)
Local: Biblioteca Dr. Elias Baruel – Sinagoga
Conceitos Básicos do Judaísmo 2 –Ano II
4ª Feira das 19h30 às 20h30
(para membros da CIL)
Local: Biblioteca Dr. Elias Baruel – Sinagoga
Conceitos Básicos do Judaísmo 1 – Ano I
3ª Feira das 20h30 às 21h30
Local: Biblioteca Dr. Elias Baruel – Sinagoga
Inscrições através da nossa secretaria
Telef. 21 393 1130 Fax : 21 3931139
administrativo@cilisboa.org
Colabore com a
CAMPANHA DE RESTAURO
DOS OBJECTOS RELIGIOSOS
da nossa Sinagoga
Shaare Tikvá
Favor enviar a sua generosa contribuição
para:
Comunidade Israelita de Lisboa
Rua do Monte Olivete, 16R/C - 1200-
280 - Lisboa - Portugal
Se preferir, pode enviar a sua contribuição
através de transferência bancária para:
BANCO BES - NIB: 0007 0006 0000 5570009 02
Em ambos os casos, favor especificar: Fundo Sinagoga
Para mais informações contacte:Secretaria:
administrativo@cilisboa.org - Telf + 351 21 393 1130/ Fax: 21 3931139
A Sétima Porta
Richard Zimler
Editora Oceanos
Passado durante a subida
ao poder de Hitler e
da guerra que os nazis
moveram contra os deficientes.
Em carne viva
David Grossman
Campo das Letras
Já está nas bancas o segundo
romance de David Grossman
editado em Portugal pela
Campo das Letras, com tradução
do hebraico por Lúcia
Liba Mucznik. Em carne viva
é a história de um homem,
Yair, que vê um dia uma
mulher desconhecida, Miriam,
e decide pedir-lhe que
aceite receber as suas cartas.
Propõe-lhe uma história de amor epistolar
total, limitada no tempo, mas ilimitada no
poder das palavras para revelar o seu eu
mais profundo, a sua nudez em carne viva.
Chamava-Se Sara
Tatiana de Rosnay
Editora D. Quixote | Colecção Ficções
ISBN: 978-972-20-3199-8
Julia Jarmond, uma jornalista
americana casada com um arquitecto
francês, investiga
uma página negra da história
francesa recente: a rusga
através da qual a Polícia Francesa,
na madrugada do dia 16
de Julho de 1942, levou mais
de 8 000 judeus franceses para
o recinto desportivo do Vélodrome
d’Hiver, para que aí ficassem
até serem deportados para os campos de
concentração. Descobrindo, horrorizada, o calvário
de todas aquelas pessoas que, durante dias, sem
água nem alimentos, ficaram a aguardar a deportação,
Júlia interessa-se, em particular, pelo destino
de Sara, uma menina entre as mais de 4 000
crianças que ali estiveram.
Fagin, o Judeu
Will Eisner
ISBN: 978-989-616-166-8
É um acerto de contas com o
anti-semitismo de Dickens
numa obra polémica e comprometida.
Em Oliver Twist,
ele apresenta Fagin como um
estereótipo do judeu mesquinho
e avarento – o que,
segundo Eisner, ajudou a
cristalizar a imagem negativa
dos judeus na cultura moderna.
Fagin, o judeu é também
um panorama das agruras e sucessos dos imigrantes
judeus na Inglaterra do século XIX. Além
de seu inigualável talento para narrar histórias em
banda-desenhada, Eisner expõe seu ponto de vista
sobre a questão, no prefácio e no posfácio do livro,
que ainda traz reproduções de famosos ilustradores
do século XIX, seleccionadas pelo autor.
Inquisição Portuguesa.
