Tikvá n.º 67, 8º ano
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TIKVÁ תקוה
REVISTA DA COMUNIDADE ISRAELITA DE LISBOA
N º 6 7 – 9 º A n o
A b r i l / M a i o / J u n h o 2 0 0 8
A d a r I I / N i s s a n / I y a r 5 7 6 8
INAUGURAÇÃO DO MEMORIAL
EM HOMENAGEM ÀS VITÍMAS
DO MASSACRE DE LISBOA DE 1506
Nós,
o povo de Israel…
O facto de ter chegado no passado mês
de Abril ao seu 9º ano consecutivo de
publicações, já seria motivo suficiente
para que esta edição nº 67 do nosso
Tikvá fosse comemorativa e especial.
Mas felizmente, mais uma vez as
comemorações e destaques são vários e
cumulativos…E como não poderia deixar
de ser, o 60º aniversário da nossa querida
Medinat Israel é logicamente o tema
central desta edição.
Entretanto, por mais que tentemos nunca
conseguiremos nalgumas poucas
páginas manifestar integralmente o nosso
sincero orgulho e alegria pelos 60
anos de existência do Estado de Israel.
Como prestar a justa e devida homenagem
às seis décadas de tamanha dignidade,
constante desenvolvimento, espírito
de superação e exemplo para todas
as nações modernas e civilizadas
deste planeta?
Desnecessário seria estar também novamente
a lembrar do enorme contributo
que Israel tem prestado ao mundo desde
a sua fundação nas suas mais diferentes
áreas e sectores, apesar do mundo ainda
insistir em não querer reconhecê-lo …
Se calhar, a melhor forma de nós, judeus
na diáspora, prestarmos esta homenagem
seja mesmo a celebrar muito e
nunca deixarmos de contar aos nossos
jovens a história passada e actualmente
vivida pelo nosso povo naquela santa e
sagrada terra. Outra excelente maneira é
seguirmos construindo um judaísmo cada
vez mais vivo e actuante, formando
novas gerações de crianças e jovens que
tenham a sua identidade judaica cada
vez mais fortalecida pelo orgulho de fazer
parte do povo judeu, o povo de Israel.
E nós por aqui estamos a cumprir a nossa
parte com muito esforço e dedicação.
E esta edição traz a todos aquilo de melhor
e mais importante tem estado a
ocorrer para o fortalecimento do judaísmo
em Portugal, dentro e até fora da
nossa comunidade.
Parabéns querida Israel !
Am Israel chai ve Kayam !
Marcos Prist
Director Executivo CIL
E D I T O R I A L
A celebração
dos 60 anos de Israel
uma ocasião para
reforçar as relações com Portugal
Em 1948, logo a seguir à declaração de independência do Estado
de Israel, Samuel Schwarz, dirigente da Comunidade Israelita
de Lisboa, escrevia no Diário de Lisboa um artigo intitulado
“O Estado de Israel e as suas ligações com a tradição
portuguesa”, defendendo o reconhecimento do novo Estado
por parte de Portugal.
Foi no entanto preciso esperar mais de três décadas pelo estabelecimento
de relações diplomáticas entre os dois países.
Apesar de Israel ter sido admitido na ONU a 11 de Maio de
1949, o governo português optou pelo não reconhecimento do
Estado de Israel, temendo provocar a hostilidade do mundo
árabe. Mesmo depois do 25 de Abril, Portugal ainda votou favoravelmente
a Resolução das Nações Unidas, equiparando o
sionismo a racismo e discriminação racial, levantando, aliás,
numerosos protestos, nomeadamente do deputado do PS,
Jaime Gama, e de André Gonçalves Pereira que em artigo no
Expresso de Julho de 1976 criticava o voto considerando-o
uma negação do direito à existência de Israel.
Mas as relações começam a normalizar-se e em 12 de Maio de
1977, Portugal e Israel decidiram o estabelecimento de relações
diplomáticas a nível de embaixada. Em 1988, era
acreditado Rui Medina, embaixador de Portugal em Roma e
em 1991, João Quintela Paixão tornava-se o primeiro embaixador
residente.
Desde aí as relações entre os dois países têm-se desenvolvido a
nível comercial e cultural. Nasceu também a Associação de
Amizade Portugal-Israel e a Câmara de Comércio Luso-Israel de
cujo recente e histórico acordo com a Câmara Municipal da
Nazaré damos conta neste número a propósito da instalação de
um hospital naquela cidade portuguesa integralmente equipado
com tecnologia israelita. A nível cultural as relações também
têm tido algum incremento com o intercâmbio de teatro, cinema,
literatura e investigação científica, tendo inclusivamente
Portugal aberto um leitorado de português em Israel.
Mas no geral, o intercâmbio ainda é relativamente modesto e
tem pouco destaque da parte da comunicação social. Mais
uma razão para realçarmos a realização pela maior livraria do
país, a Byblos, de uma quinzena dedicada à literatura israelita
por ocasião dos 60 anos do Estado de Israel. Aberta com um
concerto de música klezmer, sucederam-se durante cerca de
duas semanas, no auditório da livraria, escritores e tradutores
portugueses comentando a literatura israelita. Esta iniciativa
inédita em Portugal, em conjunto com outras acima referidas,
são reveladoras de que algo está a mudar no relacionamento
entre portugueses e israelitas, nomeadamente ao nível da sociedade
civil. Mais do que o indispensável relacionamento
diplomático, é este tipo de iniciativas ao nível da população, a
descoberta cultural mútua, as trocas comerciais, o turismo e o
intercâmbio académico e cientifico que permitirão reforçar os
laços de amizade entre os dois povos.
Esther Mucznik
Vice-Presidente
2 Tikvá 67 • Abril/Junho
FICHA TÉCNICA
Directora Esther Mucznik
Chefe de Redacção Marcos Prist
Colaboradores Diana Ettner, Gabriel Steinhardt,
Henrique Ettner, Nuno Martins e Samuel Levy
Concepção e produção gráfica Raimundo Santos
m e n s a g e m d a d i r e c ç ã o
Tikvá 67 • Abril/Junho 3
Ser um Povo livre
na nossa terra...
1948
2008
4 Tikvá 67 • Abril/Junho Tikvá 67 • Abril/Junho 5
em território português. Partindo
do Convento de S. Domingos (actual
Largo de S. Domingos) e instigados
por frades dominicanos,
bandos de cidadãos percorreram
Lisboa durante três dias, 19, 20 e
21 de Abril, pilhando, violando e
matando judeu convertidos ao
cristianismo na sequência do decreto
real de 1497.
Entre duas e quatro mil pessoas
foram assim mortas por suspeita
de judaísmo.
Em 2006, a Comunidade Israelita
propôs à Câmara Municipal
de Lisboa, a realização de um
Memorial evocativo dos 500
anos desse massacre, proposta
à qual se associou de imediato
a Igreja Católica contribuindo,
por seu lado, com uma escultura
evocativa do gesto e das palavras
de reconciliação do Patriarca
de Lisboa no ano 2000,
das quais destacamos as seguintes:
“Como comunidade
majoritária nesta cidade, há
perto de mil anos, a Igreja
Católica reconhece profundamente
manchada a sua memória
por esses gestos e palavras,
tantas vezes praticados em seu
nome, indignos da pessoa humana
e do Evangelho que ela
anuncia”...Entregue em 2006,
só em 2008 a actual gestão camarária,
presidida pelo Dr.
António Costa, aprovou por
unanimidade as propostas
conjuntas da CIL e da Igreja
Católica, associando-se à iniciativa
mediante a colocação no
local de uma placa alusiva ao
acontecimento e de um mural
que propõe Lisboa como “cidade
da tolerância”. Desde a sua
inauguração, o memorial tem
sido objecto de grande curiosidade
e atenção por parte de lisboetas
e turistas. No memorial
judaico, anónimos depositaram
flores e acenderam velas em
homenagem às vítimas.
Esperamos que este memorial
dê a conhecer aos lisboetas
uma das páginas mais negras
do judaísmo português, contribuindo
para que tais actos não
se voltem a repetir.
No passado dia 22 de Abril foi
inaugurado pelo Presidente
da Câmara Municipal, o Presidente
da Comunidade Israelita e o
Patriarca de Lisboa um Memorial
composto por três peças, no Largo
de S. Domingos (ao Rossio),
que evocam:
• o massacre de judeus ocorrido
na cidade há 502 anos,
• o gesto de “purificação da
memória” e de reconciliação celebrado
naquele local por D. José
Policarpo no ano 2000,
• a dedicação do largo, pela Câmara
Municipal, aos valores da
tolerância.
A escultura judaica, da autoria da
arquitecta Graça Bachmann é
composta por uma esfera truncada,
com uma inclinação que facilite
a leitura do seguinte texto
gravado sobre uma Estrela de
David, como símbolo judaico:
“1506-2006 - Em memória dos
milhares de judeus vítimas da
intolerância e do fanatismo religioso
assassinados no massacre
iniciado a 19 de Abril de
1506 neste largo 5266-5766 “.
Na base quadrangular e envolvendo
a esfera está inscrita, em
português e em hebraico, a frase
seguinte:
…”Ó terra, não ocultes o meu
sangue e não
sufoques o meu clamor!”
(Job 16.18)
No ano de 1506, a cidade de Lisboa
foi palco do mais dramático
episódio antijudaico conhecido
Almoço inter-religioso
promovido pela CML
No seguimento da inauguração do Memorial, teve
lugar na Mitra de Lisboa a convite de António
Costa, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa,
um almoço de confraternização com todas
as confissões religiosas da cidade. Inicialmente
previsto para dia 22 de Abril, foi adiado para o
dia 5 de Maio por respeito pela comemoração de
Pessah. Este gesto inédito sensibilizou muito
particularmente a nossa comunidade.
M E M O R I A L
MEMORIAL ÀS VITIMAS DA INTOLERÂNCIA
EVOCATIVO DO MASSACRE JUDAICO
DE LISBOA DE 1506
inaugurado no Largo de S. Domingos
AComunidade Israelita de Lisboa e
a Embaixada de Israel em Portugal,
realizaram no início do Mês de
Maio, o tradicional acto solene em
homenagem ao Dia da Recordação
dos Soldados Caídos em nome de Israel
e Vítimas do Terrorismo que infelizmente
continuam a ocorrer. Foram
já 22.437 almas lembradas desde o
ano de 1860, quando ocorreu a saída
para fora das muralhas de Jerusalém.
O evento foi realizado no pátio da Sinagoga
Shaaré Tikvá, que esteve lotado
com várias dezenas de pessoas
presentes a assistir a este sempre comovente
acto. A cerimónia teve início
com a leitura da ordem do dia e o
acendimento da vela da recordação
pelo jovem Doron Ettner. A seguir
foram lidas belas mensagens e textos
entre os quais “Rak 5
dakot” (Somente 5 minutos)
interpretado em hebraico
por Amir Sagie e
em português pela
jovem Lívia Catran da
CIL e o não menos emocionante
texto “Yalda
Yafa” (Linda Menina)
também interpretado em
hebraico e português, respectivamente
pelo Cônsul de Israel Rafael Erdreich
e pelo jovem Miguel Curiel da
CIL. A parte religiosa e litúrgica do programa
ficou a cargo do Rabino Eliezer
Shai di Martino da CIL e do chazan Isaac Assor. Não faltou o momento
musical com a tradicional apresentação
do Coro da CIL que interpretou
as canções “ Achi Hatzair Iehudá” e
“Achai Guiborei Hatehila”. Houve ainda
tempo de se ouvir as belas vozes
das jovens Susana Bachmann e Tatiana
Prist que, juntamente com Marcos
Prist, cantaram a canção “Achol
Izkor”. Também o Presidente da Cil –
José Oulman Carp e o Sr. Aaaron
Ram – Embaixador de Israel, dirigiram
as suas respectivas mensagens ao
público presente. Mais uma vez é de
destacar o grande memorial elaborado
com muito carinho pelo nosso More
Laercio Pintchovski com a fundamental
colaboração de voluntárias e que
também marcou significativamente esta
homenagem.
Oespaço da nossa Biblioteca Dr.
Elias Baruel na Sinagoga novamente
não foi suficiente para receber as
muitas dezenas de pessoas que participaram
no tradicional acto de Yom
Hashoá da CIL em memória e homenagem
às vítimas do Holocausto, realizado
no passado dia 30 de Abril. O programa
deste ano foi baseado no tema
central “Ubacharta Bachaim” – “E Escolheste
a Vida” - sugerido pelo Yad
Vashem – Museu do Holocausto em
Jerusalém, com um enfoque especial
para a construção do Estado de Israel
que comemora 60 anos de Independência.
