Tikvá n.º 66, 8º ano
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TU BISHVAT
5768
TIKVÁ תקוה
REVISTA DA COMUNIDADE ISRAELITA DE LISBOA
N º 6 6 – 8 º A n o
D e z e m b r o d e 2 0 0 7 / J a n e i r o 2 0 0 8
T e v e t / S h e v a t 5 7 6 8
CERIMÓNIA DO DIA INTERNACIONAL
DE MEMÓRIA DAS VÍTIMAS DO HOLOCAUSTO
DOSSIER ESPECIAL
Motivos para ler
esta edição...
Confesso sinceramente que me é muito
difícil escolher o melhor motivo de
interesse desta edição do Tikvá.
Talvez porque nos traga factos importantes
do final de 2007, de dentro e
fora da nossa CIL… Ainda melhor seria
dizer que esta é a primeira edição do
novo ano de 2008, mas entretanto, já
também não será tão novo quando lerem
este texto….
Talvez dizer que conta sobre grandes
eventos realizados recentemente na
nossa CIL, nomeadamente a Festa de
Chanuka e a Festa de Tu Bishvat,
sempre envoltos de muita simbologia
e também motivo para celebrarmos a
manutenção da chama sempre acesa
do nosso judaísmo português e da
plantação da “semente judaica” que
irá brotar e crescer no futuro. Pois, esta
já parece ser uma boa razão…
E se juntarmos a estas muitas
atracções, o facto de que esta edição
traz também um dossier especial
sobre um evento que marcou mais
uma vez na história da CIL, a presença
na Sinagoga de um Presidente
da República em Portugal?
Enfim, sigo cá com as minhas dúvidas,
pois penso que são realmente vários
os motivos para lerem mais esta
edição, mas creio que devem ser os
nossos leitores a eleger o que realmente
ela traz de melhor. O que eu
sei e inevitavelmente tenho de dizer…
é que a fizemos novamente com todo
carinho e dedicação e que esperamos
sinceramente que seja do vosso agrado.
Portanto desejo a todos uma boa
leitura!!!
Marcos Prist
Director Executivo CIL
E D I T O R I A L
Vale a pena?
Ao longo da sua já longa história, poucas vezes a
nossa comunidade teve a oportunidade de beneficiar
de tantos serviços e profissionais dedicados. Temos
há já alguns anos um director executivo que organizou,
profissionalizou e dinamizou a nossa comunidade
e em particular, as crianças e jovens; temos um
professor de alto nível pedagógico que nos ensina a
língua hebraica e as bases essenciais de judaísmo;
temos finalmente um rabino jovem e dinâmico, cujo
perfil é perfeitamente adequado à nossa comunidade.
Graças a estes profissionais e à dedicação de membros
voluntários, a CIL tem conseguido organizar um
sem número de actividades, como a comemoração
das festas religiosas, convívios comunitários, cerimónias
públicas como a recente celebração do Dia Internacional
em Memória das Vítimas do Holocausto, ou
ainda os elos de comunicação, como o Tikvá, o site
ou o boletim virtual que semanalmente nos permite
saber o que há de novo. Proporcionar aos membros
da CIL todos estes serviços e acontecimentos tem sido
o objectivo desta direcção. Mas tudo isto representa
um esforço de trabalho e financeiro muito
grande. Vale a pena?
Em nossa opinião, não só vale a pena, como é a nossa
obrigação. Mas neste campo, a última palavra cabe
aos membros. Dito de outro modo, é através da
vossa presença, da vossa colaboração, do vosso
apoio moral e financeiro que podemos medir o sucesso
ou insucesso do nosso esforço. Há bons indícios:
maior frequência na sinagoga graças à acção do nosso
rabino, maior participação nos eventos, disponibilidade
de mais voluntários. Mas como refere neste
número o coordenador da nossa sinagoga, Alain
Hayat, precisamos de mais colaboração: na sinagoga,
na biblioteca, no Tikvá; precisamos de maior
afluência às diferentes actividades e de um apoio financeiro
maior sem o qual não poderemos manter todos
os serviços actuais. Precisamos que nos façam
sentir de forma inequívoca que o nosso esforço vale a
pena e pode continuar.
Esther Mucznik
Vice-Presidente
2 Tikvá 66 • Dezembro/Janeiro
FICHA TÉCNICA
Directora Esther Mucznik
Chefe de Redacção Marcos Prist
Colaboradores Diana Ettner, Gabriel Steinhardt,
Henrique Ettner, Nuno Martins e Samuel Levy
Concepção e produção gráfica Raimundo Santos
m e n s a g e m d a d i r e c ç ã o
Tikvá 66 • Dezembro/Janeiro 3
A Comunidade Israelita do Porto decidiu lançar uma
petição pela reabilitação do Capitão Barros Basto fundador
da Comunidade do Porto e da Obra do Resgate,
que visava trazer para a fé judaica aberta, os "Marranos"
– judeus cristianizados à força e que continuavam
a praticar secretamente o culto judaico. No seguimento
da sua acção, Barros Basto acabou por ser vítima de
calúnia e expulso do exército português. A petição agora
lançada pela Comunidade do Porto visa que seja feita
justiça e a reabilitação daquele que também ficou
conhecido como o Apóstolo dos Marranos.
ASSINE A PETIÇÃO PELA SUA REABILITAÇÃO:
http://www.PetitionOnline.com/benrosh/
4 Tikvá 66 • Dezembro/Janeiro Tikvá 66 • Dezembro/Janeiro 5
que institui a celebração desta data, após o que toda
assistência observou um minuto de silêncio. Em
seguida, realizou-se uma breve cerimónia religiosa
dirigida pelo Rabino da CIL, Eliezer Shai di Martino
que constou da leitura do Salmo 23, do Kadish em
memória das vítimas da Shoah e da oração pelo Estado
e governantes de Portugal.
Seguiu-se então o momento alto da celebração: a
leitura de testemunhos de crianças escondidas durante
a guerra que perderam os seus pais na
Shoah. Os testemunhos foram lidos por Tatiana
Prist e Abraham Ruah Guerra, de 12 e 14 anos de
idade que com a sua sentida leitura comoveram toda
a assistência.
A finalizar a cerimónia tiveram lugar os discursos do
presidente da CIL, José Oulman Carp, do Encarregado
de Negócios da Embaixada de Israel, Amir Sagie,
do Rabino Eliahu Birnbaum e do Presidente da
República. Todos celebraram a importância da
memória e do compromisso de NUNCA MAIS!
Intervenção da Sua Excelência
o Sr. Presidente da República
- Prof. Aníbal Cavaco Silva
Excelentíssimo Senhor Rabino Elyahu Birnbaum,
representante do Grão Rabino de Israel,
Excelentíssimo Senhor Presidente
da Comunidade Israelita de Lisboa,
Excelentíssimo Senhor Rabino da Sinagoga de Lisboa
Membros da Comunidade Israelita de Lisboa,
Minhas Senhoras e Meus Senhores,
A Assembleia Geral das Nações Unidas, através da resolução
nº 60/7 de 1 de Novembro de 2005, criou o Dia Internacional
em Memória das Vítimas do Holocausto, e escolheu o dia 27
de Janeiro, recordando assim a data em que, no já distante
ano de 1945, foi revelada a verdade sobre Auschwitz.
Estamos aqui a cumprir um dever de memória. Compreendemos
o que se passou? Não compreendemos. Não se pode
compreender um processo racional, burocrático e sistemático,
cuidadosamente planificado e arquitectado, para realizar
o irracional.
No entanto, mesmo que as nossas palavras sejam irremediavelmente
pobres para descrever o horror concentracionário,
temos o dever de falar. Temos o dever de recordar um
mundo de onde o Bem se ausentou, um mundo que negou o
homem porque negou o direito a ser diferente.
Milhões foram martirizados, sobretudo judeus. Honramos a
memória de todas as vítimas. Mas quando se nega tão radicalmente
o homem, a maior vítima é a própria humanidade.
O trabalho de memória começa por ser um esforço de reconstituição
de um passado que não pode ser negado. É
mais do que um imperativo de justiça. Contra a indiferença,
contra o esquecimento, é de uma pedagogia que precisamos:
que todos saibam o que aconteceu para que todos sejam levados
a agir de modo a que não volte a acontecer.
Por isso, a resolução da Assembleia Geral das Nações
Unidas instou todos os Estados a desenvolver programas
de educação que transmitam às novas gerações as lições
do Holocausto.
Permitam-me que recorde uma lição que nos foi legada pelo
grande livro da sabedoria rabínica, o Talmude: aquele
que é de todos o mais poderoso não é o que destrói o seu inimigo,
mas o que transforma o inimigo em amigo.
Quando esta lição, válida em todos os tempos e para todos os
homens, for verdadeiramente aprendida, alcançaremos a paz
abundante e a vida boa para nós e para todo o Povo de Israel
que a oração que há pouco partilhámos nos promete.
Fonte: http://www.presidencia.pt (Discurso e fotos oficiais)
No passado dia 27 de Janeiro teve lugar na sinagoga
Shaaré Tikvá a celebração do Dia Internacional
em Memória das Vítimas do Holocausto, decretado
pelas Nações Unidas em 2005. Sob proposta
do Estado de Israel, a Assembleia Geral da ONU
decretou a sua comemoração anual na data em que
o exército vermelho libertou o campo de extermínio
de Auschwitz, a 27 de Janeiro de 1945.
A cerimónia de Lisboa foi presidida pelo Senhor Presidente
da República, Prof. Aníbal Cavaco Silva, naquela
que foi a sua primeira deslocação à nossa sinagoga.
Também estiveram presentes, o Ministro da Justiça, Dr.
Alberto Costa, o Presidente da Câmara de Lisboa Dr.
António Costa, o Alto Comissário das Minorias, Dr. Rui
Marques, deputados, vereadores, muitos amigos e
membros da Comunidade. Também estiveram presentes
o Presidente e o Vice-Presidente da Comunidade
Judaica de Belmonte e respectivas esposas. Acederam
igualmente ao nosso convite, representantes de todas
as confissões religiosas, com destaque para o representante
do Senhor Cardeal Patriarca, Dom Tomáz da Silva
Nunes. De Israel, veio especialmente o rabino Eliahu
Birnbaum, em representação do Grão-Rabino Metzger.
A cerimónia iniciou-se com a leitura pela mestre da
cerimónia, Diana Ettner, da Resolução 60/7 da ONU
SINAGOGA DE LISBOA
CELEBRA O DIA INTERNACIONAL
EM MEMÓRIA DAS
VITIMAS DO HOLOCAUSTO
CERIMÓNIA POR OCASIÃO DO DIA INTERNACIONAL
DE MEMÓRIA DAS VÍTIMAS DO HOLOCAUSTO
RESOLUÇÃO 60/7 DA ONU DE 1/11/05
PRESIDIDA POR SUA EXCELÊNCIA, O SENHOR PRESIDENTE
DA REPÚBLICA,PROFESSOR DOUTOR ANÍBAL CAVACO SILVA
Eu estava no patamar, diante da porta de entrada
aberta de par em par, de costas para a escada, o
braço direito ainda levantado, a mão estendida, os
dedos ligeiramente afastados, imóvel, como que petrificada,
sem conseguir mexer-me. Já não nos tocávamos
e não me lembro já dos últimos beijos. O meu
olhar desesperado e trágico mergulhava no seu, era o
seu. O terror embotava e confundia os nossos espíritos.
A tensão, o desgosto, a emoção eram tão intensos
que só me concentrava no facto de aquele ser tão
querido me estar a ser arrebatado. A minha mãe desaparecia
lentamente.
Um véu espesso abatia-se sobre a minha memória, como
uma cortina a cair sobre o último acto de uma peça,
de uma história tão bela e tão curta, rasgada, partida,
dilacerada, que eu nunca mais voltaria a ver.
Françoise
Deram-se cenas trágicas e revoltantes quando separaram
as mães dos filhos. Estes agarravam-se a
elas a gritar: “Mamã, não vás!” Várias mulheres lançaram-
se sobre os filhos, pedindo aos gendarmes que as
matassem ali mesmo, em vez de as arrancarem aos filhos.
Os gendarmes separavam-nas à cacetada, sem
poupar as crianças. Quase todas as mulheres têm marcas
visíveis das pancadas. Como se recusavam a deixar
os filhos, foram empurradas com brutalidade para os
vagões, à força de cacetada, e ameaçadas de morte.
As crianças dos dois aos treze anos, cerca de 5000, ficaram
sós, sem nenhuma vigilância, esfomeadas, no
meio da porcaria, morrendo como moscas. Passaram a
chamá-las pelos números que lhes atribuíram.
Albert
Era um dia de Verão, o tempo estava magnífico... As
cortinas da janela agitavam-se levemente ao vento.
Eu estava sozinha, a comer massa. Bateram violentamente
à porta. Ouvi gritos no prédio. Um polícia
francês entrou no apartamento. A minha mãe tinha
um vestido preto fechado no pescoço, com mangas
compridas. E recordo o seu rosto, diante de mim, com
as mãos pousadas nas costas da cadeira, eu a comer,
o polícia francês, a minha irmã de pé ao lado da minha
mãe. E o polícia queria levar-nos também. A minha
mãe não quis, disse: “A mais velha há-de tomar
conta da mais pequena.” A minha infância interrompeu-
se nesse dia. Nesse dia, tornei-me adulta, tinha
seis anos. Guardo na memória o rosto de uma mãe,
igual a todas as mães, sem dúvida, amorosa, meiga,
particularmente generosa.