Tempo, Razão e Circunstância
– Coord. de Luís Filipe
Barreto e outros
Lisboa - São Paulo
Editorial Prefácio
2007. ISBN: 978-989-8022-20-2
R E L I G I Ã O
22 Tikvá 65 • Setembro/Outubro
A CIL NA TV
RTP 2
11 de Novembro
– Domingo, 9h00
Programa Caminhos:
O Capitão Barros Basto
e a Obra do Resgate
28 de Novembro
– 4ª Feira, 18h30
Programa Fé dos Homens:
Rotas do Património Judaico
da Beira Interior
Eventual mudança no horário da emissão
é de total responsabilidade da emissora.
Quer estudar Talmud ou saber mais sobre esta obra fundamental da nossa Torá?
Venha saber mais sobre ciclo mundial DAF YOMI De 2ª a 5ª feira - às 08h30 na nossa Sinagoga.
Grupo de Estudos sobre a Parashá da semana
Todas as 6ªs feiras às 18h00 na Sinagoga. Aberto a todos. Coordenação: Alain Hayat
Tikvá 65 • Setembro/Outubro 23
Participe nos Serviços Religiosos da nossa Comunidade
6ªs feiras às 19h00 Sábados às 9h00 | Venha e traga toda a sua família !
Livros Judaicos em Portugal
A S N O S S A S S U G E S T Õ E S
Projecto Memorial
Com muito esforço e dedicação o
nosso cemitério tem sido mantido
até hoje com toda a dignidade e
respeito que lhe é devido.
Preste a sua homenagem aos
seus entes saudosos através da colocação de placas
de mármore no memorial que está a ser desenvovido
no nosso cemitério e
Contribua com este projecto !
Ajude a manter o nosso cemitério !
Mais informações podem ser obtidas através da
nossa secretaria.
Casamento por forma religiosa
(Artº 19 da Lei da Liberdade Religiosa)
1. São reconhecidos efeitos civis ao casamento celebrado
por forma religiosa perante o ministro do culto
de uma igreja ou comunidade religiosa radicada no
País. O ministro do culto deverá ter a nacionalidade
portuguesa ou, sendo estrangeiro, não nacional de Estado
membro da União Europeia, ter autorização de residência
temporária ou permanente em Portugal.
2. Aqueles que pretendam contrair casamento por forma
religiosa deverão declará-lo, pessoalmente ou por
intermédio de procurador, no requerimento de instauração
do respectivo processo de publicações na conservatória
do registo civil competente, indicando o ministro
do culto credenciado para o acto. A declaração para
casamento pode ainda ser prestada pelo ministro do
culto, mediante requerimento por si assinado.
3. Autorizada a realização do casamento, o conservador
passa o certificado para casamento, nos termos dos
artigos 146.º e 147.º do Código do Registo Civil, com
as necessárias adaptações. O certificado não é passado
sem que o conservador se tenha assegurado de que os
nubentes têm conhecimento dos artigos 1577.º,
1600.º, 1671.º e 1672.º do Código Civil. O certificado
deve conter menção deste facto, bem como do nome e
da credenciação do ministro do culto. O certificado é
remetido oficiosamente ao ministro do culto, a quem
são igualmente comunicados os impedimentos de
conhecimento superveniente.
4. É indispensável para a celebração do casamento a
presença:
a) Dos contraentes, ou de um deles e do procurador do
outro;
b) Do ministro do culto, devidamente credenciado;
c) De duas testemunhas.
5. Logo após a celebração do casamento, o ministro do
culto lavra assento em duplicado no livro de registo da
igreja ou da comunidade religiosa e envia à conservatória
competente, dentro do prazo de três dias, o duplicado
do assento, a fim de ser transcrito no livro de
assentos de casamento.
6. O conservador deve efectuar a transcrição do duplicado
dentro do prazo de dois dias e comunicá-la ao ministro
do culto até ao termo do dia imediato àquele em
que foi feita.