A apresentação de alguns vídeos e
textos lidos pelos nossos jovens, emocionaram
o público presente com fortes
testemunhos de sobreviventes do Holocausto
que seguiram solitários para Israel,
reconstruíram as suas famílias e
que tanto contribuíram para o desenvolvimento
do que é hoje a nossa querida
Medinat Israel. Também não poderia
faltar a leitura dos nomes de familiares
de membros da nossa Comunidade assassinados
no Holocausto, bem como o
tradicional acendimento das 6 velas em
memória das 6 milhões de vidas judias
arrancadas pela barbárie nazi.
6 Tikvá 67 • Abril/Junho
A C O N T E C E U N A C I L
Acto Solene
de Yom Hashoá
Acto Solene
de Yom Hazikaron
5768 na CIL
Diálogo intercultural
No passado dia 21 de Maio, foi realizado no Convento dos Capuchos
em Almada, um importante encontro sobre o tema: O
Papel das religiões na sociedade portuguesa. A comunidade
israelita esteve representada neste evento pelo seu sempre
colaborador e ex-presidente
da CIL – Samuel Levy, que
falou sobre o judaísmo. A iniciativa
deste evento, que
contou com representantes
de várias outras confissões,
foi de Sua Exª a Governadora
Civil de Setúbal, do Centro Europ Direct Península de Setúbal
e da Comunidade Fé Baha’i, de Portugal.
Teve lugar, no passado dia 14 de Abril, na Sala Porto
do Hotel Diplomático, uma assembleia-geral de
suma importância para os destinos da Comunidade Israelita
de Lisboa. O ponto único da ordem dos trabalhos
foi “CIL – Que Futuro?”, quando foi apresentada e
debatida de forma clara, democrática e transparente a
actual situação financeira da nossa comunidade e as
enormes dificuldades em fazer frente aos custos do
grande projecto que hoje é desenvolvido nos vários
sectores comunitários. A principal questão era legitimar
ou não a actual estrutura construída e ratificar se
há o desejo da maioria em mantê-la. Ao mesmo tempo
apelar aos membros e saber da sua real disponibilidade
para realizar um esforço maior no que diz respeito
às contribuições para a CIL. Das 70 pessoas
presentes na assembleia, 83,7% votaram, através de
questionário escrito, pela manutenção de todos os
serviços e actividades hoje existentes, considerando
na sua maioria ser este o mínimo necessário para o
bom funcionamento e para o futuro do judaísmo em
Portugal. Apenas 12,2% acreditam que deva ser reduzida
a actual estrutura comunitária e os restantes
4,1% apoiam a actual estrutura, mas acham que a decisão
de manter ou não pertence somente a Direcção
da CIL. Também mais de metade dos que preencheram
estes questionários concordaram com um aumento
directo nas contribuições anuais , dobrarando quase
todos as suas actuais contribuições no intuito de manter
a actual estrutura comunitária da CIL, que vem
sendo desenvolvida ao longo dos últimos 6 anos.
Importante Assembleia Geral da CIL
No próximo dia 30 de Junho, será realizada nova
Assembleia-Geral, desta feita para a aprovação
dos relatórios e contas do ano de 2007.
Tikvá 67 • Abril/Junho 7
8 Tikvá 67 • Abril/Junho Tikvá 67 • Abril/Junho 9
Afábrica Brás da Covilhã iniciou
a produção de queijo
segundo preceitos da religião
judaica, e que para ostentar o
selo Casher teve de ser submetida
à certificação do rabino
Daniel Litvak. A previsão
da fábrica é atingir no final do
ano uma produção de 12 a 15
toneladas de queijo Casher. Já
foi assinado o contrato com o
El Corte Inglès para a venda
deste produto na sua loja «gourmet
», estando a empresa
também a avançar negociações
com vista à exportação para mercados
de forte presença judaica,
como Catalunha, Paris e Lyon. Inglaterra,
Holanda ou Itália são outros
destinos na mira da fábrica da
Covilhã. O empresário José Brás,
lembra que a região foi um enclave
de judeus que fugiram à perseguição
dos Reis Católicos e preservaram
até hoje as suas tradições.
Não foi só a produção de
queijo, mas toda a fábrica Braz
que foi certificada pelo rabino Daniel
Litvak, que partiu da Covilhã
para Israel com uma excelente
impressão. “É uma fábrica muito
boa, muito limpa e de grande qualidade”,
considera o rabino.“Tudo
o que daqui sai pode tecnicamente
usar o selo Casher”, frisa
José Brás. O fabrico Casher
irá acrescentar em 10 a 15%
a produção habitual da unidade
da Covilhã, cifrada em 200
mil queijos anuais, e para este
fim serão feitos “lotes específicos
adaptados ao gosto
da comunidade judaica”. A fábrica
Braz está a processar
1500 litros de leite por dia para
queijo Casher, mas dependendo
da receptividade do mercado,
“esta quantidade poderá até
triplicar”.O facto de não se poder
usar coalho de origem animal é
uma das principais diferenças do
queijo Casher. O sal e outras
matérias-primas também são
controlados de forma a cumprir as
regras da dieta judaica. Toda a
produção é também sujeita a escrupulosas
regras de higiene.
ACâmara de Comércio Luso-Israel assinou um acordo
com a Câmara Municipal da Nazaré para a instalação
até 2012, neste concelho do Oeste, de um hospital totalmente
equipado com tecnologia de ponta de fabrico israelita.
Com um custo superior a cem milhões de euros,
o projecto alvo do protocolo, semelhante a outros realizados
no nos Estados Unidos da América ou no
Brasil, será maioritariamente financiado por investidores
daquele país, e poderá incluir uma
valência de ensino de Medicina, com professores
oriundos de Israel. Esta última componente do
projectos atraiu ainda mais o apoio da autarquia liderada
por Jorge Barroso, que ontem participou num almoço
promovido pela Câmara de Comércio Luso-Israel, no Porto.
Com 900 empresas na área das Ciências da Vida, metade
das quais com menos de cinco anos, os israelitas
pretendem promover o seu potencial instalado em biotecnologia
e dispositivos médicos. Ontem, juntaram num
hotel do Porto institutos de investigação das Universidades
do Porto e do Minho, responsáveis do Banco Espírito
Santo e do Millennium BCP, de empresas (como a
Martifer Renewables ou a Polimaia, da perfumaria e beleza),
para promover contactos e convidá-los a participar
num congresso de biomedicina, em Telavive, em Maio. O
evento é uma demonstração da capacidade de Israel
nesta área de ponta, e é dedicado às parcerias internacionais,
explicou Ruti Alon, da Pitango Venture Capital,
informada da recente criação do Health Cluster
Portugal. Não sendo a terra prometida, até
pela sua pequena dimensão, Portugal "é um país
promissor", admitiu Amos Wohl, responsável
ibérico para assuntos económicos e comerciais da
embaixada israelita de Madrid, realçando as ligações à
Europa e ao Brasil. Pelo que vê com naturalidade a intenção
de se construir um hospital em terras lusas. Este
equipamento deverá nascer num terreno de 30 hectares
perto do mar, na Nazaré, e terá o nome do maior investidor
– aspecto para já ainda não definido. Prestes a arrancar
com concursos para a construção de uma marina
de recreio e de um campo de golfe, a autarquia nazarena
está a agarrar esta outra oportunidade.
Fonte: Público, 01.05.2008, Abel Coentrão
Após 54 anos da morte de Aristides
de Sousa Mendes, a Câmara
Municipal de Santarém-Portugal,
inaugurou a primeira estátua
de corpo inteiro deste “Justo”. Esta
obra é da escultora Margarida Santos,
a quem também se deve o busto
de Aristides inaugurado em
Bordéus em 1994, por Mário Soares
e Maria Barroso. Este busto encontra-
se na “Promenade Charles de
Gaulle”, ao lado dos Monumento ao
Soldado Desconhecido e de De
Gaulle, o que demonstra a importância
que Bordéus e França
atribuem ao Cônsul Português. Foi
um momento emocionante, tanto
para a família de Sousa Mendes, como
para todos aqueles que defendem
a sua imagem. A cerimónia de
inauguração começou com um encontro
na Câmara Municipal de
Santarém, onde o presidente, Francisco
Moita Flores, ofereceu um
cocktail aos convidados, entre os
quais a Dra. Maria Barroso (Presidente
da Fundação ASM), o Embaixador
de Israel, Aharon Ram e
mulher, o Presidente da Comunidade
Israelita, José Oulman Carp e
dois dos netos de Aristides, Álvaro e
António Sousa Mendes. A estátua
de Aristides está ladeado por duas
crianças que representam os refugiados
que foram salvos pela sua
acção humanitária, que lhe trouxe
imensos prejuízos pessoais e materiais.
Sousa Mendes foi demitido por
Salazar, por ter ajudado os refugiados
judeus, e morreu na miséria
após ter sua aposentadoria suspensa
pelo ditador português. Em reconhecimento
aos seus gestos, o
Yad Vashem de Jerusalém colocouo
como “Justo entre as Nações”. Na
placa afixada à estátua os dizeres:
À memória de um homem desperto
numa noite de morte imensa.
Fonte: Notícias da Rua Judaica
Portugal Homenageia Serra da Estrela produz queijo Casher
Sousa Mendes
A C O N T E C E U E M P O R T U G A L
Câmara de Comércio Luso-Israel
A Câmara de Comércio Luso-Israel realizou, no passado dia 31
de Janeiro, no Porto, os dois seus dois primeiros eventos oficiais,
desde a sua recente constituição, a 19 de Dezembro de
2007. Tratou-se de um almoço, que contou com a presença de
49 Empresários e dois investidores estrangeiros, Avi Ingber e
Jack Soifer, que procuram parceiros de negócio. Avi Ingber,
CEO da Wextrust, falou sobre Bons Negócios e Jack Soifer sobre
Oportunidades para o Turismo no Norte. Ingber referiu que esta
é a hora de estudar investimentos que serão lucrativos a
breve trecho. Referiu o sector imobiliário, a biotecnologia e a
electrónica hospitalar como sectores promissores. Soifer,
consultor internacional de PMEs (Pequenas e Médias Empresas)
e Turismo, disse que a integração Porto-Douro e o enfoque na
qualidade poderia adicionar à facturação de turismo no Norte
200 milhões de Euros em 2008 e 1,1 mil milhões em 2010.Estiveram
presentes no evento Empresários de 14 sectores diferentes,
provenientes de várias regiões do País, entre as quais
se destacam Lisboa, Minho, Régua, Coimbra e Covilhã. O segundo
evento do dia, o lançamento, na Fnac, dos livros Teorias
da Comunicação, da autoria de André Veríssimo, e Empreender
Turismo de Natureza, da autoria de Jack Soifer, contou com a
presença de 40 Empresários, professores universitários, bem
como os Cônsules de Israel e da Suécia.
Israelitas querem construir hospital
de ponta no concelho da Nazaré
Seminário para
portugueses
sobre o ensino
do Holocausto
em Jerusalém
No próximo mês de Agosto terá
lugar na Escola do Yad Vashem
em Jerusalém um seminário especialmente
para professores de
Portugal sobre o ensino do Holocausto.
O grupo, cuja estadia é
subsidiada pelo Yad Vashem, inclui
30 professores seleccionados
por Esther Mucznik em colaboração
com a Associação de Professores
de História. O curso tem
a duração de uma semana e inclui
algumas visitas pelo país. O
seu alto nível histórico e pedagógico
permitirá aos participantes
uma formação importante neste
campo e adquirir a capacidade de
transmissão aos alunos.
10 Tikvá 67 • Abril/Junho Tikvá 67 • Abril/Junho 11
No final do mês de Fevereiro, a
Dra. Cecília Caria Mendes,
aluna dos cursos de judaísmo e
hebraico do Departamento de Ensino
Judaico da CIL, foi convidada
a representar Portugal na
conferência anual do Fórum Global
de Combate ao Anti-Semitismo
realizado com o apoio do Ministério
das Negócios Estrangeiros
de Israel e que contou com a
presença da Vice - Primeira Ministra
Tzipi Livni e do Ministro
Isaac Herzog das Relações com a
Diáspora e Luta contra o Anti-Semitismo.
Delegados de 40 países
participaram desta conferência e
expressaram o seu apoio à ideia
do estabelecimento de uma coligação
pelo contra o anti-semitismo.
PM da Grã-bretanha – John
Mann mencionou que o governo
do seu país propõe ser a sede da
conferência deste fórum no próximo
ano. No mês de Abril, a Dra.
Cecília Caria Mendes a convite do
Museu do Holocausto em Israel –
Yad Vashem esteve também
presente juntamente com o seu
filho Rodolfo Caria Mendes no
“Tekess Hanachat Hazerim” –
cerimónia de colocação de coroas
de flores em homenagem
às vítimas do Holocausto.