Colette
Omeu pai pôs-se a chorar. Disse: “Levem-me.
Deixem a minha mulher e os meus filhos.” Então os
polícias foram magnânimos. Disseram-lhe que voltariam
na manhã do dia seguinte para levar o resto da
família. O meu pai tirou a aliança do dedo e deu-ma.
Disse-me: “Dás isto à mãezinha”; deu-me a corrente
de ouro e depois disse: “Deixo tudo. Despeço-me de
vós.” E levaram-no para Drancy.
Henri
Muito longe, num canto do mundo, tenho uma mãezinha.
Uma mãezinha adorável, que dantes era loura,
com grandes olhos azuis-claros, como um mar imenso.
O sorriso da sua boca dourada nunca se apaga e a
sua pele diáfana tem uma tonalidade rósea. A minha
mãezinha talvez venha um dia, assim espero. Encontrála-
ei envelhecida, pálida, mas sempre, no meu coração,
a minha mãezinha me aparecerá jovem, alegre, bonita,
fresca... Continuará a ser a minha adorável mãezinha.
Faz-se tarde, voltei para a minha cama. O céu tinge-se
de um azul sombrio. As cores maravilhosas desapareceram.
Sopra uma brisa pela janela entreaberta. Vou deitar-
me. Ergue-se a lua. Adeus, meu caderninho; nesta
noite abri-me contigo. Estou aliviada... aparentemente.
Nesta noite, pensarei naqueles que tanto amo.
Monique
Como criança escondida, tenho duas coisas a dizer:
se hoje estou vivo e se posso fazer-vos todas estas
declarações, devo-o também a todas aquelas famílias
francesas, algumas das quais católicas, outras protestantes,
que, sob perigo de vida, aceitaram salvar
crianças. Não sei se hoje toda a gente estaria disposta a
fazer a mesma coisa... É também uma maneira de prestar
homenagem a essas pessoas que eram cristãs, que
eram generosas, que arriscaram a vida, que me salvaram,
a mim, às minhas irmãs e a tantos outros. Esses,
nunca os esquecerei. E sempre que posso, planto regularmente
árvores em Jerusalém em sua memória. Nunca
os devemos esquecer. Houve pessoas que nos quiseram
mal, que nos fizeram mal. Mas nem toda a gente
era assim e isso é também uma esperança de paz.
Jacques
6 Tikvá 66 • Dezembro/Janeiro
Mensagem da Vice- Primeira Ministra
de Israel Tzipi Livni transmitida pelo
Encarregado de Negócios da Embaixada
de Israel em Portugal, Amir Sagie.
To be a Jew is to dream the Shoah, live the Shoah, and
die in the Shoah without actually having been there.
To be a Jew is to try to imagine the horror, to stop as the
most painful images engulf you, and to know that you are
still so far from the pain endured by those who were there.
To be a Jew is wanting to ask the elderly if they were there,
and what they went through, and yet fearing to do so.
To be a Jewish mother is to understand, with the birth of
a second child, how impossible, how inhuman it would be
to have to choose between her two children.
To be a Jewish mother is to look at your children and wonder
if they are old enough to care for themselves without you.
To be a Jewish mother is to look at your children and to ask
yourself whether the right choice would be to keep them
with you or to tell them to leap off the train.
To be an Israeli is to know that you were reborn from the
ashes of the victims and that you have a responsibility to
the generations to come.
To be an Israeli child is to try to fathom the number six million
but never being able to.
To be an Israeli is to live on streets named after entire
communities that were wiped out because there are not
enough streets to name after each one of the victims.
To be an Israeli is to live in a country that appears strong
from the outside but is always aware of the vulnerability of
its people.
To be an Israeli girl is to receive, as a Bat Mitzvah gift, the
book of poems "There Are No Butterflies Here", written by
children of the Theresiendstadt Ghetto, and to understand
that these children were just like you, and all they wanted
was to play, to live and to love.
To be an Israeli teenager is to visit the death camps in Europe,
to see the scratch marks on the walls of the gas
chambers of those who tried to get out, to see the "showers",
the piles of shoes and hair, and never look in they
same way again at things that are taken for granted by
teenagers in other places.
To be an Israeli mother is to suddenly discover that you have
passed on to your children the collective memory and experience
of the Holocaust. It is to understand that although
you wanted to spare your children the pain so that they
would not have to bear the burden that you have carried all
your life, as a daughter of the Jewish people you felt the need
to pass on this memory so that they and their children and
their children's children would remember. And it is to realize
that the national cause has overcome your motherly feeling.
To be a Jewish leader in Israel is to ask yourself whether
you would have seen the writing on the wall had you been
there, and whether you would have made the right decisions
at the time.
And it is, above all, to pledge never to forget.
Dear Friends,
There are feelings and experiences, which are failed by
words the bigger the horror the more difficult it is to pass
on the memory of the Holocaust to future generations.
I would like each of you to study the pictures here at Yad
Vashem even if you are unable to pass on the magnitude
of what you see, I would like to ask you to take only one
memory with you, whether a picture of a living skẻleton, or
of a pile of human bones, or that of a child, and to pass this
image on.
One picture is a world. Each of these pictures screams out
the horrors of the Holocaust and holds lives and dreams
that vanished.
The terror, humiliation, helplessness, yearning for family,
waiting for salvation from those who could do nothing to
help - All these you should pass on to others, not to cause
them pain, but rather to prevent these images from ever
becoming a reality again. As soon as people will cease to
think that such crimes are possible, and then they will cease
to act to prevent them from returning.
Beyond remembrance of those who died, we are faced with
an obligation to the future. This obligation rests on the
shoulders of leaders, and on the shoulders of every citizen
of the free world.
Horrors of such magnitude are the outset the product of a
distorted mind of the leader but they are also the product
of the Evil in uniform who agreed to execute, and of society
that remained silent.
Anyone who has seen the pictures at Yad Vashem, beginning
with people perishing in the Ghettos, understands
that the writing was on the wall, and there were those who
stood by and photographed.
The obligation to identify, to combat and protest against
such phenomena is the responsibility of everyone. Decision
makers, teachers and citizens whose ability to voice their
protest depends on the understanding that his voice will
not die, but will be joined by many others.
As of today, you are all part of the voice, which gives substance
to the words and the promise of: Never again.
Mensagem do Presidente da CIL
José Oulman Carp
É uma grande honra e um enorme privilegio para a nossa comunidade,
recebê lo pela primeira vez, nesta nossa Sinagoga,
’Sharé Tikvá' - que significa, em Hebraico - as Portas da Esperança.
A 1 de Novembro de 2005, a Assembleia Geral das Nações
Unidas, adoptou a resolução 60/7 que designa o dia 27 de
Janeiro, Dia Internacional da comemoração, em Memória
das Vitimas do Holocausto.
Esta data assinala a libertação, pelas Forças Aliadas, do
campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, em 1945.
Por esta Sinagoga centenária, passaram dezenas de milhares
de refugiados Judeus, alguns, sobreviventes dos campos de
concentração e extermínio, outros, cerca de 30.000, com
vistos emitidos, com grande risco pessoal, em Bordéus, pelo
Cônsul Português, Aristides de Sousa Mendes.
TODOS, chegaram marcados, cansados, humilhados e
doentes, sem nada, vitimas do maior crime colectivo da
história da humanidade, o Holocausto. Esta Sinagoga recebeu-
os, confortou-os, espiritual e fisicamente e ofereceu
lhes um local de convívio, proporcionando lhes coragem,
força e os meios para se adaptarem à sua nova vida!
Nas nossas orações, Sr. Presidente e o Estado Português
são e serão sempre lembrados. Devemos-lhe a salvação
dos nossos Avós, Pais e a restituição de alguma dignidade.
Para que não volte a acontecer, para acabar com o anti-semitismo,
xenofobia, perseguições, opressão politica, discriminação,
e todas as formas de intolerância, para chegar
a uma PAZ UNIVERSAL, que todos os homens de bem pretendem,
será necessário praticar a TOLERÂNCIA e o RESPEITO
MUTUO através do dialogo entre as diferentes culturas,
comunidades, civilizações e religiões, realçando
com alegria, respeito, compreensão e admiração da nossa
diversidade, integrando-a nas sociedades civis.
A PAZ COM UNIDADE NA DIVERSIDADE!
SALAM PAX SHALOM
Tikvá 66 • Dezembro/Janeiro 7
Veja dossier completo desta cerimónia em http://www.cilisboa.org/abp_hol_day_2008.htm
Testemunhos lidos pelos
jovens Tatiana Prist
e Abraham Ruah Guerra,
extraídos do livro
“Estrelas da Memória”
que reúne memórias
de crianças francesas
escondidas entre 1939-1945
CERIMÓNIA POR OCASIÃO DO DIA INTERNACIONAL
DE MEMÓRIA DAS VÍTIMAS DO HOLOCAUSTO
RESOLUÇÃO 60/7 DA ONU DE 1/11/05
8 Tikvá 66 • Dezembro/Janeiro Tikvá 66 • Dezembro/Janeiro 9
No dia 9 de Dezembro, cerca de 170 pessoas
estiveram presentes no Teatro Gymnasio do
Espaço Chiado em Lisboa, para celebrar e participar
em mais uma tradicional Festa de Chanuká da
CIL. O programa da festa foi todo construído numa
adaptação teatral com o título “Um Milagre
Aconteceu Aqui” – baseada no conto “Uma aventura
de Chanuka” do livro “o Contador
de Histórias – Volume 2 de Nissan
Mindel. A peça foi encenada por
jovens das kvutzot (grupos) de Ieladim
e Tzeirim do Dor Chadash (12
aos 16 anos), mas o programa
contou também com a participação
de crianças de outras faixas etárias
menores do movimento, bem como
do Grupo Guil Hazaav, Coral Etz
Chaim, Lehakat Hamaccabi (grupo
de danças do Clube Maccabi) e os alunos do curso
de Hebraico do Departamento de Ensino Judaico
da CIL. Outro ponto alto desta comemoração
foi o acendimento da 6ª vela de Chanuka, dirigido
pelo Rabino Eliezer di Martino que também
proferiu a sua mensagem nesta celebração, como
também o fizeram o Embaixador de Israel – Sr.
Aaron Ram e o Presidente da CIL – Sr. José Oulman
Carp. A seguir foram todos convidados a saborear
as comidas típicas desta festa, dando-se
por terminado mais este marcante evento. Alguns
dias antes, foi realizado na Sinagoga um
serviço religioso especial com o acendimento da
1ª vela de Chanuká, quando dezenas de pessoas
estiveram presentes e puderam também saborear
um”kibud” típico desta festa.
Mais uma vez, conforme também tem estado
a ocorrer nos últimos anos, a tarde de Inverno
foi abençoada com um sol maravilhoso e
uma temperatura muito agradável que sempre
combinam muito bem com o belíssimo espaço do
nosso Maccabi Country Club. Mais uma vez um
espírito jovial de participação e de integração
das pessoas de distintas faixas etárias marcou o
passado dia 20 de Janeiro. Nesta data, mais de
cem pessoas estiveram reunidas para momentos
muito divertidos e de grande confraternização
para a comemoração de mais um TU BISHVAT da
CIL. O programa teve início com uma mensagem
do Rabino Eliezer di Martino e continuou com o
tradicional momento da plantação, quando o
Maccabi ganhou mais 6 novas árvores, cada uma
delas plantadas por crianças e jovens das várias
faixas etárias do Movimento Juvenil Dor Chadash
e pelos adultos presentes. A atracção principal
da festa ficou por conta da grande “Gincana
de bases”, com várias actividades simultâneas
coordenadas pelos madrichim do Dor Chadash,
onde adultos, jovens e crianças juntos, distribuídos
em vários grupos tiveram de
“enfrentar” os desafios das várias
tarefas distintas de conteúdo, diversão
e entretenimento alusivas a
esta festividade. Todos os grupos
participaram com muito empenho e
cumpriram com espírito de muita
união e desportivismo todas as tarefas.
O evento encerrou com o não
menos tradicional e delicioso lanche
característico desta data.
Mais fotos destes eventos podem ser vistas
em http://www.cilisboa.org/activities.htm
A C O N T E C E U N A C I L
Festa de
Chanuká
Festa de Tu Bishvat
Cumprindo mais uma vez com os nossos milenares
preceitos de Tzedaká (justiça com solidariedade)
e Tikun Olam (aperfeiçoamento do mundo)
a CIL esteve de 15 de Agosto a 30 de Setembro a
angariar roupas e agasalhos para a 5ª edição desta
campanha realizada pelo seu Departamento de Assistência
Social. Esta arrecadação resultou numa
excepcional colecta de doações que foram durante o
mês de Novembro entregues à Associação HUMANA
PORTUGAL. Criada há 6 anos esta associação, sendo
a “caloira” das associações nacionais do mundo
lusófono federadas à Humana People to People,
(ADPP Guiné-Bissau, 22 anos, ADPP Moçambique 21
anos, ADPP Angola 18 anos), a Humana Portugal
tem podido fornecer apoio ao desenvolvimento
desses países dos PALOP, em consequência da generosidade
genuína do
cidadão português,
através da sua doação
de roupa de segunda
mão. Ficamos sinceramente
muito gratificados
e felizes pela manifestação
de apoio de
muitos dos nossos correligionários,
aos quais
agradecemos e com os
quais esperamos novamente contar nas próximas
iniciativas. A vossa ajuda tornará mais digno e humano
o Inverno de muitos em Portugal! Aos que
não colaboraram desta vez, fica desde já o apelo de
colaboração nas próximas edições!