Feriados Religiosos
Lei da liberdade religiosa - Artigo 14.º
Dispensa do trabalho, de aulas e de provas por motivo religioso
1. Os funcionários e agentes do Estado e demais entidades
públicas, bem como os trabalhadores em regime de contrato
de trabalho, têm o direito de, a seu pedido, suspender o
trabalho no dia de descanso semanal, nos dias das festividades
e nos períodos horários que lhes sejam prescritos pela
confissão que professam, nas seguintes condições:
a) Trabalharem em regime de flexibilidade de horário;
b) Serem membros de igreja ou comunidade religiosa inscrita
que enviou no ano anterior ao membro do Governo
competente em razão da matéria a indicação dos referidos
dias e períodos horários no ano em curso;
c) Haver compensação integral do respectivo período de
trabalho.
2. Nas condições previstas na alínea b) do número anterior,
são dispensados da frequência das aulas nos dias de semana
consagrados ao repouso e culto pelas respectivas
confissões religiosas os alunos do ensino público ou privado
que as professam, ressalvadas as condições de normal
aproveitamento escolar.
3. Se a data de prestação de provas de avaliação dos alunos
coincidir com o dia dedicado ao repouso ou ao culto pelas
respectivas confissões religiosas, poderão essas provas ser
prestadas em segunda chamada, ou em nova chamada, em
dia em que se não levante a mesma objecção.
O nosso sincero agradecimento
ao Dr. Joshua Ruah, cuja contribuição
nos permitiu restaurar recentemente
mais estes belos Rimonim.
CALENDÁRIO 5768 DA CIL
O nosso agradecimento especial a
Marcel Wizemberg por mais uma
preciosa colaboração na elaboração
do Calendário Anual da CIL / 5768
EuroEnigma, Lda
Sr. Ricardo Afonso (Moreno)
(351) 965324201 | euroenigma@netcabo.pt
Actividades Sociais e Culturais
Movimento Juvenil Dor Chadash de Lisboa - Ano VI
A cada semana um novo participante! Mais de 80 jovens já participam. Agora só falta você !
Actividades todos os domingos, das 15h30 às 18h30 no Maccabi Country Club
Jovens e crianças a partir dos 3 anos | Participação: 5 € por semana
Descontos especiais na compra de senhas antecipadas
Coral Etz Chaim - Ano VI Coral Musical representativo da CIL
Para adultos entre os 20 e os 60 anos
Encontros semanais - às 3 ª e 5ª feiras, das 19h00 às 20h30 - Monte Olivete
UPEJ - União Portuguesa de Estudantes Judeus
Super actividades mensais para jovens entre os 18 e 30 anos
DANÇA ISRAELITA NO MACCABI
Sempre com novas danças e coreografias do folclore israelita!
TODOS OS DOMINGOS NO MACCABI
DAS 12H30 ÀS 13H30 - HARKADÁ
CURSO LIVRE DE DANÇA FOLCLÓRICA ISRAELITA PARA TODAS AS IDADES A PARTIR DOS 7 ANOS
DAS 18H30 ÁS 19H30 - LEHAKAT HAMACCABI | GRUPO DE DANÇAS - COREOGRAFIAS
PARA JOVENS DOS 12 AOS 25 ANOS
DIRECÇÃO: LILIAN PRIST
ATENÇÃO ! NÃO SÓCIOS DO CLUBE PAGAM UMA TAXA ESPECIAL DE PARTICIPAÇÃO !
Mais informações e inscrições através da nossa secretaria.
Participe nas actividades e eventos da nossa Comunidade, pois a nossa Comunidade é você.
A S N O S S A S A C T I V I D A D E S
24 Tikvá 65 • Setembro/Outubro
Grupo Guil Hazaav - Ano VI (Idade de Ouro)
Não perca mais tempo ! Venha participar connosco !
Actividades Especiais Permanentes (música, ginástica, palestras, passeios ...)