Foi inaugurado a 19 de Fevereiro
o novo museu virtual, resultante
da iniciativa de Luísa Pacheco
Marques, Margarida Dantas e
Margarida Ramalho. É composto
por uma exposição virtual que se
divide em três “corredores”: o da
Guerra, o da Fuga e o da Liberdade.
Aí podem ser vistos documentos
e filmes inéditos da década de
40, pertencentes a arquivos nacionais
- como o da RTP e o da Cinemateca
Portuguesa - e estrangeiros,
como o de Steven Spielberg,
“adquiridos online a preços
irrisórios”, indicou Luísa Pacheco
Marques na apresentação. Além
da exposição, o museu virtual
possui uma segunda parte, intitulada
base do conhecimento e que
constitui o acervo, cujo núcleo
fundamental é a biblioteca virtual,
acessível online, onde é possível
consultar centenas de documentos,
fotografias e testemunhos
orais de refugiados salvos por
Sousa Mendes. Este museu, cujo
projecto data de 1989, foi inaugurado
na Assembleia da República
exactamente quando se completaram
20 anos sobre a decisão
parlamentar, aprovada por unanimidade,
de reabilitar postumamente
o diplomata.
Está disponível online no endereço
http://mvasm.sapo.pt/
A C O N T E C E U E M P O R T U G A L
No passado dia 16 de Março
na sede do Maccabi, o Movimento
Juvenil Dor Chadash
de Lisboa comemorou com
grande alegria o seu 6º aniversário
de realizações, cumprindo
com os seus vários objectivos,
entre os quais o de integrar
e educar num ambiente
judaico cada vez mais jovens e
crianças e prepará-los para actuarem
como futuros líderes da
nossa CIL. Continuamos a trabalhar
firmes no desenvolvimento
da área do conteúdo
programático, na inserção de
novas crianças participantes e
de novos jovens em idade de
liderança (hadrachá), hoje naturalmente
renovada e com
faixa etária mais baixa, mas
que segue a actuar neste trabalho
que envolve um potencial
de cerca de 85 jovens participantes
(entre 3 e 16 anos),
o que nos permite manter uma
excelente frequência média semanal
de cerca de 40 participantes.
O nosso muito obrigado
a estes jovens pelo empenho
e compromisso nesta nobre
missão! Foram mais de 200 actividades
desde a sua criação
em Fevereiro de 2002, entre as
quais vários passeios e as 6
edições da nossa já tradicional
Machané de Verão. Continuaremos
a trabalhar firme no intuito
de obter cada vez mais
qualidade e variedade das nossas
actividades para os jovens,
a serem realizadas de forma
cada vez mais organizada e
criteriosa. Mas tudo isto, só é e
continuará a ser possível com o
fundamental apoio dos pais e
familiares que tanto nos incentiva
neste grande esforço de
garantir a educação e continuidade
do judaísmo entre os nossos
jovens e na nossa Comunidade.
Portanto...
KADIMA DOR CHADASH
Marcos Prist
Director Executivo CIL
DOR CHADASH
6 anos contínuos a transmitir
judaísmo e a formar novos líderes
J U V E N T U D E
Aconvite de Mário Soares,
Presidente da Comissão de
Liberdade Religiosa, estará em
Portugal para participar num
colóquio internacional, René Samuel
Sirat, Vice-presidente da
Conferência Europeia de Rabinos.
O colóquio, organizado pela
Comissão de Liberdade Religiosa,
terá lugar a 23 e 24 de Junho
e será subordinado ao tema “O
Contributo das Religiões para a
Paz”. Para além do representante
judaico, participarão igualmente
representantes das principais
religiões mundiais
Inaugurado o Museu Virtual
Aristides de Sousa Mendes
Portugal representado em importante
encontro de combate ao anti-semitismo.
Grão-Rabino René Samuel
Sirat em Portugal
12 Tikvá 67 • Abril/Junho Tikvá 67 • Abril/Junho 13
Mensagem do Primeiro Ministro de Israel Ehud Olmert
para as Comunidades na Diáspora
Mensagem do Presidente de Israel – Shimon Peres
O ESTADO DE ISRAEL inicia hoje
as comemorações do 60.º aniversário
da sua independência.
Que tem isso de extraordinário -
dirão alguns - todos os povos comemoram
uma vez por ano a sua independência,
há dezenas ou centenas
de anos e 60 anos não são uma
história assim tão longa como isso.
A diferença, para o bem e para o
mal, é que este povo existe há mais
de 3000 anos. Perdeu a sua independência
há dois mil e só há 60
anos a recuperou. Durante dois mil
anos andou de terra em terra, de
malas na mão, procurando encontrar
sossego e sustento, onde lhe permitiam
e enquanto lhe permitiam, até
que lhe fosse dado regressar à terra
dos seus antepassados.
Em dois mil anos poderia talvez ter aprendido a lição
da história, feita toda ela de relatos de povos, que tiveram
as suas pátrias, e as viram conquistadas por
outros povos. Que se assimilaram aos vencedores ou
emigraram para outras, a cujos povos se assimilaram,
desaparecendo como entidade nacional.
Vejamos, como exemplo, como se formou a península
ibérica.
Vieram os iberos e estabeleceram-se no território.
Depois juntaram-se-lhes os celtas e formaram um
novo povo: os celtiberos. E assim foram chegando,
um após outro, outros povos, que conquistaram o
território, assimilaram a si os autóctones, ou foram,
por sua vez vencidos por novos conquistadores: romanos,
visigodos, árabes, sem contactar com os colonos
fenícios e cartagineses. Hoje a população de
Portugal e Espanha é uma amálgama de povos e de
raças. Judeus já existiam na península quase desde
o princípio do povoamento. Mas nunca vieram para
conquistar. Por quê? Porque a história e a religião
dos judeus é de tal ordem, que este povo só pode
subsistir na Terra onde nasceu, a Terra de Israel.
Quando o seu pensamento não estiver neste pequeno
pedacinho de terra, o povo judeu deixará de
existir. É difícil explicar por quê. Mas enquanto viviam
e labutavam na Península Ibérica, “no extremo
do Ocidente” - como escreveu nessa altura o poeta
Judah Halevy - o seu coração estava no Oriente. Em
cada nova geração, houve sempre visionários que
anunciavam o próximo regresso.
Quando os expulsavam de uma terra,
iam para outra. Quando os expulsaram
da Espanha, foram para
Portugal. Quando os converteram à
força em Portugal, foram para a
França, para a Holanda, para o
Império Otomano, voltando aí ao
Judaísmo, rezando sempre com os
olhos em Jerusalém. Sempre com o
bordão na mão, as malas feitas, e a
esperança no coração. A Esperança
que é também o nome do hino da
sua pátria renovada, que levou dois
mil anos a conseguir.
As parábolas, tão comuns aqui no
Oriente, são uma forma avisada de
fazer compreender conceitos difíceis
de explicar por outro modo. Conta-se
que, uma vez, na Polónia, em pleno
mês de Outubro, um pai e um filho se dirigiam para a
sinagoga, sob chuva torrencial. Era o dia de Shemini
Asseret, em que os judeus pedem a Deus que
abençoe o ano, para que o inverno seja chuvoso e as
terras produzam boas colheitas.
Perguntou o filho ao pai: “Está a chover tanto e nós
vamos hoje pedir mais chuva?”.
Respondeu o pai: “Nós vamos pedir a Deus que mande
chuva na nossa terra, na Terra de Israel, onde faz
tanta falta.” Quando, em 29 de Novembro de 1947,
as nações do Mundo, reunidas na Assembleia Geral
das Nações Unidas, decidiram conceder ao povo judeu
o direito que têm todos os povos, concedendolhe
metade do território da Terra de Israel, e criando,
ao mesmo tempo, um Estado Árabe na outra metade,
essa decisão histórica podia ter sido o início de uma
nova era de paz, de boa vizinhança e de prosperidade
para os dois povos. Por isso o Conselho do Povo
aceitou essa limitação. Em vez disso, cinco exércitos
árabes (Transjordânia, Egipto, Síria, Líbano e Iraque)
invadiram o território do Mandato Britânico,
ameaçando expulsar todos os judeus para o mar.
Aos judeus só restava uma alternativa: vencer esses
cinco exércitos ou permitir que a ameaça dos atacantes
se concretizasse. Numa guerra, o lado que não tem outra
alternativa para sobreviver, tem que vencer.
Lembram-se da resposta do Marquês de Pombal perante
a ameaça dos espanhóis?
“Muito pode um homem em sua casa, que até depois
de morto são precisos quatro para o levarem!”.
Em Maio de 1948, o Conselho Superior Judaico trocou
os passaportes palestinianos, que os ingleses tinham
emitido aos habitantes da sua metade do território, judeus,
árabes, cristãos e drusos, por passaportes do
novo Estado de Israel. Desde então, ainda não houve
um dia de paz nesta região, apenas uma situação, que
se mantém há 60 anos, ora uma nova guerra ora tréguas,
atentados terroristas e ameaças de destruição.
Dois países árabes invadiram a parte da Palestina
que a ONU tinha destinado à população árabe da Palestina:
o Egipto, na Faixa de Gaza, e a Jordânia, que
ocupou a Cisjordânia e mudou o nome do seu reino
para Jordânia. Aí se mantiveram até 1967. Os habitantes
de Gaza eram cidadãos egípcios. Os da Cisjordânia
eram jordanos.
Nessa altura, nenhum desses países, nem sequer os
habitantes árabes desse território, falaram num Estado
Independente da Palestina, que, a constituir-se,
deveria incluir uma grande parte do que hoje é a
Jordânia, pois metade da sua população era e é palestiniana.
Os restantes são beduínos.
Em 1967, na sequência de mais uma tentativa de invasão
árabe, o exército israelita ocupou a Cisjordânia
e a Faixa de Gaza. Por muito estranho que isso pareça,
iniciou-se um período de boa vizinhança e de
co-operação entre os dois povos. Os israelitas visitavam
as áreas árabes e ajudaram a desenvolver o turismo
e o comércio. Os árabes vinham ao Estado de
Israel, uns procurar trabalho, outros comprar novos
produtos que aqui se produziam, aprender novas tecnologias
e novos processos de agricultura.
Entretanto, apesar das guerras, apesar do clima de insegurança,
apesar da necessidade de manter toda a
população em constante estado de alerta e de preparação,
apesar do enorme ónus da defesa no orçamento
anual do estado, os israelitas conseguiram desenvolver
um enorme avanço científico e tecnológico, a
par de um lugar preponderante na cultura, nas artes
plásticas, nas letras, na música, no teatro e no cinema
Dizia-me, em 1969, o filho de um potentado árabe
com quem almocei em Gaza: “Vocês fizeram um erro
tremendo. Nós sabíamos como se vivia bem em Tel
Aviv e nas outras cidades de Israel. A minha irmã,
que vive no Líbano, e tem dois passaportes, tem
conta aberta nas lojas de modas da Rua Dizengoff,
em Tel Aviv. Mas nós dizíamos à população que nessa
cidade as pessoas morriam de fome nas ruas.
Agora vocês abriram-lhes o acesso às vossas cidades.
Eles vão lá e vêem a realidade. Arranjam trabalho,
e ganhando mesmo o que, para vocês, são ordenados
de fome, hoje, até nas aldeias palestinas,
cada casa já tem um frigorífico na cozinha e uma antena
de televisão no telhado. Mas um dia vocês terão
que se ir embora. Então o povo virá exigir de nós a
mesma situação e nós não lhes poderemos dar trabalho.
Vão correr rios de sangue e eu não quero aqui
estar quando isso suceder. Por isso já comprei sete
andares de luxo na Inglaterra.”
Muitos israelitas também atribuíam semelhantemente
ao general Moshe Dayan a responsabilidade por esse
erro. Dizem eles, talvez com razão, que ele deveria
ter aproveitado o resultado favorável da guerra de
1967, para logo ali fazer as pazes com o Egipto e com
a Jordânia, negociando com eles pequenos acertos
estratégicos de território e traçando finalmente uma
fronteira reconhecida, que ainda hoje não existe.
O erro foi feito, e muitos outros se lhe seguiram, alimentando
o extremismo dos fanáticos de ambas as
partes: implantação de colonatos judaicos, por um
lado, e desenvolvimento dos atentados terroristas,
pelo outro.
Então, por alturas de 1971, pela primeira vez se começou
a falar na ideia de um Estado Palestiniano independente.
Pela primeira vez surgiu o movimento
nacionalista palestino.
Pouco tempo depois, quando o presidente Anwar
Saadat, do Egipto, se propôs finalmente a negociar
um tratado de paz com Israel, o primeiro-ministro israelita,
Menahem Begin, ofereceu-lhe a entrega da
Faixa de Gaza, juntamente com a Península do Sinai
ocupada. Sadat declinou terminantemente essa oferta,
ameaçando mesmo anular a proposta de paz, se
os israelitas insistissem em entregar-lhe a responsabilidade
sobre Gaza. Hoje, face ao que está a suceder
na Faixa, podemos compreender por quê!