Graças ao grande empenho e
dedicação do casal Sheila e
Jairo Fridlin da “Editora e Livraria
Sefer” de São Paulo – Brasil – a
CIL recebeu recentemente importantes
doações de livros e material
judaico de carácter pedagógico que serão utilizados
na educação judaica dos nossos jovens e
crianças em âmbito formal e não formal através
do Movimento Juvenil Dor Chadash e do nosso
Departamento de Ensino Judaico.
Foram doados nomeadamente, 20
exemplares do “Sidurzinho”, 35
exemplares da recém lançada
edição educativa com o título “ O
Ano Judaico Ilustrado” e mais 100
unidades com o texto do SHEMÁ em hebraico com
transliteração e tradução interpretativa. Um sincero
Toda Rabá da CIL por estas tão generosas e
importantes doações!
Ano Europeu da Igualdade
de Oportunidades para Todos
Samuel Levy, ex-presidente da CIL, e actual conselheiro da
comunidade para assuntos religiosos e Esther Mucznik, vicepresidente,
participaram no colóquio Religiões, Diversidade e
Não-Discriminação, realizado na Fundação Mário Soares,
também com a participação e apoio da Presidência do
Conselho de Ministros, Ministério do trabalho e da Solidariedade
Social e da Estrutura de Missão do Ano Europeu da
Igualdade de Oportunidades para todos – por uma sociedade
justa – 2007. A participação ocorreu nos painéis “Raízes da Diversidade
Religiosa em Portugal” e “A Religião face às Discriminações”,
respectivamente. O texto na íntegra de Samuel Levy pode
ser lido em http://povodebaha.blogspot.com/2007/11/raizesda-
diversidade-religiosa-em.html. Esther Mucznik foi também
uma das oradoras na sessão de encerramento do Ano Europeu de
Igualdade de Oportunidades, no Centro Cultural de Belém.
A CIL representada
pelos jovens
Os nossos jovens Nuno Wahnon Martins e Miguel Curiel representaram
a CIL numa importante conferência sobre os
"Jovens e o Diálogo Intercultural em Portugal", realizado no
final do mês de Novembro no Auditório da Universidade
Lusíada de Lisboa. O encontro foi promovido por uma Comissão
de jovens membros de várias comunidades religiosas
e associações cívicas. Nuno Martins também esteve presente
no "Diálogo inter-religioso realizado no Centro Municipal
de Cultura de Castro Daire, onde fez uma síntese da
história da religião judaica, tendo realçado a origem comum
das três religiões monoteístas, cuja paternidade cabe a
Abraão. Referiu que há valores partilhados e comuns, sendo
obrigação falar uns com os outros. Acentuou que o diálogo
inter-religioso é um imperativo categórico, tendo frisado
que o mesmo é entre homens de fé e não entre crenças.
10 Tikvá 66 • Dezembro/Janeiro Tikvá 66 • Dezembro/Janeiro 11
A C O N T E C E U N A C I L
V Campanha do Agasalho na CIL
CIL recebe doação de livros judaicos educativos
Cinco milhões de imagens do arquivo
da Inquisição de Lisboa
vão estar disponíveis on-line. O
processo de recuperação e digitalização
integral dos 17.980 processos,
referentes ao período entre
1536 e 1821, ainda vai demorar
cerca de três anos a estar completo,
mas constitui, sem dúvida, uma
boa notícia para os investigadores.
A Inquisição, como tribunal eclesiástico,
perseguiu e condenou
aqueles cujas acções e convicções diferiam das leis da Igreja
católica. De acordo com o historiador António Borges
Coelho, a Inquisição de Lisboa é especialmente relevante no
contexto português, já que "as comunidades estrangeiras
estavam sedeadas em Lisboa, a liberdade de pensamento
emergia mais facilmente, os livros clandestinos chegavam
mais facilmente a Lisboa". Era mais fácil encontrar na capital
as principais vítimas da Inquisição: os judeus, as bruxas, os
mancebos, os homossexuais, explica
o historiador. "Os processos
da Inquisição de Lisboa são especialmente
ricos por isso." O escritor
e dramaturgo António José da
Silva foi uma das vítimas do Santo
Ofício. Preso e torturado pelos
membros da Inquisição por ser judeu,
acabou por ser queimado
num auto-de-fé. Este é apenas um
dos muitos processos que vão estar
acessíveis a partir de qualquer
computador. Para António Borges Coelho, a digitalização
destes processos "é uma notícia magnífica", mas não é suficiente
para reavivar na memória que "milhares de pessoas
passaram pela humilhação dos autos-de-fé". E lança a
questão: "Para quando uma oliveira nas praças portuguesas,
em Lisboa, Évora, Coimbra, onde mais de 2000 pessoas foram
queimadas por expressarem opiniões diferentes?".
Fonte: http://ultimahora.publico.clix.
Foi aprovada em reunião da Câmara Municipal de
Lisboa do dia 30 de Janeiro, uma proposta de instalar
na cidade de Lisboa um “Memorial às Vítimas da
Intolerância. Eis o teor da proposta aprovada:
Considerando que:
1. No ano de 1506, a cidade de Lisboa foi palco do mais
dramático e sanguinário episódio antijudaico de todos
os que são conhecidos no nosso território;
2. Durante três dias, 19, 20 e 21 de Abril, estes acontecimentos,
que tiveram início junto ao Convento de S. Domingos
(actual Largo de S. Domingos), levaram a que cerca de
dois mil lisboetas, por mera suspeita de professarem o judaísmo,
tivessem sido barbaramente assassinados e queimados
em duas enormes fogueiras no Rossio e na Ribeira;
3. Evocar este hediondo crime em que consistiu o massacre
de 1506, inscrito numa política de intolerância
que, segundo Antero de Quental, contribuiu para a decadência
deste povo peninsular, será fazer justiça póstuma
a todas as vítimas da intolerância e constituirá
uma afirmação inequívoca de Lisboa como cidade cosmopolita,
multiétnica e multicultural.
4. A pedagogia de combate ao racismo, à discriminação,
à xenofobia e a todas as formas análogas de intolerância,
constitui um eixo fundamental da democracia
e da coexistência pacífica entre os povos.
Os vereadores do Partido Socialista, da Lista “Cidadãos por
Lisboa” e do Bloco de Esquerda, ao abrigo da alínea b) do
n.º 7 do art.º 64.º da Lei 169/99 de 18 de Setembro, com
a redacção dada pela Lei 5-A/2002 de 11 de Janeiro, têm a
honra de propor que a Câmara Municipal de Lisboa, na sua
reunião de 30 de Janeiro de 2007, delibere:
1. Instalar na cidade de Lisboa um Memorial às Vítimas
da Intolerância, evocativo do massacre judaico de Lisboa
de 1506 e de todas as vítimas que sofreram a discriminação
e o aviltamento pessoal pelas suas origens,
convicções ou ideias;
a) O Memorial localizar-se-á no Largo de S. Domingos
e deverá ser composto por um mural evocativo das vítimas
da intolerância, cuja concepção, execução e instalação
competirá aos serviços municipais;
b) Esta intervenção contemplará, igualmente, o arranjo
da área envolvente e incluirá a colocação, no mesmo
Largo, de elementos escultóricos contributos das
comunidades católica e judaica;
c) A inauguração do Memorial terá lugar no dia 19 de
Abril de 2008, em cerimónia promovida pela Câmara
Municipal de Lisboa, para a qual serão convidadas todas
as comunidades étnicas e religiosas da Cidade.
A Comunidade Israelita congratula-se com esta decisão,
tanto mais que, como noticiámos no Tikvá, há
perto de dois anos entregámos na Câmara Municipal
de Lisboa uma proposta de memorial em homenagem
às vítimas do Massacre de 1506, concebida pela
nossa correligionária, arquitecta Graça Bachman.
Finalmente, esta vereação presidida por António
Costa decidiu aprovar a nossa proposta, enquadrando-
a num contexto mais global de memória de todas
as vítimas da intolerância.
Processos da Inquisição de Lisboa vão ser digitalizados
A C O N T E C E U E M P O R T U G A L
MEMORIAL ÀS VÍTIMAS DA INTOLERÂNCIA
O que Israel significa para mim
Artigo de opinião da autoria do Embaixador de Israel, Sr. Aaron Ram, publicado em 18.1.08, no Semanário
Sexta, que é distribuído com a edição do jornal O Público às Sextas-feiras.
Descobertos, no Monte do Templo, vestígios
arqueológicos do período do Primeiro Templo
Uma inspecção arqueológica levada a cabo pela Israel Antiquities Authority sobre trabalhos do Waqf revela
vestígios do período do Primeiro Templo
David Ben Gurion, o primeiro Primeiro-ministro
de Israel disse uma vez, “Em Israel,
ser realista significa acreditar em milagres”.
Tal era tão verdade em 1948 como o
é em 2008. Ao longo dos últimos sessenta
anos, a minha vida tem-se desenrolado em
paralelo com a vida do Estado de Israel. Fomos
jovens e envelhecemos juntos.
Israel, apesar dos vários obstáculos que tem
enfrentado, desenvolveu-se e tornou-se um
Estado moderno e vibrante. Muitos aspectos da
sua sociedade foram mudando à medida que o
país se desenvolveu e prosperou. De 600.000
habitantes em 1948, Israel conta agora com
uma população que ultrapassa os sete milhões. Desenvolvemos
uma agricultura rica e florescente num território em
que três terços são deserto. Num país em que escasseia a
água, os nossos campos são irrigados por inovadores sistemas
de rega desenvolvidos por nós. Construímos novas
e modernas cidades em harmonia com antigos locais bíblicos.
Inventámos novas palavras para uma língua antiga.
Fizemos muito em sessenta anos.
Israel é o país de que me orgulho em chamar meu e
que nunca tomarei por garantido.
Israel para mim são sítios, sons e os cheiros da minha
infância. Um bairro de Jerusalém cheio de imigrantes
vindos de vários países, Polónia, Marrocos, Rússia,
Iraque; uma enorme variedade de línguas, sabores e
costumes, dos quais, nós,os filhos, tornar-se-iam os
novos israelitas. Um “Sabra” é um Judeu nascido em Israel.
Sabra é também o fruto do cacto, que pica por fora
mas é doce por dentro. Esta é uma imagem que descreve
bem o nosso povo. Somos uma sociedade informal
e temos a certeza que somos capazes de governar
o país melhor do que aqueles que foram eleitos para tal.
Israel é um país de contradições. Somos líderes mundiais
em agricultura, high-tech e medicina. Temos universidades
e centros de investigação. Temos vencedores
de prémios Nobel e até vencedores do Festival
da Eurovisão. Temos tempo para ir ao teatro, ler livros
e ir a jogos de futebol. Toda esta vida plena existe enquanto
continuamos a lutar pelo direito de existir. Israel
é um país cujo direito de existir continua a ser
abertamente desafiado e posto em causa por países
como o Irão. Nenhuma outra Nação soberana tem de
conviver com esta ameaça quase diariamente. Mas nós
sim. Poderíamos ter-nos tornado uma sociedade amarga
e militarizada, mas não o fizemos.
O facto de termos vidas normais, de nos distinguirmos em
vários campos e de sabermos conviver e integrar os problemas
na nossa sociedade e não deixarmos que esses
assumam o controlo da mesma - é para mim um milagre
da vida israelita. Israel para mim é a Terra da Bíblia.
O Antigo Testamento é sagrado quer para Cristãos
quer para Judeus mas para mim é muito mais do que
um mero relato de histórias sagradas. Quando me desloco
pelas ruas de Jerusalém, sei que foi exactamente
por aí que passou o Rei David e posso ainda tocar no
que resta de uma das paredes do Templo construído
pelo Rei Salomão. Quando abro a minha boca para falar,
estou a usar a mesma língua da Bíblia. Os meus filhos
ouvem música rock cantada na mesma língua falada
por Abraão e Moisés. A língua hebraica esteve adormecida
durante dois mil anos e era usada apenas como
linguagem de oração. Hoje é uma língua viva,
o que eu considero outro milagre da nossa
realidade.
Israel para mim é a Primavera – altura do ano
em que se assinalam três datas muito importantes:
O Dia da Memória do Holocausto, o Dia
da Memória dos Soldados e o Dia da Independência.
Estas três datas são próximas e estão
cravadas no nosso destino enquanto Nação. O
Holocausto tornou claro ao mundo que os Judeus
precisavam de uma Pátria. Os meus avós que viviam
na Polónia e não tinham uma pátria, pagaram
um preço elevado por isso mesmo. Para que
nunca mais se repitam os horrores do passado,
temos de continuar a lutar uma e outra vez pelo direito de
viver nesta Terra. As muitas guerras e os inúmeros ataques
terroristas ocorridos nestes sessenta anos são demasiado.