Para adultos a partir dos 60 anos | Encontros semanais às 4ªs feiras, das 15h30 às 17h00
Sede no Monte Olivete | Participação: 5,00 €
MACCABI COUNTRY CLUB
3ª a 6ª Feira - Das 9h00 às 17h00
Tel: 21 9111188 - Tratar com Rosina | maccabi@netcabo.pt
Tratar com Rosina
Jantar de Rosh
Hashaná no MCC
No passado dia 13 de Setembro foi realizado na sede do
Maccabi um jantar de celebração da segunda noite de Rosh
Hashana que congregou 46 pessoas. Na ocasião, o
Presidente do Maccabi - Arnaldo Grossman, leu a mensagem
de ano novo do Primeiro Ministro de Israel Ehud Olmert
às comunidade judaicas da diáspora e o Presidente
da CIL Jose Oulman Carp, as saudações do Presidente de
Israel, Shimon Peres. A parte litúrgica e cerimonial desta
tão importante data foram dirigidas por Ralph Bernfeld.
Foi uma noite vivida num ambiente muito agradável e familiar
todo decorado com
branco e estrelas de david
azuis, já em homenagem aos
60 anos do Estado de Israel
que será celebrado durante
este novo ano de 5768 que
se inicia. Também o “menu”
do jantar seguiu a tradição
da data, incluindo todos os
alimentos simbólicos do ano
novo judaico
Palestra com André Jordan
Cerca de 50 pessoas atenderam
ao chamamento do
Maccabi Country Club no
passado dia 14de Outubro
e assistiram a uma palestra
deliciosa com Andre Jordan
– considerado por muitos
como o maior empreendedor
turístico de Portugal
sobre o tema: “ A história da
minha vida”. Após a palestra
houve assinaturas de autografos
com a venda de livros,
cuja receita foi gentilmente
doada pelo André Jordan ao
club.Uma tarde inesquecivel.
Agenda
OUTUBRO
27 de Outubro
Sábado, 21h00
Noite Peruana
NOVEMBRO
11 de Novembro
Domingo, 16h00
Palestra
Dr Samuel Ruah
- Os Judeus, as Sinagogas
e os Templos
16 de Novembro
Sexta-feira, 20h00
Oneg Shabat
60 anos de votação
da ONU
18 de Novembro
Domingo, 11h00 / 18h00
3ª Edição do Shuk
Informações: 21 911 11 88
O Maccabi
é a sua casa!
Tikvá 65 • Setembro/Outubro 25
H O M E N A G E N S
Participe nestas homenagens. Actualize os seus registos junto da nossa secretaria através do tel. 21 393 1130
de 2ª a 5ª feira - das 14h00 às 17h00 | administrativo@cilisboa.org
26 Tikvá 65 • Setembro/Outubro
HESHVAN
13 OUTUBRO Moisés B. Ruah 1
Norman Staley Beebe 1
Jacob Israel Levy 1
Icko Bekerman 1
Ernest Aberlé 2
Miriam Kofflea Katchi 2
Raquel Belmar Ruah 3
Roshym Unterman 3
Tamo Sabath 5
Mary Rafael Benoliel 6
Lothar Geismar 7
20 OUTUBRO Jacome Nahom 8
Erich Damann 8
Maurício Sulema 9
Sara Sorin Goldberg 9
Grete Friman 10
Esther Levy 12
Ana Tuaty 12
José Bento Esaguy Ruah 12
Alberto Amram 12
Helen Sorin 13
Sultana Tuaty 13
27 OUTUBRO Victoria Arié 16
Narciso Arié 16
Mercedes Ayash 17
Henri Sorin Valerio 17
Bella Bensimon Cardona 19
Sofia Muginstein Azancot 19
Isaac Joanes 19
Nadia Spiegel 20
Ester Benoliel 20
03 NOVEMBRO Máximo Dário Becker Weinberg 22
Carlos Ergas 22
Abraham Israel 23
Eugénia Weiss 23
Margarete Coenca 24
Max Nahmann 24