Também com a Jordânia foi feito um tratado de paz,
o Líbano é teoricamente um país, cuja população anseia
por concretizar a amizade com Israel, mas é dominado
pelos extremistas estrangeiros, que lhe não
permitem. E talvez a Síria um dia se decida finalmente
a deixar normalizar a vida desta região.
Mas o preço que os israelitas pagaram e estão a pagar
pela ocupação é enorme.
Parece um sacrilégio dizer isto face ao sofrimento da
população palestiniana e do ódio que ele criou tanto
nos adultos como nas crianças. Mas o preço mais elevado
para os israelitas talvez não tenham sido os
mortos, nem os atentados terroristas. O que o prolongamento
da ocupação provocou foi uma deterioração
moral interna, sobretudo no seio da juventude,
obrigada a servir o país não numa guerra contra soldados,
mas no seio da população que serve de escudo
aos combatentes palestinianos. Com os anos, que
vão passando os israelitas sentem o crescimento da
violência interna e do crime organizado.
Dizia uma vez Golda Meir, numa daquelas frases que
se dizem para a história, mas que neste caso, sincera
ou não, me parece muito certa: “Nós poderemos
um dia perdoar aos árabes as mortes dos nossos filhos.
Será mais difícil perdoar-lhes o terem obrigado
a mandar os nossos filhos combater contra eles.”
Hoje mesmo, quando vos estou a escrever isto, três
anos depois dos israelitas terem saído unilateralmente
da Faixa de Gaza, as forças do Hamas lançam mísseis
sobre as povoações civis israelitas da região, e,
o que é mais incompreensível, contra os postos de
passagem dos géneros alimentícios, gasolina e medicamentos
que vêem de Israel para a sua população.O
Dia da Independência do Estado de Israel são na realidade
dois dias.
O primeiro é um dia de luto. Soam as sirenes em todas
as povoações para um minuto de silêncio e meditação;
o povo une-se em orações recordando os
milhares de soldados mortos nas guerras. E com eles
as vítimas dos constantes atentados terroristas. As
famílias visitam os cemitérios militares e choram junto
às campas dos seus entes queridos, cujas vidas foram
ceifadas, para que no dia seguinte se possa celebrar
com explosões de alegria, bem justificada,
mais um ano de sobrevivência e de valiosa realização
humana. É um dia de orgulho nacional, pelas sua
realizações, e de festas nas ruas e piqueniques. Sessenta
anos.
Inácio
Steinhardt
em Tel Aviv
para o Blog Rua da Judiaria
Israel hoje e amanhã
14 Tikvá 67 • Abril/Junho Tikvá 67 • Abril/Junho 15
Tikvá 67 • Abril/Junho 17
Ohebraico é a língua oficial do
Estado de Israel, desde 1948,
mas já era falado na região pelos
pioneiros sionistas desde o final do
século passado. O hebraico moderno,
como também é denominado,
foi renovado após um lapso de
1.700 anos de língua escrita e está
fundamentado na concepção da
unidade da língua hebraica e continuidade
dos seus diferentes períodos
literários e históricos.
O hebraico persistiu como língua escrita
por mais de 3 mil anos. Como
língua falada, sobreviveu em muitas
situações diferentes, seguindo o complicado
curso histórico do povo judeu.
O hebraico foi falado em Israel até a
destruição do Segundo Templo de Jerusalém,
no ano 70 d.C. e há comprovações
(as cartas de Bar Cokhbá, no
Museu de Israel), de que, mesmo
após o grande exílio, as comunidades
judaicas que permaneceram em várias
regiões da Terra de Israel continuaram
a utilizar o hebraico, tanto na
comunicação oral como na escrita,
até o ano 200 de nossa era.
Após a grande dispersão, o povo judeu
passou a viver em diversos países
e a falar diferentes idiomas,
mas o hebraico era continuamente
utilizado nas práticas religiosas e na
criação literária, poética, litúrgica e
religiosa.
Durante a Idade Média, essa língua
servia de comunicação entre os rabinos
de diferentes países, que trocavam
correspondência sobre
questões religiosas, constituindo a
vasta literatura de Perguntas e
Respostas denominada de Responsa.
O ideal da transformação da
velha língua hebraica numa língua
para uso corrente e actual surgiu
com os iniciadores do movimento
iluminista judaico, a Haskalá, no
século 18, quando teve início a
pesquisa no sentido de um aproveitamento
do património vocabular
de todas as épocas e adaptações
de formas arcaicas às novas
necessidades.
Foi o escritor satírico Mendele Mokher
Sefarim (Schalom Yaakov Abramovitch,
1853-1917) quem lançou
as bases para um estilo do hebraico
moderno. Mas o renascimento da
fala popular deve-se em grande parte
a Eliezer ben Yehuda (1858-
1922), que provou ser possível empregar
o hebraico em todos os sectores
da vida prática. Paralelamente,
iniciou-se, no Comité de Língua Hebraica,
fundado em Israel, em 1890,
um trabalho de renovação e ampliação
do léxico, criando novos
vocábulos, incorporados pelos falantes
do hebraico daquele tempo.
Foi também esse comité que decidiu
pela adopção da pronúncia sefardita
de hebraico, porque a achavam
mais bela, mais suave e que lembraria
melhor a fala oriental e, talvez,
a fala dos antigos hebreus.
Concluindo, o hebraico antigo transformou-
se numa língua moderna,
corrente e natural, mantendo, entretanto,
as características da linguagem
bíblica e de língua semítica.
O hebraico, língua clássica, altamente
poética, e que serviu durante
17 séculos somente à comunicação
escrita e às práticas religiosas, expressa
plenamente as necessidades
de uma sociedade moderna.
Extratos do texto de Rifka Berezin,
professora titular de Língua e Literatura
Hebraica da USP, autora
do Dicionário Hebraico-Português,
Edusp, 1995.
O HEBRAICO
A língua oficial do Estado de Israel
16 Tikvá 67 • Abril/Junho
Numa noite muito animada, reuniram-se cerca de
40 pessoas para um jantar festivo em comemoração
aos 60 anos de Israel com a presença e intervenção
de Israel Aaron Ram e a sua esposa Edna Ram.
Cerca de uma centena de pessoas estiveram presentes
na sede do Maccabi para participar na festa de 60º
Aniversário do Estado de Israel – o Yom Haatzmaut. A
tarde iniciou com a visita a uma pequena, mas muito
bem organizada exposição sobre Israel foi marcada
realizada pelos jovens do Movimento Juvenil Dor Chadash.
A exposição era composta por 3 temas centrais,
cada um elaborado por uma faixa etária específica,
respectivamente: “ O Conflito Árabe-Israelita e a eterna
esperança de Paz” (7 a 9 anos); “A Sociedade Israelita
Moderna” (10 aos 12 anos) e “A Democracia –
uma das magias de Israel” (13 a 15 anos).
A comemoração do 60 anos de Israel foi marcada por
muita música e dança com destaque para apresentação
das meninas da Lehakat Hamaccabi – grupo de
danças do clube Maccabi dirigido pela Lilian Prist. Foi
uma tarde alegre, divertida de grande integração entre
o público das diversas faixas etárias presentes, tal
como ocorreu nas ruas de Tel Aviv quando da declaração
do Estado de Israel por David Ben. O evento encerrou
delicioso “kibud” com comidas típicas de Israel
e um bolo especialmente confeccionado para a ocasião.
Não faltaram os tradicionais parabéns a nossa
querida Medinat Israel.
Jantar do Maccabi
Country Club
Dia 10 de Maio
Festa da CIL
Dia 11 de Maio
As comemorações pelos 60 anos do Estado de Israel
têm sido embelezadas por belos videoclipes, PPSs,
lindas fotos e canções através do mundo, a começar é
claro, por lá. Além do logotipo (acima),
foi gravada pelo rapper israelita
Subliminal uma “remixagem” da belíssima
música-poema Bat Shishim (60
anos) escrita originalmente para os
60 anos do Kibutz Gueva (e uma
emocionante homenagem às mulheres
de 60 anos), que ficou conhecida na interpretação
do Guevatron (famoso coral do próprio Kibutz Gueva),
que ganhou até uma coreografia especial e adoptada
por vários grupos de harkadah, (dança israelitas).
Subliminal ou Ya’akov “Kobi” Shimoni (filho de
pais refugiados: mãe iraniana e pai tunisiano) e o seu
parceiro de adolescência HaTzel (Sombra), após a Intifada
de 2000, ficaram conhecidos como os criadores do
“Hip hop Sionista”, escrevendo músicas patrióticas. O
remix de Bat Shishim ficou conhecido como “hino” dos
60 anos de Israel – eu prefiro chamar de “música tema”,
porque hino, só HaTikvah.
© Jane Bichmacher de Glasman. Doutora em Língua Hebraica,
Literaturas e Cultura Judaica - USP, Professora
Adjunta, Fundadora e ex-Directora do Programa de Estudos
Judaicos –UERJ, escritora.
Tradução da música Remix Bat Shishim disponível em
http://www.youtube.com/watch?v=Hb9oo2fLtyQ&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=A3k50hmiuOQ c
O Hino dos 60 anos de Independência de Israel
1948/2008
60 Anos da criação
do Estado de Israel
13 Maio – Fnac Colombo
No passado dia 13 de Maio a FNAC do Centro Comercial
Colombo realizou um colóquio por ocasião
do 60º aniversário do Estado de Israel, em torno da
importância deste Estado. Desde sempre ligado a
paixões, argumentos e contra argumentos, tudo em
torno de uma região que é berço de tantas outras
culturas. Foram convidados para este colóquio a
Esther Mucznik, Joshua Ruah e Antonieta Lopes da
Costa que deram algumas pistas sobre o que é, como
se perspectiva o futuro do Estado de Israel, a
sua importância para a região e para o mundo.
Papyrus Bar Kokhba
18 Tikvá 67 • Abril/Junho Tikvá 67 • Abril/Junho 19
Bush
em Israel
Logo após sua chegada para participar das celebrações
do 60º aniversário de Israel, o Presidente George W.
Bush fez a promessa solene de continuar o apoio dos EUA
à Israel. “O objectivo dos Estados Unidos deve ser o apoio
ao nosso mais forte aliado e amigo no Oriente Médio e, ao
mesmo tempo, falar sobre um futuro esperançoso”.
Também deu indicações de que pretende trazer um novo
impulso para a paz entre Israel e os Palestinos durante
sua viagem. Quando discursava num encontro com o Presidente
Shimon Peres, Bush afirmou que os 60 anos de
democracia em Israel são motivo de optimismo para uma
mudança dramática por todo o Oriente Médio. “O que
aconteceu aqui é possível de acontecer em qualquer lugar”.
O Presidente americano expressou algum optimismo
de que poderia atingir um tratado de paz israelo-palestiniano
antes do término de seu mandato, em Janeiro de
2009. Shimon Peres, ganhador do Prémio Nobel da Paz,
apoiou o optimismo em relação a um acordo para o Médio
Oriente, declarando que os israelitas querem trabalhar
com os palestinianos.
Fonte: Notícias da Rua Judaica
Desde há alguns anos, Israel viu-se a braços com uma
onda de refugiados provenientes de África, mais de
3000, a maioria deles originários de Darfur. Atravessaram
o deserto sudanês, cruzaram todo o Egipto e chegaram a
Israel. Destino estranho, o que escolheram, dado que eles
são muçulmanos. Com milhões de quilómetros quadrados
de terras muçulmanas, escolheram o minúsculo Israel –
mais pequeno que o Alentejo – como porto de abrigo. Face
a pressões internacionais, em especial de várias organizações
de direitos humanos judaicas americanas, que se
destacam por serem as mais activas pela causa de Darfur
(como o Museu do Holocausto de Washington), o governo
israelita autorizou a permanência daqueles que conseguiram
entrar no país. Depois de centenas de boat-people
vietnamitas, que em 1977 foram acolhidos em Israel, desta
vez foram refugiados de Darfur, que receberam asilo
político. É uma situação excepcional. São muito poucos os
não-judeus que conseguem receber esse acolhimento em
Israel. E, ainda por cima, estes refugiados cidadãos de um
país hostil e que não reconhece o Estado Hebraico. A lei israelita
nega mesmo o asilo a qualquer cidadão de um “estado
inimigo”, como é o caso do Sudão. O dilema de Israel
era entre permitir a sua estadia, criando um precedente
que poderia gerar um ainda maior fluxo de refugiados em
direcção ao país ou, expulsá-los para o Egipto, o país através
do qual haviam chegado a Israel. E sabendo que no
Egipto muitos refugiados sudaneses foram maltratados e
mortos e outros recambiados para o Sudão, onde o mais
provável era serem fuzilados à chegada, como centenas
de milhar dos seus conterrâneos de Darfur. O mundo continua
a ignorar o drama de Darfur. As Nações Unidas chamam
Israel de sociedade de apartheid. Libelo repetido
também por deputados do Parlamento Europeu, em especial
da extrema-esquerda. Os darfurianos chegados e acolhidos
em Israel, de cujo Estado e de várias ONGs recebem
assistência, incluindo escola para as crianças, são pelo
contrário a demonstração dos valores humanistas da sociedade
israelita. Quantos sudaneses recebeu – ou se
prestou a receber a União Europeia?