Pagamos um elevado preço por termos de lutar pelo nosso
direito de existir. Muito da nossa existência está nas mãos
do nosso exército que tem a designação de Forças de Defesa
de Israel. O seu objectivo é defender-nos.
Israel é um país multicultural, um colorido caleidoscópio
de gente. O meu Israel é um país Judaico e democrático,
com uma sociedade aberta e plural em que cada
duas pessoas têm três opiniões diferentes e todas
são livremente expressas. Desde 1948, Israel absorveu
Judeus dos quatro cantos do mundo. Muitos vieram
em busca de refúgio, outros porque viram neste
país o seu destino Judaico. Juntos construíram um Estado
democrático com eleições livres, imprensa livre liberdade
de opinião e de crença. Para mim, Israel é para
além e acima de tudo, a minha Casa.
Aaron Ram
Embaixador do Estado de Israel
12 Tikvá 66 • Dezembro/Janeiro
I S R A E L E M F O C O
Pequenas grandes coisas que nos irritam
Mesmo nós, justa ou injustamente acusados de sermos
tranquilos e ponderados, temos pequenas (ou grandes)
coisas que nos irritam solenemente. Falemos hoje disso.
Um exemplo dessas coisas pequenas e irritantes é o da tampa
da sanita do WC do restaurante que teima em não se manter
aberta quando nos toca a nós, os homens, urinar. Coisas
grandes há menos, mas enervam-nos durante mais tempo: a
propósito da sinopse do “Hot House”, um documentário do cineasta
israeliano Shimon Dotan sobre a vida dos prisioneiros
palestinianos nas prisões de Israel, o New York Times publicou,
em Junho de 2007, o rosto sorridente e desafiante de
uma bela prisioneira. Ahlan Tamimi é uma terrorista que colocou
uma bomba numa pizzaria em Jerusalém matando 15
pessoas e ferindo ou mutilando mais de 100. Após o atentado,
dirigiu-se friamente à estação de televisão onde trabalhava e
fez a reportagem do atentado. Foi condenada a 320 anos no
calabouço, que é onde merece estar e a sua opinião não interessa
a ninguém. Não merece nenhuma simpatia nem ter a sua
imagem sorridente publicada. Está-se a rir de quê ?
Que a U.E. tenha decidido em Dezembro do ano passado em
Paris, na Conferência Internacional de Doadores, oferecer centenas
de milhões de euros à Autoridade Palestiniana, não nos
choca por aí além. A verdade é que, durante todos os anos da
hegemonia do Al Fatah, as generosas contribuições europeias
foram parar aos bolsos dos dirigentes corruptos e não aos dos
populares necessitados ou à debilitada economia da região.
Mas digamos que o sr. Abbas é diferente e precisa de algum
apoio para fazer frente ao Hamas, fiel depositário de intermináveis
fundos iranianos, a troco da promessa de tentar matar,
de quando em quando, uns tantos cidadãos de Israel. Nós
até já dissemos aqui que a melhoria da economia palestiniana
pode fazer mais pela paz do que certas operações militares. Se
os desgraçados palestinianos tiverem alguma coisa a perder,
por muito pouco que seja, provavelmente não venderão a sua
vida infeliz a troco de promessas de virgens celestiais no além.
Agora o que irrita, e não é pouco, é termos de ouvir em Paris,
dos generosos doares e dos agradecidos receptores, que a
culpa do facto de a economia palestiniana estar na penúria é
das barreiras de segurança, vulgo checkpoints, que Israel coloca
nas estradas. Ou seja, os senhores da Palestina e do velho
continente não vêm problema em que se coloquem umas
“bombitas” num centro comercial ou num mercado em Israel.
Não acham que por fim a essa situação deveria ser condição
para que umas centenas de milhões de euros dos contribuintes
(que poderiam tranquilamente ser utilizados em formação
em Portugal, só para dar um exemplo) mudem de
mãos. Mas ousam achar que Israel não tem direito a se proteger
de que a dinamite passe entre os cabazes das cenouras ou
das couves e que, ainda por cima, deve comprar aos pobres
dos fellahs palestinianos os legumes que restem após a explosão.
Sinceramente!....
Respiramos fundo e continuamos. Também já aqui dissemos
que, na nossa humilde opinião, é importante para Israel que
os árabes da margem ocidental do Jordão tenham o seu país
independente. Provavelmente, passarão a vida a enfrentarem-
se uns aos outros, o que aliás já acontece. Mas isso é um
problema deles...
Agora não nos venham é com a história de que os palestinianos
alguma vez foram um povo ou uma nação. A origem
do nome Palestina, dado pelos romanos quando Israel foi
conquistada e se tornou uma província do império, está nos
Filisteus que emigraram para a região vindos nem mais nem
menos do que... da Europa. Eram navegadores ruivos e de
pele clara que abandonaram a região um ano antes do nascimento
de Maomé. Não há nenhum documento histórico, nenhum
mapa, nenhum relatório que faça referência a um país
chamado palestina ou ao povo palestiniano. A palestina não é
referida por nenhum dos conquistadores de Israel (Otomanos,
Ingleses, etc.) e nem sequer é mencionada no Corão,
que se refere a ela como “Terra de Israel, a terra dos Judeus”.
Aliás o Corão não menciona Jerusalém como uma cidade santa
e as mesquitas foram construídas, segundo a tradição árabe,
em cima do Templo Judaico tal como, noutros casos, em
cima de igrejas cristãs. A cidade santa do Islão é Meca. Os
árabes que habitavam a Palestina em 1948, quando o Estado
de Israel foi criado, eram emigrantes vindos de outros países
árabes. Curiosamente, o seu número era muito semelhante
ao dos judeus que viviam nos vários países árabes.
Chega de hipocrisia. Os “palestinianos” são árabes oriundos
de vários países árabes e se algum país foi seu, esse país seria
a Transjordânia, ou seja, o reino da Jordânia de hoje. Infelizmente,
a única coisa que os une é o seu infortúnio e o seu
ódio por Israel, que não tem culpa nem de uma coisa nem da
outra. Pelo nosso lado, se tiver de ser e se forem suficientemente
inteligentes, terão o seu país. Mas por favor não nos
irritem com falácias (aqui pode-se dizer tretas?).
Gabriel Steinhardt
Durante uma recente inspecção arqueológica
no Monte de Templo, levada a cabo pela
Israel Antiquities Authority, em trabalhos de
manutenção do Waqf, foi descoberto um nível
arqueológico vedado, provavelmente datado
do período do Primeiro Templo, na área próxima
ao canto sudeste da plataforma elevada
que rodeia a Cúpula da Rocha. Um exame arqueológico
de uma pequena secção deste nível,
realizado por Yuval Baruch, o arqueólogo distrital
de Jerusalém, revela achados que incluem
fragmentos de utensílios de mesa em cerâmica
e de ossos de animais. Os achados datam de
oito a seis séculos antes da Era Comum.
Yuval Baruch do IAA, o Prof. Sy Gitin, Director
do William F. Albright Institute of Archaeological
Research in Jerusalem, o Prof. Israel
Finkelstein da Universidade de Telavive e o
Prof. Ronny Reich da Universidade de Haifa
examinaram os achados e os dados arqueológicos
e chegaram à conclusão que as características
e localização dos mesmos pode ajudar a
reconstruir as dimensões e limites do Monte do
Templo durante o seu Primeiro Período.
Os achados incluem fragmentos de travessas e
pratos, a base de uma caneca utilizada para
derramar azeite, a asa de um vaso e a borda de
um jarro. Os fragmentos do vaso estão decorados
com motivos característicos do período do
Primeiro Templo. Além disso, foi encontrado um
pedaço de um objecto pintado com uma espécie
de cal. Poderá ter sido utilizado para decorar um
objecto maior ou ter feito parte de uma estatueta.
Um seminário arqueológico relativo a estes
achados e à sua interpretação será organizado
pela Israel Antiquities Authority.
Bom desempenho da economia israelita
O Gabinete Central de Estatísticas de Israel divulgou
dados preliminares sobre a economia do país em
2007. Os números são animadores: o Produto Interno
Bruto cresceu 5.3%, e o PIB per capita 3,5%, as exportações
aumentaram 8,6%, e os investimentos em
diversos sectores da produção em 18, 3%. Com a
queda da cotação do dólar, as importações cresceram
18%. Apesar das reclamações dos exportadores, que
pedem algum tipo de compensação, as empresas, em
especial as de alta tecnologia, continuam a receber
muitos pedidos, o que se reflecte no aumento da procura
de mão-de-obra. Fonte: Aurora Digital
Filme israelita concorre ao Óscar
O filme israelita `Beaufort`, do director
Joseph Cedar, concorre ao Óscar na categoria
de melhor filme estrangeiro. A
produção ficou entre as cinco finalistas
para a 80ª. Edição da entrega dos prémios.
`Beaufort`mostra a difícil realidade
da vida num posto militar das Forças
de Defesa Israelita no Líbano, durante
os últimos dias antes da retirada, no ano 2000.
Fonte: El Reloj. Com
Tikvá 66 • Dezembro/Janeiro 13
Ocemitério judaico de Hamburgo-
Altona, o mais antigo do
norte da Europa, voltou a abrir as
suas portas ao público. Agora aspira
converter-se em Património
Cultural da Humanidade pela
UNESCO, junto com o de Amesterdão
e o de Curaçao (Antilhas
Holandesas). Este espaço, de quase
dois hectares, que remonta ao
século XVII, esteve fechado desde
o século XIX, e passou por trabalhos
de restauro e protecção, desde
1960. "O cemitério judaico é
um arquivo único de pedra, um
testemunho sobre a historia judia
da nossa cidade", explicou o prefeito,
Ole von Beust, durante o acto
de reabertura. Neste cemitério
foram enterrados membros da comunidade
judia de Altona (bairro
exterior de Hamburgo), Hamburgo
e Wandsbek, num total de
8.000 lápides, das quais restam
conservadas 6.000. Entre os túmulos,
destacam-se o de Frommet
Mendelsohn, a mulher do filósofo
Moisés Mendelsohn, e avó do
compositor nascido em Hamburgo,
Felix Mendelsohn Bartholdy, e
o pai do escritor Heinrich Heine,
Samson Heine. O cemitério está
claramente dividido numa parte
dedicada aos sefaradis, sobretudo
portugueses que utilizavam lápidas
com inscrições lusitanas e ricos
ornamentos, e a parte dos asquenazis,
onde as pedras permanecem
de pé e as inscrições estão
escritas em hebraico.
Fonte: Notícias da Rua Judaica - Brasil
Apartir de agora o site do Yad
Vashem estará disponível
também em árabe, mostrando documentos,
filmes, testemunhos e
exposições. Um comunicado informa
que a iniciativa se deve ao antisemitismo
e à negação do Holocausto
no mundo árabe. Há um ano
o site foi traduzido para o persa, à
luz dos eventos negacionistas no
Irão. O presidente do Yad Vashem,
Abner Shalev, disse: `A proposta é
oferecer uma alternativa para a
maioria moderada destes países,
assim como informações fidedignas
sobre o Holocausto`. O site em árabe
trará também artigos académicos,
testemunho de sobreviventes,
mapas, documentos
de arquivo, exposição
multimédia sobre
Auschwitz, histórias de
não judeus que salvaram
judeus, entre eles muçulmanos
da Turquia e da
Albânia. Terá também o
filme `Estivemos Aqui”,
depoimento de uma visita
de um grupo formado por
judeus e árabes ao campo
de concentração de
Auschwitz, assim como exposições,
nomeadamente `Besa – uma palavra
de honra – sobre muçulmanos e
albaneses que salvaram judeus durante
a Shoá.
População judaica
mundial cresce em 2007
A população judaica mundial
atingiu 13,2 milhões, de acordo
com estudo divulgado pelo Jewish
People Policy Planning Institute,
sedeado em Jerusalém, o que
indica um aumento de 200 mil
judeus em relação a 2006. Enquanto
o número de judeus na
Diáspora diminuiu em 100.000, a
população judaica de Israel cresceu
em cerca de 300.000, representando
41% do total mundial.
O Instituto criado pela Agência
Judaica em 2002, uma organização
independente, sem fins lucrativos,
analisa os desafios,
tendências e oportunidades, participando
no planeamento estratégico
de longo prazo. Entre
os temas analisados, estão a
reacção internacional Segunda
Guerra do Líbano e a relação com
o judaísmo da Diáspora. Fonte:
Pletz.com
Tikvá 66 • Dezembro/Janeiro 15
A C O N T E C E U N O M U N D O
Património da humanidade
Yad Vashem traduz site para o árabe
Moshe Kantor,
presidente
do Congresso Judaico
Europeu
acha que sim.
Em reunião do
Board of Governors
do World
Jewish Congress
(WJC) que teve lugar
a 28/01 em Jerusalém,
Kantor defendeu
que “o leadership
de Israel devia reconhecer
a todos os judeus
do mundo o direito a votar nas
eleições israelitas.” Por sua vez, Ron
Lauder, presidente mundial da organização e
próximo de Benjamin Netanyahu, enviou antes da
reunião uma carta-aberta a Ehud Olmert, instando-
o a tomar em conta a opinião da diáspora
sobre o destino de Jerusalém, contra uma eventual
partilha da cidade.