Ajzik Katzan 25
Raquel Querub 27
Raquel Jablonski 27
Srul Finkelstein 27
Miriam Levy 28
10 NOVEMBRO Ruben Azavey Azancot 29
KISLEV
Goldina Taranto 1
Godoricha Mode Botelho 2
Berthold Singer 3
Magda Buzaglo 4
Vittoria Maissa 4
Anna Roffe Levy 4
Ruben Bak Gordon 5
Fortunata Esaguy Manaças 5
17 NOVEMBRO Salomão Levy Jr 7
Moisés Lev 9
Asher Peles 9
Mecia Azriel 10
Micael Uzzan 10
Aló Levy 11
Messoda B.Esaguy 12
Yolande Cohen 12
Mery Tangi Israel 13
24 NOVEMBRO Matilde Presente Spieguel 14
Pinhas Segal Levy Bem Haim 14
Ida Helena Aberlé 14
Oswald Levy 14
Joshua Amram 16
Erika Draiblate 17
Simy Azavey Azancot 17
Helena Kaezar 17
Menahem Adrahi 17
Joachim Draiblate 18
Shlomo Bekerman 18
Fraim Adrahi 19
Paulo Cymerman 19
Szindla Goldrajch 20
Simy Benzmien Barreiros 20
01 DEZEMBRO Maximiliano Bachman 21
José Tuati 21
Isaac Marques 21
Mazaltob David 22
Alegria Obadia 23
Clementino Benoliel de Carvalho 25
Jacob M. Sequerra 27
Raquel Toledano 27
Myriam Fresco dos Santos 27
08 DEZEMBRO Theodor Richheimer 28
Lúcia Terlo 29
Alegria Bendelac 29
Margot Berkowitz 30
TEVET
Mordehai Audaj 2
António Monteiro Azancot 2
Raquel Tangi Bitton 3
George Herzfeld 3
Elias Isaac Tuati 5
Branca Azancot Bensimon 5
Elias Ritvo 5
Mazal Tov !!
Os nossos parabéns e os votos
de muitas felicidades a todos !
ANIVERSÁRIOS
OUTUBRO Andrea Classen 02
Henrique Ettner 02
Abraham Sorin Cowl 03
Ana Zagury Teotónio Pereira 04
Marcos B. Zagury 05
Inacio Steinhardt 05
Alberto Fresco N.Marques 06
Clara Cohen Morão 08
John Blumenfeld 10
Ester Atzmon 11
Daniel Ayash 11
Judith Shap Pinto 13
Eva Mayer Raposo 17
José Salomão Ruah 22
Susana Ruah Arié 23
Monique F.Schwartz Bento 24
Ana Arié 26
Gal Rozemberg 30
NOVEMBRO Edgar Loewenthal 03
Moriel Levy 07
Salomão Rosenfeld 07
Beila Leia Szary 11
Edith Foerster 14
René Arié 14
Álvaro Leon Cassuto 17
Clara Bensimon Hayat 17
Liron Schliesser 17
Andréia Fernandes Teruszkin 18
Toni Ruah 19
Alexandre Brodheim 9
Eva Ettner 19
Ester Bekerman das Neves Carneiro 21
Mark Robertson 21
Vera Goldschmidt Ferreira 21
Vera Broder Koshét 25
Martha Steinhardt 25
Jaime Tuati 26
Vera Curiel 27
José Salvado 28
Jeremy D. Yarnell Aboab-Leidstar 29
Gabriel Steinhardt 29
DEZEMBRO Johanna Luis 1
André Levy 2
Marcelo Benasulin 4
Samuel Bensimon 5
Laércio Pintchovski 5
Lucie Levy 10
Rosa Maria Banon de Jesus 12
Ruben Obadia 13
Samuel Tuati 13
Guilherme Grossman 14
André Brodheim 18
Emma Benasulin 18
Malka Di Martino 19
Patricia Zisman 20
Esther Mucznik 25
Amit Schliesser 25
Sarah Hayat 27
Graça Bachmann 27
Raquel Arié 29
BAR E BAT MITZVÁ
Os jovens Tatiana e Dany Prist, fizeram respectivamente a sua Bar
Mitzvá (Parashá Reê) e Bat Mitzvá no dia 11 de Agosto de 2007 / 27
de Av 5767 - realizada na Sinagoga do Beit Sefer Atchia em São Paulo
– Brasil, na presença dos seus pais Marcos e Lilian, familiares e de todo
o “Kahal“, incluindo os familiares e os amigos do Brasil e de Portugal
também presentes.