Solidariedade
israelita
com refugiados
do Darfur
Homenagem
da cidade de Tel-Aviv
aos homossexuais
exterminados
no Holocausto
O prefeito de Tel-Aviv, Ron
Hudai, anunciou a construção
de um monumento em homenagem
aos mais de 250 mil
homossexuais perseguidos
durante o Holocausto. A forma
triangular do monumento,
que será construído de concreto
no Parque Meir Garden,
fará referência ao triângulo
rosa que homens homossexuais
eram obrigados a usar nas suas roupas durante
o período da II Guerra Mundial como forma de identificação
de condutas “pervertidas” (as mulheres homossexuais
eram obrigadas a usar um triângulo preto).
Fonte: ALEF
No dia 1 de Novembro 2005 mais de 60 anos após
a segunda guerra mundial, a Assembleia-geral
das Nações Unidas adoptou a resolução 60/7, estabelecendo
o Dia Internacional em Lembrança das Vitimas
do Holocausto. Esta comemoração é anualmente
reconhecida no dia 27 de Janeiro, marcando a libertação
do campo Auschwitz-Birkenau no dia 27 de Janeiro
1945.
Consequentemente, Yad Vashem, o museu nacional
do Holocausto em Israel, decidiu iniciar um Congresso
Internacional da Juventude no âmbito das celebrações
do dia Internacional do Holocausto.
Fui convidada pela direcção da CIL a participar neste
congresso entre dia 25 de Janeiro até dia 30. Eu e
outra representante portuguesa, fomos para Israel
para representar Portugal. O evento tinha como objectivo
informar e alertar a nova geração sobre os
acontecimentos do Holocausto.
Jovens de 62 países e 5 continentes reuniram-se
então na Escola Internacional Yad Vashem para Estudos
do Holocausto, num intenso seminário que durou
3 dias. Com idades compreendidas entre os 17 e 19
anos e incluindo entre nós Cristãos, Judeus, Muçulmanos
e Budistas, falando 30 línguas diferentes, todos
falamos sobre a importância de lembrar o Holocausto
e o seu significado nas gerações futuras.
Haviam países tão diversos como o Senegal, Marrocos,
Austrália, Tailândia, Nepal, China, Gambia, Canada,
Polónia, França, Reino Unido, Turquia, Guatemala,
Portugal, e os Estados Unidos. O congresso,
patrocinado pela UNESCO, foi dedicado ao estudo do
Holocausto e a sua importância global.
No primeiro dia da conferência, tivemos a oportunidade
de visitar o Museu Histórico do Holocausto e o
Vale das Comunidades e ainda participamos na cerimónia
memorial do Holocausto. A sessão de abertura
do congresso teve a participação da Ministra da
Educação Yuli Tamir, o director do Yad Vashem Avner
Shalv, a Directora da Escola Internacional para os Estudos
do Holocausto Dorit Novak, e ainda o Director-
Geral da UNESCO Koïchiro Matsuura. É importante
relembrar as palavras inspiradoras da Professora Tamir
“estamos a lembrar para o bem do futuro, acreditamos
que o futuro é determinado pela forma com
que compreendemos o passado.”
No segundo dia continuamos o nosso percurso com
uma visita à avenida dos Justos das Nações. Nesta
avenida cada árvore ou qualquer planta foi dedicada
a um corajoso Justo que se sacrificou para ajudar os
perseguidos. No Museu havia também um espaço devotado
a estas pessoas impressionantes. Foi emocionante
ver Aristides de Sousa Mendes entre os muitos
Justos. Cada indivíduo é uma fonte de esperança, um
exemplo a seguir, uma fonte de inspiração para os
valores da humanidade que podem ser resumidos
com uma frase, “Aquele que salva um ser humano é
como aquele que salva o mundo inteiro.”
Terminámos o segundo dia com palestras e debates
incluindo a palestra dada pela Ministra dos Negócios
Estrangeiros Tzipi Livni. Tivemos também a oportunidade
de ouvir as histórias inspiradoras de sobreviventes
do Holocausto.
No último dia, continuamos a nossa visita pelo campus,
onde podemos visitar um dos monumentos mais
belos e significativos do museu. Ao entrar para este
monumento foi-nos dito que não podíamos fazer barulho,
para estarmos preparados e concentrados. Era
a museu para lembrar as crianças que morreram nos
vários campos de concentração. Foi muito emocionante
pois era um monumento simples, escuro com
luzes pequenas que nos deixava interpretar o significado
do monumento à nossa própria maneira.
Neste mesmo dia tivemos um encontro com o Presidente
do Estado de Israel Shimon Peres e tivemos o
privilégio de fazer algumas perguntas sobre a sua
opinião do Holocausto. Houve então uma cerimónia
de encerramento deste congresso com a participação
dos embaixadores dos países representados.
Esta experiência não foi só importante para o meu
conhecimento do Holocausto mas também para melhor
conhecer a vida em Israel. Tivemos a possibilidade
de fazer uma visita pela cidade de Jerusalém, o
Mar Morto e ainda uma visita imprevista a Tel Aviv
por causa da queda rara de neve em Jerusalém.
Uma rica
experiência
Por Vivian Bernfeld
E S P A Ç O A B E R T O
Discurso na presença do Presidente
do estado de Israel, Shimon Peres
A C O N T E C E U N O M U N D O
20 Tikvá 67 • Abril/Junho Tikvá 67 • Abril/Junho 21
Entre 1948 e 1968, cerca de
850 mil judeus foram forçados
a abandonar os países árabes onde
viveram por vários séculos
No que pode ser o começo de
uma mudança importante na política
dos Estados Unidos, o
Congresso Norte-Americano
aprovou a Resolução 185 da Câmara
dos Representantes, que
concede o primeiro reconhecimento
de todos os tempos a refugiados
judeus de países árabes.
Antes, todas as Resoluções sobre
refugiados do Médio Oriente referiam-
se apenas aos palestinianos.
A Resolução agora aprovada afirma
que o governo norte-americano
reconhece, a partir de agora,
que todas as vítimas do conflito
israelo-árabe devem ser tratadas
igualmente. Preconiza ainda que
o Presidente e funcionários dos
EUA, que participem em discussões
sobre o Médio-Oriente,
se assegurem de que qualquer
referência a refugiados palestinianos
deve: "também incluir uma
referência igualmente explícita à
resolução da questão dos refugiados
judeus de países árabes". A
aprovação desta Resolução é a iniciativa
norte-americana até hoje
mais forte sobre os direitos de refugiados
judeus que foram desalojados
de países árabes. A
Res.185 enfatiza o facto de que
judeus que viviam em países
árabes foram alvo de violações de
direitos humanos, expulsos de
suas casas e feitos refugiados.
Stanley Urman, Director Executivo
da organização 'Justiça para
Judeus de Países Árabes' declarou
que, "O Congresso restabeleceu a
verdade sobre a narrativa do Médio-
Oriente, recomendando um
tratamento equitativo para todos
os refugiados do Médio-Oriente.
Apenas deste modo pode haver
um movimento da verdade para a
justiça, da justiça para a reconciliação,
e da reconciliação para a
paz - entre todos os povos e estados
na região".
Fonte: Jornal Alef
Memorial
do Holocausto
em Berlim realiza
grande concerto
OMemorial do Holocausto em
Berlim foi palco de um
concerto ao ar livre, quando vai
comemorar três anos de sua
inauguração. No passado dia 09
de Maio, a orquestra Kammersymphonie
de Berlim apresentou
pela primeira vez em todo o
mundo uma peça experimental
do compositor Harald Weiss. Os
músicos espalharam-se entre as
2.711 lajes de concreto cinza
que formam o monumento, e a
plateia andou livremente por
eles. O memorial custou
US$43.6 milhões em valores actuais
e fica aberto 24 horas.
Mais de oito milhões de pessoas
visitaram o local desde a sua
abertura e cerca de 3000 convidados
estiveram presentes no
concerto, que foi gratuito.
OPresidente da Comissão
Europeia, José Manuel
Durão Barroso e o Grão-Rabino
da Grã-Bretanha e Reino Unido,
Sir Jonathan Sacks, conduzirão
uma cerimónia de dedicação
solene da sinagoga de La
Régence, a mais importante sinagoga
de Bruxelas, como a
“Grande Sinagoga da Europa”.
O evento, que terá lugar a 4 de
Junho, será acolhido pela
Conferência de Rabinos Europeus
(CER), um organismo que
representa os Grão-Rabinos da
Europa. O tradicional serviço
litúrgico da dedicação contará
com a participação do cantor
mundialmente conhecido, Benjamin
Muller, acompanhado pelo
coro da União Europeia. Incluirá
também a leitura, em holandês
e francês, de uma
oração pela Europa elaborada
especialmente para o efeito e o
descerramento de uma placa
na sinagoga pelo Presidente
Barroso. A cerimónia, que
contará com a presença de numerosos
rabinos de países europeus,
representantes de instituições
da EU, da sociedade
civil belga e do corpo diplomático
em Bruxelas, será conduzida
pelo Grão-Rabino da Sinagoga,
Albert Guigui. A Grande Sinagoga
de Bruxelas, localizada
na Rue de La Régence, no centro
da capital belga, foi projectada
pelo arquitecto Desere De
Keyser e terminada no ano de
1878. O edifício alberga diversas
organizações judaicas, incluindo
o Consistoire e a Comunidade
Judaica de Bruxelas. Em
Bruxelas vivem cerca de
20.000 Judeus.
EJP
Refugiados judeus
de países árabes
serão reconhecidos
Dedicação da Sinagoga de Bruxelas
como Grande Sinagoga da Europa
16 anos
de impunidade
O tempo passa e as pessoas esquecem-
se... Em 17 de março,
completaram-se 16 anos do
ataque covarde contra a embaixada
de Israel em Buenos Aires. Na
versão oficial, às 14:45 uma carrinha
Ford F100 com cerca de 300
kg de explosivos
galgou a
calçada e ficou
a 2 metros da
parede da embaixada,
quando
o terrorista
suicida accionou o detonador. 250
pessoas ficaram feridas e 21 morreram:
9 judias e 12 cristãs. Até
hoje, assim como no caso da
AMIA, não houve vontade de se
apurar e investigar correctamente
este crime. Nenhum suspeito
consistente foi apontado. Apenas
um diplomata iraniano está arrolado,
pela justiça argentina, neste
crime e também na destruição da
AMIA em 1994.
Fonte: Fierj Digital
Faleceu
o comandante
do “Êxodus”
Yossi Harel, comandante do
"Exodus", o navio que levou para
a Palestina, em 1947, 4.500
sobreviventes do Holocausto,
morreu em Israel aos 90 anos.
Harel coordenou as operações
clandestinas realizadas entre
1945 e 1948 que transportaram
cerca de 24.000 imigrantes judeus
a bordo de quatro barcos,
um deles o "Exodus". O navio
de Harel transportou um terço
dos refugiados judeus que chegaram
ilegalmente à Palestina
naquela época.
GUETO DE VARSÓVIA
O chefe do Estado-maior do Exército de Israel (IDF), Gabi Ashkenazi,
disse que Israel e o IDF são as respostas ao Holocausto,
quando discursou no ‘bunker’ de Varsóvia-Polónia, onde Mordechai
Anielewicz e o seu grupo conduziram a insurreição contra os
nazis em 1944. Ashkenazi também falou sobre a significado da
revolta do Gueto de Varsóvia para os soldados israelitas.
“O ponto principal da história do Gueto de Varsóvia é de extrema
importância para os soldados combatentes de Israel, portanto,
aqui estamos para prestarmos a nossa homenagem e saudar
estes heróis que, apesar
da fragilidade de suas forças e de serem civis sem nenhum treino
militar, simplesmente se levantaram, agiram e lutaram” afirmou
Ashkenazi.
O chefe do IDF colocou uma coroa de flores e o rabino chefe do IDF,
General Brigadeiro Avi Ronsky, rezou o “El Maleh Rachamim”, que
é a prece judaica em homenagem aos mortos. Ashkenazi liderou a
“Marcha da Vida” em Auschwitz e Birkenau, que reuniu mais de
10.000 participantes provenientes de todo o mundo.