Face a estas pressões, o chefe de governo israelita
cancelou a sua presença na reunião. Olmert
afirmou que qualquer decisão sobre Jerusalém ou
sobre o futuro do país pertence aos seus cidadãos.
Dou-lhe inteiramente razão e parece-me uma suprema
arrogância e prepotência por parte desses
dirigentes querer impor a Israel a sua visão política
própria. Por muito que apoiem financeiramente
o Estado de Israel, e não duvido que o façam, não
têm a menor legitimidade
para determinar
o curso da
política israelita.
Esta pertence a
quem paga impostos
em Israel,
a quem arrisca a
vida no exército
israelita, a quem
diariamente está sujeito
a actos de terror,
a quem dedica a sua
força, a sua inteligência e
o seu trabalho a construir
um país, no contexto mais adverso
do mundo. A legitimidade da
decisão sobre o destino de Israel pertence aos
seus cidadãos. Isso não implica que a diáspora
não faça ouvir a sua voz, e as suas opiniões, que
aliás são tão diversas e plurais como as dos próprios
cidadãos de Israel.
Também não significa que os sucessivos governantes
em Israel não ouçam essas opiniões. Mas a
última palavra deverá caber sempre à população
israelita. Dar a cada judeu da diáspora o direito a
voto, seria do ponto de vista de Israel, a perda de
controle do destino do seu próprio país. E do ponto
de vista da diáspora significaria o fim da unidade
do povo judeu em torno do Estado de Israel –
e não em torno desta ou daquela política.
Esther Mucznik
Devem os judeus da diáspora
participar na definição
da política de Israel?
M O M E N T O D E R E F L E X Ã O
14 Tikvá 66 • Dezembro/Janeiro
A C O N T E C E U N O M U N D O
16 Tikvá 66 • Dezembro/Janeiro Tikvá 66 • Dezembro/Janeiro 17
Orabino Capers Funnye é o líder
espiritual da Beth Shalom B'nai
Zaken Ethiopian Hebrew Congregation
em Chicago. Os membros da
comunidade são principalmente
afro-americanos do lado sul da cidade.
Um dos trabalhos do rabino é de
aproximar a sua congregação do
resto da comunidade de
Chicago.Funnye foi ordenado rabino
na Israelite Rabbinical Academy em
Nova Iorque onde todos os rabinos
negros americanos recebem a sua
educação. Fez parte do grupo que
celebrou Chanuká na Casa Branca.
"É importante para mim, para meus
filhos e para outros judeus ver o judaísmo
para além de qualquer grupo
racial." As comunidade judaicas negras
existem nos EUA desde o início
do século 20. A maioria prefere ser
chamada de "hebreus" ou "israelitas"
e mantém-se àparte da grande comunidade
judaica norte-americana.
Essa divisão é um legado da segregação
que separou igrejas para negros
e para brancos, bem como sinagogas.
Um dos pontos principais
dessa divisão é também a crença,
por parte dos judeus negros americanos,
de que os judeus originais
eram africanos. Como outros afroamericanos
que abraçaram outras
fés que não a cristã, os judeus negros
vêem o judaísmo como uma
forma de voltar à herança que lhes
foi retirada pelo tráfico de escravos.
Eles comparam-no ao Êxodo. Os serviços
religiosos na Beth Shalom, são
como nas outras sinagogas americanas.
A porção semanal da Torah é lida
em hebraico e as orações e cânticos,
na sua maioria são feitos em inglês
a partir do "Artscroll Siddur" um
livro ortodoxo de orações muito difundido
nos EUA. Homens e mulheres
sentam-se separadamente
mas sem barreiras físicas. O kidush e
as berachot são feitas em hebraico.
Mas a presença das tradições afroamericanas
também é marcante.
Depois do serviço do shabat, no sábado,
um coro no estilo Gospel sobe
ao palco, acompanhado por música
em CDs, tambores e guitarra ao vivo
executando vários números musicais,
incluindo o "Lift Every Voice"
conhecido como o "Hino Nacional
Negro" americano.
Jerusalém Post
Justiça proíbe menção
ao Holocausto no Carnaval do Rio
Aescola de samba Unidos do Viradouro, que se preparava
para incluir no cortejo de carnaval um carro
com bonecos representando cadáveres do genocídio nazi,
foi impedida de o fazer pela acção da juíza Juliana Kalichsztein
do plantão nocturno do Fórum do Rio de Janeiro.
Esta juíza acatou parcialmente a acção da Federação
Israelita do Rio de Janeiro (Fierj) e concedeu uma liminar
obrigando a Viradouro
a retirar qualquer
menção ao Holocausto
de um dos carros
alegóricos e vetou
o desfile de “passistas”
vestidos como Adolf
Hitler. Segundo a assessoria
de imprensa
do Tribunal de Justiça
do Rio, se a escola de samba desacatasse o pedido e levasse
à avenida o carro alegórico com a menção ao Holocausto,
teria de pagar uma multa de R$ 200 mil e mais
R$ 50 por cada passista caracterizado de Hitler.
Fonte: Agência Estado / Publicado em 31.01.2008
“Coração pela Paz”
junta médicos Israelitas
e Palestinianos
“Quem sabe que em 2006, 2640
crianças foram tratadas em hospitais
Israelitas? E que 80%
dessas crianças eram de Gaza
por não haver hospitais com cirurgia
cardíaca nos territórios
palestinianos e por os hospitais
em países vizinhos não as quererem
admitir?”, disse à imprensa Muriel Haim, presidente
e fundador da associação francesa “Coração pela
Paz”, no Parlamento Europeu, em Bruxelas.
Criada em 2005 com o objectivo de juntar Palestinianos
e Israelitas através de acções em saúde e educação, a
associação co-financia os custos das cirurgias. Em quase
três anos, os departamentos de cardiologia e de cirurgia
do Hospital Hadassah levaram a cabo mais de
150 cirurgias de coração aberto em crianças palestinianas
que de outro modo não seriam salvas.
“Este é realmente um testemunho de esperança
porque diariamente, são salvas vidas sem distinção de
raça e religião ou considerações políticas”, disse Philippe
Morillon, deputado do Grupo Liberal e Democrata no
Parlamento Europeu, depois de apresentar a associação.
“Quando uma pessoa salva o seu filho, não volta
a olhar essa pessoa da mesma maneira” enfatizou.
O Dr. Jean-Jacques Rein, de 57 anos, cardiologista pediátrico
do Hospital Hadassah, que forma três colegas
Palestinianos, explica que o programa “Coração pela
Paz” é “uma acção humanitária real que traz uma gota
de esperança para a paz entre os dois povos, sem
quaisquer preconceitos”.
Com lágrimas nos olhos, um ancião
apertou nos seus braços o
filho daquele que o tinha salvo dos
campos de morte nazis. Foi no Yad
Vashem, o Memorial do Holocausto
que, através de uma exposição de
fotografias, presta homenagem ao
papel desconhecido dos albaneses
muçulmanos que socorreram judeus
durante a Segunda Guerra
Mundial. A pequena Albânia onde a
maioria da população é muçulmana
recusou-se a fornecer, durante a
ocupação nazi, as listas de nomes
da diminuta comunidade judaica no
país que, à excepção de uma única
família, sobreviveu à barbárie nazi.
A Albânia protegeu entre 600 e
1800 refugiados judeus. No fim da
guerra, era o único país da Europa
onde a população judaica era superior
à que existia antes do conflito.“ É
uma história fora do comum », explica
Yehudit Shendar, conservadora
da exposição, « a destes muçulmanos
que puseram a sua vida em
risco para salvar judeus”.
Yoshua Baruchowic, de 84 anos, que
se instalou no México depois da
guerra, correspondeu-se durante toda
a vida com Ali Sheqer Pashkaj, o
homem que o salvara e a quem ele
chamava de « seu irmão ». Falecido
em 2004, foi com o seu filho de 50
anos que se encontrou pela primeira
vez. Em 1941, um transporte nazi
de judeus passou em frente à loja da
família Sheqer, nos confins das
montanhas albanesas. Shequer
abasteceu os soldados e incitou um
dos prisioneiros, o jovem Baruchowic
a fugir. Fingindo nada saber
sobre o seu desaparecimento,
aguentou-se até à partida dos
alemães e depois escondeu o jovem
durante três anos. « O meu pai era
um muçulmano fervoroso », explica
Enver Shequer. « Ele pensava que
salvar uma vida permitia entrar no
paraíso ».A exposição, intitulada «
Besa » (« manter a promessa »), como
o código de honra em virtude do
qual Shequer e outros ajudaram os
judeus a sobreviver, presta homenagem
a estes albaneses. A sessenta
e três deles foi atribuído o título
de « Justos das Nações », título honorífico
atribuído àqueles que salvaram
judeus durante a Shoah. É o resultado
de cinco anos de investigação
do fotógrafo americano Norman
Gershman, que passou quatro
anos na Albânia e em outros lugares,
à procura de sobreviventes e
dos que os tinham ajudado. No dia
da inauguração a emoção do velho
Baruchowic era partilhada com o
mais jovem. No Yad Vashem junto
com o velho judeu, Enver Sheque
também tinha lágrimas nos olhos:
“Sinto-me tão bem” dizia ele, “ Não
tenho palavras para o exprimir”
Congregação Judaica Negra nos EUA
Homenagem, no Yad Vashem, aos Albaneses
muçulmanos que salvaram judeus durante a Shoah
Dupla KOSHER
A criatividade da comunidade judaico-
americana é infinita. Acaba de
ser lançada a "lista kosher" para as próximas eleições nos
EUA, misturando republicano com democrata, durante um encontro
na Comunidade Ortodoxa de Beverly Hills, convocada
para definir o voto dos membros da congregação. O agraciado
com a preferência foi o senador pelo Arizona, e republicano,
John McCain, tendo na lista o senador democrata, e religioso,
Joe Lieberman, que foi vice na lista presidencial liderada
por Al-Gore, derrotada na eleição em 2000.
Fonte: Notícias da Rua Judaica - Brasil
Apresentadora alemã despedida por dizer
«arbeit macht frei» em directo
Uma apresentadora de televisão alemã foi despedida por
ter usado uma expressão nazi em directo. Quando um espectador
disse que estava com pressa
porque tinha de ir trabalhar, Juliane
Ziegler, 26 anos, atirou: "Tem que
mostrar um pouco mais de entusiasmo...
O trabalho liberta!". A expressão
original, Arbeit Macht Frei, estava inscrita
à entrada do campo de extermínio
de Auschwitz. Quando se deu conta do
que tinha dito, Ziegler soltou uma gargalhada
nervosa, perante o silêncio da
sua colega. A apresentadora desculpou-
se pouco depois: "Disse uma coisa há pouco sem pensar
(...) Este programa é em directo e eu disse uma parvoíce".
Fonte: Youtube - 01.02.2008
Crescem os neo-nazis na Europa e nos EUA
Racismo em alta
Um relatório anual sobre actividades de discriminação anti-
judaica, patrocinado por Israel e pela Agencia Judaica, está
a ser examinado pelo governo israelita, e revela uma ascensão
nos incidentes anti-semitas em 2007, na Alemanha,
Austrália, Estados Unidos e Ucrânia. Em
geral, na Europa Ocidental houve um decréscimo
dos incidentes. Em número de
incidentes, a Inglaterra lidera a lista, seguida
pela França. Nos países onde estes
aumentaram, os motivos principais
apontados foram o fortalecimento da direita
radical e a actividade hostil da população islâmica local.
Em Nova Iorque, nos EUA, o crescimento nas agressões foi
de 30 %, e é debitado aos grupos neo-nazis.
Benazir e a Circuncisão
O rabino Michael Plaskow, da Woodside Park Synagogue
de Londres, acaba de fazer um impressionante relato sobre a
recém assassinada líder paquistanesa Benazir Bhutto. Conta
o rabino, actualmente aposentado após 43 anos de serviços
na sinagoga, e morando em Netania, Israel, que conheceu
Benazir quando esta ainda estudava na Oxford University e
veio a sua casa acompanhar a circuncisão de um sobrinho.
Ainda hoje é comum os muçulmanos ingleses
usarem especialistas judeus para
realizar a tradição religiosa da circuncisão.
O primeiro filho do patriarca Abraão, Ismael,
origem do povo árabe, foi circuncidado
aos 13 anos e os muçulmanos guardam
este mandamento. Segundo Plaskow, Benazir
era uma figura imponente com muita
simpatia pelos judeus e pelo judaísmo. Interessou-se pelo significado
da Mezuzah e do candelabro de sete braços expostos
no seu escritório e confessou ter vários amigos judeus. No
dia seguinte à circuncisão, Benazir voltou a casa do rabino
para assistir ao primeiro curativo do sobrinho.
Após o grande êxito do ano lectivo
2006/2007, e a linda cerimónia de encerramento
realizada em Junho de 2007, o Depto.
de Ensino iniciou as actividades do ano lectivo
2007/2008 com um grande número de inscrições
nos vários cursos oferecidos de Hebraico
e Judaísmo.