O jovem Guil Enav realizou a sua Bar Mitzvá no dia 4 de Agosto de
2007/ 22 de Av de 5767, Parashá Ekev realizada nos Estados Unidos
na presença de seus pais Doron e Cari e de todo o “Kahal “ presente
FALECIMENTOS
É com profundo pesar que comunicamos o falecimentos de:
Paul Rojtman z'l (Pinhas ben Yehiel)
Faleceu, em Jerusalém, no passado dia 21 de Agosto, o Grão Rabino
Paulo Rojtman que foi um grande amigo da nossa Comunidade. Nos
anos 60 veio várias vezes a Portugal, benevolamente, onde organizou
vários seminários para a formação de madrichim e dinamizou a vida judaica
em Lisboa. Até aos seus últimos dias acompanhou devotadamente
tudo oq eu se passava na nossa Comunidade Foi o fundador do
Bneh Akiva na Europa. Foi o criador de Torah Vetsion em França e de
Torah Betzion Tsedek em Israel, que recolhe e educa crianças "da rua".
À sua Família apresentamos as nossas condolências pela perda deste
grande Homem.
N A H A L O T Anuncie no Tikvá
JÁ ESTAMOS NO 8º ANO CONSECUTIVO DE PUBLICAÇÃO COM MAIS DE 60 EDIÇÕES PUBLICADAS !
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Prezados Leitores e Assinantes lembramos que desde a edição de nº 52, o nosso Boletim Tikvá passou a ser publicado com peridiocidade bimestral
À 5 ANOS NO AR
TIKVÁ
Envie os seus textos e sugestões para TIKVÁ até ao dia 30 de cada mês.
Rua do Monte Olivete, 16 r/c. esq. 1200-280 Lisboa | e-mail:tikvá@cilisboa.org
A quem se dirigir
Horário de funcionamento da Secretaria
Segunda a Quinta-feira, das 9h00 às 17h30
Sexta-feira e vésperas de festas judaicas, das 9h00 às 13h00
Horário de almoço
das 13h00 às 14h00
Atendimento ao público
Segunda a Quinta-feira, das 13h00 às 17h30
Os espaços para reuniões devem ser agendados
com aviso prévio, mínimo de 48 horas
Tesouraria
Joana Pinheiro
tesouraria@cilisboa.org
Telf. 213 931 134
Atendimento de Segunda a Quinta-feira, das 10h00 às 13h00
Telf. 213 931 130 | Fax 213 931 139
Director Executivo
Marcos Prist
director@cilisboa.org
Departamento de Ensino Judaico
Moré Laercio Hillel Pintchovski
more@cilisboa.org
Departamento de Segurança
Contacto 24 horas – Telf. 96 347 4484
seguranca@cilisboa.org
Movimento Juvenil Dor Chadash
dorchadash@cilisboa.org
Rabino
Rav. Eliezer Shai Di Martino
rabino@cilisboa.org
Secretária
Estrella Assayag
administrativo@cilisboa.org
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Direcção
Presidente Jose Oulman Carp
Vice-Presidente Esther Mucznik
Vice-Presidente Ronald Brodheim
Tesoureiro José Salomão Ruah
Secretário Eva Ettner
Vogal efectivo Clara K. Cassuto
Vogal efectivo Charles Arié
Vogal efectivo Sonia Bernfeld
Vogal efectivo Arnaldo Grossman
Vogal Suplente Salomão Kolinski
Vogal Suplente Bernardo Abecasis
Mesa da Assembleia Geral
Presidente Moisés Bendrao Ayash
Vice-Presidente Mordechai Atsmon
1º Secretário Nuno Wahnon Martins
2º Secretário Diana Ettner
Conselho Fiscal
Presidente Samuel Tuati
Vogal Efectivo David Bentes Ruah
Vogal Suplente Guilherme Grossman
Presidente Honorário Dr. Samuel Ruah