22 Tikvá 67 • Abril/Junho Tikvá 67 • Abril/Junho 23
A C O N T E C E U N O M U N D O
Aheroína polaca Irene Sendler morreu no passado
dia 13 de Maio de pneumonia, num
hospital da Polónia, aos 98 anos. Os horrores do
Holocausto ainda permaneciam vivos na memória
de Irena, que com um pequeno grupo de
amigos teve o mérito de conseguir retirar e salvar
2.500 crianças judias do Gueto de Varsóvia.
Sendler foi uma das primeiras pessoas a ser
agraciada com a mais alta honraria do Yad Vashem
– o Memorial do Holocausto de Israel, sendo
declarada em 1965 como uma “Justa entre as
Nações” (Righteous Gentile), que com o risco de
sua própria vida salvou judeus durante o Holocausto.
Mas foi somente nos seus anos dourados,
que foi reconhecida pelo governo polaco
que, juntamente com grupos de sobreviventes
do Holocausto, a indicaram como candidata ao
Premio Nobel da Paz, após décadas de esquecimento.
A história
de Sendler e
suas ligações
com a comunidade
judaica, começaram
nos arredores
de
Varsóvia onde,
ainda menina, foi
ensinada pelo
seu pai que as
pessoas não deveriam
ser julgadas
com base na raça, religião ou nacionalidade.
Isto ela declarou, numa entrevista em 2004, para
o Jerusalem Post. “O que eu fiz teve raízes na
casa da minha família” afirmou Sendler.
Fonte: Notícias da Rua Judaica
Em memória de Irena Sendler
A generosidade do Príncipe Carlos
Membros da
comunidade
judaica de
Cracóvia na
Polónia reuniram-
se com dignitários
e
convidados de
todo o mundo,
para marcar a
abertura do novo
Centro Comunitário
Judaico
pelo Príncipe Charles, e sua esposa Camilla. O casal
real colocou a mezuzah no batente da porta, antes
de descerrar a placa comemorativa. O grão-rabino
da Polónia, Michael Schdirch, oficiou a cerimónia dizendo:
“A comunidade judaica da Polónia sofreu privações
inimagináveis através dos séculos. No passado
foi uma das maiores comunidades judaicas do
mundo, actualmente é uma das menores. Entretanto,
graças à ao casal real, a comunidade da Cracóvia,
que era um centro vibrante da vida judaica,
agora tem uma chance verdadeira de retornar à sua
antiga glória”. Numa visita a Cracóvia em 2002, o
Príncipe Charles tinha-se comovido com a dedicação
dos membros idosos que restam da comunidade judaica
e no seu retorno a Inglaterra, contactou o
World Jewish Relief (WJR) que é uma entidade de
caridade baseada em Londres, para o auxílio às comunidades
judaicas ao redor do mundo que estejam
em risco ou em crise, e o plano para a construção de
um centro comunitário tomou vida. “Muitas pessoas
vieram e prometeram-nos um futuro, mas o Príncipe
e o World Jewish Relief prometeram e hoje a cerimónia
mostra que também realizam e nós estamos
muito gratos por isto”, disse Tadeusz Jakubowicz,
Presidente da Comunidade Judaica de Cracóvia.
Neonazi condenado
O Tribunal Administrativo de Erding (Alemanha)
condenou o neonazi Horst Mahler, de 72
anos, a dez meses de prisão. Durante uma entrevista
à revista Vanity Fair, ele cumprimentou
o seu entrevistador com um "Heil Hitler,
Herr Friedman" e, durante a conversa, qualificou
Adolf Hitler de "redentor do povo alemão",
além de ter negado o Holocausto.
“O Sétimo Selo”
No passado dia 23 de Março,o jornalista
José Rodrigues dos Santos esteve
mais uma nez no nosso clube
para divulgar o seu mais recente sucesso
literário “ O Sétimo Selo “. O
convidado apresentou a obra, respondeu às perguntas
das várias pessoas presentes e terminou a
tarde com uma sessão de autógrafos.
VI Tennis Cup Bratislava
realizado de 13 a 16 de Março
O nosso Maccabi Portugal foi o
grande campeão
Torneio de singles e pares nas categoria até 40 anos
e acima de 40 anos. Cerca de 19 jogadores de 8
países.
PARABÉNS AOS NOSSOS ATLETAS CAMPEÕES:
Sergio Aragão
(Single/Simple)
- Final contra Inglaterra
- Categoria Acima 40
Anos
Arnaldo Grossman
e Sergio Aragão
- Final contra a Áustria
- Categoria Acima 40
Anos
Seder de Pessach
do Maccabi
Durante o mês de Abril, o Maccabi
Country Club realizou um seder de
Pessach que congregou e reuniu
dezenas de sócios e as suas famílias,
numa noite muito agradável
em que se transmitiu aos nossos
jovens as sagradas tradições desta
tão importante festa do nosso
calendário judaico,
EMFT - European Maccaby Football Trophy
Torneio de Futsal
Para categoria masters comnidade a partir dos 35 anos
O nosso Macabbi Portugal
esteve lá e brilhou !
Uma pequena comunidade,
uma
grandiosa prestação
e um honroso
e histórico
3º lugar e a entrada
definitva do
nosso Maccabi
Portugal no mapa
do desporto na
Europa. Enfrentando equipas de grande tradição
neste torneio e no cenário “judaico-desportivo”, Portugal
conseguiu o grande feito de ser a única equipa
a vencer a Alemanha – actual bicampeã deste torneio.
Também fomos os únicos a receber o troféu
“Yehudá” – de melhor espírito macabeu e também a
única equipa a receber um troféu de fairplay por não
termos recebido nenhum cartão de advertência ou
punição durante o todo torneio realizado de 1 a 4 de
Maio em Madrid, e que contou também com a participação
da anfitriã Espanha e da Inglaterra.Para além
do surpreendente resultado no campo desportivo é
de salientar o excelente convívio e harmonia do grupo
de Portugal que reuniu para além dos 11 atletas,
mais 13 familiares. Saiba tudo deste evento em
http://www.cilisboa.org/act_macabi.htm
Presidente do Maccabi
é recebido no clube
“A Hebraica”
de São Paulo
O Arnaldo Grossman - Presidente do nosso Maccabi
Country de Club de Portugal, esteve no Brasil a negócios
durante o mês de Maio, quando teve a oportunidade
de visitar a sede do clube “ A Hebraica” em São
Paulo, considerado um dos maiores centros comunitários
da América Latina e do mundo com cerca de
30.000 sócios e uma frequência diária de cerca de
3.000 pessoas.Foi recebido com todo carinho e
atenção pelo presidente do clube e boa parte da sua
direcção. Na ocasião, foi também homenageado por
Luis Goldfarb - Director de Religião, tendo sido levado
a Thorá durante uma cerimónia de Bar Mitzvá realizada
na Sinagoga do clube, momento este de grande
emoção perente os cerca de 300 comvidados ali
presentes. Foram também estabelecidos importantes
contactos no intuito de se realizar num futuro próximo
um possível intercâmbio entre os clubes das duas
comunidades.
O Maccabi é a sua casa! Informações: 21 911 11 88
24 Tikvá 67 • Abril/Junho Tikvá 67 • Abril/Junho 25
Imaginem por um instante o
mundo sem o Estado de Israel.
Um mundo na imensidão do qual
o Povo Judeu não tivesse um lugar
em que, ao chegar, mesmo que de
visita, se sentisse “em casa”.
Um mundo no qual a “Terra Prometida”
não passasse de uma
oração ou prece.
Não é preciso ir muito
longe para imaginar tudo
isto. Lembrem-se de
60 anos atrás e verão o
que havia naquele lugar
e o que hoje lá
existe.
Desde a sua independência,
em 1948,
Medinat Israel é a única
democracia do Médio Oriente que deu asas à diversidade
mantendo essencialmente a liberdade
religiosa e a de expressão,
tendo o seu
parlamento, o
“knesset”, como um
coração palpitante
no centro do país.
120 parlamentares
eleitos pelo povo,
juntos numa mesma
sala – a Direita e a
Esquerda, Judeus
e Muçulmanos,
Druzos e Cristãos,
novos imigrantes e
veteranos.
O Estado pagou um
preço muito alto pela
sua existência naquela
região, e por isso também
neste aniversário não podemos
esquecer todos aqueles que
deram as suas vidas para que
Israel chegasse até aqui.
Nestes 60 anos, Israel não mediu
esforços na tentativa de alcançar
a tão almejada paz com
os seus vizinhos.
Assinou acordos de paz com
o Egipto e a Jordânia e hoje está
no meio de um processo de negociação
com a liderança palestiniana moderada,
na tentativa de
por fim ao conflito.
Sem dúvida,
o desafio dos actuais
líderes é de
tentar neutralizar
de alguma
forma a ameaça
na região que
vem dos radicais
que se recusam a reconhecer os
direitos democráticos de Israel, bem como a
sua soberania enquanto
nação.
O Governo de
Israel tem como
objectivo
manter as suas
expectativas
nas negociações
com a liderança
palestiniana que
crê no diálogo e
na solução de um estado que viva em paz ao
lado do Estado de Israel e que, ao mesmo
tempo, combata os lançamentos de mísseis
עוד לא אבדה תקוותנו
Ainda não se perdeu
a nossa esperança
pelo Hamas contra a população israelita.
Mesmo tendo tido praticamente uma guerra ou
conflito por cada década de existência, o país
não deixou de se desenvolver e crescer em vários
sectores, sendo modelo e referência para
muitos países do Mundo.
Israel possui hoje uma próspera base de conhecimentos
em economia, mantendo boas relações
comerciais com diferentes países. Empresas israelitas
são hoje reconhecidas pela sua próspera
exportação, bem como no desenvolvimento de
novas tecnologias na área do Hi –Tech e telecomunicações,
energia solar, na agricultura, no
combate à desertificação, no tratamento da
água, entre outros.
Com uma vida cultural vibrante, Israel proporciona
aos seus habitantes uma vida rica nas artes,
dança, teatro, cinema, música etc…, tendo em todo
o país universidades e faculdades que formam
anualmente profissionais em diversos sectores.
Apesar de todas as dificuldades no seu caminho,
absorveu mais de 3 milhões de imigrantes desde
1948, proporcionando-lhes condições para uma
melhor “klitá” (absorção), através de centros de
absorção e Ulpanim que ensinam a língua hebraica
facilitando assim o processo de integração e
tornando-os parte da sociedade israelita.
O país recebe milhares de turistas anualmente
vindos de todas as partes do mundo, em busca
dos lugares sagrados, arqueológicos, das belezas
naturais e arquitectónicas mantendo assim
a rotatividade de pessoas de forma dinâmica
naquela região. Israel lidera em gastos com pesquisa
e desenvolvimento em proporção ao PIB
(4,2%), especialmente na alta tecnologia.
O amplo desenvolvimento da alta tecnologia,
que teve início nos anos 90, alimentou o impressionante
crescimento económico, mas também
acarretou diferenças sociais.
É um grande desafio hoje tomar medidas para
reduzir esse desnível social.
É certo, Israel ainda está longe da perfeição.
Existem ainda obstáculos e desafios no âmbito
da sociedade, da segurança, da economia, da
educação, entre outros.
Mas o povo em Israel é um povo forte, perseverante
e, unido, tem a força para enfrentar todos
estes desafios. É claro que isto leva seu tempo,
necessita de muito esforços… mas é possível.
Basta olhar 60 anos para trás… o que éramos!?
E hoje o que somos….
Os nossos votos de prosperidade, felicidade e realizações.
Que seja a vontade do Todo Poderoso,
que o Estado de Israel marche em direcção a um
futuro prometedor em direcção à paz tão necessária
para aquele país e para toda a humanidade.
Moré Laercio Pintchovski
Ilustrações feitas pelos jovens alunos do curso de Hebraico
D E P A R T A M E N T O D E E N S I N O J U D A I C O
Colónia de Férias
1ª Semana
30 de Junho a 4 de Julho
2ª Semana
7 de Julho a 11 de Julho
3ª Semana
14 de Julho a 18 de Julho
4ª Semana
21 de Julho a 25 de Julho
26 Tikvá 67 • Abril/Junho Tikvá 67 • Abril/Junho 27
R E L I G I Ã O
Acabamos de festejar a nossa festa mais importante,
PessaH, momento que celebra o nascimento da
nação de Israel. A saída do Egipto teve, no programa Divino,
o fim de levar o povo de Israel à recepção da sua
constituição no Monte Sinai. A revelação no Monte Sinai,
o episódio central de todo o judaísmo, foi única na história
religiosa da humanidade. Outras religiões afirmaram
de ser religiões reveladas, mas quase sempre a revelação
era dum só indivíduo. Só no judaísmo a revelação
de D-us foi não só para um indivíduo ou um grupo de
eleitos, mas para toda uma nação, jovens e velhos, homens
e mulheres e crianças, justos e
“ainda não” justos.