Abrangendo as faixas etárias dos 4 aos 80, os
cursos este ano contam com 82 alunos que frequentam
os 12
cursos ministrados
semanalmente na
Biblioteca Dr. Elias
Baruel Z”L, Sala
de Estudos Isaac
Joanes Z”L e na
sala de aula da Sede
Administrativa.
Este ano, o Departamento
oferece
também dois novos
cursos: Gurei
Arie, “Judaísmo
Lúdico”, ministrado
pela Sra. Malka Di Martino todas as 2as feiras
para crianças de nossa comunidade dos 4-6
anos. Durante as aulas as crianças vivenciam
conceitos importantes do Judaísmo, os seus
símbolos e festas numa atmosfera apropriada
para esta faixa etária utilizando vários recursos
pedagógicos dentre eles as artes e a pintura.
Outro curso que teve início este ano, é o de
Pensamento Judaico “Machshevet Israel”, ministrado
pelo Rabino Eliezer Shai di Martino todos
os Sábados à noite, após a Tefila de Arvit,
na Sala de Estudos Isaac Joanes z”l na nossa
Sinagoga. Durante o curso, o Rabino e os alunos
participantes lêem e discutem textos seleccionados
do Tesouro do Pensamento Judaico
com o particular enfoque nos textos de Rambam
(Maimónides), que tratam dos princípios
fundamentais da nossa Fé, tais como: Monoteísmo,
Natureza e imortalidade da alma, Providência
Divina entre outros.
Esperamos que esta nova fase que se inicia
após as férias de Inverno seja produtiva e cheia
de êxito para todos os professores, alunos e todos
aqueles que directa ou indirectamente
contribuem dia a dia para o sucesso desta importante
iniciativa educacional da Comunidade
Israelita de Lisboa.
D E P A R T A M E N T O D E E N S I N O J U D A I C O
Sucesso na primeira parte
do ano lectivo 2007/2008 a
CURSOS 2007/2008
Bar e Bat Mitzvá
Curso preparatório para Bar- Mitzvá
Pedagógico e cerimónia
2ª Feira das 17h30 às 18h30
Local: Sede Administrativa da Cil – Monte Olivete
Hebraico
Língua Hebraica - Ivrit 1
Crianças Iniciantes – ano II
6 a 9 anos - 3ª Feira das 17h30 às 18h30
Local: Sede Administrativa da Cil – Monte Olivete
Língua Hebraica - Ivrit 2
Crianças Iniciantes – ano I
10 a 14 anos - 4ª Feira das 16h00 às 17h00
Local: Sede Administrativa da Cil – Monte Olivete
Língua Hebraica - Ivrit 2
Crianças Iniciantes – ano II
10 a 14 anos - 4ª Feira das 17h30 às 18h30
Local: Sede Administrativa da Cil – Monte Olivete
Língua Hebraica - Ivrit 5
Adultos Iniciantes – ano I
3ª Feira das 19h30 às 20h20
Local: Biblioteca Dr. Elias Baruel – Sinagoga
Língua Hebraica - Ivrit 5
Iniciantes – Ano II
2ª Feira das 19h30 às 20h20
Local: Biblioteca Dr. Elias Baruel – Sinagoga
Judaísmo e Religião
Conceitos Básicos do Judaísmo 2
Curso Livre – Ano II
2ª Feira das 20h30 às 21h30
(para não membros da CIL)
Local: Biblioteca Dr. Elias Baruel – Sinagoga
Conceitos Básicos do Judaísmo 2 –Ano II
4ª Feira das 19h30 às 20h30
(para membros da CIL)
Local: Biblioteca Dr. Elias Baruel – Sinagoga
Conceitos Básicos do Judaísmo 1 – Ano I
3ª Feira das 20h30 às 21h30
Local: Biblioteca Dr. Elias Baruel – Sinagoga
Inscrições através da nossa secretaria
Telef. 21 393 1130 Fax : 21 3931139
administrativo@cilisboa.org
Ivrit I – Ano II
Ivrit 2 – Ano I e preparação para para
Bar Mitzvá
Ivrit 5 – Ano II
Gurei Arie – Judaísmo Lúdico
Machshevet Israel
Conceitos Básicos do Judaísmo - Ano II
Ivrit 5 – Ano I
Ivrit 2 Ano II
18 Tikvá 66 • Dezembro/Janeiro Tikvá 66 • Dezembro/Janeiro 19
20 Tikvá 66 • Dezembro/Janeiro Tikvá 66 • Dezembro/Janeiro 21
Étradicional ligar os apelidos de árvore aos judeus
que, à data da expulsão, foram obrigados a converter-
se ao cristianismo e, no baptismo cristão, adoptaram
nomes de árvores em substituição dos nomes judeus
que até então tinham. Carvalho, Oliveira, Pereira, são
apelidos habituais no Soito.
No entanto, há outros nomes e apelidos que também
terão a sua origem nesta fase da história dos portugueses.
Um deles é o “RITO”, que, segundo opiniões
avalizadas, estará ligado ao rito religioso que os judeus
praticavam. Com o nome “Rito” seria então a pessoa que
presidia ou organizava o rito, ou então o guardador / vigia
do rito, que ficava à porta da casa onde se faziam as
celebrações, para dar sinal aos participantes de algum
perigo que se aproximasse.
Se se confirma que o nome “RITO” tem esta origem judaica,
o Soito seria uma população onde predominava o
judaísmo. De facto, o apelido mais frequente na população
do Soito é o “Rito”.
Existe documentação que confirma que em determinada
época da inquisição foi pedido às autoridades da região
que, para efeitos de testemunhar em processo inquisitorial,
informassem quantas famílias havia no Soito que
não fossem judias e só foram indicadas duas.
No repovoamento desta zona, séc. XI, XII e XIII, os judeus
foram protegidos ou pelo menos não hostilizados
pelo reino de Leão e fizeram parte dinâmica da ocupação
e desenvolvimento destas terras. Com a
perseguição do séc. XV que culminou com
a expulsão dos judeus de Espanha em
1492, pelos Reis Católicos, muitos vieram
abrigar-se em Portugal. Sabemos que dos
cerca de 400 mil judeus expulsos de Espanha,
cerca de 100 mil vieram para Portugal
e 35 mil atravessaram a fronteira
nesta zona. Não é pois de admirar que a
comunidade judaica do Soito tivesse acolhido
vários irmãos vindos de Espanha. Só
que, 4 anos depois, em 1496, o rei de
Portugal, D. Manuel, foi obrigado pela
rainha espanhola Isabel, a católica, como
condição para o casamento com a sua filha,
a decretar a expulsão dos judeus de
Portugal.
D. Manuel garantiu aos que se convertessem
ao cristianismo a permanência no
reino. Os conversos deveriam gravar uma
cruz na soleira da porta, como prova da
sua conversão. D. Manuel não permitiu
que os convertidos fossem molestados
mas os seus sucessores deixaram que o
tribunal da Inquisição os perseguisse e investigasse
as suas práticas rituais. Aparece
então o “Rito”, o vigilante ou o celebrante do ritual judeu,
praticado às escondidas pelos que supostamente se
tinham “convertido” ao cristianismo.
Estas considerações são essenciais para compreender
alguns sinais existentes nas casas do Soito, que evidenciam
a presença judaica.
Na recente reconstrução da casa dos seus avós que fez
a D. Amália Rito, ficaram evidentes esses sinais. Na soleira
da porta está a cruz. É verdade que só esse facto
não quer dizer que a casa fosse de um judeu convertido,
pois a cruz é um sinal cristão que, por princípio, qualquer
cristão piedoso pode pôr nas suas propriedades. Os
frades franciscanos, a partir do séc. XIII, promoviam essa
forma de manifestação religiosa.
Mas na soleira da porta da casa da D. Amália há outro sinal
que poderá ser próprio de casa de judeu. É um buraco
escavado na pedra da soleira que poderia ter sido uma
“MEZUZAH”, sítio destinado a guardar a “SHEMA’ISRAEL”
(Ouve Israel), papel com dizeres que lembram ao judeu
a sua fé. Os dizeres mais normais desse papel são: “Ouve
Israel, o Senhor nosso Deus, o Senhor é um” ou “Deus
de Abraão, Deus de Isaac, Deus de Jacob”
Na casa da D. Amália há ainda uma pedra que ficou visível
com a retirada do reboco e que tem desenhada a parte
inferior duma cruz. Esta pedra está incorporada na
parte da actual varanda e ressalta desde logo que é parte
de outra pedra que teria o resto da cruz. A pedra completa
poderia ser a toça, ou pedra superior
de uma porta. Pelas suas características
construtivas, ressalta a um observador
minimamente conhecedor da técnica
de construção de casas, que a parte da
actual varanda da casa da D. Amália é um
acrescendo, feito em época posterior à
construção do resto da casa. O acrescento
era um “parame” (alpendre), indispensável
para ter lenha e giestas secas
perto da cozinha.
Conclusão lógica será que esta parte de
pedra incorporada no “parame” foi, por
certo, retirada de outra construção de casa
antiga, necessariamente de outra casa
da mesma família, talvez em época em
que a questão dos sinais judaicos já não
faziam sentido.
Coincidência ou não, a avó da D. Amália,
proprietária da casa, falecida nos anos
cinquenta do século passado, chamavase
Ana Manso Rito. Aqui fica uma recordação
e homenagem a uma mulher que
poderia ter sido descendente de judeus e
que tinha virtudes que levaram os
cristãos que a conheceram a afirmar que
se ela não foi para o céu, então nenhum
dos cumpridores dos mandamentos
cristãos, será merecedor de ir para lá.
Artigo que foi publicado no jornal
de Soito pelo Dr. Rito Pereira.
Colaboração de Saghi Koshet
Os Judeus no Soito
C O N T A N D O A N O S S A H I S T Ó R I A
Soleira da porta,
com a cruz na pedra
de cima e a mezuzah
na pedra de baixo
Há algumas semanas, ouvimos falar de greves
na França motivadas pela decisão de acabar
com alguns regimes especiais de reforma. No
mesmo dia saía em Portugal, aparentemente sem
mais problemas, uma portaria para igualar as reformas
do sector público às do sector privado. Parece
que a Europa está agitada com um problema
geral, embora eu não esteja a ver os eurodeputados
tratar desse assunto de forma global
para europeizar a reflexão. Valerá a
pena porque aqui há um problema de
sociedade, europeu e até mundial.
Os factos são simples. Desde o fim da
Segunda Guerra Mundial, o Estado
passou a ser um Estado providência
com a tarefa de conseguir tudo para
todos – e é culpado se não conseguir
esse objectivo. Lembro-me que o
meu pai (z”l) trabalhou quase até
ao seu último dia. Era então a
única fonte possível de rendimentos.
Hoje pensamos que
depois dos sessenta, o trabalhador
deve receber uma pensão
para não trabalhar mais e desfrutar
em casa os seus últimos
dias. E, sendo Deus a único a
saber o tempo de vida, uma pessoa
pode passar assim muitíssimos
anos recebendo uma
pensão e vivendo por
conta da colectividade.
É claro que isso é economicamente
insustentável, mas é assim.
Ora, nem a Torá nem a Halacha falam de reforma,
o que complica a tarefa de saber se existe
uma posição judaica sobre o assunto (essas perguntas
estão muito na moda). No entanto, vou
usar duas referências que me parecem importantes
para o debate.
O trabalho parece-me ser considerado pela Tora
como um valor positivo, e não como um pesadelo.
Falando do Shabat, o texto diz, no decálogo “Seis
dias trabalharás… e no sétimo descansarás” O trabalho
é, assim, dado como uma recomendação positiva
e não existe nenhuma indicação de que o
facto de trabalhar tem a ver com a idade da pessoa.
Como indício adicional, notaremos que, nas
leis relativas ao escravo, ele sempre cumpre tarefas
para o seu dono, e não aparece um conceito de
libertação por causa da idade. Também sabemos
que Maimónides, quando descreve o dia ideal do
homem com oito horas de descanso, oito horas de
trabalho e oito horas de estudo, nunca menciona a
idade como factor de inactividade.
Por outro lado, temos uma indicação aparentemente
diferente na Torá, quando fala dos trabalhadores
do Templo, os Leviim (Bamidbar 4). Eles tinham de
começar a trabalhar aos trinta anos e parar aos
cinquenta. É claro que não podemos tirar uma regra
geral duma actividade tão específica. No entanto,
é um exemplo concreto de uma indicação de
fim de actividade por causa da idade. E o que faziam
quando não trabalhavam? Acaso dormiam?
A Gemara explica que, antes dos trinta anos estudavam,
o que parece normal para uma tarefa
que exige muitos conhecimentos. Depois dos
cinquenta, ajudavam os seus irmãos e ensinavam.
Entendamos aqui que na realidade
não paravam de trabalhar, mas continuavam
em campos diferentes da profissão para
a qual foram escolhidos.
Com essas considerações, quero
chegar a uma moral. Trabalhar é
um valor positivo. O tipo de trabalho
que desempenhamos
depende da nossa formação.
Mas há períodos da nossa vida
em que ficamos sem trabalho
profissional: férias, desemprego,
reforma. Nesses períodos,
não devemos desistir de ter uma
actividade positiva para o mundo. Para
uma pessoa que procura, há muito para
fazer. Mais, trabalhar
para o bem da comunidade
sempre vai dar o
melhor resultado, para o
indivíduo e para a comunidade.