Desde o princípio os Israelitas sabiam
que algo sem precedentes tinha
acontecido no Monte Sinai, e
Moisés o expressou 40 anos depois
da seguinte forma:
32 Agora, pois, pergunta aos
tempos passados que te precederam
desde o dia em que
Deus criou o homem sobre a
terra, desde uma extremidade
do céu até a outra, se aconteceu
jamais coisa tão grande
como esta, ou se jamais se ouviu
coisa semelhante?
33 Ou se algum povo ouviu a
voz de Deus falar do meio do fogo, como tu a
ouviste, e ainda ficou vivo? (Deut. 4)
Para os grandes pensadores judeus da Idade Media o
sentido disto era primariamente epistemológico:
criou certeza e tirou a dúvida. A autenticidade duma
revelação dum só indivíduo pode ser posta em discussão.
Mas uma revelação experimentada por
milhões, não, como argumenta o rabi Iehuda Levi no
Cuzari (cap. 1 par. 88). D-us “mostrou-se” em público
para remover quaisquer suspeitos de que esta experiência
não fosse genuína.
De qualquer forma, olhando à história da humanidade
até aquela altura, podemos notar que o sentido da
revelação do Monte Sinai não tem só um sentido religioso,
mas também um politico. No Monte Sinai um
novo tipo de sociedade, um novo tipo de nação estava
a ser formado, um que ia ser a antítese do Egipto,
onde a minoria tinha o poder e a maioria era escravizada.
No monte Sinai os filhos de Israel pararam
de ser um grupo de indivíduos e começaram a
ser um corpo político. Uma nação de cidadãos sob a
soberania de D-us cuja constituição é representada
pela Bíblia e cuja missão é ser “um reino de sacerdotes
e uma nação santa”.
Hoje em dia estudos típicos da historia da politica
nomeiam mo pilares o Jean Jaques Rousseau, Karl
Marx ou A Republica de Platão e as Politicas de
Aristóteles ou o modelo de Polis, a Cidade-Estado
Grega, especialmente Atenas do quarto século antes
da era comum. Isto é um erro e uma injustiça à
história. É certo que a palavra “democracia”, governo
do povo, tem origem grega.
Mas se temos de olhara ao nascimento da era moderna,
a Thomas Hobbes ou John Locke na Inglaterra ou
os patriarcas fundadores da América, as obras com a
qual eles estavam em constante dialogo não eram as
obras de Platão ou de Aristóteles, mas o Tanach, a Bíblia!
No “Leviathan” o opus magnum de Hobbes, ele
cita a Bíblia bem 657 vezes!
Muito antes dos filósofos gregos e
muito mais profundamente, no
Monte Sinai, o conceito de sociedade
livre nasceu. Três momentos daquele
acontecimento forma cruciais:
O primeiro foi que muito antes de
entrar na terra que ia representar
o seu território, e antes de adquirir
o próprio sistema governamental,
os Israelitas, entraram num
pacto dominante com D-us. Aquela
aliança chamada Berit Sinai,
pôs limites morais ao exercício do
poder. A Torá estabeleceu pela
primeira vez naquela época a precedência
do direito sobre o poder.
Qualquer governante que estava
a comportar-se de forma contrária à Torá estava a
agir de forma arbitrária e podia ser desafiado. Este é
o primeiro ponto da política Bíblica.A democracia do
modelo grego sempre teve uma fatal debilidade, como
o expressou o historiador Anglo Italiano Lord Acton
(que além de ser um dos pensadores aos quais
mais me inspiro, é também originário “da minha terra”
de Nápoles!):
“ (o que levou Atenas à derrota foi que) Não havia nenhuma
lei superior a aquela do Estado. O legislador estava
por cima da lei”. Pelo contrário, no judaísmo, os
profetas eram mandados para desafiar a autoridade do
rei se esta ia contra os princípios Bíblicos. Ou seja, os
indivíduos tinham o poder de desobedecer a ordens ilegais
ou imorais. Só por isso, a aliança do Monte Sinai,
deve ser considerada como o maior passo no longo caminho
em direcção duma sociedade livre.
O segundo ponto-chave pode ser encontrado no prólogo
à aliança onde D-us diz a Moisés:
3 Então subiu Moisés a Deus, e do monte o Senhor
o chamou, dizendo: Assim falarás à casa de
Jacó, e anunciarás aos filhos de Israel:
4 Vós tendes visto o que fiz: aos egípcios, como
vos levei sobre asas de águias, e vos trouxe a mim.
5 Agora, pois, se atentamente ouvirdes a minha
voz e guardardes o meu pacto, então sereis a
minha possessão peculiar dentre todos os povos,
porque minha é toda a terra;
O Nascimento do Povo de Israel
como Entidade Politica
e a Revelação do Monte Sinai
6 e vós sereis para mim reino sacerdotal e
nação santa. São estas as palavras que falarás
aos filhos de Israel.
7 Veio, pois, Moisés e, tendo convocado os anciãos
do povo, expôs diante deles todas estas
palavras, que o Senhor lhe tinha ordenado.
8 Ao que todo o povo respondeu a uma voz: Tudo
o que o Senhor tem falado, faremos. E relatou
Moisés ao Senhor as palavras do povo. (Êxodo 19)
O que é que quer dizer este traço? Quer dizer talvez
que até o povo não expressar o próprio consenso, a
revelação não pode começar? Não há nenhum governo
legítimo sem o consenso do governado, nesta
passagem paradoxalmente, nem se o Governo é o
mesmo D-us! Em verdade os sábios no Talmude tiveram
dúvidas sobre a pergunta se a aliança do
Monte Sinai tinha sido aceita livremente ou não. De
qualquer forma, o judaísmo encara a priori a ideia,
muito inovativa para aquela altura e infelizmente
nem sempre cumprida, que o D-us livre deseja a reverência
livre dos livres seres humanos, conforme
disseram os sábios do talmude:
“D-us não age tiranicamente para com as suas
criaturas” (Talmude babilónio, Tratado Avodá Zará 3a)
O terceiro ponto, também inovativo, foi que as
partes nesta aliança eram “todo o povo”, homens,
mulheres e crianças, conforme vimos:
8 Ao que todo o povo respondeu a uma voz:
Tudo o que o Senhor tem falado, faremos. E relatou
Moisés ao Senhor as palavras do povo.
(Êxodo 19)
Este princípio é enfatizado mais tarde também pela
Mitzvá de Hakhel, a cerimónia que se celebra cada
sete anos na qual se renova a aliança tomada no
Monte Sinai, o rei (ou o presidente) em frente a todo
o povo lê todo o Torá. A Torá especifica claramente
que todo o povo deve juntar-se para esta cerimónia:
12 Congregai o povo, homens, mulheres e pequeninos,
e os estrangeiros que estão dentro das
vossas portas, para que ouçam e aprendam, e temam
ao Senhor vosso Deus, e tenham cuidado
de cumprir todas as palavras desta lei; (Deut. 31)
Cerca de 1000 anos depois, quando Atenas experimentou
a democracia, apenas uma parte limitada da
sociedade tinha direitos políticos. Mulheres,
crianças, escravos e estrangeiros eram excluídos.
Conforme as palavras dos sábios, quando D-us estava
por revelar a Torá no Monte Sinai, disse a Moisés
de consultara antes as mulheres e logo os homens:
3 Então subiu Moisés a Deus, e do monte o Senhor
o chamou, dizendo: Assim falarás à casa de
Jacó, e anunciarás aos filhos de Israel: (Êxodo 19)
“Assim falaras á casa de Jacob” estas eram as mulheres;
“e anunciaras aos Filhos de Israel” estes
eram os homens. (Mechilta de Rabi Ishmael, Parashat
Itro 2)
A Torá, a constituição do Povo de Israel, inclui todos.
Há muito mais para dizer sobre a teoria política da
Torá, mas uma coisa é clara: com a revelação do Monte
Sinai, algo sem precedentes entrou no horizonte
humano, algo que demorou muito antes de ser completamente
entendido. Abraham Lincoln expressou isto
de forma impecável quando disse:“Uma nova
nação, concebida em liberdade, e dedicada à proposição
que todos os homens forma criados iguais”.
(Abraham Lincoln).
No Monte Sinai, a politica da liberdade nasceu.
Rabino Eliezer Shai di Martino
Mitzvá em Pessach
Com a devida coordenação do
Rabino Elizer Shai di Martino
da Cil e a colaboração do
próprio e de vários outros
correligionários, conseguimos
cumprir umas das
grandes mitzvot na noite do
Seder de Pessach que é a de proporcionar
àqueles que não têm a oportunidade
de o celebrar, a grande alegria de estar entre
pessoas queridas.
Quando recebemos um “oreach” (visitante) nos
nossos lares, conseguimos proporcionar-lhe a possibilidade
de cumprir a mitzvá de “vehigadeta levinchá”
(“e relatarás ao teu filho”) – narrando todos
juntos com júbilo as grandes passagens da
Hagadá. Toda Rabá a todos que contribuíram para
esta nobre iniciativa!
Abastecimento de produtos
“Casher Le Pessach” 5768
Este ano, para evitar quaisquer inconvenientes aos
nossos membros, pusemos novamente em prática
de forma atempada um sistema de reserva
de produtos Casher Le Pessach,
para o qual contamos com
a colaboração do El Corte Inglês. Este
sistema foi alvo dos maiores elogios e agradecimentos,
pois felizmente decorreu de forma exemplar.
Obras do Mikvá
Com imensa alegria e satisfação
comunicamos que as obras do
novo mikvê iniciaram no passado
dia 28 de Abril e estão a decorrer
de forma absolutamente tranquila e dentro dos
prazos previstos.
Grupo
de Estudos
sobre a Parashá
da semana
• Objectivo: Iniciação aos temas contidos
na parasha (e Haftará)
• Enfoque deste ano: Relação entre
a parasha e a liturgia
• Método: Exposição interactiva
(perguntas nos 2 sentidos)
Todas as 6ªs Feiras - às 18 hs (1 hora antes do Cabalat Shabat)
na Sala de Estudos Isaac Joanes - na Sinagoga com Alain Hayat
Participe nos Serviços Religiosos
da nossa Comunidade
6ªs feiras às 19h00 Sábados às 9h00
Venha e traga toda a sua família !
Actividades Sociais e Culturais
Movimento Juvenil Dor Chadash de Lisboa - Ano VII
A cada semana um novo participante! Mais de 80 jovens já participam. Agora só falta você !
Actividades todos os domingos, das 15h30 às 18h30 no Maccabi Country Club
Jovens e crianças a partir dos 3 anos | Participação: 5 € por semana
Descontos especiais na compra de senhas antecipadas
Coral Etz Chaim - Ano VI Coral Musical representativo da CIL
Para adultos entre os 20 e os 60 anos
Encontros semanais - às 3 ª e 5ª feiras, das 19h00 às 20h30 - Monte Olivete
UPEJ - União Portuguesa de Estudantes Judeus
Super actividades mensais para jovens entre os 18 e 30 anos
upej@cilisboa.org
DANÇA ISRAELITA NO MACCABI
Sempre com novas danças e coreografias do folclore israelita!
TODOS OS DOMINGOS NO MACCABI
DAS 18H30 ÁS 19H30 - LEHAKAT HAMACCABI | GRUPO DE DANÇAS - COREOGRAFIAS
PARA JOVENS DOS 12 AOS 25 ANOS
DIRECÇÃO: LILIAN PRIST
ATENÇÃO ! NÃO SÓCIOS DO CLUBE PAGAM UMA TAXA ESPECIAL DE PARTICIPAÇÃO !
Mais informações e inscrições através da nossa secretaria.
Participe nas actividades e eventos da nossa Comunidade, pois a nossa Comunidade é você.
A S N O S S A S A C T I V I D A D E S
28 Tikvá 67 • Abril/Junho
Grupo Guil Hazaav - Ano VI (Idade de Ouro)
Não perca mais tempo ! Venha participar connosco !
Actividades Especiais Permanentes (música, ginástica, palestras, passeios ...)
Para adultos a partir dos 60 anos | Encontros semanais às 4ªs feiras, das 15h30 às 17h00
Sede no Monte Olivete | Participação: 5,00 €
MACCABI COUNTRY CLUB
3ª a 6ª Feira - Das 9h00 às 17h00
Tel: 21 9111188 - Tratar com Rosina | maccabi@netcabo.pt
Tratar com Rosina
situação peculiar perante o Homem, Deus e o Universo.