Nessa linha de pensamento, quero fazer um apelo a
todos os que têm tempo livre e não querem desperdiçar
uma oportunidade de ter um trabalho
construtivo. Na sinagoga Shaaré Tikvá há muito
trabalho para fazer. Muitas pessoas, adultos e jovens,
estão já a dar parte do seu tempo. Há muito
mais para fazer: arrumar livros antigos e preparar
vitrinas, recondicionar a parte de trás do hechal, organizar
eventos de convívio, e tudo o que podemos
imaginar. O Beit haknesset é geralmente visto como
um lugar só para rezar. Na realidade, é também
um ponto de encontro. Gostaria imenso que todos
os membros da comunidade – ou simpatizantes –
participassem com o seu tempo livre, independentemente
de opiniões ou de idade, num trabalho de
revitalização da nossa sinagoga.
Todos os detentores de tempo livre para esse objectivo
podem contactar o rabino Eliezer Shai para saber
como podem ajudar. Kadima Shaaré Tikvá!
Alain Hayat
Reformas e mais reformas
R E L I G I Ã O
Colabore com a
CAMPANHA DE RESTAURO
DOS OBJECTOS RELIGIOSOS
da nossa Sinagoga
Shaare Tikvá
Favor enviar a sua generosa contribuição
para:
Comunidade Israelita de Lisboa
Rua do Monte Olivete, 16R/C - 1200-
280 - Lisboa - Portugal
Se preferir, pode enviar a sua contribuição
através de transferência bancária para:
BANCO BES - NIB: 0007 0006 0000 5570009 02
Em ambos os casos, favor especificar: Fundo Sinagoga
Para mais informações contacte:Secretaria:
administrativo@cilisboa.org - Telf + 351 21 393 1130/ Fax: 21 3931139
R E L I G I Ã O
22 Tikvá 66 • Dezembro/Janeiro
Grupo de Estudos sobre
a Parashá da semana
• Objectivo: Iniciação aos temas
contidos na parasha (e Haftará)
• Enfoque deste ano: Relação entre
a parasha e a liturgia
• Método: Exposição interactiva
(perguntas nos 2 sentidos)
Todas as 6ªs Feiras - às 18 hs (1 hora antes do Cabalat Shabat) na
Sala de Estudos Isaac Joanes - na Sinagoga com Alain Hayat
Curso de Chazanut
Canto Sinagogal e Cânone relativo (Hilchot Tefilá)
A nossa sinagoga precisa de novos Chazanim
e conhecedores do nosso rito
Todas as 4ªs Feiras das 19h30 às 21h30
com o Rabino Eliezer Shai di Martino
Participem nessa importante iniciativa!
Aprenda a usar o SIDUR
• Objectivo: Aprender a usar um sidur
e reconhecer o lugar onde esta a tefilá
• Benefício em paralelo: Aprender o sentido
das berachot e tefilot, quando as recitar.
• Enfoque desse ano: O sidur Ner Shabat
• Método: Exposição interactiva (perguntas
nos 2 sentidos)
Todas as 2ªs Feiras - às 19 hs na Sala de
Estudos Isaac Joanes - Sinagoga com Alain Hayat
Tikvá 66 • Dezembro/Janeiro 23
Projecto Memorial
Com muito esforço e dedicação o
nosso cemitério tem sido mantido
até hoje com toda a dignidade e
respeito que lhe é devido.
Preste a sua homenagem aos
seus entes saudosos através da
colocação de placas de mármore no memorial que está
a ser desenvovido no nosso cemitério e
Contribua com este projecto !
Ajude a manter o nosso cemitério !
Mais informações podem ser obtidas na nossa secretaria.
Hoje em dia somos testemunhas de um retorno às
raízes religiosas e tradicionais por parte dos cidadãos
europeus. Contudo, este regresso cria várias
fricções e mal-entendidos. Sobretudo sobre a assunção
de valores como a moralidade. As facções mais liberais
do mapa político recusam categoricamente este
conceito, enquanto algumas das facções mais conservadoras
tomam a moralidade de forma dogmática.
O conceito de moral é extremamente importante, e o
judaísmo tem muito para dizer sobre este valor, contudo
estou convencido que existe uma certa ignorância
sobre o sentido da moral. Como judeus na Europa,
antes de nos expressarmos sobre um determinado
conceito ou ideia temos de o analisar profundamente e
é o que pretendo fazer nestas poucas linhas.
Os sistemas morais são a linguagem das nossas relações,
e a análise profunda
desta linguagem ajuda-nos
na compreensão da moral.
John Locke, filósofo inglês
de extrema importância no
desenvolvimento do liberalismo
político, era também
um pioneiro do estudo das
linguagens. Ele acreditava
que a mente duma criança
era como uma folha branca
na qual, ao longo dos tempos,
se iam escrevendo imagens
reflectindo a própria experiência. A criança aprende
palavras generalizando aquilo que entende. Não é
muito difícil de ver, nesta encantadora imagem da
criança, pequeno cientista solitário trabalhando no laboratório
das sensações, alguns dos principais caracteres
do Iluminismo: o indivíduo solitário, a rejeição de
tudo que não provenha da experiência ou da razão e o
uso da ciência indutiva como modelo de conhecimento.
Hoje em dia sabemos, graças aos trabalhos do filósofo
alemão de origem judaica, Ludwig Wittgenstein e
outros, que esta premissa é falsa. A linguagem é um
fenómeno social, não baseado na experiencia pessoal,
mas em entendimentos e regras que temos em comum.
Inclusive existindo várias línguas, estas têm em
comum o facto de terem uma gramática universal a
cuja aquisição parecemos ser geneticamente condicionados.
Sem isto, não poderíamos entender a velocidade
e consistência com as quais as crianças aprendem
línguas. Eles simplesmente não poderiam fazê-lo como
Locke pensava, ou seja, só através de pura dedução,
sem qualquer ajuda, dos dados disponíveis.
Isto sugere-nos um novo/velho estudo da natureza da
moralidade. Nós não aprendemos como nos comportar
através de uma reflexão privada com base na experiência.
Aprendemos através da aquisição de regras socialmente
constituídas, desde a primeira vacilante conversa
com os nossos pais, até aos nossos mais amplos diálogos
com os outros. Assim como existem várias línguas,
também existem vários sistemas morais e não
nos podemos mover entre eles tal como não podemos
aprender uma nova língua sem um esforço meticuloso.
Da mesma forma, existe uma profunda semelhança estrutural
entre as grandes tradições morais. As diferenças
entre as morais levaram alguns a pensar que estas
fossem relativas. As semelhanças, ao invés, conduziram
alguns a pensar que as morais fossem universais.
Podemos ver, agora, que ambas são meias verdades.
As formas particulares de vida moral - códigos específicos
e virtudes, tradições e instituições – são tão variados
como as formas da linguagem humana. Contudo,
não consideramos a nossa linguagem “relativa”.
Pelo contrário, nós consideramo-la como um veículo
essencial da expressão pessoal. É certo que em teoria
podemos adoptar outras línguas, mas só ao preço de
nos tornarmos parte de uma outra cultura, de uma diferente
forma de vida. As moralidades também partilham
alguns pontos universais, por exemplo a proibição
de assassínio, roubo e desonestidade, mas isto
só num nível muito genérico. No mundo real da experiência
moral em que conceitos universais são traduzidos
em códigos e costumes, podemos considerar a
nossa linguagem moral, como portugueses ou europeus,
no século XXI. O erro do Iluminismo foi concentrar-
se nos universalismos falhando assim no entendimento
da importância crítica dos particularismos – as
formas de vida das famílias, comunidades e tradições.
Mas uma gramática, o universal na linguagem, sem
uma língua ainda não é fala. O resultado do Iluminismo
foi, então uma ética inarticulada.
A moral é como uma língua: subtil, complexa, mas
com a sua distinta coerência, as suas regras de sintaxe
e semântica, a sua gramática e vocabulário. No
interior de uma língua existem infinitas coisas que se
podem dizer, e cada um de nós formula frases que
não foram pronunciadas antes. Mas como indivíduos,
não criamos a linguagem.
Aprendemo-la. Herdamo-la.
Entramos na sua universal
mas única configuração de
virtudes. Tornamo-nos parte
da sua história, estendendo-
a no futuro, talvez
desenvolvendo-a, mas
também participando na
sua continuação. No ocidente
recebemos uma herança
moral, judaico-cristã na origem,
mas ampliada e enriquecida
por muitas outras influências, da mesma forma
como o Português ou o Italiano se desenvolveram
a partir das suas origens latinas, adoptando, durante
este processo, palavras, frases e construções de outras
línguas. É parte da nossa cultura e, consciente ou
inconscientemente, molda o nosso ser. Tal como com
as línguas, nós aprendemos a moral a partir de uma
série de encontros e conversações, principalmente na
nossa infância, mas também durante toda a nossa vida.
A ideia que diz que nós inventamos a moral,
através das nossas escolhas ou através a reflexão
sobre as experiências pessoais é tão incoerente como
a teoria de Locke sobre como o ser humano aprende
a linguagem. Nenhuma língua poderia ser aprendida
daquela forma. Espero que com estas poucas palavras,
seja mais simples para nós como judeus, e como
cidadãos europeus, aproximarmo-nos e adoptar,
ou pelo menos entender e tolerar, um estilo de vida
moral conforme às nossas raízes, aquelas raízes Bíblicas
que muito, mas mesmo muito, podem contribuir a
moldar a sociedade do futuro.
Rabino Eliezer Shai
O que é a “Moral”?
John Locke
Ludwig
Wittgenstein
Agenda
FEVEREIRO
Domigo, 17 às 16h30
Palestra e tarde de autógrafos com o
jornalista José Rodrigues dos Santos
– Lançamento do novo livro “o Sétimo Selo “
EMFT
EUROPEAN MACCABI
FOOTBALL TROPHY
TORNEIO DE FUTSAL
Para categoria masters com idade a partir dos 35 anos
Entre os dias 1 e 4 de Maio em Madrid.
Participação de vários países
Lá estaremos com a nossa equipa para defender a
bandeira do nosso Maccabi Portugal !
Informações: 21 911 11 88
O Maccabi é a sua casa!
O nosso mais sincero agradecimento a:
Arnaldo Grossman
Estela Cuten
(Em memoria do seu pai: Hary Cuten Z´L )
Monia Atzmon
Ronald Brodheim
que também contribuíram recentemente
para o restauro de mais 8 rimonim!
O melhor site do mundo
Na cidade de Veneza teve lugar recentemente o 3º Encontro de
Webs do mundo. 169 países participaram (entre os quais 10 países
árabes) e 38 foram os jurados, O primeiro prémio ao melhor WEB
foi para ISRAEL com o site http://www.cityofdavid.org.il (Site
em hebraico, inglês, espanhol, francês e russo).
É o site da Internet em hebraico, criado para o mundo judaico-ortodoxo
que lista milhares de sites pré-aprovados para visitação. O
JGOG filtra todo tipo de transgressão do conteúdo às leis judaicas
como a pornografia. Uma proteção especial pode ser adicionada aos
sites, intitulada Shomer Shabes. Com este dispositivo accionado, o
acesso fica vedado nos dias sagrados como no sábado, e é ajustado
para os horários proibidos nos quatro cantos do mundo, conforme o
local do computador de acesso.http://www.jgog.net/
Actividades Sociais e Culturais
Movimento Juvenil Dor Chadash de Lisboa - Ano VII
A cada semana um novo participante! Mais de 80 jovens já participam. Agora só falta você !
Actividades todos os domingos, das 15h30 às 18h30 no Maccabi Country Club
Jovens e crianças a partir dos 3 anos | Participação: 5 € por semana
Descontos especiais na compra de senhas antecipadas
Coral Etz Chaim - Ano VI Coral Musical representativo da CIL
Para adultos entre os 20 e os 60 anos
Encontros semanais - às 3 ª e 5ª feiras, das 19h00 às 20h30 - Monte Olivete
UPEJ - União Portuguesa de Estudantes Judeus
Super actividades mensais para jovens entre os 18 e 30 anos
upej@cilisboa.org
DANÇA ISRAELITA NO MACCABI
Sempre com novas danças e coreografias do folclore israelita!
TODOS OS DOMINGOS NO MACCABI
DAS 18H30 ÁS 19H30 - LEHAKAT HAMACCABI | GRUPO DE DANÇAS - COREOGRAFIAS
PARA JOVENS DOS 12 AOS 25 ANOS
DIRECÇÃO: LILIAN PRIST
ATENÇÃO ! NÃO SÓCIOS DO CLUBE PAGAM UMA TAXA ESPECIAL DE PARTICIPAÇÃO !
Mais informações e inscrições através da nossa secretaria.
Participe nas actividades e eventos da nossa Comunidade, pois a nossa Comunidade é você.
A S N O S S A S A C T I V I D A D E S
24 Tikvá 66 • Dezembro/Janeiro
Grupo Guil Hazaav - Ano VI (Idade de Ouro)
Não perca mais tempo ! Venha participar connosco !
Actividades Especiais Permanentes (música, ginástica, palestras, passeios ...)