Unidos por tão bizarra combinação de espiritualidade
e mundanismo, mestre e discípulo percorrerão
uma vasta e vibrante América, onde se
cruzam com pecadores, ladrões e vilões, desde o
Ku Klux Klan do Kansas até à máfia de Chicago. A
ascensão de Walt à fama e à fortuna espelha, em
última instância, a passagem da América à maioridade;
a capacidade de adaptação e resistência de
ambos é constantemente posta à prova, numa
história que pode ser a de cada um de nós.
As filhas de Rashi
– Jovehed
Maggie Anton Editor
Bertrand Editora | 448 pp
ISBN: 9789722516389
Em 1608, Salomon Bem Isaac
regressa à sua aldeia natal em
França, para tomar conta da
família e gerir a herança judaica.
Começa em segredo a
ensinar às filhas a leitura e interpretação
do Talmude. Jovehed,
a mais velha das suas três filhas, desafia o
seu espírito e a sua mente com a sua inteligência
brilhante. Á medida que os progressos de Jovehed
avançam ela terá de escolher entre um
casamento feliz e o estudo do Talmude.
Israel, ontem e hoje
Esther Mucznik
e Joshua Ruah
(Coordenação)
Editora Difel
Colecção Sociedade em Debate
ISBN: 978-972-29-0849-8
Um abrangente projecto editorial
sobre o Estado de Israel com
destaque para os testemunhos
de Jorge Sampaio, Shimon Peres
e Colette Avital entre vários
outros interessantes.
Hoje acordei furioso
Halter Marek
ISBN: 978-972-53-0373.
Preço de Capa: €14
Preço Online: €12.6
Foi assim, nestes termos, que
certa manhã na praça dos
Vosges, em Paris, um velho judeu
interpelou Marek Halter. O
diálogo fluiu naturalmente entre
os dois homens e rapidamente se
tornou um hábito. Diariamente Marek Halter vinha
ao seu encontro e diante da estátua do rei Luís XIII
partilhavam reflexões. Racismo, ecologia, religião,
democracia, conflito israelo-palestiniano… fosse o
que fosse o entusiasmo era sempre o mesmo. Marek
Halter enriquecia o debate com referências bíblicas,
históricas e filosóficas colocando o seu ímpar dom de
contador de histórias ao serviço das grandes causas.
Este livro, que relata as reflexões trocadas por estes
dois homens, é simultaneamente actual e intemporal.
Depois do grande sucesso dos seus romances
sobre as mulheres da Bíblia – Sara, Séfora, Lila e
Maria – Marek Halter muda de registo: Hoje Acordei
Furioso! é um livro de combate.
Mr. Vertigo
Paul Auster
Edições Asa
“Tinha doze anos quando caminhei
sobre as águas pela primeira
vez.” Começa assim a história
de Walter Claireborne Rawley,
conhecido em toda a América
como o Rapaz Prodígio. Estamos
no final dos anos 20, a era de
Babe Ruth, Charles Lindbergh e
Al Capone. Walter é um órfão
resgatado das ruas pelo misterioso Mestre Yehudi,
que o alicia com a promessa de o ensinar a voar.
Um desafio às leis da natureza que os coloca numa
A CIL NA TV
RTP 2
27 de Junho – 6ª Feira, 18h30
Programa Fé dos Homens:
Celebrando os 60 anos de Israel
13 de Julho – Domingo, 9h00
Programa Caminhos:
Trás-os-Montes judaico
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Livros Judaicos
em Portugal
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Tikvá 67 • Abril/Junho 29
Museu Virtual
Aristides
de Sousa Mendes
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Comunidade Israelita do Porto
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30 Tikvá 67 • Abril/Junho
24 MAIO Salomão Seruya 19
Mosko Teller 20
Samuel Esaguy 20
Helena Buzaglo Abecassis
Correia de Barros 21
Ejsel Oleinski 21
Reyna Querub 22
Samuel Hassan 24
Ester Levy 24
Jacob Benodis 24
Moisés Zagury 25
31 MAIO Judah Bentes Ruah 26
Cyrla Blaufuks 26
Jacob Israel 27
Lea Wahnon 27
Carmen Wahnon 27
Moshe Burstyn 28
Dora Levy Bendrão Ayash 28
SIVAN
Abraham Tuaty 1
Erma Kahn 3
7 JUNHO Margarete Leers Estácio da Silva 4
Aron Blumberg 4
Gimol T. Esaguy 4
Moisés Obadia 6
Henrique Feist 6
Miquelina Esaguy Soares da Fonseca 7
José Esaguy Wartenberg 8
Orovida Amzalak 10
14 JUNHO Henna Matlo Segal 11
Else Nachmann 11
Jacob Ruah 13
Raquel Sabah 13
Zeew Wolf Terló 13
Zelik Kit 13
Rafael Esaguy 14
Miriam Martins Noymark 14
José Bensimon 14
Garmano Kahn 15
Israel Cagi Ruah 15
Laja Bekerman 15
Mauricio Goldrajch 15
Isabel Levy 15
21/06 Abrahão Benoliel 8
Simy Levy Sequerra 18
Faduenha Tangi 20
Aixa Luiza Amram 20
Gaston Aberlé 20
Jérome Lucas 21
Moisés Jacob Sequerra 22
Elisa Sultan Icyk 23
Simy Ruah Benoliel 24
28/06 Adolf Kom 25
Leonor P. Barros de Carvalho 25
Donna Sequerra 27
Ruth Esaguy Rodrigues 27
Antónia S. Kaufmann 28
Sara Israel Zagury 29
Rev. Joshua E. Levy 29
Ruben Ruah 30
Daniel Schiffman 30
TAMUZ
05/07 Luba Bat Zorach 2
Jacob Tangi Bar Abraham 2
Simy Anahory Cardoso 3
Joshua Sequerra 5
Raquel Segal Israel 7
José abadia 7
Sara Benveniste 7
Simy Cagi Ruah 8
Helena Azancot 8
Aida Marques Esaguy 8
12/07 Eva Cohen Israel 9
Elisabeth Kahn 10
Matla Finkelstein 11
Isaac Bendelac 11
19/07 Israel Ettner 17
Leão J. Kadosh 18
Herman Fox 18
Isaac Bitton 18
Samuel Bensimon 20
Regina Plocker 21
Esther Benoliel 21
Rita Ambar 22
26/07 Messody Pacifico Valdez dos Santos 23
Dr. Elias Baruel 25
António Levy Mendes 26
Esther Assor 26
Roudolph Arié 26
Elias Maissa 27
Miriam Assor 27
Sara Parienté 27
Esther Querub 28
Maximo Plocker 29
Mazal Tov !
Os nossos parabéns e os votos de muitas felicidades a todos !
ANIVERSÁRIOS
MAIO Daniela Teruskin 01
Ralph George Bernfeld 04
Mª Teresa Pereira AlvesDias 05
DianaEttner 05
David Kolinski 06
Nella Maissa 07
Margarida M. Ribeiro Passos 07
Amália Garcia Stieglitz 15
Howard Tenenbaum 15
Abraham Guerra 15
Ronald Brodheim 18
Robert Sternberg 18
Ana Sofia Joanes 21
Saghi Koshét 26
Miguel Benoliel Kadosch 27
Tatiana Prist 27
Ben Atzmon 29
Ana Regina Alexandre 30
Paula Holly 31
JUNHO Céline Abecassis Moedas 01
Luisa Pestana Atzmon 01
Rina Korn 02
Vítor Melamed 03
Susana Cesana Maissa 06
Marta Mucznik 07
Moisés Broder 07
Roberto Kahn-Heymann 07
SiegfriedRosenthal 10
António Azancot Korn 12
David Arié 14
Salomão Kolinski 14
Pedro Schliesser 14
Gaby Goldschmidt Ferreira 15
Susana Bachmann 15
SaraPihas 18
Daniel S.Steinhardt 21
Ricardo Maissa 28
JULHO Carolina Teruskin 01
Harry Langer 02
Ana Tuati 04
Lilian LevinPrist 04
Samuel Levy 07
Fabio Grossman 09
Marina Grossman 09
Ghorghe Burstan 09
Laura Cesana 10
Lauren Wojtila 12
David Sampson 13
David D. Ruah 14
Leslie Koshét 19
José Alberto Pontes B. Carvalho 21
Miguel Bekerman 23
Raquel D.Ruah 27
Ronaldo Grossman 27
Marco Gabriel Joanes 28
Roudolf Aberlé 29
Michael Moscovici 30
Luis Felipe Resnikoff 30
As nossas boas vindas aos novos membros da CIL
Lis Grossman e Jaqueline Burd
FALECIMENTOS
É com profundo pesar que comunicamos o falecimentos de:
Esther Zagury Z´L (Q.D.T)
28 de Abril de 2008 – 23 Nissan 5768
Lily Levy Z´l (Q.D.T)
Informamos que no passado dia 26 de Março faleceu em Lonay
(Suiça) a D.Lily Levy, esposa do Sr. Ernst S. Levy, que viveu muitos
anos em Lisboa e trabalhou com muita dedicação na CIL – Comissão
de Refugiados (no M.Olivete) durante a II Guerra Mundial. O Sr. Ernst
Levy é irmão da Doutora Ellen Levy Kahn que também passou a sua
juventude em Lisboa e foi Professora de Anatomo-patologia na Fac.
De Medicina de Lisboa e nos USA. A falecida deixa um filho residente
em Lisboa, o Sr. David Levy.
Werner Haas Z´l (Q.D.T)
No passado dia 30 de Março, faleceu de ataque cardíaco em sua casa,
em Webster, N.Y - .E.U.A.Tinha 79 anos. Werner Haas que viveu em
Portugal cerca de 20 anos e onde foi um membro activo do grupo de
juventude judaica, de então, o Macabi Hatzair. Era licenciado em Física
pela Universidade de Lisboa, mas emigrou para os EUA afim de encontrar
melhores oportunidades profissionais Foi um devotado investigador
da Philco, em Filadélfia mas foi na Xerox onde registou mais de
100 patentes entre 1965 e 1972 que mais contribuiu para investigação
da tecnologia LCD, para a impressão electrónica de alta velocidade,
conseguindo que essas tecnologias se tornassem acessíveis ao
público, em geral O Werner era dotado de um são humor. Visitou-nos
em Portugal há uns 4 anos. Apresentamos as nossas condolências à
sua família e aos seus amigos.
Apresentamos as nossas sentidas condolências às Famílias enlutadas
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Prezados Leitores e Assinantes lembramos que desde a edição de nº 52, o nosso Boletim Tikvá passou a ser publicado com peridiocidade bimestral
Tikvá 67 • Abril/Junho 31
TIKVÁ
Envie os seus textos e sugestões para TIKVÁ até ao dia 30 de cada mês.
Rua do Monte Olivete, 16 r/c. esq. 1200-280 Lisboa | e-mail:tikvá@cilisboa.org
A quem se dirigir
Horário de funcionamento da Secretaria
Segunda a Quinta-feira, das 9h00 às 17h30
Sexta-feira e vésperas de festas judaicas, das 9h00 às 13h00
Horário de almoço
das 13h00 às 14h00
Atendimento ao público
Segunda a Quinta-feira, das 13h00 às 17h30
Os espaços para reuniões devem ser agendados
com aviso prévio, mínimo de 48 horas
Tesouraria
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Telf. 213 931 134
Atendimento de Segunda a Quinta-feira, das 10h00 às 13h00
Telf. 213 931 130 | Fax 213 931 139
Director Executivo
Marcos Prist
director@cilisboa.org
Departamento de Ensino Judaico
Moré Laercio Hillel Pintchovski
more@cilisboa.org
Departamento de Segurança
Contacto 24 horas – Telf. 96 347 4484
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Movimento Juvenil Dor Chadash
dorchadash@cilisboa.org
UPEJ – União Portuguesa de Estudantes Judeus
upej@cilisboa.org
Rabino
Rav. Eliezer Shai Di Martino
rabino@cilisboa.org
Secretária
Estrella Assayag
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Direcção
Presidente Jose Oulman Carp
Vice-Presidente Esther Mucznik
Vice-Presidente Ronald Brodheim
Tesoureiro José Salomão Ruah
Secretário Eva Ettner
Vogal efectivo Clara K. Cassuto
Vogal efectivo Charles Arié
Vogal efectivo Sonia Bernfeld
Vogal efectivo Arnaldo Grossman
Vogal Suplente Salomão Kolinski
Vogal Suplente Bernardo Abecasis
Mesa da Assembleia Geral
Presidente Moisés Bendrao Ayash
Vice-Presidente Mordechai Atsmon
1º Secretário Nuno Wahnon Martins
2º Secretário Diana Ettner
Conselho Fiscal
Presidente Samuel Tuati
Vogal Efectivo David Bentes Ruah
Vogal Suplente Guilherme Grossman
Presidente Honorário Dr. Samuel Ruah