Para adultos a partir dos 60 anos | Encontros semanais às 4ªs feiras, das 15h30 às 17h00
Sede no Monte Olivete | Participação: 5,00 €
MACCABI COUNTRY CLUB
3ª a 6ª Feira - Das 9h00 às 17h00
Tel: 21 9111188 - Tratar com Rosina | maccabi@netcabo.pt
Tratar com Rosina
Os Judeus de Livorno
Anna Rosa Campagnano
Editora Humanitas
Anna Rosa Campagnano resgata
nesse livro um fragmento da vida cultural italiana
e da memória judaica pouco conhecido. A sua
pesquisa permite-nos entrar em contacto com o bagito,
um dialecto da comunidade judaica da cidade
de Livorno, na Itália, que pode ser considerado uma
língua de memória, ou seja, através da qual podemos
recuperar informações históricas bastante importantes,
da Renascença ao século XX.
As Benevolentes
Jonathan Littell
Editora D. Quixote
São as memórias de Maximilien
Aue, um ex-oficial nazi, alemão
de origens francesas que participa
em momentos sombrios da
recente história mundial: a execução
dos judeus, as batalhas na
frente de Estalinegrado, a organização
dos campos de concentração, até a derrocada
final da Alemanha. Uma confissão sem arrependimento
das desumanidades cometidas durante
a Segunda Guerra Mundial. Prémio Goncourt 2006
ISRAEL,
ONTEM E HOJE
Esther Mucznik
e Joshua Ruah
(Coordenação)
Editora Difel
Colecção Sociedade em Debate
ISBN: 978-972-29-0849-8
Um abrangente projecto editorial sobre o Estado de
Israel com destaque para os testemunhos de Jorge
Sampaio, Shimon Peres e Colette Avital entre vários
outros interessantes.
O Diário de Rutka
Sextante Editora
É o diário uma jovem judia
polaca que foi assassinada
com 14 anos em Auschwitz.
Retrata o quotidiano da jovem
Rutka Laskier em Bedzin, na
Polónia, e depois no gueto para
onde a família se viu obrigada
a mudar. Foi revelado,
mais de 60 anos depois dos
acontecimentos, por uma amiga polaca, Stanislawa
Sapinska, hoje com mais de oitenta anos, que
o tinha escondido.
A CIL NA TV
RTP 2
3 de Fevereiro
– Domingo, 9h00
Programa Caminhos:
Cerimónia em Memória
das Vítimas do Holocausto
28 de Fevereiro
– 5ª Feira, 18h30
Programa Fé dos Homens:
A Influência do Judaísmo
na Economia
Eventual mudança no horário da emissão
é de total responsabilidade da emissora.
Livros Judaicos
em Portugal
A S N O S S A S S U G E S T Õ E S
EuroEnigma, Lda
Sr. Ricardo Afonso (Moreno)
(351) 965324201 | euroenigma@netcabo.pt
Tikvá 66 • Dezembro/Janeiro 25
H O M E N A G E N S
Participe nestas homenagens. Actualize os seus registos junto da nossa secretaria através do tel. 21 393 1130
de 2ª a 5ª feira - das 14h00 às 17h00 | administrativo@cilisboa.org
26 Tikvá 66 • Dezembro/Janeiro
09 FEVEREIRO Salomão M.Seruya 3
Fortunata Roffe 4
Desidério Davidofe 4
Caroline e Salomão Benoliel 4
Thea Sequerra 4
Esther Vera Seruya 7
Alegria Baruel 7
Abraham M. Esaguy 8
Aron Assor 8
Alexandre Albagli 9
16 FEVEREIRO Salomão Azavey Azancot 10
David Tuati 10
Sara Benodis 10
Rosy Cassuto 10
Mazaltob Laredo Sequerra 13
Abraham Laredo 13
Semtob Sequerra 13
Josef Assor 13
Raquel Marques Cohen Dos Santos 14
Leonor Esayag 14
Ruben Bendrao Ayash 14
Alegra Cohen 14
Abraham Setou 14
Salomão Benoliel 16
Carolina Benoliel 16
23 FEVEREIRO Tony Cassuto 17
Marcos Augusto Esaguy 17
Esther Moskovitz 17
Moisés Benazra 18
Maks Azriel 18
Isaac Joshua Levy 19
Louis Goldschmidt 19
Esther Marques 20
Haim Lev Ben Michael 22
Abraham Levy 22
Isaac Hayat 23
Antónia Azancot 23
Paul Beldock 23
01 MARÇO David Querub 25
Lydia Segre Basola 26
Sophia Busaglo de Paiva Raposo 26
Jacob Assor 27
Marcos Levy Ayash 28
Rafael Marques 28
Simy Wartenberg 28
28
VEADAR
08 MARÇO Hermano Levin 5
Chana Malka Rosenfeld 7
Jacques Romano 7
15 MARÇO Leopold Abolnik 8
Peter Joseph Frankel 11
Salomão Querub 17
Olga Draiblate 13
21 MARÇO Erich Neumann Efraim Bar Isaac 18
Krysla Broder 23
29 MARÇO Alexander Krausz 25
Luna Esaguy 28
NISSAN
05 ABRIL Ursel August 1
Luna Cardona Sta Ana Leite 2
Hannah Sequerra 3
Jaime Issan Bendrao 3
Salomão Benoliel 4
Szayndla Burtin 4
Samuel Liebermann 5
Leonardo Araújo 5
Jacob Wainsteim 5
Jaime Sabat Azancot 6
Isaac Assor 6
Mazal Tov !
Os nossos parabéns e os votos de muitas felicidades a todos !
ANIVERSÁRIOS
JANEIRO Débora Ettner 04
Daniela Mitrani 05
Sylvia Loretta Lakeland 06
Rafael N. Benoliel Carvalho 07
Richard Markovitch 07
Ana Weinberg 07
Simha Di Martino 08
Marian Chilber Izydorczyk 12
Daniela Fernandes Teruskin 13
Mordechai Atzmon 15
Vera Spiegel 17
Helena Finkelstein 19
Sofia Tuati 19
Clara S. T. Freitas Lomelino 20
Clara Kopejka Cassuto 21
Ana Cristina Anahory Garin 21
Leonor Obadia B.Martins Benodiz 23
Samuel Obadia 23
Jonathan Pintchovski 24
Eliezer Shai Di Martino 24
Joaquim Vaz Morão 25
Ralf Pinto 28
Rivca Alt-Livni 29
Roberta Cherman 29
Mara Lucia Kuminsky 30
Patricia Bensaude Fernandes 31
Kylie Koshet 31
FEVEREIRO Alexandre Grossman 02
Dov Goldrajch 04
Rivka Grozovinski 06
David Bernfeld 07
Marcia Horn Albuquerque 08
Ester Benezra Alcântara 09
Igor Catran 09
Andrea Pintchovski 13
Yokheved Di Martino 13
Isak Jafe Azriel 14
Yva Davidofe 16
Avinoam Rosenberg 18
David Botelho 18
Mery Ruah 19
Zina Lieberman 20
Dany Prist 21
Jona Joanes 24
Marcos Prist 24
Maria Antonieta Santos 25
Ana Bekerman 26
José Oulman Carp 26
Miriam Glasberg 28
Jaime Samuel Joanes 28
MARÇO Ester Ruah 01
Zeev Grozovinski 02
Sheley Anne Porton 02
Clara Ruah 02
Eva Israel 04
Isaac Bitton 04
Manuel Joaquim de Jesus 04
Isaac Chazan 04
Sonia Bernfeld 04
Micael Steinhardt 04
Rosy Rosenthal 12
Vivian Bernfeld 13
Elie Alain Hayat 14
Pedro Banon de Jesus 14
Daniela Schliesser 17
Sara Mucznik 18
Lívia Catran 19
Erich Brodheim 21
Lucia Catran 22
Lici Botbol 23
Daniel Bento Schwartz 25
Madalena Kadosh Ezra 25
Isaac Luis 25
Ana Morgado Anahory 28
Miriam Brodheim 31
NASCIMENTOS
Pedro Lilienthal – Nasceu no dia 12/11/07, 2 de Kislev 5768 - Brit
Milá em 20/11/07, 10 de Kislev 5768. Filho de Márcia Lilienthal e
Robertson Rodrigues Freire
Vera Carp Mascarenhas – Nasceu no dia 9 de Janeiro de 2008, 2 de
Shevat de 5768. Filha de Nicole Carp Marscarenhas e Eduardo Nuno Barros
Carp Mascarenhas – 1ª neta do Presidente da CIL – José Oulman Carp
CASAMENTOS
David Drozdzinski Ruah e Jamie Segall
em 1/7/07 – 15 Tammuz 5767
José Salomão Ruah e Estrella Assayag
em 31/10/07 – 19 de Cheshvan de 5768
Ambos celebrados na nossa Sinagoga Shaaré Tikvá
FADAS
Sara Mitrani – Nomeação hebraica realizada em 20/10/07, 8 de Cheshvan
5768. Filho de Daniela Cesana MaissaMitrani e Roberto Mitrani.
As nossas boas vindas aos novos membros da CIL
Alexandre Grossman | Celine Abecassis Moedas | Diana Kadosh
Ezra | Leonardo e Roberta Cherman | Madalena Kadosh
Ezra | Margarida Tavares
FALECIMENTOS
É com profundo pesar que comunicamos o falecimentos de:
Juliana Kauffmann Marques da Cunha (Q.D.T)
13 de Outubro de 2007 – 1 Cheshvan 5768
Fortuna Benodis Obadia Z´L (Q.D.T)
3 de Novembro de 2007 – 22 Cheshvan 5768
Sofia Mirela de Semo Levy (Q.D.T)
27 de Novembro 2007 – 17 Kislev 5768
Maurício Levy Z´L (Q.D.T)
9 de Dezembro de 2007 – 29 Kislev 5768
Lucy Botbol da Costa Z´L (Q.D.T)
3 de Janeiro de 2008 – 25 Tevet 5768
Esther Sorin Klain Z´L (Q.D.T)
4 de Janeiro de 2008 – 26 Tevet 5768
Augusto Ezaguy Z´L (Q.D.T)
23 de Janeiro de 2008 – 16 Shevat 5768
Apresentamos as nossas sentidas condolências às Famílias enlutadas
A CIL e o seu Grupo Guil Hazaav homenageiam a nossa querida chaverá
Pessia Myndel Kacan Kolinski Z´L (Q.D.T)
Falecida em 11 de Janeiro de 2008 - 4 Shevat 5768
N A H A L O T
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JÁ ESTAMOS NO 8º ANO CONSECUTIVO DE PUBLICAÇÃO COM MAIS DE 65 EDIÇÕES PUBLICADAS !
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Prezados Leitores e Assinantes lembramos que desde a edição de nº 52, o nosso Boletim Tikvá passou a ser publicado com peridiocidade bimestral
À 5 ANOS NO AR
Tikvá 66 • Dezembro/Janeiro 27
TIKVÁ
Envie os seus textos e sugestões para TIKVÁ até ao dia 30 de cada mês.
Rua do Monte Olivete, 16 r/c. esq. 1200-280 Lisboa | e-mail:tikvá@cilisboa.org
A quem se dirigir
Horário de funcionamento da Secretaria
Segunda a Quinta-feira, das 9h00 às 17h30
Sexta-feira e vésperas de festas judaicas, das 9h00 às 13h00
Horário de almoço
das 13h00 às 14h00
Atendimento ao público
Segunda a Quinta-feira, das 13h00 às 17h30
Os espaços para reuniões devem ser agendados
com aviso prévio, mínimo de 48 horas
Tesouraria
tesouraria@cilisboa.org
Telf. 213 931 134
Atendimento de Segunda a Quinta-feira, das 10h00 às 13h00
Telf. 213 931 130 | Fax 213 931 139
Director Executivo
Marcos Prist
director@cilisboa.org
Departamento de Ensino Judaico
Moré Laercio Hillel Pintchovski
more@cilisboa.org
Departamento de Segurança
Contacto 24 horas – Telf. 96 347 4484
seguranca@cilisboa.org
Movimento Juvenil Dor Chadash
dorchadash@cilisboa.org
UPEJ – União Portuguesa de Estudantes Judeus
upej@cilisboa.org
Rabino
Rav. Eliezer Shai Di Martino
rabino@cilisboa.org
Secretária
Estrella Assayag
administrativo@cilisboa.org
Visite o nosso site: www.cilisboa.org
Direcção
Presidente Jose Oulman Carp
Vice-Presidente Esther Mucznik
Vice-Presidente Ronald Brodheim
Tesoureiro José Salomão Ruah
Secretário Eva Ettner
Vogal efectivo Clara K. Cassuto
Vogal efectivo Charles Arié
Vogal efectivo Sonia Bernfeld
Vogal efectivo Arnaldo Grossman
Vogal Suplente Salomão Kolinski
Vogal Suplente Bernardo Abecasis
Mesa da Assembleia Geral
Presidente Moisés Bendrao Ayash
Vice-Presidente Mordechai Atsmon
1º Secretário Nuno Wahnon Martins
2º Secretário Diana Ettner
Conselho Fiscal
Presidente Samuel Tuati
Vogal Efectivo David Bentes Ruah
Vogal Suplente Guilherme Grossman
Presidente Honorário Dr. Samuel Ruah